Isabella olhava para o teto branco de seu quarto, percebendo que aquela atividade já havia se tornado rotina.

Seu corpo estava totalmente relaxado em sua enorme cama de casal ,o tédio a fazia pensar que nada a tiraria dali.Doce engano ,pois assim que o som irritante dos saltos altos de Renée lhe chegou aos ouvidos, a menina se levantou em um pulo ,e se pôs de pé perto da porta ,que logo em seguida foi aberta revelando uma mulher que aparentava ter 40 anos, vestida com  um impecável vestido branco ,que lhe caia como uma luva.

Olhou a garota com uma cara nada agradável ,enquanto  ela se encolhia ,demonstrando estar com medo.

-O que é isso em seu vestido?-perguntou ríspida a Isabella, que pareceu se encolher ainda mais.

-É.. chocolate, mamãe -murmurou 

-Chocolate? Quem lhe disse que poderia comer chocolate?

-Ninguém.

-Então porque comeu ?Sabe que você só pode fazer alguma coisa, se eu mandar ,e isso inclui se deitar em sua cama-falou apontando para a cama, onde a colcha rosa com detalhes brancos, estava bagunçada

-Só não te castigo agora, porque estamos atrasadas. Então trate de trocar de roupa, em dois minutos-falou saindo do quarto logo em seguida, enquanto Isabella corria para o enorme closet ,pegando um vestido rosa bebê,  o vestindo rapidamente tomando cuidado para não amassá-lo. 

Renée voltou ao quarto da filha,e a encontrou já pronta. Então, pegou a pegou pelo braço  ,e a levou até a limusine que as esperava.Assim que entraram no veículo , encontraram Charlie ,com uma cara nada agradável.

-Por que demoraram tanto? 

-Foi por causa de Isabella, ela acabou sujando o vestido, então teve que colocar outro-Renée mentiu, sabendo que se não fizesse isso ,provavelmente o marido não daria a ela, os seus tão sonhados  pares de brincos de diamantes.

-Essa menina não tem jeito mesmo.Damos tudo a ela, e é assim que ela nos mostra o quão agradecida está?-Charlie perguntou olhando a filha, que tinha uma feição amedrontada - Quando chegarmos em casa ,vamos conversar ouviu bem?-perguntou  a Isabella,  que apenas balançou a cabeça confirmando, enquanto Renée sorria ,sabendo que seus brincos estavam a salvo.

Quando a limusine chegou ao local do grande evento, que reunia todos as pessoas mais influentes dos Estados Unidos, Isabella respirou fundo ,e assim que a porta do automóvel foi aberta ,ela deu um grande sorriso falso, sendo acompanhada pelos seus pais, que em frente as câmeras interagiam com a garota, tentando passar a qualquer pessoa que os visse ,a ideia de que eles eram uma família unida e feliz.

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A família Swan finalmente chegara em casa, Isabella estaria agradecendo a deus por isso, se seu pai não fosse lhe castigar, ou algo pior.A garota subiu as escadas de sua casa correndo, e assim que chegou ao segundo andar, caminhou até a ultima porta do imenso corredor, onde fotos e mais fotos de sua mãe enfeitavam a parede do lado esquerdo ,e do lado direto,  várias fotos de seu pai.Olhando aquilo ela percebera que seu lugar não era ali, que naquela casa não havia espaço para ela.

Bateu fracamente na porta, e assim que escutou um "pode entrar", a abriu e de cabeça baixa, entrou no cômodo.

Seu pai estava sentado em uma poltrona de couro preta, enquanto lia um livro qualquer ,do seu lado esquerdo havia um criado mudo ,onde ele colocava seu cinzeiro de prata ,que sempre era usado ,algo que estava acontecendo hoje, pois Charlie segurava o filtro do cigarro entre os dedos indicador e médio , enquanto olhava sua filha.

-Você sabe o que fazer não é mesmo?-perguntou levantando logo em seguida, retirando seu cinto de suas calças, enquanto a menina começava a chorar ,prevendo o que aconteceria logo em seguida.

Charlie caminhou até a filha, batendo com o cinto em suas pernas ,tomando cuidado para acertar em lugares estratégicos  ,onde as marcas não aparecessem.

Isabella chorava alto ,enquanto seu pai lhe falava várias coisas, que ela não fez questão de ouvir ,a dor em suas pernas eram demais, pois era sempre nelas que ela apanhava.Depois que seu pai parou de bater nela ,a garota correu até seu quarto soluçando , desejando que sua mãe viesse lhe consolar ,ou ao menos limpar suas lágrimas, algo que não aconteceu, que nunca acontecia.