Zacky apenas observava Taylor sentada em um sofá velho que provavelmente fedia a álcool com as “amigas” delas, bebendo e rindo. Já devia estar tremendamente bêbada, Zacky já perdeu a conta de quantas vezes ela tropeçou. Ele riu consigo; tão pequenina e frágil...

  Zacky ficou sentado dentro de seu carro durante umas horas, com o ar ligado e o som no máximo. Não era muito baladeiro, embora adorasse ir aos shows de rock que ia com os seus amigos.

  De repente, a porta de seu carro abre e Taylor senta no banco da frente.

-Já estava na hora, né. Estou mofando aqui.

-Preciso ir para casa.

  Zacky percebeu que Taylor estava de olhos fechados e molenga.

-Tay, você está bem?

-Não muito, já estive melhor...

  Ela admitiu, obedecendo quando Zacky gesticulou para ela ir par ao banco de trás. Ele se sentou e Taylor deitou em sua perna, fechando os olhos. Zacky desgrudou seus cabelos de sua nuca.

-O que está sentindo?

-Eu não sei.

  Ela choramingou, limpando o nariz com as costas da mãos.

-Dor de cabeça?

-Sim.

-Quer ir ao hospital?

-NÃO, DEUS ME LIVRE!

  Zacky riu, pegando a jaqueta que estava em cima de uma das poltronas, cobrindo o corpo de Taylor, que tremia.

-Meu deus, você está com febre.

-Zacky...

-Oi?

  Pá!

  Taylor desmaiou.

   Zacky a ajeitou no banco, passando para o da frente e rumando a sua casa, onde agora não havia ninguém, dirigindo devagar.

  Quando chegou, largou o carro e pegou Taylor no colo, entrando e a deitando no sofá.

  Sentou-se a sua frente, encarando-a dos pés a cabeça. Tirou seus sapatos, depois os brincos e pulseiras e respirou fundo.

  A blusa era sempre a pior parte.

  Por que mesmo que ela deveria ter esse corpo todo?

  Zacky balançou a cabeça, desabotoando a camiseta e a tirando.

  Tá, isso foi muito duro pra mim, vai ficar com o short molhado, ele pensou.

  Colocou Taylor dentro da banheira, ligando a água e se sentando do seu lado, no chão. Jogou água em sua face, tentando tirar toda essa maquiagem escura que ela teimava em usar.

  Em seguida, enrolou-a em uma toalha e deitou-a na cama, secando seu cabelo e tirando sua blusa, vestindo nela. Taylor se ajeitou na cama, encolhendo-se.

-Zacky, fecha as janelas.

-Estão fechadas.

  Ele pousou a mão em sua testa, vendo sua temperatura elevada.

-Está abaixando?

-Em relação a antes, sim.

  Ela puxou seu braço chegando para o lado, gesticulando para que ele se deitasse com ela.

  Zacky se deitou, e Taylor se encolheu perto de seu peito, suspirando, fechando os olhos novamente, se aconchegando bem perto de eu corpo. Zacky a cobriu, e sem saber o que fazer, pairou a mão em cima do próprio corpo.

-Vamos lá, Zacky. Gosto de dormir abraçada.

  Ela puxou a mão dele, passando por seu corpo de forma que a abrassasse, e em seguida ela entrelaçou os seus dedos com os dele, abaixando sua mão na altura de seu pescoço. Zacky corou, mas em seguida fechou os olhos, sentindo cheiro de seus cabelos. Logo, os dois estavam dormindo.

-Hey, Zacky. Zacky.

  Ele escutou alguém pronunciar seu nome levemente, num tom tão baixo que era quase imperceptível, um sussurro. Ele abriu os olhos, e quando viu, Taylor estava com seus enormes olhos voltados para ele, passando seu polegar pelo lábio inferior do rapaz. Ele engoliu a seco, e Taylor retirou sua mão de sua boca.

-O que? Está se sentindo mal?

-Não. Mas não consigo dormir, e estou com fome.

-E então me acordou para cozinha para você.

  Ela sorriu, ainda com um ar sonolento, e se sentou a sua frente.

-E o que você quer comer?

  Ele se sentou na cama, coçando a cabeça e as têmporas.

-Não sei. Tem miojo?

-Você não vai comer miojo, pode está anêmica e...

  Quando Zacky ergueu o rosto, viu Taylor de costas, andando em direção da cozinha.

  Cadê. A. Porra. Da. Blusa. Dela?

-Taylor, você vai pegar um resfriado. Toma.

  Ele tacou uma blusa dele para ela.

-Obrigada.

  Ela vestiu a blusa, se sentando na mesa da cozinha em seguida.

  Zacky pegou uma panela e colocou água para ferver.

-O que você vai fazer?

-Macarrão com salsicha.

-Você já foi um melhor cozinheiro.

-Cale a boca.

  Ela riu, fungando.

-Está com o nariz entupindo?

-Mais do que a pia lá de casa.

-Você já fez piadinhas melhores.

-Cale a boca. Estou doente, não vê?

  Ele riu, andando até Taylor, que tinha os braços esticados, pedindo um abraço. Ele a abraçou, escutando-a suspirar.

-Me promete uma coisa.

-Todas.

  Ela enterrou o rosto em seu pescoço.

-Nunca desista de mim.