Vaga-lumes escrita por risingBritain


Capítulo 1
Capítulo Único




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Depois de dar mas uma olhada na matéria da prova de amanhã fui fazer uma xícara de chá para dar uma relaxada. Não tinha problemas com minhas notas nem nada mas não conseguia deixar de ficar um pouco tenso. Suspirei e remexi os ombros para relaxá-los.

Esperava a água esquentar observando o fogo se mexer por baixo da panela.
Antes que pudesse aproveitar um pouco o silêncio que estava naquela hora ouvi meu celular tocar e tive que retornar ao quarto.

Em meu aposento remexi a mochila com pressa em busca do aparelho antes que parasse de tocar. Quando achei logo atendi e encostei o celular na orelha. Péssima idéia essa pois quase fiquei surdo: Era Alfred e sua voz ensurdecedora, como sempre.

- ARTIE! Me ajude a estudar para a prova!

- OLÁ ALFRED, EU ESTOU BEM SIM, E VOCÊ? Hmph, já disse para não me chamar assim! E é tarde, o que fez o dia todo?!

Estamos no telefone, quem mais vai ouvir?

- Do jeito que você grita é mais fácil perguntar quem não vai ouvir. Mas o que fez o dia todo para não ter estudado?

Você é muito chato. E bem... Heh, na verdade eu tinha esquecido... Estava jogando baseball, hahaha! 

- Idiota.

Vamos, me ajude a estudar!

- Deveria fazer isso você mesmo, não é culpa minha que você só tenha isso na cabeça!

Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor!! 

- Já disse que não!

- Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor!

- Em vez de ficar perdendo tempo fazendo isso deveria estudar. 

Ele insistiu mais uma vez com uma série de "por favor" e acabei desligando. Alfred retornou a ligar mais algumas vezes e ao eu me recusar a atender ele ligou no telefone fixo.Atendi, não sabendo que era o americano, ouvi ele implorando por mais alguns minutos e acabei cedendo.

Como ele pode ser tão irritante?

Mas enfim, depois de não poder desfrutar de meu chá desliguei o fogão e lá fui eu para a casa dele. Sorte que não era tão longe assim mas não devia estar indo de noite para a casa desse irresponsável.

Ao chegar lá fui recebido com um abraço que quase quebrou minha coluna e agora ele repetia "obrigado". Meu rosto ficou um pouco vermelho com o abraço com um empurrão fiz ele me soltar.

Fomos para o quarto dele, enquanto atravessavamos a sala e subiamos a escada ouvi ele tagarelar sobre como era bom no baseball. No corredor do segundo andar o gato de estimação de Alfred foi brincando com a barra da minha calça.
Se encaixa aqui aquilo de que os animais se parecem com seus donos, ele é um tanto ativo e brincalhão. E o gato até tem uma faixa marrom em volta do pescoço até o peito que lembra os pelos da jaqueta do americano.
Ao chegarmos no quarto dele coloquei a mochila que trouxe comigo sobre a cama e abri para pegar os livros, sentindo o gato ainda na minha perna - mas agora a brincar com o cadarço de um dos meus sapatos.
Alfred, reclamando do frio, foi fechar a janela.

- ARTIE, OLHA! - Antes que eu pudesse pensar em responder ele puxou meu braço e me levou até a janela. Quase pisei no gato e tentei acompanhar ele aos tropeços.

Vi ele apontando freneticamente para algum lugar no jardim atrás da casa. Me apoiei na janela e olhei para lá. Haviam alguns vaga-lumes, naquela hora já estava escuro e não havia luzes por perto então podia-se vê-los bem.
Ainda sem soltar do meu pulso ele gritou alguma coisa e saiu me arrastando para fora do quarto. Tentei fazer ele me soltar, dizendo também que precisavamos estudar mas ele continuava agarrado no meu pulso e me arrastando escada a baixo.

Insistiu tanto para eu ajudá-lo a estudar e agora vamos ver vaga-lumes?!

Mesmo comigo xingando-o ele pareceu não dar atenção. Saimos da casa e atravessamos o jardim até um lugar que pudessemos ver bem os pirilampos. Ele se sentou e me obrigou a sentar também.

- Você vai se foder nessa prova e a culpa não será minha, eu vim te ajudar a estudar e você que não quis!

- Tudo bem! Deixa de ser chato e aproveita. Acho que não é todo dia que tem vaga-lumes aqui. - Finalmente me soltou e apoiou as mãos na grama, sorrindo e observando os vaga-lumes. - Você gosta de fadas, certo? Eles não lembram fadas?


Bufei e não respondi. Não costumo dizer isso para as pessoas pois imagino que irão achar idiota, mas sim gosto de fadas, magia e outras coisas do gênero. Mexendo nas minhas coisas esse idiota descobriu mas me prometeu que não contaria a ninguém.

Disse que, já que ele queria olhar os pirilampos, eu iria embora. Fazendo cara de cachorro sem dono ele me convenceu a ficar.

- Como ficam suas notas?

- Eu me viro, I'm a hero.

- ... Okay.

Acho que então poderia relaxar um pouco. E essas luz que os insetos possuem me lembra um pouco algumas fadas.Joguei o corpo um pouco para trás e apoiei-me nas mãos assim como Alfred fazia.

Acabamos ficando ali por algum tempo e sem que eu percebesse Alfred havia adormecido do meu lado. Foi um pouco difícil acordá-lo mas consegui e o fiz ir para o quarto dormir. Voltei para minha casa depois.

No dia seguinte o vi parecendo bastante nervoso durante a prova...

Ah, esse idiota.

Mas admito que foi bom ficar somente observando aqueles vaga-lumes.Havia terminado a prova antes dele. Virei-a e acabei por desenhar alguns vaga-lumes no verso da folha, sorrindo um pouco.


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Notas finais do capítulo

Eu nunca havia escrito no pov. do Arthur ainda, espero que tenha ficado bom ou no mínimo não OOC... Argh, fail.
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