Eu estava sem forças para me levantar, mas arregalei os olhos quando ouvi alguns ruídos, e pude ver uma ruivinha sentada abraçando as pernas próxima a janela. Ela tinha muito traços semelhantes ao Rony, podem ser parentes.

Não esperei, e sentei-me em sua frente, cruzando as pernas. Li em seu colar o nome Gina Weasley. Ela definitivamente é irmã de Rony.

– Olá... - Cheguei amistosa, e ela parecia não estar confortável com a presença da filha de Voldemort.

– Oi. Seu nome é Alana, não é? - Ela questionou.

– Sim, mas pode me chamar de Lana, e pelo que vejo o seu nome é Gina, não é? A irmã do Rony... - Apontei para seu colar.

– É... E meu desculpe por ele hoje... O ignore, eu sempre faço isso. Ronald é mesmo um idiota... - Ela cruzou as pernas como eu.

– Tudo bem, eu tive um bom consolo... - Fitei o chão sorrindo - O que está fazendo aqui sozinha?

– Pensando... Em uma pessoa... - Ela me olhou sorrindo um pouco maliciosa, e depois eu entendi que ela falava de algum garoto.

– Hum... Que pessoa é essa? Posso saber? - Perguntei também maliciosa.

– É o Harry... - Senti minhas pernas ficarem bambas quando ela falou o nome de Harry - Eu desde que o conheci sou apaixonada... Ele é incrível... - Ela voltou a olhar para a janela, que estava iluminando todo o quarto pela Lua e pelas estrelas, que aqui parecem ser bem mais brilhantes.

Passei o resto da noite conversando com Gina, ganhei uma primeira amiga verdadeira, e uma decepção, ela gosta do mesmo garoto que eu. Acordei com mais disposição, mesmo sabendo que todos sabem de minha fama, ou melhor, a fama de papai.

–Bom dia Lana! - Gina me cumprimentou, saindo do banheiro com os cabelos molhados.-Dormiu bem?

–Bastante! - Falei enquanto pegava minhas roupas. - Eu vou tomar banho, me espera ou vai indo para o salão comunal?

–Eu espero. - Ela se sentou na minha cama, e eu entrei no banheiro.

Fiz minha higiene pessoal, tomei banho, me vesti com o uniforme, que eu julgo ser horrível, e fui para o quarto.

–Demorei?

–Nem um pouco, vamos? - Ela perguntou se levantando.

No caminho para o salão comunal, eu e Gina ficamos conversando, e eu observei que todos que passavam comentavam. Ótimo, virei a vilã da história.

Quando passamos entre as mesas conversando, todos os olhos se voltaram para nós, inclusive de Harry, Ronald, e Draco.

Nos sentamos eu ao lado de Gina, e ela ao lado de dois garotos ruivos e gêmeos.

–Lana, esses são Fred e Jorge. - Ela nos apresentou.

–Oi Lana! - Os dois disseram juntos.

–Oi gente! - Falei tímida e educada. Rapidamente reparei Harry trocar de lugar, ele se sentou ao meu lado, e Ron, que estava a nossa frente nos olhou com a expressão mais rabugenta que já vi na vida, e olha que eu já vi muitas expressões rabugentas antes, também, morando com Voldemort...

A comida apareceu na mesa, e começamos a comer, eu, como sempre, comi muito pouco.

Eu reparei que Hermione não estava conosco, e resolvi perguntar para Harry, só para saber onde ela estava, apesar de eu pensar que ela deve me odiar. Harry me olhava fixamente.

–Harry, onde está Hermione?

–Hãm... Mione? Não sei... Você viu para onde ela foi, Rony? - Ele despertou de seus devaneios e se virou para Ronald.

–Sim. Mas ela não quer que vocês saibam. - Ele fechou a cara e se arrastou para o lado, onde sentava um garoto meio pálido de cabelos negros e alinhados, bem bochechudo.

Fiquei deprimida, apesar de estar rodiada de amigos, bom, quatro ao menos, sem contar com Draco, eu me sinto sozinha, como se andassem comigo por pena.

Comecei a sentir uma tontura, coloquei as minhas mãos na cabeça, quando ela começou a latejar e eu ouvi um som ecoar dentro dela, uma voz.

Papai tem uma ligação direta com meus pensamentos, mas não tem como ele lê-los, então alguém deve ter contado a ele. Snape, talvez?

Eu me senti fraca, devo ter perdido muita energia com essa ligação, e logo me vi perdendo forças para ficar de pé, nem ao mesmo enxergar podia mais. Caí em um sono profundo.

Abri os olhos e me vi deitada em uma... cama? Maca? Não sei bem, mas devo estar em uma enfermaria.

–Bom dia, que bom que acordou, pode me chamar de madame Pomffrey. - Uma senhora se aproximou enquanto eu me olhava, para entender o que aconteceu. Eu estava com a mesma roupa da hora que desmaiei, mas agora estou com os cabelos soltos, ao contrário de antes, que estavam amarrados.

–A quanto tempo estou aqui? Minha barriga está roncando. - Falei.

–A cinco dias, mas não se preoculpe, durante esse meio tempo eu te alimentei direito, e você não fica um segundo sozinha.

–Sério? Quem veio me vizitar?

–Bom, a srta. Weasley, os gêmeos Weasley, o sr. Potter, que vem sempre e o sr. Malfoy, que passa todas as noites aqui. - O Draco passa as noites aqui? Estou sonhando ou ele se preoculpa comigo?

–Quanto tempo vou ficar aqui?

–Não muito, só estávamos esperando você acordar, parece que gastou muita energia, e amanhã de manhã poderá ter alta.

–Me faz um favor?

–Tudo que quizer srta. Stiller! - Finalmente alguém me chamou pelo meu melhor sobrenome!

–Não conta a ninguém que eu acordei, nem a Dumbledore, e muito menos ao Draco! - Ela assentiu.

Eu ainda estava cansada, mas esperaria até que chegasse a hora de eu poder conversar com Draco.

Enfim chegou a hora, já estava escuro, e eu ouvi passos vindos em minha direção. Me fingi adormecida.

Senti seu perfume doce exalar a sala, e o inspirei. Senti suas mãos quentes tocarem meu braço, e me segurei para não arrepiar. Ele se sentou ao meu lado, e ficou brincando com mechas de meu cabelo.

–Se aproveitando de uma doente, sr, Malfoy? - Falei o dando um susto. Eu ri baixo, me virando para ele.

–Que susto Alana! Eu sou seu babá, lembra? Tenho que ficar aqui sempre!- Ele desviou o olhar para a porta, parecia inseguro. Ele ia se levantar, mas eu segurei seu braço.

–Não, não vá! - Pedi, o segurando.

–Por que? Não prefere o Potter aqui com você? - Ela falou sarcástico, e eu ri baixo.

–Draco, vamos parar com isso, venha cá. - Eu puxei para sentar na cama ao meu lado. Eu não sinto mais aquele ódio que sentia por ele antes, isso mudou, para melhor.

De repente senti uma corrente de ar passar entre nós, e como o cobertor de lá é muito fino, eu senti frio, muito frio. Senti meu corpo estremesser, e Draco também notou.

–Espera, eu dou um jeito nisso. - Ele se deitou ao meu lado, e abraçou minha cintura, é hoje que eu vou ter insônia...

Abri os olhos esperando de imediato ver os lindos olhos de Draco, mas a maca estava vazia, eu estava sozinha alí.

Olhei em volta, e Gina estava chegando.

–Você acordou! - Ela gritou animada. - Levanta, vamos ter a nossa primeira aula aula juntas hoje, com Ron e Harry! - Falou, me entregando algumas de minhas roupas.

Eu me levantei, e fui para um banheiro que tem lá para me trocar. Quando sai, peguei minha varinha e a guardei.

–Vamos! - Ela me puxou pela mão, e me guiou até uma sala, onde eu teria aula de defesa contra as artes das trevas, com o 'amigo' de meu pai, Severo Snape.

Quando entrei na sala, percebemos que não tem mesas vazias, apenas pessoas sozinhas, como por exemplo, Harry. Eu olhei para Gina.

–Se não se importam... - Snape começou. - Srta, Riddle, sente-se com o senhor Potter, e srta. Weasley com o Longbotton. - Ele nunca sorri?

– Quanto tempo Snape... Sentiu minha falta? - Falei sínica, me sentando com Harry, e vi as pessoas da classe rindo.

Eu não prestei muita atenção na aula, eu sei os feitiços de defesa e ataque das artes das trevas decorados, papai fez questão de me ensinar a usá-los usando as mãos quando eu tinha apenas seis aninhos.

Quando a aula acabou eu fui a primeira a sair, estava entediada, durante a aula eu fiquei brincando com minha varinha nova, fazendo feitiços bobos de transmutação, que para alguns parecia incrível, pelo jeito que me olhavam.

Olhei em meu horário, e essa minha aula é vaga.

Peguei minha bolsa, e vi oque Gina havia colocado dentro, meus livros, uma pena, tinta, chocolate e Hogwants, o livro que estou lendo. Decidido, vou fazer isso durante a aula vaga. Ler.

Estava caminhando distraída, indo ao jardim, quando Harry me parou.

–Oi Harry! - Falei animada, está em uma parte bem empolgante do livro.

–Oi Lana! Vai fazer oque nessa aula vaga?

–Ler. - Falei me sentando debaixo de uma sombra de árvore.

–Se importa se eu ficar aqui com você? Lendo. - Ele sorriu malicioso, e se sentou ao meu lado, eu pensei que ele leria, mas percebi que ele só estava olhando para mim, e assim ficava difícil me concentrar na leitura.