Poseidon ligou o chuveiro.

“Uma ducha de água fria é tudo o que preciso, depois disso vou parar de pensar nela”.

Parecia impossível esquecer a expressão de Atena.

“Atena chorando?”

Ele deixou que a água caísse em seu rosto.

“Ela sempre foi tão seca e fria, nunca havia chorado perto de outras pessoas”

Mas o Deus tinha que admitir tudo estava diferente afinal, depois de dois mil anos o comportamento de alguns tinham que melhorar.

Ele desligou o chuveiro. Secou-se e depois amarrou a toalha na cintura.

Saiu do banheiro, mas antes que pudesse procurar uma roupa percebeu um envelope branco em cima de sua cama.

Foi até lá e o abriu.

A letra da pessoa que escreveu a carta era impecável, ele também notou que o papel estava com marcas d´água e em alguns lugares a tinta preta da caneta havia borrado um pouco. Raciocínio rápido, quem escreveu estava chorando.

Ele começou a ler

:“Poseidon”“Você tem ideia do que sinto?Você tem ideia do quanto choro?Será que mesmo gritando você não entende?Você vê quando me tranco em meu quarto ou percebe que pareço sempre mal humorada e acabada?Você finge não ver? Você finge não escutar?Mas agora jogo as cartas na mesa, peço que lembre-se disso da próxima vez que olhar em meus olhos, preste atenção em tudo que escrevo:Você me machuca com suas palavras, Você me mata com seus olhos;Você grita defendendo seu ponto de vista, mas não quer discutir o meu;Você nem tenta me entender de verdade.Bem vindo a minha eterna vida!! Onde sou sempre insegura com medo de errar a cada passo, tendo que ser sempre certinha e perfeita. Mas agora isso acabou, vou levantar as mãos para o alto e me render ao destino. Fazer o que quero curtindo a vida, não me importando se você gosta ou não. Mas não posso mentir para você, meus sentimentos se recusam a se esconder, só que agora não se esqueça, não sou mais a mesma, não ligo para o que você gosta, não ligo mais para o que você quer. Mas mesmo assim não posso evitar amo você!Atena.”

O deus encarou o papel. A letra perfeita com certeza era de Atena, mas aquilo não parecia ser real, ela o amava? Tomou a decisão em menos de um minuto.

Foi até seu guarda roupa pegou uma camisa branca, jeans e um tênis. Passou as mãos pelo cabelo preto e guardou a carta no bolso da calça, depois de uma rápida olhada no espelho se teleportou para o Olimpo.

Os corredores pareciam não ter fim, o deus dos mares os atravessava correndo. A esperança de ficar com ela o deixava louco, seu coração estava disparado.

Assim que chegou à frente da porta do quarto dela bateu na porta uma vez. Ninguém respondeu.

Mais uma vez. Nenhuma resposta novamente.

-Atena, sou eu Poseidon abra por favor!- Bateu novamente- Precisamos conversar abra a porta!

-Ela não esta ai! Ele se virou para ver quem havia falado.

-Onde ela está Afrodite? A deusa fingiu estar ofendida.

-Olá para você também Poseidon! Ele revirou os olhos.

-Você sabe onde ela está! Afrodite sorriu.

-Isso não foi uma pergunta.

-Bem observado- Disse ele sem paciência- Fale logo!

O sorriso dela se largou mais.

-Por que eu faria isso? Poseidon arrancou a carta do bolso. -Tenho certeza que você sabe o porquê de eu querer encontra-la.

Ela olhou para o envelope nas mãos dele e depois para o Deus novamente sem deixar escapar o grande sorriso nenhuma vez.

-Pense um pouco, onde você acha que Atena se sentiria em casa?

-A não ser a biblioteca? Ela concordou.

Não foi preciso nem três segundos para Poseidon adivinhar

. -Atenas!

-Sim, mas ela não continuará lá por muito tempo provavelmente manhã já estará em outro país.

-Sem problemas, irei imediatamente, obrigado. Ele já estava indo embora quando a deusa o chamou.

-Só mais uma coisa- Ela estalou os dedos e um cartão rosa apareceu em sua mão, ela o entregou a Poseidon

- Aqui está o endereço e o número do quarto do hotel dela. O deus agradeceu novamente despediu-se  e desapareceu.