Bara, Kazuki e Reina observavam confusos a cena. A mãe da Haruhi, Akane, com o sorriso mais simpático do mundo no rosto mantinha-se apenas sorrindo, enquanto a expressão de sua filha mais velha, que chamava por seu irmãozinho "Ha-ru-hi-chan" era como a de um demônio sádico, já Haruhi condizia com a face de sua irmã, Marika, pois sua pele estava quase azulada e parecia que ele estava a suportar uma temperatura de menos de zero-grau, porém, gotas de suor percorriam por sua testa, ele suava frio, como se visse o monstro mais terrível.

–Marika-oneesama... - Gaguejando, ele saudava sua irmã de certa forma. A garota, mais alta que ele e com uma aura negra a sua volta respondia apenas com uma risadinha digna de um demônio recatado "yahaha~". Seu olho que não estava coberto por sua franja de cor roxa observava Haruhi tão profundamente que parecia um olho que brilhava devido a um poder especial, maligno e especial.

–Marika, leve Haruhi e seus amigos para dentro e sirva um chá para eles. - A mãe pedia, sem tirar o sorriso nada natural da boca. Marika abdicava de sua expressão maligna para exibir a cara de uma menina que está aproveitando o dia com suas amigas fazendo compras:

–Ir-mã-zi-nha!! Não acredito que vou conhecer seus amigos, irmã! Você nunca trouxe ninguém pra casa antes! Quais desses dois é o seu namoradinho, hein? Tem que ser o loirinho, tão bonito...

–... - Haruhi, por mais que estivesse acostumado com esse tratamento, não sabia como reagir quando se tratava de sua irmã, Marika. - Então, irmã... Eu sou um menino, e eu gost...

–IRMÃZINHA! - A voz de Marika se elevava e era possível ouvir uma segunda voz dizendo "irmãzinha" ao mesmo tempo que ela, e essa segunda voz era completamente rouca e violenta, como se fosse a voz do próprio diabo.

Todos, com exceção da mãe, ficavam com olhos completamente arregalados.

–Agora, - ela continuava seu diálogo com sua voz normal, - vamos entrar que eu vou servir um chã pra você e seus amigos.

–O... Ok.

Todos estavam no quarto de Marika, sentados em volta a mesa, enquanto ela estava na cozinha, os quatro amigos conversavam.

–Haruhi... Você tem uma irmã estranha... Ela é um pouco assustadora, mas parece legal.

–...

–Haruhi-chan, tá tudo bem? - Reina se mostrava preocupada. - Responda ao Kazuki.

–Reina... A Marika... Ela é um demônio... - Haruhi continuava azul, azul de medo. Talvez Marika fosse a única coisa no mundo que deixava Haruhi com medo.

–Não pode ser tão ruim... Não concorda comigo, Bara-kun?

–Haruhi... - Bara estava com os olhos tão distantes quanto os de Haruhi. - Sua irmã... Eu... Eu... Estou apaixonado por ela!

–Ei, você quer sentir o clima da coisa aqui, seu pervertido? - Haruhi se recuperou de imediato, mas tudo foi por água abaixo quando Marika entra no quarto com uma bandeja que carregava xícaras e um bule. Ela serva chá para todos e então se posta ajoelhada bem atrás de Haruhi. Enquanto ela conversa com os garotos, brincava com os cabelos de Haruhi (que eram muito mais compridos e lisos do que os seus) utilizando de vários elásticos, chuquinhas e presilhas que trazia consigo.

–Então vocês são Reina, Kazuki e Bara-kun, certo? Parecem que são todos muito legais, nenhum de vocês é uma má influência para minha irmãzinha, certo?

Kazuki e Bara não se ousavam falar que Haruhi é, na verdade, um garoto, ademais, eles imaginavam que Marika já sabia, enquanto isso, Marika fazia rabos de cavalo, prendia e penteava de diversas maneiras os sedosos cabelos de Haruhi.

–Somos todos do clube de Ikebana! - Alegremente, Reina revela.

–Ikebana, Haruhinha? - Marika dirigia a palavra à sua "irmã", enquanto o garoto mostrava, com seu olhar, não estar gostando nem um pouco da situação, mas nada fazer a respeito. - É uma coisa bem feminina! Já está praticando para ser uma ótima esposa, né?

–...

–Diga algo, Haruhinha...

Nesse momento Haruhi se levanta com certa violência, de pé, começa a responder à irmã Marika, com o rosto furioso e a voz elevada:

–Marika! Quantas vezes eu já não te falei que eu sou um homem e odeio ser tratado como garota e eu não to nem aí se todas as mulheres da família da mamãe tiveram duas filhas, você nunca mais vai me tratar feito garota a partir de agora!

Todos olhavam curiosos, como se tivessem ignorado todo o discurso. O motivo para isso, Haruhi só percebia depois da falação: estava com um coque em cada lado da cabeça. Ao perceber, ele perdia toda a pose, ficando um pouco envergonhado.

–Ok, Haruhi. Eu te proponho um desafio então, se você vencer, nunca mais de trato como menina,

–To dentro!

–Mas se você perder, eu vou te vestir na reunião da família amanhã... Completamente.

Haruhi recuava um pouco. - O... Ok.

–A disputa vai ser arco e flecha. He.

–Legal! - Exclamava Kazuki. - O Haruhi é fera!

–É mesmo! - Concordava Reina. - Você ainda não viu, Bara-kun, mas a Haruhi é muito boa no arco e flecha.

Logo mais, estavam todos em um lugar específico para treinos de arco e flecha. Como todos da família eram praticantes da arte, não era incomum a existência desse local.

–Você começa, Haruhi. - A irmã dizia, enquanto Haruhi se equipava com seu arco e três flechas. Ele se concentra e atira cada uma das flechas e um alvo redondo designado.

–Caramba, ele é bom mesmo! Acertou bem no centro de cada um dos alvos, não errou nenhuma nem por um instante.

–Eu te falei, Bara! - Kazuki responde. - O Haru já venceu essa.

–Hehe - Marika interrompia a diversão de todos, - minha vez. - Ela quem se equipa agora e começa a mirar.

–Ué, não vai tirar minhas flechas dos alvos antes? - O irmão confuso indagava.

–Não vai haver necessidade.

Em uma velocidade incrível, Marika atirava as três flechas, uma de cada vez e, por mais incrível que pareça, a ponta de suas flechas ficavam espetadas no final das flechas de Haruhi.

–Oh.....h....

–O quê?...

–Parece que eu ganhei, yahaha~

Todos estavam sem palavras. Até eu estou sem palavras.

–Deixa eu terminar.. - Marika continuava surpreendendo todos. - Agora, minha especialidade. - A garota de franja roxa vai até um compartimento em um móvel que guarda as flechas perto da parede e retira duas pistolas, segurando as duas pistolas, uma em cada mão, ela realiza movimentos rápidos, que, com tiros, dão fim às flechas. Bara corre em direção aos alvos no final de tudo.

–É incrível! Ela acertou apenas o exato centro dos alvos com os tiros.

Marika havia destruído as flechas que estavam no alvo e ainda por cima, com suas balas, perfurou o centro dos alvos. Haruhi era quem estava mais chocado.

–Então, maninha... Você vai ficar linda para a reunião de amanhã, yahaha~

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Dia-a-dia dos garotos da república

Oshinaru e Tanimaru eram estudantes do primeiro ano do colégio Seitoku, da mesma classe de Haruhi e Kazuki. Eles moravam juntos em um apartamento que reuniram dinheiro para alugar, pois haviam se mudado de suas cidades natais. Junto deles, morava Jounnotake, um amigo dos mesmos, porém um pouco mais velho que eles. Oshinaru e Tanimaru estavam sentados no chão, conversando, enquanto Jounnotake também acompanhava o papo, sentado na cadeira do computador.

–...E quanto àquela garota, a Haruhi, ela é bem bonita, faz meu tipo! - Dizia Tanimaru, a respeito das colegas de classe.

–É, eu também acho ela bem bonitinha, mas ela vive dando uns chiliques estranhos, e dizem que ela é lésbica.. - Oshinaru cortava a onda.

–Ahh, cara! É uma pena...

–Ela até usa o uniforme masculino...

–A esola de vocês só tem gente estranha, hein... - Jounnotake se intrometia.

–Pior que é verdade...

Derrepente, os três garotos sentiam um frio que era quase cruel. Sentiam uma atmosfera pesada, uma aura maligna se aproximando.

Dainori, o quarto morador da república entrava no quarto, trazendo consigo uma garrafa de refrigerante.

–Ei, quem foi que comprou esse refrigerante barato?

Oshinaru e Tanimaru observavam atentamente o refrigerante barato que eles haviam comprado nas mãos do Dainori, um garoto tão estranho, que parecia um senhor das trevas, apesar de ter um visual comum, um garoto de óculos e cabelos curtos.

Dainori se aproxima da janela e, apertando a garrafa com crueldade, derramava todo o líquido pra fora.

–Nosso refrigerante! - Oshinaru e Tanimaru quase choravam devido ao desperdício.

–Vocês devem ter comprado por engano... Eu só gosto de refrigerante Lavousier... - O garoto dizia com um sorriso cínico no rosto, enquanto expremia todo o refri pra fora.

–Por que que esse cara mora conosco mesmo? - Jonnoutake perguntava pros outros dois.

–Bem....

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Flashback:

–Primeiro dia de aula do colégio Seitoku-

–Legal, cara! Finalmente arranjamos um lugar para morarmos! - Dizia o Oshinaru do primeiro dia de aula.

–Sim! E junto do Jounno, com certeza vai dar pra segurar as pontas pagando o aluguel! - Concordava Tanimaru, ao seu lado, na classe.

Conversavam antes do professor ter chegado. Enquanto Haruhi provavelmente já estava armando confusão no outro lado da classe, um garoto normal que possuía uma aura sombria passou desapercebido enquanto entrava na classe.

–Ei, eu ouvi tudo... Será que posso morar com vocês?

–Esse é o Dainori... Dizem que ele é um vampiro.. - Oshinaru cochichava para Tanimaru.

–Eu ouvi dizer que ele é um espírito que vaga pela terra... - Tanimaru devolvia o cochicho.

–Eu não quero ele morando conosco... - O cochicho continuava

–É... Vai ser assustador...

–Eu pago cem por cento do aluguel... - Dainori replicava, com seu rítmo neutro de dizer as coisas.

–FECHADO! - Os dois respondiam na hora.

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~Fim do Flashback~

Jonnoutake respondia, dando um tapinha na cabeça de cada um dos dois:

–Então foi culpa de vocês!