Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 27
Carícias.




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A noite de domingo estava agradável e Logan e Sophia não a desperdiçaram permanecendo dentro do internato. Uma brisa agradável emanava por todos os cantos e a temperatura estava tão amena que qualquer pessoa sentiria vontade de acampar sob as sombras daquela noite escura e sombria.

O casal de namorados pegara um lençol no dormitório que agora era de todos os amigos e o estendeu diante à porta de entrada de Shavely, sob a grama aparada. Ali ninguém poderia incomodá-los e eles poderiam conversar à vontade.

Logan e Sophia deitaram sobre o lençol e seus corpos estavam próximos o suficiente para que ele escutasse o coração dela batendo. A pulsação da garota ficava sempre tão acelerada quando ele estava por perto e Logan amava isso.

— O céu está lindo hoje. — disse Sophia, aproximando a mão lentamente até que seus dedos se encostassem aos de Logan.

O garoto sentiu um arrepio subindo pelo corpo todo e agarrou a mão de Sophia antes que ela pudesse pensar em fazer o mesmo. Era tão macia e suave que ele não queria soltá-la nunca mais.

— Tenho certeza de que ele não está tão lindo quanto você.

Sophia virou o rosto como se estivesse envergonhada e deu um sorriso tímido. Ele também percebeu rapidamente o sangue preenchendo as suas bochechas alvas e pálidas.

— Já te disse que você é o namorado mais bobo da face da Terra?

Logan balançou a cabeça.

— Milhares de vezes. — ele se aproximou ainda mais até que seus rostos estivessem a milímetros de distância — E eu sempre adoro ouvir.

Sophia sorriu e ele já conseguia sentir o calor de sua respiração. Sem repudiar, ele permitiu que o encontro de seus lábios se transformasse em um beijo quente, que contrastava com a noite fria e gélida.

O mundo poderia estar desabando sobre a cabeça de todo mundo, mas o que mais importava naquele momento era que ele estava ali com Sophia. A sua namorada. Nada mais lhe dava forças para continuar encarando tudo de cabeça erguida do que Sophia. Só o beijo da garota que ele amava era suficiente para curar todas as suas frustrações e fazer com que ele esquecesse por pelo menos alguns segundos tudo o que estava acontecendo.

— Você é tão importante para mim. — ela disse depois que eles se desvencilharam e voltaram a observar o céu.

— Eu era quem deveria estar dizendo isso para você. — disse Logan, apertando a mão de Sophia — Sabe, durante a fase em que todo mundo estava me acusando de ser o assassino, você sempre esteve ao meu lado. Quando Janeth me fez ajoelhar no milho, você cuidou de mim. Sempre me apoiou e me deu forças para continuar seguindo em frente. Acho que eu não conseguiria aguentar tudo isso se você não estivesse comigo.

Logan percebeu que Sophia estava fazendo forças para segurar as lágrimas.

— A única coisa que eu sentia necessidade em fazer era te proteger. Odiava ver você sendo acusado, sendo humilhado por todo mundo. Era como se fosse uma obrigação para mim.

— E eu sou muito grato por isso. Obrigado, Sophia. Obrigado por simplesmente ter aparecido na minha vida.

A garota deu um sorriso tão radiante que aquilo bastou para Logan se sentir completamente iluminado por dentro. Agora ele já notava as lágrimas escorrendo no rosto dela e ele esticou a mão para enxugá-las. Sophia girou a cabeça e seus lábios tocaram a mão do garoto.

Aquele toque logo se transformou em um abraço. Logan a amava tanto que aquele sentimento mal cabia em seu coração. Era como se ele pulasse dentro do seu corpo, preenchendo cada espaço vazio, correndo junto com seu sangue, se espalhando por todos os cantos possíveis. Aquilo o dominava por completo e ele estava envolvido o máximo que podia. Não aguentaria se um dia perdesse Sophia ou se ela deixasse de ser a sua namorada. Seu mundo apenas desabaria de vez sobre a sua cabeça.

— Esses momentos são sempre bons, mas estamos muito melados. — disse Sophia, depois que eles novamente se desvencilharam, mostrando a língua numa expressão de nojo.

Logan apenas riu.

— Concordo. — ele analisou os olhos de Sophia — Enfim, vamos mudar de assunto. Acho que mais uma vez conseguimos deixar Janeth furiosa.

Sophia emitiu uma gargalhada tão alta que teria acordado qualquer pessoa que já estivesse dormindo.

— Nós sempre conseguimos. Aquela vaca velha não pode com a gente.

Logan coçou o queixo.

— Mas eu achei que ela estava estranha. Quero dizer, Helena desafiou-a várias vezes e ela nem ao menos gritou ou começou a ter ataques epiléticos.

— Talvez ela apenas esteja tentando se controlar. — opinou Sophia, mas logo em seguida mudou de ideia — Mas não. Hoje ela agarrou seus cabelos. Isso não é uma atitude de quem realmente está tentando se controlar.

— Acho que ela está enfrentando crises de bipolaridade. Justo ela, que sempre implicou comigo por eu ter leves sinais de esquizofrenia e crises de fúria. Agora está sentindo na pele o que é ter problemas mentais.

Sophia agarrou a mão dele e o encarou profundamente.

— E quem disse que você tem problemas mentais, Logan?

Ele deu de ombros.

— Ora, não é isso que eu tenho? Eu sei que, no fundo, eu sou apenas um garoto problemático com a mente abalada por causa da morte dos meus pais.

Sophia enrijeceu as sobrancelhas e levou a mão até o braço de Logan apenas para beliscá-lo. O garoto gritou e olhou assustado para ela.

— Ai! Por que você fez isso? — ele perguntou, afagando o braço.

— Porque você não sabe o que está falando. Nunca mais quero ouvi-lo dizendo que é problemático, porque você sabe que isso não é verdade. Já provou diversas vezes, inclusive.

Logan franziu as sobrancelhas.

— Provei?

— Sim. Garotos problemáticos já teriam ficado completamente malucos com tudo o que vem acontecendo. Você pode ter os seus ataques de fúria de vez em quando, Logan, mas é sensato e tem a cabeça no lugar. Posso não o admirar por ter nos escondido que Mark era o real assassino, mas o admiro por ter tido a coragem suficiente de escutar o seu coração e saber a coisa certa a se fazer. Poucas pessoas conseguem isso.

Logan poderia ter dito muitas coisas em resposta, mas a única que fez foi sorrir intensamente.

O céu estava bastante estrelado e sua atenção estava voltada para os pequenos astros que brilhavam na imensidão do universo. As estrelas sempre tão distantes e com milhões de histórias para contar. Não poderia haver nada mais bonito que o céu: calmo e silencioso, mas ao mesmo tempo misterioso e infinito.

— Você acha mesmo que Mark matou mais alguém? — perguntou Sophia e Logan rapidamente saiu do transe e transportou sua atenção para o rosto pálido da garota.

— Acho que está um pouco óbvio demais, não é?

Sophia acenou com a cabeça.

— Eu estou com tanto medo que ele tente te matar.

— É isso que ele vai fazer quando tiver oportunidade. — lamentou-se Logan — A essa altura, ele provavelmente já deve saber que eu descumpri a chantagem. Por isso assassinou mais alguém e transmutou-se apenas para a minha execução ficar mais fácil.

Sophia se arrepiou a apertou a mão de Logan com uma força que lhe causou dor.

— Não diga isso, por favor. Você não vai morrer.

— Vou sim. — ele disse em um tom mórbido — Um dia todos morreremos.

— Mas tenho certeza que esse dia está longe. Muito longe.

Ela aproximou-se de Logan e repousou a cabeça sobre o seu peito. O cabelo loiro dela cobria parte do seu rosto e ele afagava-o como se fizesse parte do seu próprio corpo. Não queria deixar Sophia apavorada, mas era exatamente assim que estava se sentindo: como se pudesse morrer a qualquer momento.

O último sinal do dia, que indicava que a hora de ir para o dormitório havia chegado, ecoou por todos os cantos.

— Ah, não acredito que já temos que ir. — reclamou Sophia, mas Logan já havia levantado e estava tentando puxar o lençol.

— Eu sei que estava bom demais aqui, mas Tommy e Helena estão nos esperando. Lembre-se que não podemos ficar muito tempo sozinhos.

A garota assentiu e se levantou. Logan pegou o lençol e o enrolou até que pudesse transportá-lo no ombro.

Ele esticou a mão livre e Sophia a agarrou exibindo um largo sorriso. Entraram no colégio e um ar quente fez com que desejassem com o máximo de vontade voltar para a parte exterior, mas eles sabiam que se Janeth os pegassem fora do quarto ela seria capaz de matá-los com as próprias mãos.

Depois de subir os lances de escadas e encontrarem a porta do dormitório que servia de estadia para os quatro amigos, Sophia girou a maçaneta e abriu a porta. Ambos se depararam com uma cena inusitada, da qual a única coisa que conseguiram fazer foi gargalhar.

Tommy e Helena estavam sentados sobre a cama imersos em um beijo profundo. As mãos de ambos estavam entrelaçadas e eles rapidamente se desvencilharam e seus rostos foram preenchidos com um rubor mais do que aparente quando perceberam que Logan e Sophia estavam rindo.

— Por essa eu realmente não esperava. — disse Sophia, respirando com dificuldades enquanto ria desesperadamente — Eu deveria ter gravado isso.

— O que foi? — disse Tommy, passando o dorso da mão sobre a boca — Nunca viu duas pessoas se beijando?

Logan jogou o lençol sobre o seu colchão e analisou profundamente o rosto vermelho dos amigos.

— Pensamos que veríamos Janeth usando fraldas antes de vermos vocês dois se beijando. O que aconteceu? Helena estava com saudades do Mark e resolveu curá-la com Tommy?

Helena pegou o travesseiro que estava ao lado dela e o arremessou com toda sua força contra Logan.

— Cale a boca! Você não sabe nada do que aconteceu nesse quarto enquanto estava lá fora namorando a Sophia.

Sophia esticou os braços e começou a andar de um lado para o outro como se estivesse se exibindo.

— Ah, deixe-me adivinhar. Você ficou com inveja porque eu tenho uma pessoa para beijar, agarrar, abraçar e resolveu fazer essas coisas com o Tommy? Francamente, Helena, não sabia que você era tão invejosa assim.

Agora a vermelhidão que se formara no rosto da garota estava se transformando em raiva.

— Qual é? Vocês são meus amigos ou o quê?

Tommy segurou na mão de Helena e a olhou calorosamente.

— Não ligue para o que estão dizendo. Apenas estão com inveja porque eu beijei a garota mais linda do colégio.

A gargalhada que saiu dos lábios de Sophia foi ainda maior e ela se controlou ao máximo para que lágrimas não saíssem dos seus olhos.

— Desde quando vocês são apaixonados?

Helena revirou os olhos.

— Não somos apaixonados. Será que é proibido beijar as pessoas agora?

— Você deve ter tido um bom motivo para ter o beijado, Helena. — disse Logan — Ele deve ter mostrado uma tatuagem que ele tem no corpo. Ou quem sabe ele mostrou algum dos golpes de karatê que ele disse saber.

Tommy abriu a boca para falar, mas Helena colocou a mão na frente.

— Tudo bem. — ela disse — Aceitarei o fato de que vocês tiraram o fim da noite para me zoar como se eu fosse uma nerd que usasse óculos e tivesse quilos de gordura na minha linda barriguinha.

Sophia ainda estava rindo.

— É que é muito engraçado. Quero dizer, você e o Tommy só sabem brigar.

— Talvez seja por isso que não resistimos um ao outro. — indagou Tommy.

Helena deu um leve tapa sobre o ombro do garoto.

— Tommy, fique quieto, por favor. Não crie expectativas porque foi apenas um beijo em um momento de distração. Nada mais que isso.

— Não foi o que os seus lábios disseram.

Logan percebeu que Tommy não tirava os olhos de Helena.

— Helena está arrasando corações! — ele exclamou — O garoto está completamente apaixonado.

Helena revirou os olhos e levantou da cama completamente irritada.

— Calem a maldita boca de vocês! Eu apenas estava desabafando algumas coisas com ele, fomos nos aproximando, ele olhou no fundo dos meus olhos, eu olhei para os dele, comecei a me sentir arrepiada, a boca dele foi chegando mais perto e ele me beijou. — Logan notou que o olhar de Helena estava distante ao dizer tais coisas. Ela provavelmente não havia percebido que seus pensamentos estavam se transformando em palavras e ela rapidamente levou a mão à boca — Ai meu Deus! Não acredito que eu disse isso.

— Simplesmente acabou de confessar que está apaixonada pelo Tommy. — disse Sophia.

Helena mostrou a língua para ela.

— Vá se danar, Sophia.

— Não disse nenhum palavrão. — impressionou-se a menina loira — Cada vez que você fala acaba confessando ainda mais sua paixão platônica.

Helena deu um berro e todos se retraíram. Ela empurrou Logan e ele caiu com toda força sobre o colchão macio. Foi até a cama e segurou Tommy pelas orelhas, o arrastando até o colchão enquanto ele gritava que isso não seria necessário. Mostrou as mãos para Sophia, que hesitou em sair do quarto correndo, mas Helena agarrou os cabelos loiros da menina e a levou até a cama e a jogou com toda sua fúria sobre o colchão.

— Ai meu cabelo! — reclamou Sophia — Você está maluca?

— É assim que eu trato as pessoas que têm a coragem de me zoar. — ela deu de ombros — Agora vocês irão dormir e fingir que o meu beijo com Tommy nunca aconteceu.

Helena foi em direção ao interruptor e desejou boa noite antes de apagar a luz e subir em direção à cama de cima do beliche.



O pensamento de Logan não conseguiria mais se aquietar depois que acordara de um pesadelo no qual estava sendo morto. Os amigos provavelmente já deveriam estar dormindo há eras, enquanto agora estava acordado, com o sono completamente perdido e rolando de um lado para outro no colchão, pensando em coisas as quais gostaria de esquecer.

Sua mente estava de volta no dia em que Brian morrera e toda essa tormenta havia começado. Ainda não conseguia se esquecer do desespero que sentira quando sua mão havia se sujado de sangue. Era uma sensação tão horrível, como se ele tivesse sido o responsável pela morte dele. O cheiro metálico de sangue ficara gravado para sempre dentro da sua memória.

Os corpos sem coração também eram atrativos para que ele se sentisse enjoado. Não conseguia se lembrar de nada mais terrível do que ver os corpos de Brian e Ashley naquela situação e não poder fazer nada que os trouxessem de volta. Lamentava que tivessem sido mortos de uma maneira tão trágica, apenas para servir de banquete a um zumbi sanguinário que estava diante do seu nariz esse tempo todo. Ainda se culpava por não ter percebido que Mark era o verdadeiro assassino. As evidências a respeito de sua culpa eram tão claras e tão perceptíveis que o único adjetivo que Logan conseguia usar para descrever a si mesmo era burro.

Outra coisa que estava atormentando sua mente era essa suposta morte misteriosa. Aquele bilhete escrito com sangue era prova suficiente para que essa suposição se tornasse real dentro de sua mente. Mas o que mais lhe preocupava era que Mark poderia estar se passando por qualquer pessoa: desde reles populares até professores, funcionários ou mesmo seus amigos, que estavam dormindo sob o mesmo teto que ele.

O sonho que tivera na noite anterior o havia deixado preocupado. Ainda não conseguia esquecer a sensação de ter visto a morte se apoderando do seu corpo quando levantou da cama gritando e suando. Ele havia sido morto por Tommy durante o pesadelo e por alguns segundo ele percebera a escuridão sombria e mortífera. E se isso fosse um sinal de que Mark era mesmo um de seus amigos? Será que Mark estava naquele quarto, esperando o momento certo para matá-lo?

Não, aquilo não podia ser verdade. Logan tinha que parar de desconfiar dos seus amigos. Não havia percebido nada de diferente neles; nada que pudesse afirmar que um deles era Mark disfarçado.

Ele passou a mão no rosto e decidiu que deveria tentar dormir novamente. Ficar pensando daquele jeito apenas faria com que sentisse dor de cabeça. Ele virou o corpo, agarrou o lençol e fechou os olhos. A calma lhe percorreu e ele não conseguia pensar em mais nada. Podia sentir o sono chegando e abraçando o seu corpo. Podia ouvir o silêncio da noite lá fora, que só podia ser interrompido com o coaxar dos sapos e o canto das cigarras.

Sombras pulavam na parte de trás de suas pálpebras e imagens se formavam em sua mente como se seu cérebro estivesse brincando. Alguns segundos mais e ele dormiria profundamente, mas um barulho na porta fez com que Logan abrisse os olhos e se enrijecesse no colchão.

A janela estava entreaberta e brilhos prateados da lua cheia entravam no quarto e o iluminava parcialmente. A porta se abriu levemente e uma sombra apareceu, entrando no quarto de fininho, sem fazer nenhum barulho.

O coração de Logan já estava acelerado, mas ele se manteve preso ao colchão, tentando segurar a respiração para que o invasor não percebesse que ele estava acordado. A pessoa misteriosa parecia estar usando um grande casaco com capuz que encobria seu rosto. Logan percebeu que ela olhou para todos os cantos do quarto antes de começar a andar na direção dos colchões sob o chão.

Foi quando Logan percebeu o que estava acontecendo. Era Mark, ele tinha certeza, pronto para cumprir o que prometera: matar Logan caso ele descumprisse a chantagem.

Logan tentou pensar no que fazer. A luz que entrava no quarto não era suficiente para que o invasor conseguisse ver o que estava acontecendo nos colchões. Ele lentamente se arrastou para fora do colchão e se escondeu debaixo da cama das meninas. Não conseguia enxergar mais nada, mas percebeu o momento em que o invasor se aproximou do pé do colchão de Logan e notou que o garoto não estava deitado lá.

Ágil e rapidamente, Logan se arrastou até que seus pés saíssem meridionalmente pela parte de baixo da cama das meninas. Ele encolheu o corpo e saiu do seu esconderijo, apenas para atacar o invasor pelas costas e envolver seu pescoço com seus braços.

Logan sentiu algo pegajoso quando tocou a pele do invasor e percebeu que Mark estava na forma de zumbi. O cheiro forte de carnificina estava lhe causando náuseas, mas ele se concentrou em apenas apartar o pescoço dele.

Logan reuniu toda a sua força e conseguiu erguer o zumbi e o levar até o chão frio. Mas Mark era mais forte e fincou seus dentes pontiagudos sobre o braço de Logan, que gritou de dor e o soltou imediatamente. Mark rapidamente ergueu a mão e passou as unhas afiadas sobre o rosto de Logan, fazendo com que o garoto caísse no chão e batesse as costas no chão.

Mark abaixou o capuz que cobria o seu rosto e Logan conseguia enxergar sua pele podre e escamada. Ele ajoelhou-se sobre o garoto e seus dentes reluziam enquanto ele parecia sorrir diante àquela situação.

Logan conseguia sentir o sangue escorrendo do ferimento no rosto e no braço e a veia sobre o seu pescoço estava pulsando desesperadamente. Mark elevou as mãos e suas unhas ficaram à mostra sob a luz prateada. Vagarosamente, passou-as sobre a camiseta de Logan, tomando todo o cuidado para não atingir a pele do garoto. Logan queria gritar, mas não conseguia reunir forças para isso. Os ferimentos estavam ardendo e ele sabia que sua hora havia chegado. Não teria energia suficiente para se livrar de Mark.

O zumbi parecia querer fazer Logan sofrer. Enfiou levemente a unha afiada sob o seu peito e o garoto sentiu a pele rasgando e a dor se apoderando do seu corpo. Lágrimas estavam escorrendo dos seus olhos, enquanto Mark emitia ruídos de satisfação.

— O que está acontecendo aqui? — disse uma voz sonolenta — Que barulhos são esses?

Logan respirou aliviado quando percebeu que alguém estava levantando da cama. Mark rapidamente retirou a unha do peito de Logan e saiu correndo do quarto, enquanto o garoto permaneceu deitado sob o chão frio, sentindo a dor corroer o seu corpo.

O interruptor foi tocado e o quarto preenchido por uma luz que fez os olhos de Logan arder. Sophia soltou um berro quando viu Logan completamente ensanguentado.

Ela rapidamente se ajoelhou ao seu lado e segurou delicadamente o seu rosto.

— Logan, meu Deus! — a voz dela estava desesperada — O que aconteceu aqui?

Ele precisou fazer força para que a voz saísse de sua boca.

— Mark. — ele estava ofegante — Ele tentou me matar, mas saiu correndo quando viu que você acordou.

Sophia colocou as mãos atrás das costas de Logan e o levantou do chão.

— Você está todo sujo de sangue. Venha, vamos lavar esse rosto e esse braço.

Logan e Sophia estavam indo em direção ao banheiro, mas o queixo dele caiu quando percebeu que os colchões de Tommy e Helena estavam completamente vazios.


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