Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 17
Agressividade.




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Naquela noite, Logan e Mark decidiram que o melhor a se fazer era ficar no dormitório e fazer uma bela faxina. O banheiro estava completamente revirado, com peças de roupas sujas espalhadas por todo o canto, calças penduradas pelo boxe e cuecas jogadas sobre o vaso sanitário. O quarto estava em piores condições: cobertores empilhados de qualquer modo em um canto, poeira cobrindo o chão gelado e o armário estava revirado como se alguém tivesse procurado por algo. Aquele dormitório precisava de ordem e era mais do que urgente.

Sophia, Helena e Tommy estavam na sala de estar. As meninas ainda estavam apreensivas pelo fato de Janeth ter descoberto a invasão à sala, mas provavelmente a diretora ainda não havia feito nada.

— Você deveria parar de deixar suas cuecas espalhadas pelo banheiro. — disse Logan olhando seriamente para Mark.

— Pelo menos eu não deixo as calças penduradas no boxe até que elas apodreçam.

Logan até poderia ter revidado aquela alfinetada, mas ele se conteve em apenas arrancar todas as suas peças de roupas que estavam enfeando o banheiro e colocá-las em um cesto que estava no quarto. Logan olhou para o espelho trincado e logo depois olhou para a sua própria mão. O machucado já estava quase cicatrizado e havia apenas um mínimo risco vermelho. Ele podia se lembrar da raiva que sentira naquele dia. O impulso fora tão grande que ele não sabia da onde havia arranjado tanta força para destruir o espelho.

Logan terminou de arrumar o banheiro e se dirigiu para o quarto. A janela estava aberta e o vento frio e gelado daquela noite estava entrando pelo quarto fazendo com que os pelos do seu braço se eriçassem. Ele suspirou antes de abrir o seu armário e retirar de lá tudo o que fosse sujo. Enquanto isso, Mark se responsabilizava em dobrar e colocar os cobertores sobre a cama.

Logan jogou as roupas que estavam amassadas sobre o chão e separou as que estavam dobradas e passadas. Depois que a tia trouxera a mala repleta de coisas, o armário do garoto havia ficado cheio. Ele enfiou a mão entre os outros objetos e retirou a foto dos seus pais. Um leve choro subiu pela sua garganta quando ele olhou o sorriso da mãe. Aquela foto ficaria melhor se estivesse na mesa de cabeceira, mas Logan não aguentava mais olhar para ela e se sentir sempre a pior pessoa do mundo. Precisava escondê-la para que pudesse amenizar a sua dor toda vez que se sentia mais próximo dos pais.

Ele sentiu uma mão sobre o seu ombro e viu o rosto solidário de Mark quando ergueu a cabeça.

— Bateu aquela saudade, não é?

Logan fez que sim com a cabeça, mas não disse nada. Era tão difícil para ele fingir que não estava se sentindo horrível. Chorar e demonstrar fraqueza na frente dos amigos era uma coisa que ele jamais faria. Sempre erguia a cabeça e sorria quando estava enfrentando o maior dos problemas. Talvez isso seja o que todas as pessoas sensatas fazem: fingem um bom sentimento quando na verdade tudo está indo à ruína.

— Você não deveria ficar se remoendo por causa disso. — disse Mark, tentando consolar o amigo — Seus pais com certeza estão em um lugar melhor agora.

Logan colocou a foto de volta no armário e encarou Mark.

— Não acredito que as pessoas vão para um lugar melhor quando morrem.

Talvez o tom de Logan tenha sido amargo demais, mas Mark pareceu não ter percebido porque continuou a consolá-lo.

— Talvez você devesse acreditar, então. A morte é a única certeza que temos na vida.

As lágrimas já ousavam a escapar dos olhos de Logan, mas ele se segurou ao máximo.

— Se temos certeza que todos morreremos, porque é tão doloroso quando acontece?

— E até parece que você não sabe a resposta. Quando uma pessoa morre, significa que nunca mais a veremos. Nunca mais ouviremos a sua voz, nunca mais sentiremos o seu toque, nunca mais a abraçaremos, a beijaremos...

Mark deu um suspiro e se sentou na cama.

— Está pensando na Ashley, não é?

Ele acenou afirmativamente com a cabeça.

— Todos nós enfrentaremos perdas um dia, Logan. E a melhor coisa que temos a fazer é aceitá-las como se fosse algo natural.

Mark tinha razão. A morte era uma coisa que sempre assustara Logan e ele sempre pensava profundamente nela. Ele não entendia que sentido havia em uma pessoa nascer e um dia morrer. Era como se ela nascesse predestinada a um destino previsível.

Logan já havia terminado de arrumar o seu armário, quando abriu o de Mark e percebeu que não havia nada lá dentro além de roupas. Não havia nenhum porta-retratos, nenhum objeto pessoal, nenhum vídeo game. Desde o dia que Mark chegara ao internato, Logan não havia perguntado nada sobre o seu passado. Não sabia o motivo de ele estar preso ali junto com os outros, não sabia se ele tinha família, amigos fora do colégio. Apesar de Mark ser o seu melhor amigo, era como se ele fosse um estranho com um passado desconhecido e sombrio. Mas talvez isso não importasse nada. O que era uma amizade diante do passado de uma pessoa? O que importava era o que Mark era agora.

Mas a curiosidade de Logan era maior. Ele nunca fez subjeção em saber nada sobre Mark, mas agora que eles eram melhores amigos, ele tinha o direito de saber. Talvez “direito” não fosse a palavra adequada, mas se Mark tivesse enfrentando algo parecido com o que ele enfrentava, poderia ajudar o amigo...

— Mark? — ele chamou e o garoto desviou o olhar dos cobertores e o transportou para os olhos de Logan — Eu não quero parecer enxerido, mas você não tem nada dos seus parentes ou amigos dentro do seu armário?

Mark levantou as sobrancelhas e pareceu pensar muito antes de responder àquela pergunta.

— Eu... eu deixei tudo em casa. Eu saberia que ia me sentir mal toda vez que olhasse para qualquer coisa que lembrasse os meus pais.

— Então eles ainda estão vivos?

— Infelizmente, sim.

Como alguém poderia achar infeliz o fato dos pais ainda estarem vivos? Logan já estava mais curioso do que antes, mas ele percebeu que aquele não era um papo que Mark gostaria de continuar falando. Ele já havia terminado de dobrar os cobertores e pegou a vassoura no canto do quarto para começar a varrer o chão.

De repente, a porta se abriu num estalo e o rosto apavorado de Tommy apareceu. Ele entrou desesperado no quarto e fechou a porta o mais rápido que pôde.

— Ah, ainda bem que vocês estão aqui!

Logan e Mark pararam imediatamente o que estavam fazendo e se aproximaram de Tommy.

— O que aconteceu? — perguntou Logan — O assassino comedor de corações está atrás de você?

— Não, pior: Helena e Sophia!

Mark soltou uma gargalhada e Logan enrijeceu as sobrancelhas.

— Deixe-me adivinhar. — Mark passou a mão pelo queixo — Você estava lá embaixo com elas completamente entediado enquanto as ouvia fofocarem sem parar sobre os garotos bonitos da aula de biologia?

Tommy adentrou pelo quarto e começou a andar em círculos.

— Vocês não estão entendendo! Elas piraram. Queriam que eu experimentasse o esmalte novo da Helena para ver se eu não teria nenhuma reação. Elas estavam me usando como cobaia!

A gargalhada que escapou pelos lábios de Mark e Logan foi tão grande que Tommy até enrijeceu os músculos da face numa expressão de indignação.

— Já imagino o quão hilária foi a cena de você correndo feito um louco pelo colégio. — disse Logan.

Tommy revirou os olhos.

— Vocês não estão ajudando. Venho aqui procurando desesperadamente por uma companhia masculina e ainda sou zoado.

— Talvez você devesse parar de ser estranho. — disse Mark.

— O que você quis dizer com isso? — ele olhou para Logan — Eu sou estranho?

Logan estava tentando segurar o riso, mas endureceu o rosto e olhou seriamente para Tommy.

— Ele tem razão. — Logan se aproximou de Tommy e passou a mão pelos seus cabelos — Você poderia começar tirando esse cabelo dos olhos e deixá-lo bagunçado. Esse piercing no seu nariz também não ajuda e você deveria parar de usar calças tão apertadas.

Tommy olhou para o próprio corpo e torceu o nariz.

— Não acho que tenha algo de errado comigo.

— Não somos consultores de moda e nem nada disso, mas está muito óbvio que você deveria mudar o visual. — observou Mark, pegando uma de suas calças jeans e colocando-a na mão de Tommy — Tome, experimente isso. Com certeza ficará bem larga em você.

Tommy olhou com desprezo para a calça e a largou sobre a cama.

— Venho aqui procurando o apoio dos meus amigos e é isso que eu recebo?

— Só estamos querendo te ajudar.

— Pois eu não preciso desse tipo de ajuda. Eu gosto de mim exatamente do jeito que eu estou agora.

Mark e Logan se entreolharam como se tivessem ouvido uma piada dentro de um ambiente no qual risada fosse proibida.

Eles tentaram convencer Tommy de que ele teria que mudar o seu visual, mas o garoto já abrira a porta e estava fora do dormitório. Talvez ele tivesse ficado chateado ou alguma coisa parecida, mas eles sabiam que aquilo passaria logo.

— Talvez a convivência com as meninas tenha o deixado um pouco afeminado. — disse Mark — Ele saiu daqui como se fosse uma garota!

— Ele ficará bem.

Logan voltou sua atenção para o dormitório e percebeu que tudo já estava limpo. Mark havia terminado de varrer e toda a sujeira estava acumulada em um canto, os cobertores estavam dobrados, os armários estavam organizados e o banheiro estava em perfeita ordem. As roupas sujas estavam em um cesto e os garotos desceram para levá-lo até a lavanderia do colégio.



A manhã de quarta-feira não era muito agradável para Logan. Levantar da cama nesse dia significava ter as piores aulas da semana, aquelas que lhe causariam algum tipo de dano psicológico. O único lado bom é que Sophia sempre estava nas mesmas classes que ele, o que já lhe fez se perguntar se o horário da menina era igual ao dele de propósito. Algumas vezes ele tinha a sorte de cair na mesma classe que Helena, Tommy ou Mark, mas isso era mais difícil. Mark geralmente caia com Logan na classe de geografia e Helena era na aula de física.

— Eu odeio essa professora. — Helena já estava reclamando, enquanto terminava de anotar as coisas no caderno — Por que ela insiste em nos ensinar todos esses tipos de movimentos idiotas?

Sophia estava sentada do lado direito de Helena, enquanto Logan ocupava a carteira da frente. A menina loira soltou a caneta sobre a mesa e começou a observar o caderno recém-recoberto com fórmulas, desenhos e exercícios complicados.

— Como você pode não gostar de física? — ela perguntou mostrando os dentes para Helena — É uma matéria tão essencial.

— Pode ser, mas tem que admitir que seja chata. — disse Logan.

Helena acenou afirmativamente com a cabeça e acalcou a caneta sobre o papel. Ela sempre fazia isso quando estava insatisfeita com uma matéria, o que fazia com que o caderno dela ficasse horrível.

— Finalmente Logan e eu concordamos em alguma coisa!

Sophia torceu o nariz.

— Vocês são tapados.

— Não é isso que você me diz quando estamos a sós. — disse Logan, virando a cabeça e encarando Sophia.

O rosto da garota enrubesceu completamente e ela deu um mínimo sorriso.

— Logan, você não deveria revelar nossa intimidade por aí.

— Até parece que eu sou uma desconhecida, não é? — disse Helena com um olhar indignado no rosto. — Estão me tratando como se eu não fosse íntima de vocês. E, se querem saber, eu sei muito bem o que vocês fazem quando estão sozinhos em algum dormitório.

Logan e Sophia pararam rapidamente tudo o que estavam fazendo e viraram a cabeça para encarar Helena seriamente.

— O quê?! — eles perguntaram exatamente ao mesmo tempo.

Helena gargalhou antes de dizer qualquer coisa.

— Digamos que seja proibido para menores de 18 anos.

Logan sabia que Helena tinha um senso de humor muito apurado e que ela era perita em fazer todos os tipos imagináveis de piada com qualquer pessoa, mas às vezes ela exagerava um pouco. Era como se ela não pudesse controlar ficar sem zombar de tudo e de todos a sua volta.

— Helena, isso definitivamente não tem graça. — disse Sophia com as sobrancelhas arqueadas numa expressão de raiva — Você deveria se ocupar em contar ao Logan sobre a nossa pequena conversa com a Janeth ontem.

— Pensei que você já tinha contado a ele. — ela deu de ombros — Afinal, vocês são namorados.

— Não preciso que você me lembre disso a todo instante. Não sei se você se recorda, mas ontem à noite decidimos atormentar a vida do Tommy, ­— uma risada se ocultou por entre seus lábios — enquanto o Logan e o Mark ficaram arrumando o dormitório. Ou seja, só consegui ver o meu namorado agora, aqui na aula de física.

— Fiquei com pena do Tommy. Ele com certeza está com raiva da gente.

Logan lembrou-se do desespero do garoto invadindo o quarto dele e procurando freneticamente por uma companhia masculina. Mas, Tommy provavelmente também estava chateado com ele. Se o objetivo das garotas era deixá-lo com raiva de todos, o plano fora bem sucedido.

— Por que fizeram isso com ele? — perguntou Logan.

— Você terá que concordar que o Tommy é muito estranho. — respondeu Helena — Ele está sempre com aquela cara de sério, com aquele cabelo seboso cobrindo os seus olhos. Achamos que se torrássemos a paciência dele, ele poderia talvez ficar mais descontraído...

Logan assentiu e voltou sua atenção em copiar a matéria do quadro-negro. Os motivos pelos quais Helena e Sophia estavam importunando a vida de Tommy não lhe interessavam mais do que a conversa delas com Janeth. Logan estava preocupado com isso. Não sabia o que a diretora estava preparando para elas e ele tinha certeza que aquela história acabaria sobrando para ele também. Janeth sabia que elas haviam invadido a sala dela para permitir a entrada de Mary no colégio e a diretora não deixaria isso barato. Ela sempre arrumava um motivo para Logan se dar mal.

De repente, uma batida na porta da classe fez com que todos parassem de escrever. Os garotos se entreolharam quando ela se abriu e a figura enrugada de Janeth apareceu sorrindo.

— Será que isso responde à preocupação do Logan? — perguntou Helena com os dentes cerrados e um tom de voz baixíssimo.

Janeth entrou na sala e imediatamente olhou para os garotos. Logan engoliu em seco quando o olhar da diretora encontrou com o dele. O que ela poderia estar fazendo ali senão começando a cumprir a promessa de punir Helena e Sophia?

— Com licença, professora, mas preciso arrancar alguns alunos da sua aula por alguns minutos.

— Tudo bem.

Janeth apontou para Helena, Sophia e Logan e fez um sinal para que eles o acompanhassem para fora da classe.

O nervosismo já estava tomando conta do corpo de Logan quando ele levantou da carteira, juntamente com as meninas, e saiu da classe a fim de seguir a diretora.

— Estou com medo. — sussurrou Sophia, segurando na mão de Logan.

O garoto se aproximou dela e permitiu que seus corpos andassem quase como se estivessem unidos. Não poderia deixar de se sentir horrível por Sophia estar com medo. No fundo, ele sabia que tudo aquilo era culpa dele. As meninas somente invadiram a sala de Janeth para ajudá-lo a ter uma conversa com a tia. Logan sempre tinha o dom de estragar tudo ao seu redor.

Um suspiro escapou dos lábios do garoto quando Janeth alcançou a porta da sua sala e fez um sinal para que eles entrassem.

Janeth parecia estar fazendo força para não olhar pros garotos. A sala estava mais sombria do que o normal e parecia um perfeito ambiente para um castigo severo de uma diretora mais severa ainda. Helena e Sophia se entreolhavam nervosas, enquanto Logan encarava Janeth, que estava de pé, diante do sofá que enfeitava a sala.

— Devem estar se perguntando o porquê de estarem aqui.

A voz de Janeth entrou raspando pelos ouvidos de Logan. Ele queria segurar nas mãos das amigas e sair correndo de lá o mais rápido que pudesse.

Nenhum deles fez menção em responder. Apenas engoliram em seco e fitaram qualquer coisa que não fizesse parte do corpo da diretora.

— Estou falando com vocês! — a voz de Janeth se elevou.

Os olhares dos três adolescentes estavam nervosos e eles se entreolhavam a todo instante, mas Helena respirou fundo e pareceu reunir toda a coragem que conseguia encontrar dentro de si para encarar Janeth no olho.

— Não temos bola de cristal para adivinharmos nada.

Logan poderia ter rido do comentário da amiga se o momento não fosse tão sério. Ele pensou que Janeth ia partir para cima da garota, mas a única coisa que ela fez foi dar um leve sorriso.

— Vocês acham que são donos da razão, não é mesmo? — a diretora colocou as mãos para trás do corpo e começou a andar vagarosamente até à mesa de madeira no centro da sala — Vocês podem ter corpos de adolescentes, mas a mentalidade é de crianças mal criadas.

Logan segurou na mão de Sophia e eles foram lentamente caminhando para trás, até se aproximarem do sofá.

Janeth abriu uma das gavetas da mesa e retirou uma coisa que fez os olhos de Logan arregalarem-se: um cinto grande e preto que poderia ter maior serventia se estivesse nas calças da diretora.

— Será que vocês sabem o que acontece às crianças mal criadas? — perguntou Janeth, aproximando-se rapidamente dos meninos e apontando o cinto para Helena.

A menina ruiva soltou um grito quando Janeth praticamente se lançou sobre ela e bateu com o cinto nas suas pernas.

— Você vai aprender a nunca mais entrar escondida na minha sala, sua ordinária! — a voz da diretora se misturava aos gritos de Helena.

Sophia olhava para aquela cena boquiaberta e parecia estar paralisada. Ela sabia que seria a próxima e Logan percebeu que os músculos do corpo dela começaram a tremer.

A perna de Helena estava completamente vermelha e rastros de sangue escorriam por onde o cinto enfurecido de Janeth a tocava. A diretora lançava insultos, mas Helena concentrava toda sua atenção em apenas gritar.

Janeth segurou firmemente o cinto e empurrou Helena contra o sofá. A menina arfou e caiu duramente sobre o móvel macio. Ela parecia não ter forças para respirar e seus olhos estavam fechados. A diretora se aproximou de Helena e estendeu a mão no ar.

O que ela iria fazer? Bater no rosto de Helena depois de tudo o que já fizera na perna da garota? Logan não poderia deixar que isso acontecesse e ele não pensou duas vezes em partir para cima da diretora e envolver seus braços sobre o pescoço dela antes que o rosto de Helena fosse preenchido por um tapa.

— Logan, o que está fazendo? — gritou Sophia.

Ele empurrou Janeth para o lado, perto dos vasos com plantas, e ela tentava desesperadamente se livrar das garras do garoto.

— Corram! — ele disse para Helena e Sophia — Saiam daqui o mais rápido que puderem!

Sophia pegou na mão de Helena, que ainda estava fraca e desolada, e a puxou com força para cima. Envolveu um dos seus braços sobre o ombro dela e saiu o mais rápido que pôde da sala obscura, arriscando um último olhar para Logan que ainda estava lutando corporalmente com Janeth.

Apesar da diretora já ter certa idade, Logan percebeu que ela era um tanto quanto forte. Ela levou as mãos aos braços de Logan e fincou as unhas afiadas sobre ele, o que fez com que o garoto gritasse de dor e a soltasse instantaneamente.

Gotas de suor escorriam do rosto de Janeth e Logan nunca havia a visto tão vermelha e tão irada. Ela estava bastante ofegante e reuniu forças para falar:

— Você acabou de assinar a sua sentença de morte!

Logan olhou para ela com desprezo.

— Continue me ameaçando e eu só sentirei mais repulsa por você.

Logan pensou que Janeth iria partir para cima dele e matá-lo ali mesmo, mas ele percebeu que os olhos dela estavam inchados. Ela parecia estar prestes a chorar e pareceu esquecer que Logan estava ali e afundou sobre o sofá, cobrindo o rosto com as duas mãos.

— Saia daqui. — a voz dela estava abafada.

Logan suspirou e abandonou a sala antes que ele visse a diretora chorando desesperadamente e pudesse começar a sentir pena dela.


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