Poderia-se falar sobre um monte de coisas agora: de todas as pessoas andando, apressadas, de volta para suas casas, ou das pessoas – Jiraya, Neji, Sasuke, Ino, Tenten, Itachi- que se concentravam na porta dos Hyuuga, ou de qualquer outra coisa. Eu sei, gente, a história está muito shoujo, precisando de um pouco de ação. Mas como podemos falar de outra coisa quando duas pessoas que se amam estão ali, simplesmente curtindo um pouco mais de tempo, com a pessoa que a faz sentir a pessoa mais valiosa do mundo, simplesmente pelo fato de AMÁ-LA?

Hinata dormia, tranquila, enquanto Naruto a observava, serena. Ele queria saber qual era seu sonho. Será que ele estava ali? Ela pensava nele na mesma frequência que ele pensava nela? E desde quando ele tinha coragem para admitir para si mesmo que pensava nela?

Sim, eu penso. É o meu melhor pensamento, sempre me faz sentir... vivo.

Passou o dedo indicador numa pequena ruga que se formava no meio das sobrancelhas dela.

Vivo. Estou vivo, com ela.

Hinata soltou um leve gemido e um suspiro logo depois, e se encolheu toda. Por mais estranho que parecesse, era assim que ela acordava. Ele tentou segurar o riso, mas ela tinha ouvidos muito aguçados, e ouviu o reprimido risinho dele.

–...Naruto?

Havia dúvida em sua voz.

–O que você está fazendo aqui?

A pouco tempo, ela teve um sonho tão bom... Não era o tipo de sonho que seu pai ficaria feliz em saber que ela teve, mas...

Um estalo no cérebro da Hyuuga.

Não foi um sonho.

Ela então se lembrou:

A entrega total de ambos. Nunca ninguém a disse que seria assim, mas também, o fato de sentir o amor e ser totalmente correspondida, era coisa que nunca poderia ser explicada por ninguém.

E então ela ficou vermelha.

De repente teve vontade de sumir de tanta vergonha. Mas aí Naruto deu uma de suas risadinhas sinalizando que tudo estava bem.

–Naruto... O que nós fizemos?

–O que você quiser, querida.

A risada dele ficou mais forte, ele encostou a cabeça em seu ombro.

Ele parou, repentinamente, de rir e sua cabeça sumiu de seu ombro.

–O que acha que nós fizemos?

A cara da Hyuuga ficou quase roxa.

–Ahn...

Ele voltou a rir, mas desta vez foi para trás e acabou caindo da lateral da cama.

–Ahh!!

Hinata tomou um susto.

–Naruto?

Ela não viu, mas ele já estava de pé.

–Siiiim?

–Cadê você?

Tateou a sua frente e acabou se deparando com um abdômen.

–Ah! – Desta vez foi ela quem gritou, arrancando mais uma risada dele.

–Ok, Hinata, eu ficaria aqui o resto da minha vida, mas você fica muito nervosa, meu Deus! E o dia que eu chegar do trabalho e disser: mulher, vamos por umas crianças neste mundo, hein? Deixe para lá. Que seja. Agora, eu estou morrendo de fome. O que tem pra comer aqui?

–Ahn... Não sei. Tem que ver.

–Então vamos para a cozinha preparar algo para comer.

Naruto se vestiu e teve quase que rebocar Hinata da cama, pois quando ela se lembrou que não estava vestindo nada, não queria sair de debaixo dos lençóis.

–Hinata, eu já te vi sem roupas, vamos lá... – ele falou puxando uma ponta do lençol.

–Nããão – Ela gemia, puxando a outra ponta. – Você não pôs reparo porque estava envolvido numa espécie de magia. Quando ver agora, vai ter uma indigestão.

Ele riu.

–Mas você não se importou. Isso quer dizer que a tal magia estava envolvendo você também. Se você se envolver de novo, você me deixa te ver?

–Se você me prometer que não vai vomitar...

Ele começou a puxar o lençol devagar, e foi com ele para junto da Hyuuga.

–Eu prometo. – ele sussurrou ao pé do ouvido dela.

Ele começou a beijar o pescoço dela, e a medida que os beijos ficavam mais insistentes, ela ia se entregando mais, fechando os olhos e... Soltando o lençol.

Quando o lençol foi parar no chão, ele a tomou em seu colo, e deitando-a na cama, falou.

–Hinata Hyuuga, nunca mais me esconda isso.

Ele se referia ao seu corpo? Ou a qualquer outra coisa?

De repente ele a sentou na cama.

–Você vai assim lá para a cozinha?

Ela sorriu e balançou a cabeça.

–Não.

x-x-x-x

Ele tinha colocado um vestido nela, caso ele tivesse que ir embora, seu pai chegasse, ou coisa do tipo. E depois a carregou escada abaixo até a cozinha.

–Não...Naruto! me põe no chão!

Riam os dois. Estar na companhia do outro era perfeito.

Ele olhava o que tinha na geladeira, quando a campainha tocou.

~ting dong~

Ele abriu a porta. Um punhado de gente estava na porta, todos com olhares curiosos.

–Por Kami! O que aconteceu aqui?

[CONTINUA]