„My Sr.,

Today is her interrogatory. I will do it, but I think that I’m a little… Afraid. So, sorry me if I can’t do it.

Thank you,

Elliana Stewart, Supreme Angel of the 8th order.”

Eu estava nervosa. As mãos soavam e as pernas bambeavam. Mas tive que manter a pose.

– Boa sorte. – ouvi Derek sussurrar em meu ouvido e sorri.

– Vou precisar... – concordei e entrei no imenso salão.

O branco das pilastras e do gelo lá fora criava um ambiente enjoativo e claro. A pouca luminozidade das estrelas e da lua era refletida de tal forma que ela necessário estreitar os olhos para se enxergar em alguns pontos. Mas eu mantinha os meus bem abertos. Estava acostumada com a extrema claridade.

Observei a garota que se mantinha sentada na cadeira. Os olhos estavam fechados e eu sabia que ela não os pretendia abrir, era acostumada com o escuro e estes poderiam ser danificados. Peguei os óculos escuros que estavam sobre a mesa, em caso de minha necessidade, e atirei em sua direção.

– É melhor usá-los ou sua visão será danificada. – avisei e ela o fez.

Apanhei a prancheta e a pena, largando-as no ar. A pena instintivamente foi molhada na tinta negra e se aproximou do papel. Peguei também a folha contendo as perguntas necessárias.

– Qual seu nome? – perguntei, embora já soubesse. O ser apenas sorriu sarcasticamente. – Responda. – ordenei, mas, mais uma vez, pareceu não fazer efeito.

– Responda. – ouvi Derek dizer ao meu lado e ela revirou os olhos, o que nos foi permitido ver pela claridade das lentes.

– Eccher. Cassandra. – respondeu, sua voz era monótona e contrariada.

– Mentira. – retruquei. Eu sabia seu verdadeiro nome e ela me diria.

– Cassandra Eccher. – continuou, a pena anotava cada palavra do que dizíamos.

– Diga seu nome de verdade. – ordenei novamente e ela virou os olhos para Derek, que encarou-a sugestivamente.

– Vamos, Cassie... – incentivou. – Você vai responder a todas as perguntas.

– Oliveira. – respondeu depois de muita relutância. – Judite.

Sorri.

– Isso... Idade?

– 2017 anos e doze dias. – respondeu e eu arregalei os olhos, surpresa. Não pela idade dela, mas sim pela sinceridade.

– Quantos anos tinha quando... Faleceu?

– 17.

– Certo... – murmurei para mim mesma, pulando para a próxima pergunta. – Agora perguntinhas mais... Tensas. Anjos caídos são classificados por suas habilidades em graus de 0 a 100. Qual é o seu? E qual é seu número?

– Grau 97. Prestes a completar o 94º. É k917.

– Muito bom, Srta. Oliveira. – elogiei. – Ou será Sra.?

– SENHORITA, por favor. – irritou-se, levantando-se da cadeira. Apenas foi contida pelas correntes que a prendiam. Notei o olhar que Derek lhe lançou: repreensão.

– Tudo bem, tudo bem. – tentei acalma-la, mas seus olhos ainda queimavam com a raiva. – E qual foi... O motivo? De ir lá para baixo?

Ela suspirou e eu vi que aquilo a incomodava. Mas fora obrigada a responder.

– Assassinato múltiplo e manipulação.

– Seja mais específica...

– Manipulei um dos soldados, invadi a sala de armas e explodi um campo de concentração.

Ela despejou as informações em cima de mim como se fossem meras palavras. Senti meu peito doer. Não eram... Agradáveis as lembranças que sua frase me trouxera.

Permaneci mergulhada em memórias por alguns instantes, então me recompus ao perceber que todos os olhos haviam se voltado em minha direção.

– E não se arrepende disso?

– Nem um mísero segundo.

Pisquei, ainda inconformada. Eu a conhecia bem.

– E o que sabe sobre anjos... Bons?

Ela suspirou e arqueou as sobrancelhas.

– Quer que eu seja franca? – perguntou e eu assenti. – Um bando de desgraçados malditos que deveriam queimar no fogo do inferno, não que seja assim tão ruim quanto dizem. E você é ainda mais imunda por ser um dos supremos.

Assenti, eu já esperava sua reação: palavras grossas, punhos cerrados, olhos vermelhos.

“- E o que a trouxe aqui? Qual foi sua missão?”