“Dear Gabriel,

I wated to say that I’m sorry. I really wanted to say that I believe that I’m wrong and I’ll come back. But it wouldn’t be true… I hope you forgive me.

Elliana”

Deixei a carta, dolorosamente escrita em próprio punho, sobre as coisas de meu amigo. Deixei cair uma lágrima. Mais uma vez, sentia minha mente mergulhada em erros que jamais se apagariam. Sentia manchas de memórias antigas aos poucos emergirem das profundezas de meus pensamentos.

“- Elliana, você precisa ir. – dizia a voz do homem que eu tanto amara. – Não quero... Não se afogue como eu fiz.

- O que você é? – tudo o que eu podia sentir era medo. Apenas um fraco sussurro saia de minha garganta.

- O mesmo que você será se continuar comigo. – seus olhos fortes encararam os meus. E eu o vi ceder. – O pior tipo de anjo negro, meu amor. O que um dia fora anjo, mas mergulhara em pecado. O que um dia fora anjo negro, mas nem mesmo os de sua espécie quiseram. O que fora condenado a voltar a ser humano.

Apenas pude correr.”

Eu sentia-me mais perto daquele tempo. A quantas eras aquilo acontecera? Garanto que muitas.

Eu finalmente fizera a decisão. Os olhos negros que eu vira anos e anos atrás haviam despertado algo em mim que me fizera perceber a que lado eu pertencia. Fechei os olhos respirando fundo. Larguei a carta ao lado dos pertences de Gabriel e me retirei o mais rápido possível.

- E se eu quiser ser corrompida?

- Sabe que não há volta?

Respirei fundo.

- Eu quero.

Ele tocou meu rosto e seus lábios tocaram os meus.

“Provei outra vez do pecado.”