Os outros saíram da sala os deixando a sós.

_ Adeus Justin – ela sorriu e lhe deu um ultimo selinho.

Ela saiu correndo até a porta. Aos poucos ela ia se distanciando mais e mais, ela tentava engolir o choro, ela correu até alguma praça mais movimentada dali esperando que ela chegasse.

Enquanto isso o garoto agonizava de angustia, ele sabia que se não fizesse nada ele perderia o amor de sua vida.

_ Não dá, eu vou atrás dela – levantou-se procurando a chave do carro

_ Não vai Justin, você pode morrer como ela mesma disse.

_ Então ela pode morrer e eu não? Me poupe mãe, mas dessa vez não irei te ouvir.

Ele desistiu de procurar as chaves e saiu correndo contra os protestos da mãe. Ela se desesperou e o Kauã foi atrás do Justin enquanto André segurava a Patrícia.

_ Finalmente te achamos – a mulher sorriu

_ Estava demorando – ela rebateu, ela morreria de qualquer forma mesmo.

De longe ela viu o Justin e em seguida o irmão. Ela começou a correr, a mulher sacou uma arma andando atrás dela, ela não tinha nenhuma pressa, queria que aquela cena demorasse o maior tempo possível.

Kaya tinha uma arma na bolsa, uma que pegou escondido. Ela não planejava usá-la, era só para segurança.

_ Volta aqui Kaya! – Carla falou calma, ela não se importava com as poucas pessoas que passavam por ali.

_ Só se você me prometer uma coisa...

_ Diga amorzinho. – sorriu

_ Me mate, mas não machuque ninguém mais!

_ Hm... talvez se você aparecer – parou onde estava.

Ela saiu de trás de uma combe estacionada, sua mãe sorriu destravando a arma e apontando em direção a ela. Disparou três tiros seguidos. Machucando duas pessoas.

Ela sentiu alguma coisa a empurrar logo após do primeiro tiro. Ela sentiu uma dor enorme na perna, a fazendo cair. O segundo tiro disparado atingiu a Ele que falou que a protegeria. O terceiro foi no ar.

A garota olhou para o lado o vendo caído e com a blusa azul claro com uma mancha vermelha.

_ Você... você machucou o Justin! – ela falou abismada

_ Agora posso matar os dois! – falou apontando novamente a arma a ela.

Kaya pegou a arma em sua bolsa e segurou o Justin pela cintura.

_ Eu... eu prometi – Justin sorriu para a garota

_ Você é um idiota!

_ Mas eu te amo. – sorriu sentindo falta de ar.

Ela saiu da trás do carro e apontou a arma para sua mãe.

_ Eu não quero fazer isso. Realmente não. Desiste, guarda a arma. – ela falou sentindo as lágrimas rolarem por seu rosto.

_ Não, por muito tempo eu esperei isso.

_ Você não vai conseguir fazer parte de nossa família novamente, você não vai reconquistar meu pai, não vai ter nada se continuar com isso. Se você atirar eu faço o mesmo, e se eu fizer isso não será para errar.

_ Então testemos – a mulher sorriu e atirou

A Garota atirou logo em seguida, mas alguma coisa desviou seu braço fazendo apenas atingir a mão de sua mãe.

Duas viaturas estavam paradas e atacaram as duas, a garota só conseguia chorar, a mulher entrou em uma das viaturas. E alguns policiais seguraram as mãos da Kaya que se soltou e correu até o Justin que lutava em deixar os olhos abertos.

_ Vamos garota, acho melhor chamar um advogado.- o policial falou a puxando

_ Droga! Para! Cadê a ambulância?

Alguns minutos depois a ambulância chegou levando o garoto para o hospital e a garota e sua mãe para a delegacia.

Ela esqueceu a dor em sua perna e em seu braço, tendo pensamentos apenas para o Justin.

...

_ Eu nem fiz nada! – a menina falou desesperada em frente ao delegado

_ Você disparou tiros.

_ Um, só UM. E foi legítima defesa. Ela atirou quatro vezes contra mim, me atingiu duas e uma vez atingiu o filho da minha quase madrasta.

_ Vou ver se você tem ficha criminal – o delegado a olhou

_ De que? De comer muito no almoço da escola? Só se for esse crime, eu tenho dezesseis anos!

_ Muitos adolescentes da sua idade tem fichas enormes.

A garota bufou cruzando os braços.

_ Tudo bem... ficha limpa, mas sua mãe, Carla, tem uma de... tentativa de homicídio entre outros.

_ Eu estou cansada, e atirei sim, eu queria matá-la por ela ter me sequestrado, ter atirado no meu irmão antes, atirar no Justin e por me agredir.

_ Ok, você já nos contou toda a história, e o que a sua mãe falou bateu com isso, exceto a parte de atirar no garoto e te sequestrar, mas isso está óbvio. Você está liberada, mas depois vamos precisar que você compareça outras vezes, ela ficará presa por enquanto e assim também acontecerá com os dois homens que a ajudaram.

_ Ok... obrigada – falou levantando-se, mas caiu sentada na cadeira por conta de sua perna enfaixada.

_ Vamos Kaya – Kauã a pegou no colo, ela precisava fazer alguns exames e se precisasse uma cirurgia no braço e coxa.

...

Duas horas depois que a Kaya estava na sala de cirurgia uma enfermeira a levou para o quarto, ela ainda estava sonolenta. O Justin ainda estava terminando de ser cirurgiado.

_ Por muita sorte, a bala não atingiu nenhum órgão vital, mas ele perdeu muito sangue e quase morreu, ele está em coma desde que chegou no hospital, sinto muito, não temos previsão de quando ele acordará – o Doutor Simons, o melhor da cidade, deu a notícia a Pattie que estava junto com o André e Kaya no quarto.

_ Desculpa Pattie – a garota falou de olhos fechados

_ A culpa não foi sua querida, ele só te ama e queria te proteger.

_ Mas eu pedi para ele não fazer isso. E se ele morrer?

_ Querida, você está sob efeito da anestesia que tomou, para de pensar nessas besteiras. – Pattie lhe deu um beijo na testa.

Aos poucos ela adormeceu.

A preocupação se instalava entre Kauã, Pattie e André. A Kaya recebeu alta três dias depois, ela tinha que andar de cadeira de rodas com a ajuda de alguém já que não podia fazer esforço na perna nem no braço.

Tudo occorreu muito rápido, para todos.