_ Amorzinho, já pode descer do carro – o tal M. falou atrás de mim, ele ficaria no carro até eu voltar.

Subi e não tinha ninguém, guardei minhas roupas em algumas malas, peguei um pedaço de papel e escrevi:

“Eu talvez não venha mais aqui, isso pode até acontecer se eu tiver muita sorte, por favor, não falem nada a polícia, eu posso morrer – eu não ligo – e vocês também, eu me culparia eternamente se algo acontecesse com vocês. mas por enquanto...

eu amo muito vocês. Xoxo Kaya!”

Coloquei a chave em cima do bilhete e saí sentindo uma lágrima escorrer por meus olhos.

...

_ Aqui o dinheiro – entreguei a minha mãe

_ Hm... – ela deu uma leve olhada – ótimo. Já comprei o apartamento – sorriu

Naquele domingo fomos para tal apartamento, ela me fez pintar e cortar o cabelo repicado, fiquei parecendo uma das bitchs da escola.

_ Vamos no shopping agora, você vai comprar algumas roupas diferentes para você. Esse seu estilo de garota sofrida não rola.

Eu já falei que estou com vontade de matá-la?

Só espero que valha a pena.

Tomei banho, deixei meu cabelo solto com a franja jogada de lado, o cabelo me dava uma expressão rebelde, passei lápis e delineador junto com bastante rímel. Coloquei um batom cor de boca e vesti uma roupa.

(Roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=44170055&.locale=pt-br)

Fui para o shopping, ultimamente eu vivia com GPS, o que era um saco, pois eu não poderia dar um passo para o lado contrário e já avisava.

Comprei algumas coisas de cor e o que prevaleceram foram vestidos, shorts e sapatos.

Eu estava em uma loja quando ouvi duas vozes conhecidas, olhei para o lado e Kauã e Justin me olharam, ferrou! Virei minha cabeça rápido e peguei uma roupa para ir pagar.

Saí sem olhar para os lados.

Tudo bem, não tinha problema se eles vissem, mas me seguiriam, e seria um fim para todos.

E Minha mãe não queria que eu tivesse nenhum tipo de contado.

Justin –

Eu a deixei ir, depois do abraço que ela me deu. A deixei ir sem pedir desculpas depois do grande erro que cometi.

Me sinto a pessoa mais idiota do mundo, ela saiu de casa por minha culpa, eu nunca deveria ter feito oque eu fiz. Tudo bem, não sou o total culpado disso tudo. Ou sou... argh.

_ Justin meu filho, você não vai sair com o Kauã? Vocês planejaram essa festa juntos... – Minha mãe falou da porta de meu quarto.

_ Não mãe, não quero.

A mais de três semanas atrás eu virei um sedentário, só ia para e escola e não fazia mais nada, a Kaya só foi uma vez e ela estava loira, acho que ela mudou de escola.

_ Justin – minha mãe se aproximou – se você for a essa festa... eu te conto uma coisa sobre... ela.

Ok, enfraqueci, eu precisava ter alguma notícia dela.

_ Jura?

_ Está me chamando de mentirosa Justin?

_ Não mãe! – sorri e lhe dei um beijo na testa

_ Eu prometo – sorriu e me deixou só no quarto.

...

Não sei o que estávamos esperando, minha mãe mentiu, é dona Pattie, estou chateado com você, ela disse “vou esperar ela mesma dizer”. Ótimo, estou parecendo um urso panda por isso.

Ouvi a campainha tocar, fui atender.

Era ela... ela ainda estava loira, ela usava óculos escuros grandes e uma roupa totalmente fora do que ela deveria usar em um dia de calor como esse.

XXX-

Dias e dias se passavam e a garota continuava com sua mãe – a Carla – a cada dia que se passava ela pensava em fugir, mas saberia das consequências que atingiriam a quem ela mais ama.

Ela estava afim de por um fim nisso, um fim nesse “inferno” como ela mesma a chamava. Ela andava dia e noite com um GPS, Mas sempre que ela não estava acompanhada de ninguém usava o aparelho para transmitir voz.

Mas que se dane, ela iria colocar para fora tudo que estava entalado em sua garganta.

(roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=44170020)

Ela foi andando até a casa de seu pai que havia reunido quem precisava ali mesmo, aquilo seria uma despedida. Ela tocou a campainha e foi atendida pelo Justin.

Ela abaixou o olhar deixando uma lágrima escorrer ao pensar que seria a ultima vez que o veria.

_ Pode entrar – Justin sussurrou lhe dando passagem.

A garota entrou e sentou-se na cadeira mais longe do que todos estavam.

Ela checou em seu celular a hora e quantos minutos teriam.

_ Filha, você disse que queria conversar conosco... – André (nome do pai da Kaya kk) falou

_ É – falou em voz baixa – eu só tenho dez minutos antes que venham atrás de mim, eu queria que vocês pedissem proteção da polícia, FBI... não importa, eu estou com uma escuta e tudo que eu falar aqui irá prejudicar a vocês e principalmente a mim. Eu acho que apenas meu pai sabia, mas eu estou morando com minha mãe e dois homens, também ex presidiários, e eu sou ameaçada constantemente. Eu só quero a proteção de vocês. Em todo meu corpo tem marcas roxas, os meus olhos estão roxos e cortados, minhas pernas estão horríveis. E eu não quero isso para nenhum de vocês, prometam que quando eu sair daqui não irão atrás de mim e vão ligar imediatamente para a polícia pedindo proteção? – um silencio invadiu a sala – prometem?

_ Tá filha... nós prometemos... mas...

_ Por favor, não falem nada – ela falou e sentiu seu celular vibrar.

“Estamos indo atrás de você amorzinho!”

_ Droga – murmurou – eu preciso ir – sorriu sem mostrar os dentes.

_ Kaya, por favor não vai – o Kauã falou já chorando.

_ Eu queria muito ficar aqui com vocês... mas não dá! – ela o abraçou – eu te amo muito, por favor, nunca esqueça de mim.

_ Eu não vou esquecer.

_ Tchau pai – deu um beijo e um abraço – tchau Pattie – sorriu lhe dando um beijo na testa – tchau Justin – lhe deu um beijo na bochecha e o melhor abraço que poderia lhe dar.

_ Eu vou te proteger – ele sussurrou

_ Você não pode, me promete que não vai tentar bancar um de herói, você pode se machucar – falou sorrindo

_ Não posso te prometer isso Kaya – ele lhe deu um selinho e aprofundou em um beijo ali na frente de todos – me desculpa por tudo, mesmo...

Era uma sena bonita, mas ninguém imaginava o que ainda estava por vir.