Chrono Crusade - After Heaven escrita por Mirytie


Capítulo 34
Capítulo 34 - Vaticano


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Os dois exorcistas tinham as armas apontadas a Chrno e os exorcistas faziam o melhor para proteger Madalena…em vez de Rosette.

– Já chega! – gritou Rosette abraçando-se a Chrno – Pára!

– Está tudo bem.

Com uma calma inquebrável, Trugy apareceu em frente a Chrno, tocou-lhe e viu-o a cair, inconsciente, provando que era mesmo uma “anti-demónios”. Depois, com um movimento, ergueu uma barreira entre eles e os elementos da ordem, o que também desfez a barreira da Ordem.

– Vamos ser civilizados por momentos. – pediu Trugy – Porque é que não largam as armas? Como podem ver, o Chrno já não vos pode fazer mal.

– Entregue a Santa! – exclamou um dos exorcistas.

Trugy olhou para Rosette, viu traços de sangue na cara dela e suspirou.

– Tinham mesmo de a trazer? – perguntou Trugy, referindo-se a Madalena – Olhem o que é que aconteceu.

– Entregue a Santa! – repetiu o exorcista, com a arma, agora apontada a Trugy.

– Pode tentar disparar. Mas a bala só vai ser repelida pela barreira. – Trugy olhou para Rosette – Ele vai ficar bem. Esta barreira não faz mal a demónios.

– Bem, obrigado pelo aviso.

Trugy virou-se para trás e viu Aion que passou por trás dela, em direcção a ela.

– E obrigada por tirares o Chrno do jogo. – agradeceu Aion – Eu nunca estaria aqui se ele estivesse descontrolado como estava.

– Aion…

Aion sorriu quando viu Trugy a tremer. Tal como Rosette, quando ele raptara Joshua, Trugy estava cheia de raiva mas, depois de o ver, não sabia como reagir. Bastava um toque de Trugy para que ele ficasse como Chrno ou até morresse, mas ela continuava parada.

– Sabes, eu tenho um certo “acordo” com a Ordem. – quando viu Aion a aproximar-se, Rosette olhou para a sua arma, mas esta estava muito – Estás a ver, eu já não tenho interesse na Santa. – Aion parou em frente a Rosette, baixou-se, agarrou-a pelos cabelos e puxou-os até ela estar de pé – Talvez mais tarde, mas não agora. No entanto, a Ordem está bastante interessada aqui na Rosette. E eles disseram que, se eu conseguisse levá-la até eles, eles deixavam o Chrno em paz.

– O qu…

– É verdade. – Aion sorriu para Rosette – Não é engraçado como os crentes pedem ajuda aos pecadores por causa de uma coisa assim? Mas creio que eles já devem estar habituados a confiar em pecadores, certo, Rosette?

– Deixa o Chrno em paz! – exclamou Rosette, tentando libertar-se.

– Ou o quê? – perguntou Aion – Sem as tuas armas, não és nada mais de o que uma humana, até o despertar. Oh, e eles têm coisas interessantes preparadas para ti quando “acordares”. Mal posso esperar.

– Trugy! – chamou Rosette mas, ao ver que ela não se mexia, levou a mão ao compartimento escondido por baixo da saia, pegou num frasco de água-benta e atirou-a contra Aion. Este largou-a imediatamente, e ela voltou a ajoelhar-se ao lado de Chrno – Deixa-nos em paz, desta vez!

– Não queria fazer outra coisa. – disse Aion, aproximando-se de novo – Mas o Chrno é meu. Eu só deixei que o levasses emprestado, percebeste? – ele baixou-se e pegou nela com um braço – Já te agradeci por o acordares antes, certo? – Aion estendeu as asas e olhou uma última vez para Trugy – A cabeça do teu pai também vai ajudar a Ordem. Deviam agradecer-te.

Trugy olhou para o lado, mas Aion já ia longe, com Rosette ao colo. Ela ainda conseguiu ouvir os exorcistas a dizerem “atrás dela!” mas ela não conseguia focar-se. Quando Chrno começou a acordar, olhou para Trugy.

– Onde é que está a Rosette? – murmurou Chrno, ainda fraco.

Trugy caiu de joelhos no chão e sentiu uma lágrima a escorrer pela face. Tinha falhado ao pai.

Aion aterrou no Vaticano, em frente à primeira Ordem alguma vez criada. Lá, esperavam-no dois exorcistas e um oficial próximo ao Papa. Aion escondeu as asas e atirou Rosette para a beira deles. Esta tropeçou e caiu de joelhos no chão.

– A minha parte do acordo. – disse Aion – Agora, é a vossa vez.

– Tal como acordado, vai ser emitida uma mensagem para todas as Ordens a dizer para deixar o pecador Chrno em paz. – disse o oficial, enquanto os exorcistas levantavam Rosette – Gostaria de dizer que foi um prazer fazer um acordo consigo, mas seria mentira.

– Não seja assim. – Aion sorriu – Ouvi que só vos falta dois apóstolos. Se quiserem, posso traze-los.

– Não nos interessam. – disse o oficial, surpreendendo Aion – Conseguimos trabalhar sem eles.

– Vão fazer o “acordar” sem todos os apóstolos presentes? – perguntou Aion, curioso – Como?

– Acho que isso não tem nada a ver consigo. – o oficial virou costas – Tragam a Santa!

Enquanto era arrastada pelos ombros, Rosette olhou para trás e viu dois portões a trancarem-se atrás dela. Depois olhou para o grande edifício para onde a estavam a levar e reconheceu-o dos livros que tinham-lhe dado a estudar quando ela estudara para ser exorcista. Aquela era a Ordem do Vaticano.

Só os melhores exorcistas conseguiam trabalhar ali. Ela nem sequer tinha sido destacada para testes que eles faziam para escolher exorcistas por isso, como é que iria escapar dali?

– Peço desculpa por ter de ser assim. – disse o oficial, depois de a trancarem numa cela – Mas disseram-me que é uma exorcista. Temos medo que tente fugir se estivesse num quarto normal. No entanto, se precisar de alguma coisa, é só pedir. Vão estar sempre presentes dois exorcistas aqui. – ele olhou para eles – Cuidem bem da Santa. Eu vou informar o Papa que a ela já está aqui.

Tinham ficado tão descuidado até no Vaticano, pensou Rosette, enquanto levava a mão ao compartimento escondido por baixo da saia.

– Peço desculpa. – chamou Rosette docemente, fazendo com que os dois guardas se aproximassem – Vejam.

Ela esticou os braços para que eles vissem as ligaduras ensanguentadas e a pingar sangue. Quando eles se baixaram para ver melhor, ela deu um passo em frente e empurrou a cabeça de um contra a do outro de maneira a que eles ficassem inconscientes. Ela esticou-se, tirou as chaves a um dos exorcistas e abriu a cela.

Ia a fugir mas, primeiro, tirou-lhes as pistolas e os punhais. Pôs os punhais e uma das armas no compartimento secreto e começou a correr com a outra arma na mão. Quando chegou à saída, encostou-se à parede, abriu um pouco a porta com outra das chaves que tinha tirado ao exorcista e viu mais dois à entrada. No entanto, aqueles não pareciam exorcistas. Simples guardas? A sério?

Rosette suspirou, desiludida.

Com a arma preparada, abriu a porta com força, fazendo com que esta batesse na cabeça de um dos guardas. Antes de a mão do segundo chegar à pistola, Rosette bateu-lhe com a mão no pescoço de maneira a que ele também ficasse inconsciente.

Olhou para o quintal aberto e apertou a pistola contra o peito. Era daquilo que ela tinha mais medo: um espaço aberto onde não se podia esconder de qualquer maneira e era facilmente avistada.

Viu os portões e franziu as sobrancelhas. Seria fácil se sair dali resolvesse os seus problemas, mas tinha de impedir que o Aion fizesse alguma coisa ao Chrno e proteger o seu irmão e a Azmaria.

Olhou para os pulsos e pensou por momentos que o “despertar” seria a melhor maneira de parar o Aion. No entanto, abanou imediatamente a cabeça. Ela NÃO era a Santa. Era uma exorcista e ia parar o Aion como uma.

Tal como ia sair dali como uma.

Rasgou a saia de maneira a conseguir chegar ao compartimento preso à sua coxa mais facilmente. Rasgou as mangas da camisola e apertou melhor o tecido em volta da sua testa, limpando depois os restos de sangue na sua cara.

Teria de correr antes de os guardas dessem o alerta. Deu um passo em frente mas, quando pressentiu alguém ao seu lado, virou-se imediatamente e apontou a arma à testa do homem.

No entanto, quando viu o Papa à sua frente, abriu a boca e deixou cair a arma.

Santa ou não, tinham-na ensinado desde pequena a não ir contra nada que o Papa dissesse, porque ele tinha criado as Ordens, os exorcistas e praticamente tudo em que ela acreditava. Era por isso que estava de momento, sentada no escritório dele, sentada em frente a ele. Atrás do Papa, em pé, estava o oficial, com as sobrancelhas franzidas. Rosette estava com a cabeça baixa, como uma menina à espera do castigo dos pais.

– Eu ouvi dizer que era uma exorcista. – disse o Papa, com um sorriso – Parece que é verdade.

– Peço desculpa. – disse Rosette, sem sequer saber porque é que o estava a fazer.

– O Vaticano deixou-a fazer muita coisa, no passado. – continuou o Papa. Rosette continuava com a cabeça baixa – Até ouvi dizer que a deixaram ter um demónio como companheiro.

Rosette levantou subitamente a cabeça.

– O Chrno não tem nada a ver com isto! Ele só estava a tentar proteger-me! – Rosette levantou-se – Tem de o trazer até aqui!

– O que é que está a dizer!? – perguntou o oficial, extremamente chateado – Não fale com a Sua Santidade dessa maneira!

– Quem é a Santidade nesta sala? – perguntou o Papa – Não fale com ela assim.

Rosette cerrou os pulsos e voltou a sentar-se.

– A posterior Santa, também era você, certo? – perguntou o Papa, vendo Rosette virar a cabeça – É realmente um milagre o facto de estar de volta.

– Um milagre? – murmurou Rosette, olhando para os pulsos – Quem chamaria isto de milagre?

– Tenho conhecimento que as outras reencarnações também estão de volta. Mas a escolhida por Ele foi você. – o Papa viu Rosette a trincar um lábio – Parece que se está a debater contra as suas crenças…?

Rosette olhou para o Papa, mas não disse nada.

– Já não crê Nele? – perguntou o Papa.

– Da primeira vez… - começou Rosette – Da primeira vez que vivi, acreditei que eu tinha uma razão para viver mas, quando estava prestes a morrer, comecei a questionar a minha existência. Apesar de ter feito aquilo tudo para recuperar o meu irmão, quando nos reencontramos, ele não me reconhecia. Deixei amigas para trás que sofreram por eu ser covarde e não ter-me despedido delas. Deixei uma menina com o coração despedaçado e arrastei a pessoa que mais amava comigo. A única consolação que tive nos meus últimos segundos da minha vida foi a certeza de que tinha dado a vida para livrar o mundo do Aion. Mas, mais tarde descobri que era mentira e, que a menina que deixei com o coração despedaçado, deu a vida para fazer o que eu não consegui. Voltei e descobri isso tudo. Qual é o plano Dele? Não quero questioná-Lo. Mas já não quero fazer parte dele. Então, porque é que tenho de viver outra vez? Porque é que tenho de ser a reencarnação outra vez? Porque é que o Chrno está outra vez em perigo por minha causa? Eu não quero viver outra vez. Principalmente quando penso que toda a gente que conheci e amava está morta.

– O plano Dele é inquestionável. – disse o Papa – Mesmo que estejas confusa, tudo fará sentido no fim.

– Ouvi dizer que vão tentar controlar-me, como o Aion me controlou na minha vida anterior. – disse Rosette, chocando-os – Se me transformar numa marioneta e acabar por mata-lo, o que é que vai acontecer?

– Vai ser capaz de salvar milhares de vidas. – refutou o Papa.

– Mas não aquelas que quero proteger. – disse Rosette, levantando-se – Eu não vou tentar fugir outra vez por isso, tragam as pessoas que quero proteger até mim. Eu farei tudo o que querem que eu faça.

Depois de Rosette sair, o oficial olhou para o Papa.

– Ouvi dizer que a segunda reencarnação cooperava mais . – comentou o oficial.

– Não questiones a Santa. A integridade das reencarnações vai aumentando com o tempo. Depois do “despertar”, trás o rapaz que consegue controlá-la. – disse o Papa, levantando-se – Entretanto, traz as pessoas que ela quer proteger até aqui.

– Mas, Sua Santidade, ouvi dizer que uma dessas pessoas é um demónio de nível nove. – disse o oficial – E fizemos o acordo com o pecador chamado Aion.

– Traz o demónio de nível nove. Temos meios de o matar, se for preciso. – disse o Papa – Acordos com pecadores são quebráveis. Descobre tudo sobre esse Aion. Sobre o que ele quer do demónio de nível nove.

O oficial fez uma vénia e saiu.


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Notas finais do capítulo

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