Chrono Crusade - After Heaven escrita por Mirytie


Capítulo 33
Capítulo 33 - Nascer do Sol


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172865/chapter/33

Maria Madalena estava no momento, dentro de um carro da Ordem, em direcção à casa aonde o Padre achava que Chrno e Rosette estavam escondidos. Enquanto isso, Remington estava a caminho do local onde tinham escondido Tyler. A razão para não ir com Madalena era simples. O Padre achava que ela conseguia convencer mais facilmente Chrno, do que ele. Com ela, iam seladores e dois exorcistas num carro atrás dela.

Madalena olhou pela janela, para o nascer do sol. Lembrava-se que tinha sido mais ou menos ao nascer do sol que tinha dado a sua vida a Chrno. E, no entanto, apesar de terem ficado ligados a partir daquele momento, porque é que ele ficava sempre do lado da terceira reencarnação?

Rosette acordou e sentou-se na cama, com a sensação de que estavam a falar dela. Quando olhou para o lado e viu Chrno a dormir na cadeira, suspirou, levantou-se e cobriu-o.

Porque é que Trugy ainda não estava ali?

Rosette espreguiçou-se e pôs outro cobertor pelas costas quando sentiu um arrepio. Ao ver o sol a entrar pelas frechas das janelas, sorriu e dirigiu-se até à porta até ouvir carros a parar à frente da casa. Olhou por uma das frechas e viu Madalena a sair de um dos carros. Instintivamente, pegou numa cadeira e encostou-a contra a porta.

Ao virar-se para olhar para Chrno, deixou cair o cobertor.

– Chrno. – sussurrou ela. Surpreendentemente, ele acordou e olhou para ela – Eles estão aqui.

– Quem? – perguntou Chrno, confuso quando ouviu a maçaneta da porta a ser forçada – A Ordem?

Rosette anuiu.

– Madalena também veio com eles. – disse Rosette, começando a arrastar a mesa.

– Porque é que ela também veio? – perguntou Chrno, pondo simplesmente uma mão contra porta – Pára de fazer coisas desnecessárias. Eu estou no meu modo natural. Não preciso de muito para os parar.

– Não é como se estivesse doente. – resmungou Rosette – De qualquer maneira, não posso aproximar-me de Madalena, ou a quinta marca pode aparecer.

Chrno anuiu.

– E onde é que está a Trugy? – perguntou Chrno, como se Rosette soubesse – Precisávamos dela, agora. Eu não quero usar força contra eles.

– De qualquer maneira, temos de sair daqui. – suspirou Rosette – Não esperava que eles se lembrassem deste sitio tão rapidamente.

– Provavelmente foi o Remington. – disse Chrno – Vê as traseiras.

Rosette anuiu e foi até as janelas da parede oposta, mas viu dois exorcistas.

– Estamos cercados. – informou Rosette.

– Saímos por cima? – sugeriu Chrno.

– Eles já devem estar preparados para isso. – respondeu Rosette.

Quando ouviram a voz de Madalena, vinda do lado de fora, olharam os dois para a porta.

– Nós não vos queremos fazer mal. – começou Madalena – Mas, Rosette, tu tens de voltar para o hospital. Chrno, se não fizeres o que eles dizem, vão considerar-te um traidor. A vocês os dois.

Surpreendentemente, Rosette foi mais afectada pelas palavras de Madalena do que Chrno.

– Talvez seja melhor sairmos. – murmurou Rosette, chocando Chrno – A Ordem confia em ti. Se pensarem que me raptaste, vão perdê-la.

– O que é que estás a dizer? – perguntou Chrno, confuso – Eu só quis a confiança deles no passado para estar ao teu lado e poder ajudar-te a recuperar o Joshua.

– Chrno. – Madalena chamou – Eles disseram que não vão fazer nada se saíres com a Rosette.

Chrno olhou para Rosette e chamou-a com a mão. Levantou-lhe as franjas e viu os símbolos que Trugy tinha feito a desaparecerem aos poucos. Esperava que aguentassem mais um pouco.

– O que é que estás a fazer? – perguntou Rosette.

– Os exorcistas que viste conheciam-te? – perguntou Chrno.

– Quase ninguém me conhece nesta Era a não ser o Padre, a Irmã, a Fiore, a Satella e a Azmaria…e Madalena. – acrescentou Rosette – Porquê?

– Para trás! – gritou Chrno, enquanto punha um braço à volta do pescoço de Rosette – Vamos sair!

– O que é que estás a fazer!? – exclamou Rosette, quando ele abriu a porta.

Quando deu de caras com Madalena, Rosette deu um passo atrás e foi contra Chrno, que continuava a prendê-la.

– Se se aproximarem mais, mato a Santa! – disse Chrno, chocando todos os presentes, incluindo Rosette.

O Padre não tinha previsto aquela situação. Porque ele sabia que Chrno nunca seria capaz de fazer mal a Rosette, mas nenhum dos presentes sabia-o.

– Só queremos conversar. – disse um dos seladores, levantando as mãos – Não faça nada à Santa!

– Santa, santa. – murmurou Madalena – Vá lá, Chrno, se estás a falar a sério, porque é que não a matas?

– Senhorita! – exclamou outro dos seladores.

– Ele não é capaz! – gritou Madalena – Não foi capaz de matar-me e não é capaz de matá-la, agora!

Rosette olhou para Madalena, libertou-se de Chrno com facilidade, pegou numa pistola e apontou-a à sua cabeça.

– Então, saiam da frente. – pediu Rosette, com delicadeza – Ou eu vou morrer nesta casa pela segunda vez?

– Ela não é capaz. – garantiu Madalena, com um sorriso – Quem é capaz de cometer suicídio na situação dela.

Rosette destravou a arma, fazendo o coração de Chrno parar durante alguns segundos.

– Rosette. – murmurou Chrno – Para de brincar.

– Eu não estou a brincar, Chrno. – disse Rosette – Eu disse-te ontem que era melhor uma pessoa morrer para salvar centenas, do que sobreviver à custa dessas vidas.

Quando sentiu uma dor aguda na cabeça, levou os dedos à testa, olhou para eles e viu sangue.

– E a quinta está aqui graças a ela. – disse Rosette olhando para Madalena, enquanto deixava o sangue escorrer pela face – Querem reportar que deixaram a “Santa” matar-se por não se afastarem?

Enquanto os seladores falavam entre si, Chrno rasgou um pedaço da sua capa branca, foi por trás de Rosette, levantou-lhe as franjas e começou a enrolar o tecido em volta da testa dela.

– É a primeira vez que vês a quinta marca? – perguntou Rosette, quando viu a cara branca de Madalena – Porque é que eu tive a marca antes de ti? Não achas que é um pouco injusto?

– Rosette. – murmurou Chrno, quando viu o dedo dela a tremer, a centímetros do gatilho – Vamos sair daqui.

– E vamos para onde, Chrno? – perguntou Rosette, com as lágrimas nos olhos – A quinta marca apareceu. Vai-se repetir. Tudo.

Chrno pegou nela ao colo e estava a preparar-se para voar quando activaram uma barreira que o fez cair, juntamente com Rosette. Quando viu as queimaduras a aparecerem na pele de Chrno, Rosette largou a arma e aproximou-se rapidamente.

– Chrno. – murmurou Rosette, vendo os olhos dele a ficarem vermelhos – Tem calma.

– Tirem dali a Santa! – exclamou um selador para outro.

No entanto, quando ele ia a agarra-la, Chrno agarrou-a do outro lado e levantou-se, com os cornos à vista e os olhos completamente vermelhos.

Remington olhou para Trugy e suspirou, enquanto pensava em como ela tinha entrado na Ordem sem ninguém perceber. Bem, não valia a pena perguntar-lhe. Mas ela estava em frente à porta do quarto de Taylor, impedindo a passagem de Remington.

– O que é que queres agora, Trugy? – perguntou Remington.

– Já leu o livro? – perguntou Trugy a Remington – Já leu o livro? Lembra-se quando a Rosette foi controlada pelo Aion? Desde então, a Ordem tem pesquisado uma maneira para fazer o mesmo sem ter de usar poderes demoníacos.

– Como é que sabes…

– Eu sei de muita coisa. – interrompeu Trugy – Parece que o Taylor também sabe muita coisa. Mais coisas do que a Ordem, uma vez que ele conseguiu trazer o Chrno e a Rosette de volta, quando a Ordem limitava-se a esperar pela próxima reencarnação. Com certeza que ele também deve saber de uma maneira para controlar a Santa quando ela “acordar”. Sim, tenho a certeza que ele sabe. Não acha?

– Trugy, a Ordem só quer o melhor para a Rosette. – disse Remington, vendo Trugy começando-se a rir.

– Por favor. – disse ela – Você sabe que isso não é verdade.

– O que é que tencionas fazer? – perguntou Remington – Raptar o Taylor?

– Eu? Não. Já tenho a Santa protegida, não preciso do Taylor. – respondeu Trugy – E não gosto dele. É fanático. Rosette só ficaria em piores condições se eles estivessem por perto.

– Então o que é que estás aqui a fazer? – perguntou Remington.

– A dar tempo para o Chrno mostrar aos vossos rapazes que não vai deixar que eles levem a Rosette. – Trugy apontou para longe, onde um raio negro subia até aos céus – Não devia ter mandado Madalena sozinha. Não se preocupe. Não vou deixar que ele magoe ninguém. Afinal, a Azmaria e o Joshua devem estar a chegar.

– Trugy…

– Ah, já me esquecia. – interrompeu Trugy, antes de desaparecer – Pelo que estou a sentir, a Rosette já tem a quinta marca. Acho que tem de reportar isso à Ordem, certo? E também acho que deviam reavaliar o nível que atribuíram ao Chrno, antes que o Aion lhe deite as mãos outra vez.

– Isso…

– Aposto que ele já lhe disse que um nível nove pode transformar-se num nível dez, certo? – perguntou Trugy, vendo Remington a abrir a boca – Parece que acertei. Tenham cuidado. Já está para perto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chrono Crusade - After Heaven" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.