Feliz um ano de: escrita por Anny Andrade


Capítulo 4
Um ano sem beijo...


Notas iniciais do capítulo

Não é a melhor fic de todas, mas e especial para Winnie Cooper... Minha amiga Cláudia que ama esse casal!!! Hugo e Lily precisam comemorar o "um ano sem beijo" deles...



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Ele estava na poltrona de frente para a lareira tentando se concentrar na música que ouvia, tinha contrabandeado um aparelho que sua mãe havia inventado e que era muito útil para afastá-lo do mundo. Então o rock pesado de letras gritadas o afastava das conversas que seus amigos tinham.

            Ele ainda não entedia porque precisavam passar os fim de semanas dentro do castelo. Deveriam liberar as visitas para casa, sempre escutou que nas escolas trouxas os fim de semanas eram livres, e ele estava precisando sair com os amigos trouxas, eles sempre combinavam de ir a shows enquanto ele permanecia em uma sala comunal ouvindo sobre feitiços que deram errado. Aquilo o irritava profundamente.

            — Hugo... — Lily estava parada em frente ao primo há alguns minutos. — Hugo... — Ela suspirou profundamente e gritou. — Accio fones de ouvido!

            Os fones voaram da cabeça do ruivo e pararam sobre as mãos da garota que exibia um sorriso maroto. Ela ignorou a cara do primo e colocou os fones nos ouvidos, escutou três segundo e os tirou com uma expressão de horror no rosto.

            — Éca! Poderia pelo menos me ignorar com músicas boas e não com essa gritaria toda. — Lily disse desligando o aparelho.

            — Só porque você gosta de musicas bruxas não significa que sejam melhores que as trouxas. — Hugo disse pegando seu aparelho de volta.

            — Sei... — Lily ignorou o primo. — Por que não está arrumado?

            — Arrumado?

            — Hugo... — Lily se aproximou. — Você aceitou em sair comigo para comemorarmos ou melhor esquecermos o que aconteceu há um ano.

            — Aceitei? Quando? — Hugo pensou. — O que aconteceu?

            — Você está falando sério? — Lily revirou os olhos. — Aceitou na hora do almoço de ontem... E o que aconteceu foi o nosso primeiro e infelizmente o único beijo.

            — Eu pensei que você tivesse gritado para que eu me esquecesse desse dia fático da sua vida... Não gritou? — Hugo olhou para ela.

            — Hum... Talvez... — Lily corou. — Mas foi algo importante, e precisamos ao menos conversar sobre isso. Ou o porquê de nenhum de nós dois ter beijado outra pessoa.

            — Quem disse que não beijei? — Hugo perguntou com as orelhas vermelhas.

            — O seu mau humor constante, seu vicio em eletroeletrônico bruxo, e também essa mania de escutar gritos ao invés de musicas. — Lily disse confiante.

            — Meu suposto mau humor é culpa dos meus fins de semanas aqui e não no mundo com meus amigos, eu gosto de novidades sejam bruxas ou trouxas, e minhas músicas são verdadeiras obras de arte. — Hugo respondeu sério.

            — Hugo... — Lily usou a arma secreta. Biquinho, olhos tristes e voz manhosa.

            — Tudo bem... Mas preciso me arrumar?

            — Sim... Ficarei esperando... — Lily disse contente.

            Depois de quase uma hora o ruivo apareceu com uma calça jeans desbotada, e com uma camiseta que havia ganhado do pai de Lily, ele era o único da família além de sua mãe e avô que entendia seu gosto por músicas trouxas, por isso a camiseta preta da banda Green Day caia perfeitamente sobre seu corpo que começava a se desenvolver devido os treinos de quadribol. Hugo treinava sozinho ou com seu único amigo dali, não queria participar do time da casa, mas gostava do jogo em si.

            — Pronto... — Ele respondeu cansado. — Vamos para a casa do Hagrid, para o salão principal, para o lago, ou você quer somente ir passear pelo castelo?

            — Nenhuma das opções senhor bruxo do rock. — Lily sorriu. Ela usava uma saia rosa com uma blusinha branca e nos pés saltos altos.

            — Para onde vamos então? — Hugo perguntou começando a ficar curioso.

            — Um lugar especial... Afinal possivelmente somos os únicos do castelo, tirando as crianças, que estão há um ano sem beijar ninguém. — Lily disse séria, mas aos poucos sorriu animada.

            — E o estranho é o Hugo, porque ele se veste como um trouxa maluco. — O ruivo disse imitando as amigas da prima.

            — Quieto... — Lily o puxou para fora da sala. — Vai ser divertido.

            — Para você? Ou pra mim? — Hugo perguntou assustado.

            — Para os dois... — Lily respondeu o puxando pelo castelo.

            Lily fez Hugo ficar parado enquanto ela passava três vezes em frente a uma parede. De repente uma porta apareceu e ela sorriu confiante para o primo.

            — Fecha os olhos.

            — Lily...

            — Por favor, Hugo... — Ela o encarou. — Por mim...

            — Tudo bem... — O ruivo fechou os olhos e deixou que ela o guiasse para dentro do local.

            — Quando eu contar até três você abre os olhos, certo? — Lily perguntou.

            — Certo...

            — Promessa?

            — Promessa Lily... — Hugo disse e acabou rindo, aquele jeito da prima sempre mexia com ele.

            — Um... — Ela disse no ouvido dele fazendo com que um arrepio se instalasse pelo corpo de ambos. Ela sorriu esperando o efeito passar. — Dois... — Ela fez a mesma coisa no outro ouvido e mais uma vez esperou o efeito se desfazer. — Três...

            Os olhos deles se conectaram no mesmo instante que a ruiva juntava seus lábios os transformando em apenas um. O beijo não foi como o primeiro. Não foi rápido, e nem constrangido. Foi um beijo profundo que deixou as línguas se conhecerem, foi um beijo de verdade com toques indo além dos ombros, e com pensamentos indo mais longe que as possibilidades. Foi um beijo comemorando o primeiro beijo deles. Quando se separaram levou algum tempo para que a voz voltasse.

            — O que foi isso? — Hugo perguntou quando já se olhavam a centímetros de distancia.

            — Um beijo... — Lily respondeu. — Um beijo de verdade... Um beijo que eu tive que esperar por um ano inteiro...

            — Não estou entendendo... — Hugo disse olhando em volta. A sala precisa estava repleta de discos e pôsteres de bandas que a prima nem sabia o nome, ou fingia não saber. — Onde estamos?

            — Na sala precisa, no lugar perfeito para você, com suas bandas preferidas... — Lily sorriu. — Deveria entender Hugo... Você é inteligente, e eu sou obvia.

            — Lily...

            — Eu nunca esqueci o nosso primeiro beijo, e também queria que não esquecesse... Mas nós somos primos... Sempre ficaremos no primeiro... Nunca chegaremos ao único, ao ultimo... — Ela suspirou. — Eu quero que sempre comemoremos o primeiro beijo com algo inusitado, algo que o torne em primeiro novamente.

            — Por que nunca...

            — Nunca te disse porque é errado querer te ter para mim, quando sei que não seremos um do outro... — Lily sorriu. — Mas eu posso te dar um primeiro beijo no meio do que mais ama.

            — Com a pessoa que mais amo...

            — Como?

            — Por que acha que não beijei mais ninguém? — Hugo disse constrangido. — Porque não valeria a pena...

            — Eu não beijei porque sei que o gosto não seria o mesmo... Queria sentir essa sensação com você...

            — Feliz primeiro beijo... — Hugo disse e dessa vez tomou a iniciativa de beijá-la enquanto pedia mentalmente que a música começasse a ser tocada.

            Entre o rock trouxa, o primeiro beijo perdeu a conta de quantos outros foram trocados entre o errado e impossível, mas sendo sempre verdadeiro e indispensável.

            — Feliz um ano sem beijar Hugo... — Lily sorriu voltando a envolver o pescoço dele em seus braços.

            The End.


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