- Você esta tão bondosa ultimamente. – O Axl ainda não tinha levantado da cama.

- Impressão sua. – Eu secava meus cabelos na toalha após o banho.

- Tem mesmo que ir para escola? – Que safado! Ele queria mais?

- Bom eu estou a um bom tempo sem aparecer. Seria legal passar direto e ver meus planos futuros tipo faculdade. – O Axl estava mais maleável de se conversar após a chegada do pequeno ruivo.

- Você é mulher de um rock star, não precisa de mais nada a não ser eu. – Humildade zero para ele.

Fui para escola. Era estranho voltar na nova escola e ver tantas pessoas me olhando com curiosidade. Eu era esposa de Axl Rose. Não era a estranha que chegou semanas atrás naquele antro.

Eu dividia meu tempo entre ficar a toa e estudar. Ou seja, meu horário livre era muito produtivo. Ás vezes alguns eventos com Axl, algumas gravações ou reuniões na casa dos membros, mas nada que me pregasse a uma rotina.

A droga do DNA demorava milênios para sair. Era um teste de paciência que eu já tinha perdido.

- Quando acha que essa porcaria de DNA vai sair? – Eu estava na bancada da cozinha observando Axl assassinar alguma coisa comestível.

 As folgas de Bertha eram duras, normalmente jantávamos fora ou pedíamos uma pizza, mas hoje ele tinha teimado em cozinhar.

- O prazo era de dois meses. Ainda faltam algumas semanas. Pode me ajudar com o macarrão? – Era muitíssimo engraçado ver Axl com um avental. Não combinava era uma cena muito bizarra.

- Posso ligar para comida pronta, serve? – Meus dotes culinários eram tão bons quanto as dacinhas do Axl.

- Não seja chata. A terapia de casal falou que devíamos fazer atividades juntos. – Depois de um tempo já não era tão ruim ir naquela merda. Era como ir ao psicólogo, só que com Axl junto.

- Nós fazemos. – Cozinhar era um tanto assustador para mim, comida congelada soava menos agressivo.

- Tipo? – Irônico ate cozinhando. Ah eu amo esse homem.

- Sexo, quer atividade mais intima? – Eu podia citar que ia ver ele tocar, íamos na casa de amigos dele e outras coisas, mas essa resposta me pareceu mais interessante.

- Você não esta levando essa discutição a serio. – Ele parecia bem enrolado tentando cortar os tomates.

- Deixa que eu corto os tomates. – Tirei a faca da mão dele. Eu estava com fome e ele naquela moleza, só no jantar de amanha. O telefone tocou.

- Eu atendo. – Ele me deu um beijo na bochecha e sumiu pelo corredor. - É para você. – Ele tinha trago o pequeno aparelho sem fio.

- Alô, quem é? – Eu só podia ouvir a respiração acelerada do outro lado da linha.

- Quando fui para África eu deixei você em casa, mas agora você se casou. – Fazia tempos que eu não ouvia a voz da minha mãe e nem abria seus emails. – Seu pai me explicou tudo que ele sabia, mas sinto que aconteceram mais coisas. – Como eu podia ter me esquecido da minha própria mãe. Eu era uma burra.

- Mais coisas sempre acontecem mamãe. – Soou um pouco amargurado, mas nada perceptível. Pelo menos eu acho.

- Poxa logo agora que voltei. Queria tentar de novo sabe? – Ela se referia a tentarmos sermos a família normal.

- Você pode tentar com o papai, você é jovem. Pode me dar irmãos. Eu já comecei minha nova família. – Um pouco de paz era disso que precisava.

- Você esta em todas capas de revista. Quase tive um infarto quando te vi nas revistas. Seu pai quase foi assassinado por mim, mas não quero que se afaste de nós por mais que não tenhamos sido bons pais. Você ainda é nosso sangue. – Minha mãe via o mundo pelos olhos de uma criança.

- Vou tentar. Te amo. – Ela sabia que isso era um adeus.

- Te amo. – Nossa forma de dar tchau, sem nos magoar. Eu não olhei o Axl em seguida fui por o telefone na base e voltei como se nada tivesse acontecido.

- Acho melhor você andar logo com esse macarrão porque estou com uma louca fome de pizza. – Nós rimos.