Ana

Quando eu cheguei à casa do Brad, eu tentei odiá-lo, tentei transformar sua vida em um inferno, mas o máximo que eu consegui foi ama-lo como eu nunca imaginaria que fosse amar alguém.

E este amor me fazia bem, mas ao mesmo tempo me fazia pensar que isso era errado. “O Brad é seu irmão, o Brad é seu irmão...”, eram as palavras que a minha cabeça não cansava de repetir, para e martirizar.

Às vezes eu pensava, preciso acabar com isso. Preciso terminar isso antes que acontece algo de ruim. Porque era isso que eu sentia... Eu sentia que algo de ruim iria acontecer, mas a o que eu fazia era ignorar isto sempre que eu me lembrava.

E agora graças ao meu amor, ao meu amor descuidado e proibido eu estou pagando as consequências. E são consequências muito pesadas. Eu estou dentro do carro, no banco de trás, tentando segurar as lagrimas que queriam cair do meu rosto. Minha mãe esta do lado de fora gritando com o meu pai e o meu pai esta gritando com o meu irmão. Meu padrasto esta parado de frente para a janela do banco de trás observando a discussão e às vezes tentava acalmar a minha mãe.

Flash Back on:

Três pessoas estavam paradas, e as três me olhavam surpresas. As três pessoas que eu menos esperava.

Meu pai, minha mãe e meu padrasto.Meu pai estava com uma expressão de fúria, que crescia cada vez mais que ele analisava o estado em que eu me encontrava na cama. Minha mãe me olhava como se me meu caso não tivesse solução. Ele me olhava como se eu fosse uma criminosa e o meu padrasto? Bom o meu padrasto sempre me mimou e eu sempre gostei dele, por isso ele me olhava como se já estivesse acostumado com aquilo.

_ É desta maneira que o seu filho esta cuidando da minha filha? – Minha mãe falou irritada. _ E desta maneira que você acha que vai conseguir com que ela more aqui?

_ As coisas não estavam assim. – Meu pai disse tentando manter a calma. _ Eu não fazia ideia de que isso estava ocorrendo.

_ Não fazia ideia é? Vamos ver o que o Juiz vai dizer a respeito disto.- Minha já pegava o celular e discava alguns números. _ E você mocinha? Esta fazendo o que parada aí? Trate de se vestir e arrumar suas coisas. AGORA!

Os três saíram do quarto. Palavras me faltaram quando fiquei a sós com o Brad novamente.

Vesti minha roupa silenciosamente e fui ate meu quarto. Senti que Brad me seguia também silencioso.

Comecei a arrumar minhas malas, e nesta hora lagrimas começaram a cair. Brad me abraçou. Eu sempre me sentia protegida nos braços dele, eu sempre tinha certeza de que nada iria acontecer, mas agora... eu só chorava. Agora eu chorava porque eu sabia que algo muito ruim iria acontecer comigo.

_ Independentemente do que acontecer... Saiba que Eu te amo. – Brad disse sem me soltar.

_ Brad... Agor... –

_ Xii!! Não fala nada. – Ele me beijou e depois voltou a me abraçar... Assim que eu cheguei a sala, a discussão sessou. Meu padrasto pegou a mala da minha mão e começou a descer com ela.

_ Você passou dos limites mocinha. – Minha mãe disse. _ Eu devia te dar umas boas pauladas isso sim... Mas eu vou fazer coisa pior.

_ Luísa eu...

_ Não me dirija a palavra Brad.

Flash Back off:

Minha mãe e meu padrasto já estavam dentro do carro. Eu já havia limpado boa parte das lagrimas e consegui engolir um pouco o choro.

Então o carro arrancou e a ultima coisa que eu vi foi o rosto do Brad. Ele olhava como se fosse o culpado de tudo.

_ O que te deu na cabeça para fazer isso Ana? – Minha mãe perguntou depois que o condomínio do Brad saiu da vista. Continuei olhando pra fora e não respondi. Eu fingi que a pergunta não foi dirigida a mim. _ Ele é seu irmão. Vocês dois tem o mesmo sangue. Se ele pelo menos fosse seu primo, dava ate pra eu relevar, mas ele é seu irmão.

_ Ele não é totalmente meu irmão. – Falei.

_ Ele tem o mesmo sangue que você, então ele é sim seu irmão.

_ Ele tem o sangue do papai...

_ E você tem o sangue do seu pai. – Ela disse. _ Creio que a senhorita já estudou isto em ciências e sabe que eu estou certa.

Depois disse eu me calei e não ousei dizer mais nada. A viagem seguiu em silencio, exceto quando o meu padrasto tentava falar algo para aliviar a tensão que estava no carro.

Brad

O carro foi embora, com presa.

Levou a Ana

Levou a minha razão de viver. Levou a única garota que eu amei em toda a minha vida.

_ Pode esquecer o seu dinheiro no fim do mês. – Meu pai disse entrando no seu carro e dando a partida.

Agora eu estava sozinho. Sem ninguém.

O Pedro não ficava mais em casa, então a casa estava praticamente vazia.

Subi e me joguei no sofá... Será que eu ia vê-la de novo? A Ana sempre da um jeito, aposto como ela vai conseguir arranjar uma maneira de nos comunicarmos e de nos vermos sem que nossos pais saibam, eu só preciso esperar.

Ana

Um ano depois

_ Porque você não fica com o Carlos? – Polly perguntou pela vigésima vez. _Ele é lindo e o melhor ele é o mais popular da escola.

_ Eu não quero. – Falei jogando minha latinha de suco no lixo. _ E também, porque ele não vem falar comigo ao invés de ficar mandando amiguinho hein?

Bom... Depois que minha mãe e meu pai me pegaram na cama com o Brad, deu aquela confusão toda.

Minha mãe me colocou em um colégio interno. Dos mais caros. E estou aqui desde então. Eu e o Brad conversamos por mensagem de celular e as vezes pela web do computador. Fomos separados, mas ainda continuamos nos amando como nunca.

Eu e ele estamos aguardando ansiosamente o dia que eu terminar o terceiro ano e fizer 18 anos, assim eu vou poder sair da droga desse colégio interno e vamos poder viver juntos sem ninguém para reclamar.

É... o final não foi feliz como todos esperavam. Mas é assim. A vida é injusta, ela não quer nos ver felizes.

Mas o importante é que eu estou aguardando.

Pode me esperar Brad... Nos vamos estar juntos novamente.