Edward POV

Eu dirigia rapidamente até a central do FBI me controlando para não começar a chorar. Eu não sabia onde Bella estava, com quem ela estava, se a machucaram ou não. Mas eu tinha de ser forte, ser forte por ela, pela família dela.

Assim que entrei na minha sala Laurent estava lá com uma pequena mala preta ao seu lado.

-Suas coisas estão aqui Edward, mas pode me explicar essa historia, e da onde conseguiu aquela gravação?

-O que conseguiu da gravação?

-Eles estão falando em albanês, o sotaque deles indica que eles são de um lugar chamado Tropoia, o lugar é o epicentro de gente assim. Até os russos procuram evitar eles. O cara com quem você falou se chama Aro, temos informações de que um chefe mafioso chamado Aro Volturi mudou-se pra Paris faz 6 meses. Se for ele, você tem um problema. A tatuagem é a identificação de um grupo e Edward... -Ele ficou receoso.

-Diga, eu preciso saber.

Laurent respirou fundo e disse:

-A especialidade dos grupos dessa região é o trafico de mulheres. Eles costumam pegar mulheres de outros países, estrangeiras. Chegando lá, eles as transformavam em usuárias de drogas e prostitutas. De acordo com nossos analistas, você tem 96 horas a partir do sequestro dela.

-Ou então?

-Nunca mais a encontrará.

{…}

Eu já tinha ouvido umas 15 vezes aquela gravação olhando para fora da janela do avião. Apenas me concentrando na voz daquele filho da puta que havia pego Bella. Eu me vingaria, o acharia e o mataria. Nem que eu fosse preso por isso, ele pagaria por todos os crimes que já cometeu.

O avião havia acabado de pousar, me levantei colocando meus óculos e sai do avião, peguei minha mala e fui atras de um taxi mas vi uma coisa que me interessou.

Uma mulher, loira e linda havia acabado de desembarcar. Um garoto de no máximo 23 anos olhou para um outro, bem mais velho que estava do outro lado do aeroporto. Nisso, o jovem foi até a loira e começaram a conversar. Então era ele!

Minha visão ficou turva, só de imaginar aquele verme perto da minha Bella, fui atras deles e pude ouvir ele falando sobre os taxis de Paris serem caros, e me descontrolei pulando em cima dele e lhe batendo.

Mas alguém me puxou por trás e começou a me bater, mas anos de luta foram de muita ajuda, virei e comecei a bater no velho que estava no aeroporto a alguns segundos atras, depois de bater sua cabeça contra o chão e ele desmaiar, vi o filho da puta correndo em direção a ponte e fui atras dele, ele olhou pra mim e pra baixo da ponte, e como se não tivesse escolhas, e ele não tinha, pulou em cima de um caminhão e por incrível que pareça sobreviveu, por pouco tempo, logo em seguida foi atropelado por um ônibus. Perdi minhas esperanças naquele imbecil, e sai da ponte sabendo que provavelmente alguém havia avisado a policia.

Antes de Bella ir viajar, lhe pedi o endereço do apartamento que ela ficaria, então estava indo pra lá.

Estava na frente da porta do prédio, e assim que uma mulher entrou fui atras dela. A porta do apartamento estava encostada, coisa que facilitou muito. Entrei e pude ver o estrago que aqueles malditos haviam feito. A sala estava praticamente destruída. Os vasos que haviam do lado do sofá estavam em cacos no chão, poltronas viradas. Devia ser aqui que Victoria estava quando foi pega. Olhei para frente e vi a janela onde Bella deveria estar no momento e fui até o banheiro. Comecei a ouvir novamente a gravação e fiz exatamente o que Bella havia feito no tal dia. Fui até o próximo quarto e entrei embaixo da cama, me levantei e olhei para o espelho na frente da cama. Quebrado. Eles devem ter batido a cabeça de Bella ali para ela desmaiar e parar de gritar e no criado-mudo o celular que dei a Bella no aeroporto, destruído. A raiva crescia dentro de mim a cada segundo que passava.

E então a gravação acabou, a voz daquele homem já gravada na minha mente dizendo “boa sorte”.

Sai do apartamento e fui até a cafeteria ao lado do prédio de um conhecido. Mike. Ele trabalhava no FBI em operações especiais junto comigo mas resolveu vir para a Europa atras de coisa melhor.

Assim que ele saiu do prédio fui atras dele e quando paramos no sinal o ouvi dizer:

-Quanto tempo Cullen. Como nos velhos tempos.

-Velhos tempos você quer dizer a três anos atras?

-Exatamente. Mas agora as coisas mudaram.

-Mudaram e ficaram mais chatas, quer dizer?!

-Melhores, mais justas.

-Tão justas quanto uma simples garota ser sequestrada em Paris, ontem. Ela e mais uma amiga foram escolhidas no aeroporto, por albaneses, eles as levaram.

-Como você sabe?

-Porque um duende me contou. -Ironizei. -Porque sou mais esperto do que você possa imaginar.

-E presumo que você não queira ir a policia.

-Disseram que eu tenho 96 horas, isso foi já a 16 horas.

-Primeiro, temos que achar quem as escolheu.

-Já achei, esta morto.

-Voce o encontrou morto? Ou o matou?

-Ele se matou sozinho.

-Edward, você não pode chegar e matar qualquer um que ver.

-Eu só não posso, como vou! Qualquer um que estiver envolvido nisso vai morrer. Destruirei a Torre Eiffel se for preciso!

-Olhe com quem esta falando.

-Com um amigo, um colega de trabalho.

-E esta, mas não se esqueça de quem eu sou agora. -Ele disse me passando seu cartão.

“Vice Diretor de Segurança Interna”

Repeti as palavras em voz alta e disse:

-Impressionante. E os albaneses?

-Vieram do Oriente, há 6 ou 7 anos atras. Eram quinze ou vinte deles, hoje são centenas. E perigosos.

-Eu to sabendo. Onde eu os encontro?

-O melhor lugar para começar é Porte de Chichy. EDWARD, tente não se meter em encrenca.

Eu o ouvi dizer mas não ligava, se fosse necessário, jogaria uma bomba nessa merda de lugar.

{…}

Aluguei um carro e contratei um tradutor e fui até uma rua, onde eu sabia que era um ponto de prostitutas. Olhei em volta e nada da Bella ou Victoria. Mas o tradutor me esperava ali, onde eu pedi.

-Eric Yorkie?

-Sim, sou eu senhor.

-Sou o Sr. Cullen. Entre.

Ele entrou no carro e disse:

-Esse é o meu currículo. A agencia disse que o senhor precisa de um tradutor de albanês.

-Isso mesmo. Voce sabe?

-Sim, albanês, servo, croata. Eu era professor e...

-Quanto você cobra? -Não tinha tempo pra papo furado.

-Vinte e cinco pelas primeiras três horas e depois sobe por..

-Tudo bem, tome aqui, por 10 horas. Espere aqui.

-Sr. Cullen, eu não entendi. Qual é o meu trabalho?

-No momento, me esperar aqui.

Fui até uma prostituta e disse:

-Boa noite.

A vadia logo sorriu e disse com segundas intenções:

-Oi, quer um programa?

Eu comecei com o meu teatro.

-Gostei do seu vestido. É seda?

-Eu não sei, quer saber os preços?

-Pelo caimento deve ser seda. -Eu não fazia idéia do que estava falando, mas um dia ouvi Alice, minha irmã, falando isso de alguma pessoa na TV e continuei. -O modo como realça suas curvas naturais.

Ela sorriu e disse:

-O preço é 40 euros pelo básico.

-Básico? Pode ser mais especifica? Porque da onde eu venho, básico tem vários significados.

-Escuta aqui. Se não vai querer nada, se manda. -Ela disse já andando.

-Eu não disse que não quero. Só quero me sentir a vontade antes de comprar.

Ela se abaixou e olhou pela janela de um carro, mas logo ele foi embora.

-Se você não for embora agora, eu vou ficar encrencada.

-Encrencada? Serio, com quem?

-Se manda!

-Está certo, desculpe. Se eu quiser tudo, você me dá um desconto?

-Olha, eu já perdi dois clientes. -Ela disse irritada e então olhou pra tras de mim e seu semblante ficou assustado, ela estava com medo. -Ah não, é melhor ir embora.

-Não estamos negociando?

Ela começou a andar pra tras e disse assustada:

-Paul, juro, eu não tive culpa.

O homem atras de mim foi até ela e lhe deu um tapa, se virou pra mim e disse:

-Por que esta incomodando a garota?

-Isso não é assunto seu.

-Ela é assunto meu. Se você não gastar o seu dinheiro, vai acabar me dando prejuízos.

-Eu só estava negociando.

-Sem essa. Preço é preço! Agora me deve por 2 clientes.

-Eu não te devo nada.

Ele me prensou contra a parede e eu coloquei em sua jaqueta uma escuta espiã preta.

E então ele disse praticamente rosando:

-Cinqüenta euros, ou eu acabo com você.

-Claro, tudo bem. -Eu disse lhe dando o dinheiro.

Voltei para o carro e liguei o walk talk e disse para o tradutor.

-Quero que traduza tudo o que ouvir.

-Estão falando do senhor.

-Falando o que?

-Não são boas coisas.

-O que estão falando?

-Estão dizendo que o senhor é um cretino.

E então ele traduziu tudo por 30 minutos. Aqueles imbecis só falavam de futebol e comida.

-Eles mudaram de assunto.

-Finalmente, o que estão dizendo?

-Um deles vai ter que ir até uma obra, parece que alguma mercadoria fresca esta causando problemas. Sr. Cullen, eu não estou entendendo nada disso.

-Não é pra você entender. Adeus.

Ele saiu do carro e eu fui até a obra próxima dali.

Era um grande espaço, vários tratores trabalhavam. Ao canto tinha uma pequena casa. Paguei os 30 euros e entrei. Era apertado, existiam varias cabines fechadas por cortinas. Dava pra se ouvir os gemidos de todos os lados. Procurei por cada cortina atras de Victoria ou Bella. Mas parecia que elas não estavam lá. Mas uma coisa me chamou a atenção. A jaqueta que Bella usou para ir viajar, estava em uma das cabines. Dentro, havia uma mulher, no maximo de 23 anos. Ela estava com os olhos vermelhos e com os braços marcados, sinas de que algo foi injetado nela, droga.

Peguei a jaqueta e lhe perguntei:

-Aonde conseguiu isso?

-Estou bem.

-Quem deu isso pra você?

-Estou bem.

Então ouvi alguém murmurar um “Hey!” atras de mim e me virei lhe dando um soco. Começamos a brigar e perdi a paciência, socando sua cara na parede o fazendo desmaiar. E foi assim com mais uns 6 homens. As prostitutas fugiram gritando, peguei a garota que estava com a jaqueta no colo e a levei até o carro mais próximo a colocando no banco de trás e ouvindo barulhos de tiros logo atras de mim. Fui até o banco do motorista e acelerei. O carro não era um dos melhores para fugir, mas dava pro gasto.

Alguns carros foram atras de mim, mas consegui despista-los em umas ruas meio desertas. Parei em um delas e troquei de carro, levando a garota novamente em meu colo.

Fui até o hotel que estava hospedado levando a garota comigo. No quarto coloquei o soro em sua veia e esperei que ela acordasse.

Acabei adormecendo a tive pesadelos, os piores. Onde Bella era drogada e vários homens a tocavam. Eu acordei assustado. Suando. E muito nervoso. Agora eu só tinha 56 horas.