Come Back To Me - Loves never die escrita por Muitaz


Capítulo 13
Capítulo 13




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Eu estava paralisada, nem o irritado Hermes que segurava o meu ombro, nem o peito de Luke jorrando sangue, nem o homem da capa ter se transformado em uma pilha de cinzas, nada disso me dava forças para me mover, eu parecia congelada, come se eu tivesse levado a facada, eu me sentia afogada em baixo de toneladas de pedra. Mas eu não estava eu estava somente sendo consumida pelo medo paralisada, isso não ajudaria em nada, não faria nada além de me tornar uma covarde.

Tomei forças e me movi. Toquei o peito de Luke, o corte parecia profundo, peguei a sua camisa e estanquei o seu ferimento, mas não adiantava a camisa ficou ensopada em pouco tempo, o desespero começa a me consumir.

-Vo-você não pode fazer nada? – Pergunto me dirigindo a Hermes o qual havia o ignorado até agora.

Ele assente coma cabeça dura, e me dá mais uma das barrinha de pizza, pensei que aquilo não fosse hora para comida, mas não comentei.

Quebrei a barra ao meio e pus devagar na boca de Luke, ele comeu com dificuldade, pareceu que o fluxo do sangue que saia do corte diminuiu, talvez fosse só ilusão de ótica, mas eu tentava acreditar que não era eu precisava acreditar que não era.

Com cuidado arranquei a faca ainda cravada em seu peito, o sangue voltar a escorrer da ferida pior do que antes, as minhas lágrimas se esvaem sobre o seu peito se misturando com o sangue a cena me mata, mas eu não posso parar.

Corto com a faca ensanguentada a barra da minha camisa e me volto a estancar o ferimento, dou-lhe mais uma barra de pizza, mas sua situação não parece melhorar, sua respiração pesada é facilmente auditivel. A seu tom de pele normalmente adouradado agora está pálido, e frio.

Eu faço algo que nunca pensei em fazer, engulo o meu orgulho e falo:

-Você pode fazer alguma coisa? Por que... eu não posso... – Peço ajuda em desespero a Hermes – Por favor, me perdoe por aquela noite senhor Hermes, eu fui injusta, mas me ajude, por favor! Ajude o seu filho, eu não posso... eu não consigo – Digo entre soluços e lágrimas.

Ele assente.

-Vou leva-lo daqui. É o único jeito.

Ele pôs Luke nas costas e me dirigiu um último olhar de tristeza e sumiu em meio às árvores, me deixando sozinha com o meu desespero.

E se eu me esquecesse, e o pior e se ele morresse? E se nós dois nos esquecêssemos? As lágrimas que rolavam de meus olhos não param, mas agora tem mais de um milhão de motivos, o medo exposto nelas, a minha incapacidade explicita, a raiva por não conseguir fazer nada direito. Tenho vontade de chutar as árvores, e nesse momento começa a chover, a chuva cai como as minhas lágrimas enfurecidas, molhando os meus cabelos, as minhas roupas, os raios reluzem nós céus.

-Não adianta mais! – Grito.

A chuva continua caindo, e os raios parecem formar a melodia enraivecida de minha voz, pra qualquer outro aquilo seria incrível, mas para mim não, aquilo me dava mais raiva.

-Está perdendo seu tempo, pare me deixe em paz... por favor... – A minha raiva se transforma em tristeza, meus gritos enfurecidos em suplicas.

Eu não sabia quem eu era nem o que eu queria, eu só conhecia Luke, e sabia que a sua existência era a razão da minha.

-Droga! Droga... Porque eu tive que te esquecer, para ficar com você? Eu engoli o meu orgulho para não perder você... e agora você está a quilômetros de distancia, a beira da sua morte. A beira da morte da minha alma, e eu não consigo fazer nada, além de chorar como uma garotinha, sozinha e desprotegida... tão distante de tudo. Luke, eu... eu preciso de você aqui, eu preciso que me proteja da sua falta... eu... eu... – Falo sozinha até o nó em minha garganta me impedir de pronunciar mais qualquer palavra, as lagrimas se esgotam, a vontade de viver se esgota. O medo de perder o garoto com cabelos cor-de-areia, me consome.

Eu queria me esquecer... mas continuar a lembrar.

Deixo o meu corpo cair sobre a lama, sabia o que faria se ele morresse, mas a ideia era hedionda de mais para eu me atrever a pensar nela, não a ideia de cravar uma faca em meu peito e determinar a minha própria morte, mas a ideia de sua morte.

Continuo deitada imóvel. Não sei por que me sentir daquele jeito se ele ainda está vivo, mas... eu sabia que havia o perdido... talvez para sempre. O medo me atormentava.

Desejo conseguir dormir, dormir para me esquecer do que estava acontecendo, mas algo crava os meus olhos abertos.

Me levanto e começo a andar sem destino, sozinha, até a minha sombra me abandonara. Meus passos vagarosos se tornam em uma corrida desesperada, uma fuga sem destino. Nem a chuva cortante nem o frio, nem as árvores que me causam tropeções me impedem de continuar, eu preciso fugir, daquele lugar, daquele medo, daquelas lágrimas.

Os galhos batem em minha face e perfuram a minha pele, as minhas pernas doem, cansadas. Mas eu insisto em correr, depois de um longo tempo correndo me vejo saindo da floresta, em direção a uma colina, com um grande pinheiro. Eu caio no chão vencida pela exaustão. Fecho meus olhos, e me encolho nos trapos molhados que eram as minhas roupas.

Fecho os olhos, e durmo, com uma facilidade impossível de imaginar.

Ai começam os sonhos.

Eu não sou eu, mas outra pessoa, só não sei quem, estou sendo perseguida.

Corro com todas as minhas energias, até que eu não consigo mais correr e me escondo atrás de uma árvore, tentando conter a minha respiração arfante, coisa que é quase impossível.

-Onde está você? – Minha voz, quer dizer a voz da Thalia, diz irônica.

O medo me consome, aquela garota quer me matar, quer dizer eu quero me matar.

Ouço as folhas secas se romperem perto de mim, ela me encontrou.

Eu olho para o que deveria ser o meu rosto, ele é cortado por um enorme sorriso perverso, e meus olhos estão pálidos, descoloridos, da minha boca escorre sangue.

-Te achei! – Grita.

Thalia – eu – enfia uma faca sem piedade em meu peito, posso durante alguns segundos reconhecer a faca, a faca que fora cravada no meu peito, a mesma que fora cravada em Luke, a mesma que eu jurei que cravaria no meu peito do mesmo jeito se ele morresse.

Minha alma se esvai do corpo que não é o meu, fico flutuando por uns segundos até que descubro de quem era.

Era Luke.

O meu Luke, e eu estava o assassinado. Eu era um tipo de pessoa que eu repgnava


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