O Meu Ídolo - Sem Cortes escrita por PaTTi


Capítulo 3
O refúgio




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Roberta chegou em casa de olhos vermelhos e não dirigiu a palavra à filha. Júlia surpreendeu-se, porque pensou que sua mãe brigaria com ela - o mais engraçado era o fato de Júlia ter dezesseis anos e ainda agir como uma criança traquina que fica com medo da mãe. - Vendo-a naquele estado,  aproximou-se para inteirar-se do que estava acontecendo:

- Mãe, a senhora saiu daqui tão alegre e voltou assim. O que aconteceu?

- Você deve estar ficando doida, não aconteceu nada.

- A senhora chorou. Pode me contar, eu sou sua amiga para o que der e vier.

- Vê se me erra, menina.

Júlia saiu dali arrasada pela forma que a mãe tratou-a. Roberta era um exemplo de tirana doméstica, tanto que Marcos, o pai de Júlia, era muito ausente, Júlia quase não o via.

Júlia tinha mais dois irmãos: Rebeca e Andrey. Rebeca já tinha dezoito anos, e Andrey, treze. Todos os três se pareciam fisicamente. Rebeca era uma garota namoradeira, mas seus pais nem sonhavam, pois ela era do tipo dissimulada, fingia até ser virgem. Andrey não era um garoto igual aos outros, todos o viam como normal, mas Júlia era a única que entendia que logo ele assumiria sua opção sexual. Nenhum de seus familiares eram próximos, ou unidos. Poucas eram as ocasiões em que se reuniam de forma amigável. Dentro de casa, um vazio enorme reinava.

Júlia foi para seu quarto e voltou a pesquisar sobre a banda, principalmente sobre o Bill. Descobriu que ele não era homossexual, e mais: descobriu que ele sonhava em encontrar um verdadeiro amor, que durasse o resto da vida, e que ele também acreditava em amor à primeira vista.  

E assim passou o resto da noite, ora lendo sobre ele, ora assistindo vídeos dele, ouvindo suas músicas. Rindo do jeito de garoto meigo, do vídeo em que ele cantava "It's raining men", que ela particularmente achou uma coisa muito gay da parte dele.

Júlia tinha descoberto a existência do belo rapaz há tão pouco tempo e já sentia-se tão acalentada por escutar sua voz e suas canções, mesmo que ele fosse só uma imagem. Era uma figura que tinha o poder de subtraí-la da realidade e levá-la a um mundo onde só existiam flores. Logo seu mundo fantasioso se acabava quando sua mãe batia na porta dizendo que ela deveria desligar o computador e parar de usar tanta internet. Sua família também tinha um forte senso de economia¹.


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Notas finais do capítulo

Rodapé
1 - "mão-de-vaca".
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