O Meu Ídolo - Sem Cortes escrita por PaTTi


Capítulo 15
O Atropelamento Abençoado


Notas iniciais do capítulo

Personagem novo caindo de paraquedas na fic. E é gato, pelo menos para mim.



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– Júlia, acorda!

– Ah, n-não. - falou com voz sonolenta - Vai se lascar, como é que você me acorda assim?

– Vamos passear um pouco antes de voltar pra casa?

– Não.

– Por que?

– Ué, não tô afim. Eu quero simplesmente arrumar as minhas coisas e ir embora o quanto antes dessa porra.

– Você só pode ser bipolar. Até ontem você tava pulando de um lado pro outro e hoje acorda toda assim

.- Que saco!

– Quer saber? Vá se tratar! E se você não quiser ir, vou do mesmo jeito. Só te chamei porque fiquei com pena de te deixar aí, sozinha. Agora, se você quiser ficar aí, com essa cara de bunda, não tô nem aí.

– E por que não saiu, ainda? Já vai tarde.


[ Júlia's POV]

Ainda bem que a Rebeca saiu, hoje eu estou afim de ficar sozinha, e pelo menos nisso ela colaborou. Eu queria nunca ter me abalado de tão longe, do conforto da minha casa até aqui. Agora, tudo o que eu mais quero é ir embora e esquecer...Bem feito para mim, quem manda eu ser uma idiota? Tudo isso serviu para eu descobrir que sou muito superficial, que me deixo levar pelas aparências tão frágeis de uma bela maquiagem e roupas descoladas. No fundo, o vazio é o mesmo.

O que mais me dói, é perceber que eu errei tanto por coisas pequenas. Maltratei minha família, minha melhor amiga, perdi o meu foco da escola, criei expectativas. Tudo o que tenho agora é uma linda foto de recordação, que não representa mais nada. Acho que vou me desfazer dela na tentativa de esquecer. Eu pensei que meu pai me alertava por medo, mas, hoje, eu consigo entender que fazia muito sentido. Aquilo que eu dava tanto valor, parece tão pequeno. Mas foda-se. Eu não vou choramingar por quem tá pouco se lixando pra mim. No fim, são todos iguais. Besta sou eu, que dei tanto valor àquela bandinha de merda, passei noites votando neles, comprava cd's, posteres e toda a muamba relacionada a eles. Tudo bem, não vou fazer tempestade em copo d'água. Por mim, não quero mais nem ouvir falar nisso.


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Nós já estamos a caminho de casa. O voo foi muito tranquilo e me deixou tão relaxada, que eu cheguei à conclusão de que, o melhor da viagem é chegar em casa. Deve ser porque eu tenho alma de velha, haha. Não vejo a hora desse diabo de táxi chegar logo.

– Júlia, você vai amanhã para a escola?

– Que pergunta! Mas é claro... que não. Tô muito cansada. Depois eu morro e a escola continua lá.

– Desse jeito vai morrer mesmo... das chineladas que a mãe vai dar quando ouvir você falando isso.

– Aquela velha não é de nada, só tem força na língua, kkkkk.

– É mesmo, kkkkk. No dia que ela morder a língua, vai morrer envenenada.

– Vocês estão falando assim da mãe de vocês? - perguntou o taxista.

– Sim, qual o problema? - respondeu Rebeca com outra pergunta

.- Se vocês não veem problema... quem sou eu pra dizer?

As duas se entreolharam e caíram na gargalhada até chorarem. O veículo não andou muito, e logo elas pararam do outro lado da rua, . Desceram do carro e seguiram na direção da casa. Júlia estava com tanta pressa de chegar e ir para o quarto, que nem se importou em olhar antes de atravessar a rua, e só pode sentir algo atingindo-a em cheio.

– JÚLIAAAA. - Rebeca gritou desesperada.

O motorista saiu do carro às pressas, visivelmente nervoso com a situação.

– Ai, cara. Você matou minha irmã.

– Cala a boca, Rebeca. Vem me ajudar.

– Deixe eu te levar pro hospital, agora. - disse o rapaz.

– Espere, eu preciso olhar se meus pais estão em casa. - Rebeca se intromete.

– Não, por favor, pode ir embora, não quero te dar trabalho. Não se incomode.- respondeu Júlia.

– Desculpe, mas se eu te atropelei, não posso ir embora daqui, assim, sem saber se você vai ficar bem.

– Você pode esperar eu ir lá em casa? - Perguntou Rebeca.

– Mas... - preferia que ele fosse embora, detesto ajuda de estranhos, se ao menos eu pudesse fazer alguma coisa para ele cair fora.

– Claro que sim.

Rebeca foi até a casa, mas viu que não tinha ninguém lá, então, ela decidiu aceitar a ajuda do rapaz, que pegou Júlia no colo e colocou-a dentro do carro e os três seguiram para o hospital.Chegando lá, o médico falou que Júlia não tinha sofrido nada além de um deslocamento na mão esquerda. Só teve a mão engessada e poderia se recuperar dentro de um mês.

[Júlia's POV]

Quando notei que um carro vinha na minha direção, pensei que iria morrer, mas o motorista conseguiu dar uma freada que evitou o pior. Não consegui levantar do chão e lá fiquei até o rapaz me colocar no braço com grande facilidade para chegar dentro carro. Fiquei um pouco envergonhada com esse gesto, pois me senti aconchegada. Ele tinha braços e peitos tão torneados. Fiquei mais envergonhada ainda porque ele era um estranho e minha irmã tinha aceitado ajuda, vai que ele era um maníaco?

Pensei que tinha quebrado muitas partes do meu corpo, parecia que eu tinha levado uma surra de um bando de brutamontes. Quando eu fui dispensada só com a mão engessada por causa do deslocamento, nós três sorrimos aliviados.

– Quais são os nomes de vocês? - perguntou o rapaz. - Foi tudo tão rápido que eu não tive tempo de perguntar.

– Ah, que é isso. Eu me chamo Júlia.

– E eu sou Rebeca.

– Prazer, Júlia e Rebeca. Eu me chamo Matthew.

– Me desculpe, Matthew. Eu estava com tanta pressa que nem olhei antes de atravessar a rua. Eu poderia ter te causado grandes problemas.

– Não tem do que desculpar. Eu fiquei muito preocupado quando te vi no chão. Confesso que me senti aliviado quando vi só a sua mão enfaixada.

– Matthew... Seu nome não é brasileiro. - disse Rebeca.

– Não é mesmo. Meu pai era californiano e minha mãe brasileira.

– Tchau, Matthew, agora nós vamos pra casa. Muito obrigada por tudo. - agradeceu Júlia.

– Vocês vem comigo, eu deixarei vocês na porta de casa.

– Nós pegaremos um táxi. - respondeu Júlia. - Não quero mais te incomodar.

– Não deixarei vocês fazerem isso. Só vou dormir tranquilo se eu ver vocês entrando em casa.

– Se isso realmente não incomodar. - Rebeca consentiu.

– Claro que não.

Novamente ele me carregou nos braços, porque me viu mancando. Eu já estava ficando mal-acostumada com aquilo. Por fim, o carro parou bem na nossa porta e Matthew me carregou até o sofá da sala. Quando ele ia se dirigindo até a porta, Rebeca interrompe-o:

– Matthew. Você pode nos passar seu celular? Se você quiser, é claro. Eu nunca poderia agradecer tamanho favor. - corei nesse momento; minha irmã não tem bom senso.

– Sim. Anote aí o meu número. Me passe o número de vocês também. Assim a gente não perde o contato. Eu não fiz favor nenhum, só cumpri a minha obrigação.

Ambos anotaram os números prometendo ligar em outro momento.

– Rebeca, agora que deixe o Matthew ir embora, ele já deve estar cansado de nós. Muito obrigada, Matthew.

– Eu não moro muito longe daqui, meninas. Acabei de me mudar pra cá. Talvez a gente se veja muito por aí.

– Tchau, Matthew. - as duas falaram em uníssono.

– Tchau, meninas.



Aqui fica a foto do Matt, para poupar muito detalhatamento, hihi.



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Notas finais do capítulo

Acho que não preciso dizer o que o Matt vai ser na história. E para esclarecer, eu não adicionarei essa fic na classe do Avenged Sevenfold, já que o Matt não será cantor, nem nada do tipo e também porque não sou fã do Avenged, e só coloquei a figura do Matt porque acho que ele se encaixa perfeitamente no perfil do personagem. Particularmente, eu acho-o muito charmoso e bonito.
Comentem dizendo se gostaram ou não. Beijos.



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