P. Bailey escrita por CellyLS


Capítulo 6
O visitante do museu




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Preston interrompeu os dois. "Temos um proplema!"

Nigel soltou um suspiro tão alto que Sydney encolheu-se com o barulho. Em sua mente ela agradecia por Preston ter aparecido naquela hora. Em toda sua vida esta foi a situação mais constrangedora pela qual já passara, e isso porque foi ela quem causou toda a bagunça que agora teria que consertar.

Sydney pôs o cérebro a tentar encontrar uma maneira de se acalmar e se desculpar propriamente, mas viu o outro Bailey na porta e todos os acontecimentos do dia invadiram sua cabeça. Reconsiderando todos os eventos, os motivos de os três estarem naquele hotel não pareciam mais tão fáceis de lidar como ela acreditava horas atrás.

A expressão no rosto se seu assistente era o que aumentava sua incerteza.

"Vamos terminar esta conversa depois, Nigel!" E correu do quarto. Assim como fogem os covardes em um momento decisivo, pensou ela.

Nigel não a impediu de sair e sequer a seguiu.

Sydney se sentiu perdida, pisando em terreno desconhecido. O assistente estava mesmo magoado e ela não estava acostumada a vê-lo assim por sua causa. O que deveria fazer agora? Percebeu que Preston estava falando com ela. Ele a estava apresentando a seu colega no trabalho, Jonathan, quem propôs a busca pela relíquia e os estava ajudando com documentos do museu.

Sydney afastou sua apreensão e apertou a mão do loiro, que parecia nervoso.

"Senhorita Fox, mal posso acreditar que temos sua ajuda na busca por este artefato. É uma honra finalmente conhecê-la!" Sydney sorriu, tentando esconder seu próprio desconforto ao perceber que Nigel estava na porta do quarto a observando. "Sinto por importuná-los em uma hora tão inadequada, mas todas as cópias da pesquisa e documentos originais dos quais estamos obtendo as informações sobre a relíquia apareceram revirados sobre a minha mesa logo depois de eu e Preston nos despedirmos no museu." Agora o loiro havia conseguido a atenção de Sydney. "Preciso dizer que ninguém entra em minha sala a não ser que eu esteja acompanhando. O que me leva a crer que alguém descobriu a pesquisa e provavelmente se aproveitou do bom trabalho que Preston realizou até agora. Provavelmente irão usá-lo para encontrar o artefato antes que possamos resgatá-lo!"

Preston e Sydney estavam chocados com a notícia. A caçadora começou imediatamente a elaborar idéias para chegar primeiro ao local da relíquia e despistar qualquer adversário. Nigel havia refeito grande parte do trabalho do irmão, então provavelmente eles ainda estariam um dia ou dois adiantados em relação ao provável rival.

Ela percebeu que o assistente ainda observava a conversa de longe. Sydney sorriu, esperando encorajá-lo a se aproximar e ajudá-la a decifrar quem poderia estar atrás da relíquia e fazer os preparativos para chegar primeiro à cripta.

O assistente a olhou nos olhos firmemente, com cara de quem não estava satisfeito e arqueou uma sobrancelha. A mulher lembrou-se de receber aquele mesmo olhar de seu pai quando fazia alguma travessura em sua infância. Nigel não esperou muito e fechou a porta ruidosamente. Desta vez ele estava mesmo, mesmo zangado com ela!

Jonathan virou-se em direção ao barulho, assustado. "O que foi isso?"

"Nigel está no outro quarto."

"Nigel? Quem é Nigel?" Jonathan encarou Preston, furioso. "Eu disse que esta pesquisa é confidencial! Para quantas pessoas mais você pediu ajuda?"

Sydney interviu "Nigel é meu assistente. Ele é meu braço direito e é uma pessoa de confiança, não precisa se preocupar, Jonathan." Sydney esperou para ver se Preston mencionaria o fato de os dois serem irmãos, mas ele permaneceu calado. Ela olhou para o teto e suspirou. Talvez estivesse enganada, os dois irmãos nunca se aceitariam – e ela estava ali, bem no meio, recebendo fogo dos dois lados! Onde estava se metendo!

Mais alguns minutos de conversa foram suficientes para convencer o homem de que Nigel não era uma ameaça à pesquisa.

"E agora, Bailey? Precisamos encontrar a urna o quanto antes. Você tem que decifrar onde fica a montanha com a cripta!"

O inglês se aprumou na poltrona, tentando encontrar uma desculpa para o atraso no trabalho. Para sua sorte, foi Sydney quem falou novamente "Nós já sabemos onde ela fica."

"JÁ?" Perguntaram os dois homens impressionados.

"Sim. Fica em Valaste, na Estônia. Se tivermos sorte o local ainda não estará totalmente congelado. Não devemos perder tempo, vamos iniciar os preparativos para a viagem imediatamente. Partiremos amanhã."

"Mas será tarde demais! VOCÊS TÊM QUE IR AGORA!" A voz desesperada de Jonathan ecoou no quarto.

"Não podemos nos apressar demais. O local é isolado e não contaremos com qualquer ajuda. Quando chegarmos à cripta devemos estar preparados." Jonathan ainda não estava convencido, mas não encontrou argumentos suficientes contra a caçadora e teve que se calar.

"Vamos revisar todo o material que precisaremos e depois ligar para a cidade mais próxima da cachoeira e fazer as reservas." Os dois homens concordaram.

Depois de meia hora discutindo os preparativos, Sydney e Preston já haviam decidido tudo o que os dois iriam precisar na caçada.

"Vou buscar a parte da pesquisa que Nigel revisou." Ela caminhou até a porta que separava os dois quartos e entrou sem bater.

O cômodo parecia estar vazio, até ela enxergar Nigel sentado no chão ao lado da cama, vestindo um roupão de banho. Ao se aproximar ela percebeu a bagunça sobre o tapete. Nossa, o que ele está fazendo no meio daquela bagunça?

Sydney se aproximou dos objetos e avistou sua bolsa vazia pendendo da cama. Ela entendeu o que estava acontecendo em um flash: os objetos no chão eram os SEUS pertences, que deveriam estar protegidos dentro da SUA bolsa, no OUTRO quarto, longe dos olhos do sensível inglês. Sua consciência começou a gritar quando ela viu as cartas nas mãos do assistente. Teria ele lido tudo o que Preston escreveu? Ela mantinha sempre consigo a carta que mais gostou, mas todas as outras onze declarações ficavam guardadas na bolsa, amarradas com seu cordão de couro. Como ela foi esquecer suas coisas neste quarto?

Nigel estava imóvel, não havendo qualquer pista se ele sabia ou não o que os envelopes carregavam. Ele não percebeu a chegada da mulher. Sydney achou melhor se anunciar.

"O que está fazendo, Nigel?"

Preston e Jonathan estavam no quarto, ainda revisando os preparativos. "Ela listou muitas coisas, é quase como se estivessem indo para a guerra!" reclamou o loiro.

Bailey já havia feito as reservas e comprado as passagens de avião com seu próprio cartão de crédito. Agora teria que se preocupar em encontrar todo o equipamento, mas só poderia fazer as ligações no outro dia. Seu celular começou a tocar.

Preston abriu o aparelho e franziu as sobrancelhas ao ver o número do diretor do museu. Sentiu-se eufórico e ao mesmo tempo apreensivo. O que seu chefe teria para falar depois do expediente? Entrou instantaneamente em modo puxa-saco e atendeu ao telefonema de forma animada.

"Alô, senhor, como posso ajudar nosso tão ilussstre diretor?"

Preston não percebeu, mas enquanto conversava, Jonathan levantou-se da poltrona e abriu seu paletó alcançando um objeto metálico. O loiro empunhou o objeto, que revelou-se como um revólver, e o apontou para a nuca do inglês ao telefone. O nariz de Preston havia desinchado um pouco após várias sessões de gelo, mas ainda fez um barulho estridente quando sua respiração se alterou ao perceber que uma arma estava apontada para sua cabeça.

"Eu sabia que isso iria acontecer" disse Jonathan friamente. "A culpa é sua por ter dado com a língua nos dentes hoje à tarde antes de sair do Museu. Não devia ter contado ao diretor sobre a pesquisa, Preston. Passe o aparelho para cá!" e esticou o braço para pegar o celular das mãos do britânico assustado. Jonathan desligou o telefone e o enfiou dentro do vaso de flores que adornava a mesa do quarto.

Preston assistiu seu aparelho submergir na água, indignado. O celular havia lhe custado centenas de libras! O loiro não se importou nem um pouco e continuou apontando a arma.

"Ainda tem que encontrar a minha relíquia, Bailey!"


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