P. Bailey escrita por CellyLS


Capítulo 16
Nigel Bailey




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Sydney observou o paciente, esperando alguma reação. Segurou a mão direita do amigo e chamou seu nome. Ela esperou um instante, então o chamou mais alto e balançou de leve seu ombro direito. Aproximou o rosto do ouvido do amigo. "Nigel? Está acordado?" Sydney aguardou alguns segundos, atenta a qualquer reação que ele pudesse demonstrar.

Os segundos se tornaram minutos, e nenhuma reação aconteceu. O homem permaneceu inconsciente e os olhos da caçadora começaram a brilhar ainda mais, não pela esperança que antes os preenchia, mas por estarem marejados agora.

Sydney suspirou profundamente e não se permitiu chorar. Desviou o olhar em direção aos pés da cama, onde as cartas permaneciam espalhadas desde a noite passada. Cerrou os olhos e apertou gentilmente a mão do amigo que ainda dormia. "Acorde, por favor." A caçadora reuniu coragem e olhou mais uma vez para o rosto de Nigel. Como nos dias anteriores, ele continuou imóvel.

Ela respirou fundo e afastou-se da maca. Repousou a mão do amigo sobre os lençóis e virou as costas, saindo do quarto. Precisava de um pouco de ar fresco, e talvez um pouco de café. Esfregou os olhos e se acalmou mais. Não havia necessidade de se desesperar. Isso não quer dizer nada, ele vai acordar. Hoje é apenas mais um dia. Continuou repetindo para si enquanto cruzava o corredor até chegar ao elevador do hospital.

No primeiro andar, Sydney caminhou até a máquina de café, sua grande companheira desde que Nigel fora internado, e comprou um expresso. Aguardou alguns segundos e voltou para o elevador com seu pequeno copo de isopor. Subiu novamente até o terceiro andar e retornou para o quarto do assistente.

Ao passar pela porta viu uma enfermeira trocando o soro do amigo. Caminhou até o outro lado da maca onde ficava a cadeira e sentou-se. "Bom dia." Disse a enfermeira animada. Sydney forçou um sorriso e recolheu as cartas que estavam sobre a maca com uma das mãos. Enfiou os envelopes na bolsa pendurada na cadeira e deparou-se com uma bandeja sobre o criado-mudo. "Espero que se anime com o banquete que eu lhe trouxe." A enfermeira falou amavelmente em um inglês impecável.

Sydney já havia conversado com ela algumas vezes. A mulher de meia-idade tinha os cabelos pintados de vermelho e os olhos mais azuis que Sydney já vira, se chamava Anny. A caçadora admirou a bandeja, que tinha um pedaço de bolo, uma torrada com geléia e um copo de leite. Seu estômago ganhou vida naquele instante e a morena lembrou que não havia comido nada no dia anterior.

"Muito obrigada, Anny." Sorriu agora com mais facilidade para a gentil mulher. A enfermeira anotou algo na prancheta ao lado da maca de Nigel e olhou para Sydney.

"Ele parece muito melhor hoje. Quando o irmão vier no horário de visitas, deveria deixá-lo aqui em seu lugar e descansar um pouco no hotel." Disse a enfermeira. A caçadora observou o amigo, não notando qualquer diferença desde que saíra do quarto. Devia ter se enganado quanto à posição de seus braços. Se ele tivesse mesmo se movido, já teria feito isso novamente, ou a enfermeira teria notado alguma alteração, certo? Suspirou e concordou com a cabeça.

"Quando Preston vier às dez horas eu voltarei para o hotel." Anny sorriu e despediu-se, saindo do quarto logo em seguida. Sydney esticou o braço e pegou a torrada da bandeja. Começou a tomar seu café expresso olhando pela janela próxima da maca. O dia estava lindo lá fora.

Terminou de comer a torrada e percebeu que não estava com tanta fome quanto havia imaginado. Deixou o copo de café na bandeja ao lado do bolo e escorou-se da forma mais confortável que conseguiu na cadeira. Começou a observar Nigel.

Perdeu a noção do tempo, sentindo um aperto no peito enquanto decorava todos os traços de seu amigo. Seu rosto, seus braços, suas mãos... Já havia feito isso em todos os outros dias, mas hoje de alguma forma estava se sentindo mais angustiada. Ela ficara com a tola esperança, quando terminou de ler as cartas na noite anterior, de que ele acordaria no outro dia e finalmente os dois poderiam conversar depois de tanto tempo. Como sentia falta de sua voz.

"Eu sempre adorei seu sotaque, sabia?" Sorriu para o amigo, como se ele pudesse ouvir o que ela estava falando. "Não por ser inglês, mas por ser a sua voz... Daria qualquer coisa para poder ouvi-la de novo." Sydney mordeu o lábio inferior, tentando segurar um pouco da insegurança e do desespero que pareciam mais fortes nessa manhã.

Ela faria qualquer coisa para ter mais uma chance com o amigo. Para que os dois nunca mais se separassem e que ele continuasse enchendo sua vida com tudo aquilo que ela sentia falta agora. Para que ela pudesse dizer a ele o quanto era importante em sua vida e que sim, ele é homem suficiente para fazê-la feliz, isso se ainda considerá-la mulher o bastante para agradá-lo. Mas para isso ele teria que acordar, ela precisava descobrir se ele ainda lhe daria uma chance. Sydney respirou fundo.

"Eu amo você." Sussurrou sentindo os olhos umedecerem. "Você vai acordar, não vai?" Escondeu o rosto com as mãos. Esse tipo de dor não deveria ser sentida por ninguém!

As lágrimas começaram a escapar de seus olhos. O rosto de Nigel, seu amigo, seu amor, continuava impassível, mesmo que ela tenha ficado o tempo todo ao seu lado lhe oferecendo seu coração. Será que ele se sentiu assim quando ela o ignorou ao declarar seu amor?

À tristeza, Sydney viu somada culpa por não ter percebido antes o afeto de seu amigo. Estava começando a perder as esperanças. Não havia sinais de que ele iria despertar. Ele continuava exatamente igual, imóvel.

Sydney já estava esperando por quatro dias naquele hospital. Quatro dias para ver os olhos da pessoa que havia mudado sua vida. Do homem que havia mudado sua vida. Quatro dias sem saber se aquele que amava seria capaz de lhe perdoar - sem saber se ele seria capaz sequer de continuar lhe culpando.

Quanto tempo mais ela teria que esperar? Como ela continuaria vivendo sem saber? Como continuar se tudo o que podia fazer era esperar? "Você sabe como?" Ela perguntou ao amigo. "Se você acordasse agora me responderia?" Ela não tentou mais impedir as lágrimas de correrem pelo seu rosto. "Você responderia?"

A caçadora continuou soluçando e se apoiou na lateral da cama sem tirar as mãos do rosto. Ela precisava daquela resposta, ela precisava de alguma reação.

Sydney continuou debruçada sobre a maca por incontáveis momentos. Ela fechou os olhos com força, não querendo mais chorar ou ver o amigo inconsciente. Em um instante, ela sentiu de leve a mão de alguém repousar sobre sua cabeça. Parou de chorar.

Sydney chegou a acreditar que era apenas sua imaginação lhe pregando peças depois de tanto tempo esperando que isso acontecesse, mas ouviu a voz rouca e suave, com um sotaque inglês dizendo "Não chore" e olhou para cima. Foi quando encontrou a visão mais linda de toda sua vida.

Lá estavam. Aqueles olhos que tantas vezes tentara decifrar se eram mais verdes ou mais castanhos. Eles estavam abertos em todo seu esplendor, e direcionados a ela. O homem que Sydney amava estava acordado e a admirava com tanta ternura que Sydney pensou estar sonhando.

Nigel sorriu e a mulher se jogou em seus braços, enlaçando-o num abraço forte que durou vários minutos, ou talvez horas, Sydney não se preocupou em contar. Ela continuou abraçada a ele, passando a mão em seus cabelos, em seu rosto, tentando se acalmar e certificar de que ele estava mesmo acordado. Ela ainda chorou por algum tempo, mas suas lágrimas eram agora de felicidade. O silêncio foi quebrado apenas quando ela sussurrou algo.

"Você me perdoa?"

Nigel passou a mão sobre seus cabelos, imitando o gesto da caçadora. "Pensei que não teríamos esta chance..." Disse ele em um tom quase inaudível. Sua voz estava rouca e grave. Ele a apertou forte contra si. "... Acreditei que não a veria nunca mais."

"Eu também." Ela concordou, fechando os olhos, tentando impedir mais lágrimas. "Me perdoe, Nige!" E soluçou novamente.

Ele a abraçou mais forte. "Não preciso lhe perdoar por nada, Syd, eu AMO você."

Ela sentiu a respiração falhar. "V-você me ama?" Seu coração disparou. Ele balançou a cabeça, concordando, e sorriu. Quanto tempo fazia desde que a caçadora vira aquele sorriso tão lindo e tão... Nigel. Ela se sentiu tomada por uma onda de calor e felicidade. Se aconchegou nos braços do amigo, ou melhor, de seu amor.

"Eu também amo você."

Os dois não perceberam a figura parada silenciosamente na porta do quarto, que os observava atentamente. Preston testemunhou todas palavras do casal. Sem ser percebido, ele se afastou e saiu dali sem dizer nada. As enfermeiras que o viram no corredor perceberam seu sorriso resignado enquanto caminhava rumo a saía do hospital. "Parece que venceu desta vez, irmãozinho." Disse o inglês ao encontrar os raios de sol fora do prédio. Aquele era mesmo um dia muito bonito. Olhou para o céu azul e deu um meio sorriso. "É bom tê-lo de volta, Podge." Começou a caminhar em direção ao hotel. Voltaria ao hospital mais tarde, quando seu irmão já tivesse conversado com a caçadora.

Sydney e Nigel continuaram abraçados um ao outro por um bom tempo, até que a enfermeira Anny entrou no quarto, batendo na porta. "Vejo que temos boas notícias nesta manhã." Disse admirada. Ficou contente ao ver que Sydney estava sorrindo de verdade pela primeira vez em vários dias. Olhou para o rosto de Nigel. Ele parecia tão contente quanto a morena. "Eu vou buscar o médico." E saiu do quarto alegremente.

Sydney levantou-se da cama e ficou de pé ao lado do assistente, segurando sua mão. Fechou os olhos mais uma vez, agradecendo por finalmente tê-lo de volta a salvo. Prometeu a si mesma que a partir de hoje nunca mais deixaria de ouvi-lo. Nunca mais o magoaria ou deixaria que ele escapasse.

Nigel ouviu a voz de Sydney sussurrando em seu ouvido. "Vamos para casa, P. Bailey." O inglês sorriu e abriu os olhos. Havia cochilado na cama do hospital enquanto a esperava. Sentou-se na maca, ainda vestindo o avental de paciente do hospital. Tomou cuidado para sua perna engessada não cair dos travesseiros que estavam aos pés da cama. Sydney sorriu e jogou uma mochila no colo do jovem.

"Aqui está sua encomenda." Disse divertida.

"Que bom que você só levou a tarde inteira para comprar isso."

"Você sabe que eu adoro fazer compras." Disse ela, remexendo nas sacolas onde estavam suas mais novas aquisições. "Estava com vontade de comemorar, desde que você acordou ontem." E sorriu admirando seus pacotes.

Nigel balançou a cabeça. "E o que você trouxe para comemorar?" Abriu a mochila em seu colo e encontrou algumas roupas, meias e um par de boxers.

"Algumas luvas e lenços para mim. Esta bota que estou usando. Suas roupas..." Sydney viu o inglês analisando encabulado as boxers que ela havia escolhido. Largou a sacola no chão e se aproximou dele. "Vai querer ajuda para se vestir?" E ergueu as sobrancelhas. O rosto de Nigel avermelhou na mesma hora.

"N-não será necessário."

Sydney riu e saiu do quarto, fechando a porta. Escorou-se na parede do corredor e aguardou alguns minutos. Voltou para o quarto. Nigel estava sentado sobre a cama, tapado até a cintura com o cobertor. Já estava usando a camiseta e o suéter que ela havia trazido. Ele estava com os braços cruzados, emburrado. "O que houve, Nige?" E se aproximou da maca.

Ele hesitou um instante, mas suspirou desanimado, erguendo as mãos no ar. "Não consigo vestir a calça!" E cruzou os braços novamente. Sydney o observou desconfiada. Ele se ofendeu. "É o gesso! Não consigo dobrar o joelho o suficiente com toda essa porcaria na minha perna. Deve pesar uns dez quilos!"

"Então me deixe ajudá-lo." Sydney levantou o cobertor. "Como você vestiu as boxers?"

Nigel começou a ficar vermelho de novo. "Foi fácil. Mas não consigo passar a perna da calça pelo gesso." Ele tinha certeza que ela estava se divertindo com tudo aquilo. Ela adorava deixá-lo embaraçado.

A mulher pegou a calça de abrigo, e com um pouco de esforço e muito cuidado, enfiou sobre o gesso no pé do inglês. Levantou a peça de roupa até os joelhos do jovem, onde a tala terminava. Nigel assumiu a tarefa e vestiu a outra perna sozinho. "Por que está tão nervoso, Nige?"

"Não estou. Só quero sair logo deste hospital." Esticou as pernas pela beirada da cama e ficou de pé, apoiando-se sobre o lado não engessado. Terminou de vestir o abrigo e sentou-se na beirada da cama. Deixou o gesso encostar no chão com cuidado e dobrou o outro joelho. Começou a colocar a meia no pé descalço.

Sydney o observou. Ele ainda parecia constrangido. Como ela adorava quando ele enrubescia daquela maneira. Havia sentido tanto a sua falta naqueles três dias. Agora Sydney sabia que não poderia de forma alguma viver sem o inglês.

Ficou séria um instante. "Sabe o que eu realmente gostaria de fazer para comemorar?" E parou de pé na frente dele.

Nigel terminou de vestir a meia e olhou para a mulher. "O quê?" Ela inclinou-se, aproximando seu rosto do dele . Nigel viu a caçadora esticar os braços ao seu redor e repousar as mãos sobre o colchão da maca, deixando seus rostos a meros centímetros de distância. Engoliu seco.

Sydney observou com deleite o inglês ficar imóvel a sua frente e a encarar nos olhos, num misto de nervosismo e acanhamento. Aproximou o rosto do dele ainda mais, tão próximo que pôde sentir a respiração agitada do jovem em seus lábios. Não conseguiu evitar seu próprio peito de arder com antecipação.

Lentamente, Sydney moveu a cabeça e sussurrou, quase roçando os lábios nos dele. "Posso?"

Nigel levantou o olhar e a encarou, como se procurasse qualquer vestígio de incerteza nos olhos dela. Não encontrou. Ele concordou levemente com a cabeça sem desviar o olhar, dando a permissão que ela queria. Sydney cortou a distância entre os dois e cobriu os lábios dele com os seus. Eles fecharam os olhos e todo mundo desapareceu. Não havia nada ao seu redor, tudo o que sentiam era a paixão e o ardor do contato que partilhavam.

Sydney contornou a boca do inglês com pequenos beijos, então traçou com a língua o contorno do lábio inferior de Nigel, saboreando a textura, o sabor, a intimidade do contato. Ele deixou escapar um suspiro que fez com que as costas da caçadora se arrepiassem. Nigel correspondeu beijando vagarosamente a boca entreaberta da mulher, provando cada milímetro dos lábios dela.

Sydney se afastou, retomando o fôlego. O rubor no rosto de Nigel deveria estar refletindo o dela, pois sentiu as bochechas queimando. O calor provindo da respiração dos dois pareceu se espalhar pelo corpo inteiro da caçadora e o gosto dos lábios dele foi tão... incrível. Só aquilo não era suficiente. Sydney entrelaçou os braços ao redor do pescoço de Nigel e o puxou para perto. "Vamos comemorar mais..." disse, e se apoderou novamente dos lábios dele.

Desta vez, ela não deixou oportunidade para Nigel assumir o beijo. A caçadora invadiu a boca dele, ansiosa por mais daquela sensação indescritível que estava tirando a força de suas pernas. Por que ela estava de pé? Inclinou-se contra ele, aproximando ainda mais seus corpos até que Nigel estivesse com as costas totalmente pressionadas entre o colchão da maca e o peito ofegante de Sydney. Ela sentiu as mãos de Nigel roçarem suas costas e soltou um suspiro de contentamento. Isso! Ela precisava que ele a tocasse, precisava sentir sua pele, por que estavam vestindo tantas roupas?

A caçadora enfiou uma das mãos por baixo do suéter inglês e acariciou seu abdômen, seu peito, sem nunca interromper o contato com os lábios quentes do assistente. Nigel não protestou. Ele a enlaçou mais forte com um dos braços e pôs a outra mão na nuca da mulher, aprofundando mais o beijo. Sydney subiu com um dos joelhos sobre a maca, buscando impaciente por mais contato entre os dois. Deus, por que nunca haviam feito isso antes? Começou a se posicionar para subir na maca com a outra perna.

"Existem hotéis para se fazer isso, sabiam?"

Nigel e Sydney saltaram na cama com a voz alta e grave que ecoou no quarto. A caçadora olhou para trás e enxergou Preston parado logo adiante. Ela observou sua própria posição. Estava praticamente deitada na maca sobre Nigel em uma posição totalmente comprometedora. O assistente havia escondido o rosto com as mãos. Sydney riu ao perceber o quão vermelho ele estava. Era realmente fácil encabulá-lo. Inclinou-se próxima do rosto dele. "É Preston." Ele relaxou e afastou as mãos.

Ela desceu da maca e sorriu ao ver a satisfação começar a se formar lentamente no rosto de Nigel. Ele sentou-se na maca e encarou o irmão. Preston pigarreou e apontou para a mochila e os pacotes de lojas jogados perto da maca. "Isso é tudo que vão levar? Há um vôo em aproximadamente uma hora, devemos nos apressar."

Sydney observou o que Nigel faria. "Sim. Está tudo aí." Ele respondeu simplesmente. A caçadora aguardou pelo tom de ironia ou ao menos pela menção ao olho roxo que Preston havia ganhado dela. Mas Nigel não fez nada disso. Ele parecia apenas feliz enquanto falava com o irmão. Sydney sentiu ainda mais orgulho de seu assistente.

Preston pegou as sacolas. "Eu os esperarei no carro." E virou as costas, saindo do quarto. A caçadora apreciou o fato de ele estar levando os acontecimentos na esportiva. Ou talvez ele estivesse apenas com medo que ela quebrasse os ossos de seu corpo lentamente se Nigel lhe pedisse, o que tinha razão em temer, já que ela o faria com todo do prazer. Mas de qualquer forma, o Bailey mais velho parecia conformado, e Nigel parecia radiante. Ela estava feliz com isso.

Sydney puxou a cadeira de rodas ao lado da maca e a aproximou de Nigel. "Vamos lá. Quero chegar em casa o quanto antes."

Nigel desceu da cama com cuidado e sentou-se na cadeira. "Levaremos horas só até Londres, Syd. Em quanto tempo acha que chegaremos a Boston?" Olhou para cima e deu de cara com ela. Sydney havia se abaixado e lhe beijou novamente. O encontro dos lábios foi rápido e delicado, mas surtiu quase o mesmo efeito que o beijo anterior.

Sydney fechou os olhos tentando prolongar a sensação mesmo depois de os dois já terem se separado. "Torça para que seja rápido, ou teremos que nos espremer com esse gesso dentro do banheiro do avião." Olhou no rosto do assistente. Havia conseguido. O rubor que a caçadora tanto gostava se manifestava novamente nas bochechas do inglês.

"Vou obrigar Preston a comprar passagens para vôos sem escalas." Disse Nigel a encarando com um olhar significativo. Sydney ficou estática por um segundo. Era mesmo Nigel flertando daquela maneira? Ele continuava com o rosto corado, mas seus olhos estavam brilhando num misto de travessura, volúpia e qualquer outra coisa que o deixava completamente tentador. Ela nunca havia testemunhado este lado do assistente.

"Nigel, você sempre me surpreende." Deu-lhe um selinho e posicionou-se atrás da cadeira para empurrá-la.

"Oh, você não viu nada, Syd." Respondeu o inglês sem perder tempo.

Os dois riram e saíram do quarto. Nigel estava sorrindo como não lembrava de ter feito há muito em sua vida. Chegou a acreditar que tudo havia se acabado naquela caverna fria e escura, mas Sydney o salvou. Ela o trouxe de volta e aceitou seu coração, não havia nada a fazer além de sorrir e agradecer por ter esta chance de sentir-se tão feliz. O sonho de poder ficar com a mulher que amava estava se realizando. Agora poderia simplesmente demonstrar todo o amor que ficou por tanto tempo sufocado em seu peito. Estava finalmente livre para amar.

FIM


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura!



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