P. Bailey escrita por CellyLS


Capítulo 12
Lanças




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Preston ouviu a caçadora gritar:

"NÃO!"

O britânico correu para o outro lado da câmara e alcançou Sydney, que estava parada, olhando para um túnel a sua frente. Ela apontava sua lanterna para o mesmo lugar e balançava a cabeça em sinal negativo. "O que foi, Sydney?" Sem resposta, Preston a segurou pelos ombros "Responda!" Ela deixou a lanterna cair e abaixou a cabeça.

"Não... não pode ser!" Sussurrou a mulher.

O inglês não compreendeu que ela disse e a soltou. Preston franziu o cenho e virou-se para a galeria à frente dos dois, esforçando-se para enxergar o que ela havia visto dentro do corredor escuro. Suas mãos começaram a tremer violentamente, mais pelo pavor de descobrir o que havia abalado a corajosa mulher do que pelo frio.

Preston então avistou algo que quase o paralisou. A luz da lanterna não era forte o suficiente para ele conseguir distinguir o que estava no túnel com detalhes. Mas a pior parte era muito fácil de entender e não precisava de tanta luminosidade para fazer o homem contorcer seu rosto em horror. A passagem estava repleta de barras de ferro e adiante havia o que restava de uma pessoa presa por várias lanças, que a atravessavam em inúmeros ângulos. Não havia como aquilo estar vivo praticamente estraçalhado pelas barras de ferro.

'Aquilo'. Esta foi a única palavra que Preston encontrou para definir o que seus olhos lhe forçavam a encarar. Não podia ser considerado um ser humano o que estava naquele corredor, pelo menos não no estado em que se encontrava agora.

O choque daquela visão só foi amenizado pela voz de Sydney. E também pelo barulho que a lanterna dela fez quando a mulher a chutou sem qualquer cuidado ao se aproximar da parede da câmara. A lanterna girou no chão e parou clareando o espaço entre os pés de Sydney e os de Preston, iluminando a água que escoava do túnel. "Ele... ele se foi... Nigel se foi..." repetiu ela, escondendo a face com as mãos. Ela escorou as costas na parede ao lado do corredor e escorregou pela rocha até o chão, sem tirar as mãos do rosto. Preston a encarava, imóvel.

O inglês então se deu conta, pela primeira vez após o choque, que Sydney acreditava que aquela pessoa – que ele acabara de denominar como 'aquilo' – deveria ser seu irmão. Ele clareou o túnel e se esforçou para enxergar novamente a imagem terrível. A posição doentia em que a pessoa havia sido empalada o impedia de enxergar sequer a cabeça para identificá-la claramente. Água lamacenta e vários pedaços de gelo cobriam o corpo, formando uma pequena cachoeira que impedia o fluxo da água no corredor inundado.

Preston piscou algumas vezes, tentando identificar a pessoa imóvel. O inglês arregalou os olhos, sentindo o ar lentamente sumir de seus pulmões. A roupa do cadáver estava visível e era da mesma cor que a de Nigel!

"I...irmãozinho?" Um nó se formou na garganta do britânico. Preston sentiu-se tomado por um desespero tão profundo que só se igualava àquele de quando seus pais morreram. Ele apertou a lanterna entre seus dedos, fazendo suas juntas ficarem esbranquiçadas pela força e o feixe de luz tremer ainda mais. Não podia ser verdade! Aquilo que estava vendo não podia ser seu irmão! A vida de 'Podge' não poderia acabar daquela maneira tão cruel, deveria haver outra explicação!

Inconformado, o inglês aproximou-se das barras de metal e apontou a lanterna por entre as grades, iluminando o corpo o máximo que pôde. Alguns segundos se passaram em completo silêncio. O único som era da água que passava por Preston e corria até os pés de Sydney, espalhando-se aos poucos pela câmara central.

"Não é ele!"

Sydney pensou ter imaginado Preston dizer aquelas palavras. Ela secou a umidade de seus olhos e virou-se para o inglês. "Não é ele, Sydney! O cabelo é loiro, aquele é Jonathan!" Confirmou Preston. Ele apontou a lanterna para ela, sorrindo. Ela quase não suportou seu coração bater tão rápido com a notícia. Respirou profundamente tentando se acalmar e recolheu sua lanterna do chão.

A mulher levantou-se enxugando a umidade de seus olhos. Ficou de pé ao lado de Preston e respirou pesadamente. "Então onde está Nigel?" perguntou agora com as forças se renovando.

"Eu não sei, pode ter encontrado outra saída." O inglês apontou a luz para o lado oposto da sala. Sydney manteve sua lanterna abaixada e fechou os olhos por um instante. Agradeceu em silêncio a quem quer que os estivesse protegendo naquela caverna e pediu para que continuasse os guiando até Nigel. Ela suspirou mais uma vez ainda tentando se recompor e abriu os olhos. Encarou a escuridão do túnel um momento. Algo chamou a sua atenção. Ela estreitou os olhos.

"Preston, me dê a sua lanterna!" A caçadora pegou as duas luzes e as apontou para dentro do corredor além do corpo de Jonathan. Ela observou por alguns segundos e então apagou as duas luzes. O local ficou em total escuridão. O inglês ia perguntar o que ela estava fazendo quando a mulher começou a gritar. "NIGEL! RESPONDA! NIGEL!"

Ela olhou atentamente para a escuridão e viu algo se mexer. Parecia um pequeno ponto de luz no meio do corredor, que se moveu algumas vezes. "NIGEL! É VOCÊ?" A pequena luz se moveu novamente. Sydney acendeu as lanternas e escorou Preston em uma das grades. Fez o britânico juntar as mãos e subiu com um dos pés no degrau improvisado. Preston usou toda sua força para aguentar o peso da mulher. Ela apontou as duas luzes novamente para o ponto no túnel, agora conseguindo uma visão melhor. "...É ele! Preston, é Nigel! Está preso próximo a Jonathan, temos que tirá-lo de lá!"

Ao longe, Sydney conseguia distinguir a cabeça do assistente. Nigel parecia estar se segurando em uma das grades com as mãos, mas seu corpo devia estar parcialmente imerso na água. Ela segurou as lágrimas que ameaçaram aparecer novamente em seus olhos ao ver que ele quase não se mexia. A água devia estar muito fria. Havia várias pedras de gelo perto dele. O jovem não havia gritado, limitando-se a movimentar a pequena luz em sua mão direita quando Sydney o chamou mais uma vez.

A caçadora saltou no chão e largou as lanternas no piso da câmara, deixando-as apontadas para as grades do túnel. Virou-se para Preston. "Vamos empurrar as barras!" Ordenou, e os dois começaram a forçar as lanças que bloqueavam o caminho do túnel. Sydney e o inglês puxaram as barras de metal com toda a força, mas elas não se soltaram. Preston continuou tentando movê-las e Sydney abaixou-se, analisando as lanças. Todas elas estavam cravadas nas rochas do chão e sequer cediam com o esforço do britânico.

"Estão presas!" disse Sydney, tentando mover o metal. O britânico afastou-se das barras de ferro e percebeu o peso em seu braço direito. Olhou para baixo e agradeceu aos céus por ainda estar amarrada a seu pulso a única ferramenta que o grupo dispunha desde o começo da viagem. Ele pegou a machadinha de gelo e sem dizer nada começou a bater na rocha do chão, aumentando os buracos feitos pelas pontas das lanças no piso do túnel. Sydney levantou-se e pegou as duas lanternas.

Ela concentrou-se no que podia fazer no momento e começou a clarear o trabalho do inglês. Droga! Só havia uma machadinha. Suspirou e forçou-se a ficar parada iluminando o lugar enquanto Preston soltava as lanças do chão. Sydney olhou para o interior do túnel. "NIGEL, ESTAMOS INDO! AGUENTE MAIS UM POUCO!" Ela viu ao longe uma pequeníssima claridade se movimentar. Virou para Preston, que estava abaixado usando a machadinha. Deus, nos dê mais tempo!

A água que corria pelo corredor dificultava a pontaria do britânico – e também o fato de ele nunca ter usado qualquer ferramenta do tipo durante toda sua vida. Depois de passar por algum trabalho até se acostumar com o pequeno machado afiado, Preston conseguiu aumentar o suficiente o buraco nas pedras para afastar três das barras de ferro, usando a ajuda de Sydney. Eles se espremeram entre a grade e passaram para a próxima cortina de metal dentro do túnel. Sydney continuava usando as lanternas para iluminar o local onde o britânico estava trabalhando. A cada minuto ela olhava para a escuridão, conferindo se a pequena fonte de luz ainda estava brilhando no mesmo lugar.

Sydney constatou impaciente que ainda havia mais seis grades até chegarem ao corpo de Jonathan, que bloqueava a passagem da água. E depois disso havia mais uma grade até Nigel, onde ele estava se segurando. Eles teriam que deslocar três lanças em cada uma das grades para conseguir alcançá-lo e retirá-lo de lá. Precisavam fazer aquilo mais depressa!

Sydney e Preston se revezaram algumas vezes quando suas mãos começavam a adormecer pela água gelada. A caçadora continuou chamando Nigel de tempos em tempos e recebia de volta um aceno com a pequena luz, que ficava cada vez mais nítida conforme eles atravessavam as grades de metal. Os dois abriram as pequenas passagens entre as grades o mais rápido que conseguiram. Eles levaram aproximadamente meia hora para chegarem até o que restava de Jonathan.

A caçadora podia enxergar Nigel agora perfeitamente, através de duas cortinas de lanças. Ele estava sentado no chão, escorado na parede do túnel, e seu ombro direito encostava-se na grade. Sua cabeça pendia para baixo e ele permanecia quase totalmente mergulhado na água. "Estamos aqui, Nigel! Vou liberar o gelo e a água..." Sydney quase não terminou a frase ao mirar o jovem. Ele não estava se mexendo! A mulher lançou-se depressa a puxar e quebrar os fragmentos de gelo da grade com as mãos. Preston ignorou o cadáver de Jonathan e continuou com a machadinha tentando afastar três barras de ferro. "NIGEL! RESPONDA!" Gritou a caçadora.

A água escoou rapidamente e em segundos não passava de uma corredeira que quase cobria os pés de Sydney. Assim que o fluxo diminuiu novamente, Preston conseguiu liberar duas barras de metal enquanto a caçadora gritava o nome de seu irmão sem conseguir alcançá-lo. Preston soltou a terceira lança e Sydney passou entre as barras com pressa, quase se machucando e finalmente alcançou a última grade antes de Nigel.

Sydney forçou o braço entre as barras, mas só conseguiu passar uma das mãos para o outro lado. Ela tocou com a ponta dos dedos o rosto do jovem. "Nós chegamos, Nige. Vamos tirar você daí. Está me ouvindo?" Ele estava molhado da cabeça aos pés, e sua pele branca como o gelo tinha quase a mesma temperatura da água. Seus olhos estavam fechados. A caçadora deu leves batidas em seu rosto, tentando acordá-lo, mas ele continuou imóvel. Sua boca estava com uma coloração arroxeada, e suas pernas que estavam dobradas contra o peito acabaram deslizando para o lado com os movimentos que a mulher causou.

"Nigel! Acorde!" Sydney tentou passar a outra mão pela grade, mas não havia espaço. O jovem continuou imóvel, escorado na parede do túnel. Seus braços pendiam sem vida até o chão e suas mãos tocavam o piso gelado. A pequena lanterna soltou-se do pulso direito de Nigel e foi carregada pela correnteza, passando entre os pés de Sydney. A caçadora viu a pequena luz desaparecer na escuridão e respirou fundo. Forçou as mãos e as pernas a pararem de tremer e continuou tentando acordá-lo, passando a mão pelo rosto do jovem. "MAIS RÁPIDO, PRESTON!"

Mais algumas batidas e a voz do britânico ecoou na caverna. "Terminei!" Ele forçou a última das três barras e abriu a passagem. Preston passou por entre as lanças logo depois da mulher. No outro lado, Sydney não perdeu tempo e pegou os ombros do assistente, indicando ao inglês que carregasse as pernas do irmão. Depois de alguns minutos de dificuldade, eles conseguiram tirar o homem inconsciente do túnel apertado, levando-o para longe da água na câmara central.

Os dois deitaram Nigel perto do altar no centro da sala, onde o chão não estava molhado e Sydney começou a inspecioná-lo. Ele ainda tinha pulso, o que fez a mulher suspirar de alívio. Mas as batidas estavam muito fracas e a respiração do jovem era quase imperceptível.

A mulher despiu seu próprio casaco, então retirou a jaqueta e o blusão molhados de Nigel e o vestiu com seu agasalho. Sydney sentou-se no chão e o puxou para seu colo, encostando a cabeça do assistente em seu peito. Ela segurou as mãos dele entre as suas e soprou ar quente entre elas por alguns momentos. Apertou Nigel firme contra si, tentando aquecê-lo. Ela viu um corte enorme nas costas da mão direita do jovem. Não havia muito sangue na ferida, mas o vermelho contrastava ainda mais com a cor branca que a pele dele havia assumido.

Sydney encostou seu rosto no dele: continuava gelado. Ela o abraçou ainda mais forte e verificou novamente seu pulso. Ainda estava fraco. Sua coloração não estava melhorando e seus lábios continuavam arroxeados. Ela abriu os olhos de Nigel e desesperou-se ainda mais ao encontrar pupilas dilatadas no lugar do verde vivo e radiante característico do olhar do amigo. A mulher contorceu o rosto e começou a friccionar as mãos sobre o peito do assistente em seus braços, tentando aquecê-lo. Sydney não conseguiu impedir lágrimas de escaparem de seus olhos. "Não está adiantando, Preston! Temos que ir a um hospital!"

Preston estava de pé, caminhando de um lado para o outro na frente das duas pessoas no chão. Ele viu seu irmão permanecer imóvel independente dos esforços da caçadora. Apontou a lanterna para o rosto dela. Lágrimas escorriam de sua face enquanto ela tentava sem êxito reanimar o homem inconsciente em seu colo. O inglês sentiu seu coração acelerar e resolveu agir antes de acabar tendo um ataque de pânico. Precisavam tirar seu irmão rápido dali. O britânico prendeu a machadinha e as lanternas em seus punhos. "Temos que movê-lo. Jonathan confiscou nossos celulares, precisamos levar Podge até o jipe e encontrar a cidade mais próxima para procurar ajuda."

Sydney encarou Preston um segundo. Ela concordou com a cabeça e soltou Nigel, começando a se levantar. Preston se abaixou e a ajudou a ficar de pé. "Temos que ser cuidadosos." Ela disse, segurando os ombros de Nigel. Preston se posicionou perto do altar, preparando-se para os dois carregarem o irmão.

Como antes, o inglês segurou as pernas do jovem enquanto Sydney segurava os ombros. Ao se erguerem com rapidez, Preston bateu o cotovelo na urna que estava sobre a mesa central, derrubando-a. Os dois pararam como estátuas. Sydney não havia verificado se o altar possuía armadilhas.

Eles olharam para todos os lados, esperando algo acontecer. Nada, apenas o barulho da água correndo. Os dois respiraram aliviados, quando de repente um enorme tremor alastrou-se por toda a caverna. "Vai desmoronar!" Gritou Sydney, indicando que Preston corresse para o túnel de onde os dois haviam vindo.

Eles caminharam rápido, carregando Nigel para o corredor que os tiraria da câmara central. A caçadora havia memorizado os gatilhos no túnel e não hesitou em entrar na galeria. Em passos largos, Sydney conseguiu guiar Preston pelo caminho seguro enquanto os dois carregavam o jovem nos braços.

Fragmentos do teto começaram a cair e se estraçalhar por todo do chão da caverna. A caçadora cerrou os dentes enquanto corria. Se algum fragmento caísse sobre os gatilhos, os três acabariam como Jonathan naquele corredor! Ela acelerou o passo o máximo que conseguiu. Eles já estavam próximos do final do túnel quando Sydney viu que um grande pedaço do teto estava se soltando bem a sua frente, logo acima de um dos gatilhos.

"PRESTON, PULE!"

E os dois se jogaram para fora do túnel, levando Nigel junto com eles. Os três pousaram desajeitadamente no chão duro da outra câmara, ao mesmo tempo que o pedaço de rocha acionava as lanças na galeria. Uma chuva de barras de metal bloqueou instantaneamente a passagem da qual os três acabavam se saltar, deixando de acertá-los por milímetros.

Sydney e Preston se entreolharam. Ela estava no chão e Nigel estava caído sobre ela. No topo dos dois estava Preston. O britânico levantou-se prontamente e ajudou Sydney a ficar de pé e carregar o irmão para fora daquela câmara.

Pedaços enormes do teto da caverna já estavam no caminho quando os três chegaram ao corredor principal que levava à saída. A mulher e o britânico escorregaram várias vezes ao correr sobre o chão acidentado e cheio de gelo, enquanto desviavam dos fragmentos que continuavam caindo e ameaçavam machucá-los.

Foi difícil, mas em alguns segundos, os dois conseguiram chegar ao final do túnel com Nigel nos braços, sem serem acertados pelo gelo e pelas rochas. Sydney e o inglês deram um enorme passo, saltando da caverna para a escada em formato de caracol que permanecia do lado de fora do penhasco.

Preston segurou-se na lateral da escada e equilibrou Nigel enquanto Sydney pulava sobre o corrimão. Depois, ela o ajudou a puxar seu irmão para cima dos degraus da escadaria. "A caverna não desmoronou, não precisávamos tê-lo arrastado tanto e corrido desse jeito! Quase quebrei uma perna no caminho!" Resmungou o inglês ofegante enquanto a caçadora passava um dos braços de Nigel sobre seus ombros para os dois conseguirem carregá-lo escada acima.

Um estrondo violento seguido de uma nuvem de poeira escaparam da passagem no penhasco, que fechou-se bruscamente, lacrando-se na parede rochosa. Preston caiu sentado sobre um degrau, arregalando os olhos, coberto de poeira esbranquiçada. "Va...vamos sair logo daqui!"

"Estou esperando!" Disse a caçadora já subindo os degraus. O homem tentou se equilibrar novamente e a ajudou a levar Nigel até a plataforma da cachoeira, no topo do penhasco. Ao alcançar o alto das escadarias eles avistaram o jipe. Os dois caminharam alguns metros e pararam, ofegantes. Preston soltou o irmão e Sydney ajoelhou-se em uma das pernas. O britânico a ajudou a deixar Nigel em uma posição confortável, sentado no chão com as costas escoradas na amiga. Preston correu em direção ao veículo que estava estacionado a vários metros dali enquanto a caçadora verificava novamente os sinais vitais do assistente.

Ele não parecia estar melhorando. Sydney o enlaçou forte com os braços e segurou suas mãos. Ela abaixou a cabeça encostando sua testa na dele e sentiu um estranho arrepio nas costas. Um arrepio que não estava ligado ao toque frio da pele de Nigel. Levantou a cabeça e olhou em volta com atenção. Algo estava para acontecer. Ela olhou na direção de Preston e viu uma figura vestida de preto surgir de trás do automóvel. Então seu coração acelerou. Os seus instintos nunca falhavam.

Em segundos, vários outros homens vestidos com roupas escuras apareceram, cercando as três pessoas indefesas sobre a plataforma da cachoeira. Preston tentou recuar de volta para Sydney ao ver que todos estavam armados, mas um deles o impediu.

O homem estava ricamente vestido em um terno e casaco de peles. Ele era grisalho e aparentava ter aproximadamente sessenta anos. Ele parou na frente de Preston, apontando um revólver em direção ao seu peito. O inglês levantou os braços olhando para a arma. O velho aproximou-se de vagar e retirou a machadinha do pulso do britânico. Jogou a ferramenta para longe e então perguntou, com uma voz grave. "Onde está Jonathan?"


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Notas finais do capítulo

Continua...



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