Vampiros De Antigamente, Sedutores escrita por Veneficae


Capítulo 2
O infeliz ataque que quebrou minha unha


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, estou tentando.



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Sai da sala e desci as escadas, assustada.

Ou aquele garoto gostava bastante de vampiros ou sabia que eu iria tocar nesse assunto. Mas, em vez disso, a primeira coisa que pensei foi "Será que ele é um vampiro?" e outras revoltantes pensamentos ilógicos da minha mentes loucamente fértil.

Relembrar disso me fez bufar de despreso de mim mesma.

Eu estava descendo a escada quando vi um garoto encostado na parede, de costas para mim. Pela camisa e casaco de couro estilo Damon Salvatore do Diários do Vampiro, logo percebi que era Jackson Vanderberg. 

Indício 1: Jackson em estilo de Damon, um vampiro.

Ao pensar nisso, me imaginei batendo a cabeça na parede de indignação.

Sobre seus ombros, pude ler a mensagem do seu celular.

Jack, vamos nos ver de novo?!

Você me deixou sozinha naquele quarto.

Estou com saudades.

Da sua maçã vermelha, 

Debie.

Mas então Jackson fechou o celular.

Reparei que ele olhava para um espelho de um ármario do corredor, dava para ver minha figura do lado da escada olhando curiosamente sobre seu ombro.

- Não é nada bonito olhar as mensagens dos outros. Cadê a privacidade? É como se você estivesse olhando minhas cuecas.

Despertei então.

- Debie? Do segundo ano? - perguntei. Eu não podia dizer "Eu não estava olhando" já que era evidente.

- Quer saber mesmo sobre minhas cuecas?

- O que?! Não! - bufei. Levantei a cabeça e sai com o nariz empinado, tentando demonstrar indiferença.

Mas ele me seguiu pelo corredor.

- Atitude digna de uma professora, hein?

- Aah, claro. Por que não vai para a... esquece. - pensamentos impróprios saiam da minha cabeça!!!

- Cuidado, professora. Ninguém é o que parece.

- É uma indireta?

- Não. Aliás, de professora você é uma ótima balconista.

- Não me importo. Nem professora eu sou. Só me contrataram porque já trabalhei três anos numa biblioteca. - porque eu falava isso mesmo? - Aliás, por que está me amolando? Precisa de alguma ajuda?

- Não. Só quis mostrar isso - disse abrindo o celular e mostrando uma foto. Era a imagem de uma de uma estaca com simbolos gravados na madeira, havia uma crosta escura grudada na ponta afiada. - Essa estaca é do século XII, idade média, na Inglaterra. É do primeiro registro de episódios de mortos-vivos. Tive um amigo que teve acesso a isso. Achei que iria gostar, já que gosta de vampiros.

Senti-me tentada, mas eu não gostava da ideia de uma "professora" sair com um aluno.

- Não se iluda, garoto. Meus assuntos são estritamente proficionais. O que acontece na sala, fica na sala.

- Garoto?! Por acaso sabe quantos anos eu tenho?!!

Suspeitando, o perfurei com os olhos.

- E... quantos anos você tem? - pressupus, vacilando no começo.

Olhe me observou, intrigado, mordendo a ponta do masso de cigarro ainda não aceso que eu tinha percebido de repente.

- Mais do que pode imaginar, querida. - e deu um olhar ardente.

Ele me perfurava também, mas mais intenso. Dava para ver que ele queria fazer alguma coisa, eu sentia, mas de repente vacilou para trás e olhou como se eu fosse um zumbi com as roupas de sua mãe. 

- Até mais, Vanderberg.

Fui sair, mas então ele começoua gritar.

- AAAAAAA! Fujam! Essa mulher me esfaqueou! - quando vi, Jackson estava com um estilete de não-sei-aonde enfiado na barriga. Ele estava curvado, fingindo ou talvez com dor.

- O que..? Eu não... vocês viram.... eu...

Mas todos acreditavam mesmo que eu o tivesse feito.

Rutger Málcon, o diretor, apareceu no final do corredor. Vinha correndo como se o Centro estivesse pegando fogo. 

- Madame Maximinisse, já na minha sala!

Tive de correr para lá, infeliz.

- Sabe, Maximinise, sorte sua que todos os funcionários confiam em você e acham mesmo que o sr. Vanderberg teve um ataque. Não temos motivos para desconfiar da senhora, apesar de ter chegado no mesmo ano em que os ataques começaram. Maximinise, tudo vai ficar bem, mas tente ficar longe dos alunos por enquanto. Para não gerar uma revolta ou algo assim.

A única coisa que pude dizer foi...

- Claro, claro.

Fui em direção ao meu carro, um Chevette Tubarão antigo pra burro. A tintura preto até estava com partes inferrujadas. Eu não ganhava bem o bastante para comprar um Smart Cabrio vermelho lindo, partente de um buggy de dois lugares. Meu salário só dava para comprar a comida da semana e pagar o meu canal de rádio.

Quando abri, Chelsea me chamou.

- Como foi lá? - disse soltando uma fumaça da boca.

Estava fumando.

- Bem, vamos dizer assim. - suspirei. - Um dia, quando estiver entre trinta ou quarenta anos, é possível um ataque cardíaco do jeito que está fumando. Ou pior, bronseando seus pulmões.

- Sem piadas sobre isso, Charlote.

- Claro. Tem razão. De qualquer modo, logo seus pulmões poderão dizer tchau mesmo. Aliás, nunca pensou em parar?

- Nem pensar. Já tentei e foi um ó.

- Aahf, esquece. Tchau.

- Até-mais. - e sai do estacionamento.

Horas depois, eu estava fazendo meu programa de rádio como todos dia. Consolando e aconselhando garotas e - sim - garotos com problemas amorosos. Corações de Vidro, era o nome. Eu já tinha públicos fiéis e estava muito bem com isso.

Agora eu estava falando com uma garota de 15 anos que estava apaixonada por badboy da escola.

"Mas eu fico imaginando ele vindo até a mim, me tocando, sentindo minha pele, gentil, e..." dizia a garota no viva-voz.

- Ok, ok, ok, guarde suas fantasias para si mesma. O caso é que você está inventando a personalidade dele e, pelo que você me contou, ele nunca fará isso com você. A não ser que você o mude, o que parece ser muito difícil. Mas siga em frente, garota. Viva o momento e deixe rolar. Pode parecer meio triste agora, mas se ele a merecer vai correr atrás de você.

"Eu sei, mas cada vez que o vejo... dói. Prefiro sonhar e..."

- Querida, até o amor platônico tem seu encanto. Pode parecer que não, mas tem. Se está assim, viva o presente e deixei para ver o que vai acontecer. Não é bom sonhar e esquecer de viver, embora doa em mim falar isso. Mas como uma vez um grande filósofo disse: As paixões são como ventanias que enchem as velas dos navios; às vezes elas oprimem, mas sem elas não poderia navega. - olhei para o conômetro na mesa. - já deu trinta minutos! Obrigada por ligar e volte a sintonizar nesse canal novamente. Boa sorte, Canmira com o seu badboy. Beijus, até mais! - iniciei a próxima música do baixo para alto. - Agora uma música para animar vocês um pouco. Obsession de Sky Ferrera e depois Uprising do Muse. Boa música, até daqui a pouco. - e progamei o computador para tocar as músicas. Desliguei o microfone e voltei-me para a sala.

Então a luz piscou e desligou.

Olhei para o computador, mas ele continuava ligado. Não era a energia, então alguém... desligou a luz? Tentei me orientar, fazendo o mapeamento fácil da minha casa, e tentei chegar ao abajur.

Quando liguei, alguém me atacou.

Tentei correr para a escada, mas o vulto pegou a minha perna e puxou-me para baixo. Tentei agarrar algum degráu, mas minha unha quebrou e acabei continuando a ser arrastada. Uma mancha de sangue se estendeu em zigzag pelo assoalho.

Virei de barriga para cima. 

O vulto ficou em cima de mim, com a boca aberta - pingava algo ácido no meu rosto. Arfando, empurrei o vulto com toda minha força e tentei correr para outro lugar, mas o vulto pegou meu pé e jogou-me em direção a cozinha. Bati a cabeça.

Então tive uma ideia.

Corri para a cozinha, abri um dos armários e peguei uma faca. Quando o vulto chegou, dei golpes cegos com a faca, mas consegui acertá-lo. Ele caiu para trás.

Quando passei, peguei uma madeira solta que tinha perto de um armário e apontei de pé para o vulto. Ele resmungava deitado no chão. Tateando pela parede, liguei a luz quando achei o interruptor e olhei em direção onde ele havia caído.

Nada.

Só a bagunça e meu sangue no assoalho perto da escada.

Mas não havia nada mais ali.

O vulto tinha fugido.


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