Give It Up escrita por Niin


Capítulo 17
Improved Bad Boy


Notas iniciais do capítulo

Heey gente! Não odeiem a Vamps coitada! kkk'
oO cap é grande, ÊÊÊÊÊÊ todospula, mas acho que vou viajar no carnaval e vai demorar um bocado pro próximo, entãooo...
Beeijo



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Cheguei atrasada na escola porque acabei indo dormir tarde, pintei meu cabelo de preto no Halloween e repintei as mechas ontem, então acabei resolvendo hidratar e tal, depois fiquei com fome e depois sem sono…
Acabou que fui dormir muito tarde e perdi a hora, mas enfim, dei uma desculpa de que tinha ido tirar sangue e a coordenadora acreditou, foi fácil, comprei um curativo daqueles na farmácia e coloquei no braço.

Entrei na aula de espanhol e estavam todos quietos escrevendo numa folha, arregalei os olhos e olhei pro professor.
- Sente-se Jade.
Caminhei até lá e vi que Brian já tinha terminado de escrever.
- O que é isso? - Perguntei um pouco desesperada.
- Prova Vampira. - Ele disse sorrindo sacana
Arregalei os olhos, me ferrei. - Merda.
- Quer que eu coloque seu nome?
- Quero.
O sorriso sacana se alargou - E o que eu ganho com isso?
- Como?
- O que eu ganho?
- Gates!
- Simples, posso dizer a ele que acabei antes de você chegar, o que é verdade, e você terá de fazer sozinha.
- O que você quer?
- Não sei. - Disse e deu de ombros - Me surpreenda.
- Que merda Gates, eu não sei!
Ele pegou a caneta e colocou na bolsinha, arrumou as folhas e começou a levantar, então eu o segurei e puxei pra baixo.
- Para com isso idiota. - Eu disse entredentes
- Você devia ser legal comigo, lembra?
Respirei fundo. - Por favor? - Perguntei apertando seu braço.
- Estou esperando sua oferta.
- A gente discute isso depois.
- Não confio em você.

A discussão aos sussurros estava me irritando, graças a Deus estava sendo abafada pelo barulho do ar condicionado e da música em espanhol estranha que estava tocando, sim nosso professor é louco.
- Por favor Syn, é sério! Você sabe que eu sou péssima em espanhol.
- E o problema é de quem?
Suspirei e o soltei - Se você faz questão de ser tão filho da puta, vai lá… Entrega essa merda. - Eu disse me virando e apoiando a testa nas mãos, pensando em como eu faria pra não bombar espanhol, agora que Gates me odiava.
- Achei que ia desistir mais rápido. - A voz dele no meu ouvido me assustou e eu me virei pra olhá-lo
- Quer o que? Terminar de me torturar?
- Seria bom, gosto de te ver desesperada.
- Então filma, não acontece muito.
Ele sorriu e chegou muito perto de mim - Vou te mostrar que acontece.
- Vocês dois! - O professor chamou e eu me virei, Gates nem deu bola pra ele, pegou a caneta na bolsinha e colocou meu nome no papel, levantou e entregou-o, depois saiu pela porta.

Eu fiquei parada tentando analisar o que tinha acontecido, depois percebi que Michelle me encarava irritada.
- Pode sair da sala Jade. - O professor disse sorrindo e eu me lembrei de onde estava
- Ah, ok.
Peguei minha bolsa e fui pro corredor, parei no meu armário e peguei a apostila de história, quando senti algo me puxar pra trás e tapar minha boca.
Teria ficado desesperada se não reconhecesse o perfume, mordi a palma de sua mão, mas ele não me soltou.
- E eu que achei que você ia me bater. - Disse e me soltou, eu virei de cara fechada pra ele.
- Qual é o seu problema? - Perguntei irritada e ele veio na minha direção
- Agora? Você. - Disse e vi seus olhos castanhos escurecerem, andei pra trás até bater no armário.
- Pare de ser idiota Gates.
- Eu faço o que quiser. - Ele disse chegando ainda mais perto de mim
- Faça isso longe de mim.
- Faço onde quiser. - Semicerrei os olhos e ele sorriu sacana - Estou te deixando irritada?
- Estou sempre irritada.
- Eu sei.
- Sai de perto de mim!
- Nervosa?
- Eu estou sempre assim!
- Não fica sempre com as mãos tremendo. - Disse pegando meu pulso e olhando minha mão.
- Isso não é da sua conta! - Disse puxando meu braço e prendendo os dois atrás de mim.
- Tem razão… Até porque não me importo. - Ele disse e eu sorri cínica, então ele puxou a gola da camisa pro lado, mostrando a marca da mordida - Quem se importa é você.
- Eu não dou a mínima pra você Gates, já devia saber disso.
Ele riu pelo nariz e deu um passo pra trás. - Sei… - Disse irônico e saiu andando pelo corredor, eu bufei e fui pro armário do zelador, encostei na parede e escorreguei até o chão, chutei uma lata de lixo vazia e ela caiu do meu lado.

Quando o sinal bateu, saí do armário e fui andando pelo corredor, mas antes de chegar a minha sala de álgebra, vi Gates sentado num dos banquinhos do corredor, com Michelle no colo, eles estavam conversando com Jimmy, Zacky e Fernanda, que não parecia nada feliz.

Entrei na sala de mau humor e joguei minhas coisas na mesa, Nina ficou tagarelando sobre musse de chocolate com pão e eu ignorei-a, apenas fazendo “umh” e “ah” durante a conversa.
Knox chegou na sala e sentou ao meu lado, puxou uma mecha do meu cabelo e sorriu.
- Acabei de perceber que você pintou.
- Pois é. - Disse sorrindo forçado
Dei graças a Deus quando o segundo sinal bateu e o professor entrou na sala.
- Bom dia alunos, vim alegrar o dia de vocês.
- Como? Vai anunciar férias antecipadas? - Ron perguntou alegre
- Não, mas vim anunciar que vocês não terão os últimos dois horários. - Ele disse e todos começaram a conversar sobre o que fariam e comemorar. - Entretanto, continuarão na escola.
- Qual a graça disso? - Ron perguntou de novo
- Vocês vão fazer um trabalho ou algo assim nos dois últimos horários,
- Que droga! - Alguém disse
- Que triste não é? Mas vocês não terão aula, então calem a boca e prestem atenção em mim.

Quando o sinal bateu, saí da sala e fui perambular pela escola, não queria almoçar com Jimmy e os garotos por causa de Gates, não queria almoçar com Nina por causa de Knox, então fui pro estacionamento e me sentei lá encostada em uma árvore.
- Hey ranzinza, resolveu virar anoréxica também?
- Estou sem fome.
Ela se sentou do meu lado - Umh.
- E você?
- Já comi, mas saí daquela mesa antes que vomitasse.
- Por que?
- Eu não sei o que você fez com o Syn, mas ele de repente ficou insuportável.
- Sinto muito por você.
- Ele voltou com a Michelle, ou pelo menos voltou a pegá-la.
- E?
- E, que ela é uma irritante nojentinha, que fica esfregando nele toda hora. Os caras nem ligam porque já era assim antes. Eu não costumava ficar com eles porque não era amiga de ninguém além do Syn, então não estou acostumada com aquilo.
Ri pelo nariz - Pobre você.
- Você não está entendendo. - Ela disse irritada, parecia precisar falar sobre aquilo, então deixei que continuasse - É nojento! E não só quando ela fica claramente pedindo sexo pra ele.
- Ela precisa pedir sexo pro Gates? Isso é inusitado.
Fernanda riu - Você entendeu.
- Entendi.
- Bom, continuando… É nojento, ela fica toda “amor, você quer alguma coisa?” ou “amor, me beija?” tipo, que nojo! Ela é irritante e nojentinha!
- Melação…
- Muita! Ugh!
- Você acostuma…
- Não mesmo, antes disso eu mato a Michelle.

Ficamos um tempo em silêncio, depois ela quebrou-o.
- Você faz alguma ideia do que vamos fazer nos últimos horários?
- Não sei…
O sinal soou e nós nos levantamos, andando para o prédio da escola.
- VAMPIRA! - O grito estridente de Jimmy me fez olhar pros lados procurando-o no mar de gente
- Ali. - Fer disse segurando meu braço e apontando
Fomos até ele e encontramos todos eles juntos.
- Que foi? - Perguntei evitando ser atropelada por milhões de pessoas.
- Por que você não foi almoçar hoje?
- Estava sem fome!
- Hey! Temos que ir. - Zacky disse e nós fomos todos andando para o pátio interno da escola.
Todo o quarto ano estava lá, e nós vimos alguns dos professores e o diretor.
Eles nos colocaram em filas ou sei lá em um canto e ficaram do outro lado.
- Vocês vão formar grupos, olhem nas listas onde está o seu nome e fique com o respectivo professor.

Depois de uma grande confusão estavam todos com seu respectivo professor, eu estava com o mendigo, no mesmo grupo de Ron, Knox, Gates, Fernanda e Jimmy.
Ele nos entregou máscaras pretas para usarmos.
- Que raio é isso?
- Isso Jade, é uma máscara.
- Não. Jura? Achei que fosse um coador de café!
- Você é como um molho amargo pra comida, pode ser péssimo, mas é o que da a graça. - Fechei a cara pra ele - Agora coloque a toca Jade.
Obedeci e percebi que todos os grupos tinham uma coisa estranha, o grupo Zacky estava com um lenço estranho do nariz pra baixo, já o de Michelle tinha umas coisas brancas estranhas na cabeça.
- Muito bem, vou chamar um nome de cada grupo e vocês terão uma conversa incluindo os acessórios que foram entregues. - O diretor disse e eu rolei os olhos, coisa idiota.

Depois de algum tempo, e algumas coisas muito idiotas, eu estava tomando um café e chamaram meu nome, andei até lá e esperei o resto das pessoas ser chamado.
Algumas dessas pessoas eu não conhecia, mas Michelle e Zacky estavam no meu grupo.
Eles começaram uma encenação, onde alguém que, aparentemente não gostava de Michelle, disse que ela estava com piolhos, a garota estava com um jaleco e era nossa aparente médica.
Zacky sussurrou para assaltarmos o consultório e eu concordei.

Acabou que, eu tive uma ideia diferente no meio da interpretação.
- Mas eu não tenho nenhum dinheiro! - Ela disse chorando falso, de um jeito muito ruim - Eu só tenho o que vou pagar a doutora.
- E o que você tem de errado? - Perguntei arrancando a máscara e sorrindo sacana
- Piolhos. - Ela disse a contra gosto
- Ah, eu tenho uma ótima receita contra isso. - Eu disse sorrindo e me aproximando dela.
- Você é uma assaltante, como pode saber?
- Sou uma assaltante sem piolhos, não vê? - Perguntei pegando no cabelo,
Michelle engoliu seco quando eu tirei a tampa do copo de café
- O que… - Ela começou, mas eu virei todo o conteúdo na sua cabeça
- Prontinho. - Eu disse sorrindo quando os vários pedacinhos de algodão escorregaram pelo cabelo dela até o chão - Sem nenhum piolho
A garota me olhou mortal, mas quando todas as pessoas presentes começaram a rir, ela começou a chorar e saiu correndo do pátio.
Zacky me olhou e piscou pra mim.
- Agora passa a grana ô do jaleco. - Eu disse me virando pra garota.

- Já chega! - O diretor disse irritado e vermelho saindo do meio das pessoas
- O que? - Perguntei fingindo confusão
- Por que fez isso? - Ele perguntou, pela minha visão periférica, pude ver Valary sair correndo atrás da irmã.
- Porque eu estava interpretando.
- Jade…
- Que? Era pra ser inovador… Eu inovei.
- Próximo grupo! - Ele gritou e eu sorri sacana pra Zacky, que tirou o pano e riu pra mim.
- Muito bom Vampira. - Ele disse passando um braço por meus ombros, enquanto íamos para o grupo de pessoas que já tinham apresentado a cena.

Assim que Fernanda terminou, veio na nossa direção e estendeu a mão pra mim.
- Acabou de se tornar minha ídola, já atropelou, pegou o namorado e ainda jogou café no cabelo dela.
Apertei sua mão sorrindo e Zacky gargalhou ao nosso lado.
Quando toda aquela baboseira chata acabou, fui pra casa.

Já eram umas sete e meia quando meu celular tocou, peguei-o e vi no visor que era Zacky.
- Olá.
- Oi assaltante.
- Ligou pra que? Temos um novo alvo?
Ele riu - Não, ainda não… Liguei pra saber se você não quer ir no bar hoje com a gente.
- A gente…
- Sim, isso inclui o Syn.
- Ruim…
- Vamos!
- Ok… Posso chamar a Fer?
- Estão amiguinhas?
- Ela me compreende.
Ele gargalhou - Pode, pode chamar a Fer.
- Qual bar?
- Eu passo aí pra te pegar.
- Ok então. Horas?
- Nove.
- Ok, beijo.
- Beijo Vampira.

Liguei pra Fernanda e convidei-a, depois de ela me encher o saco sobre ela ser minha melhor amiga, eu desliguei na cara dela e fui tomar banho.
Quando acabei, fui trocar de roupa e me maquiar, deitei no sofá pra esperar, fiquei pronta cedo.
- Oi pirralha.
- O que você quer?
- Vai sair?
- Não, estou arrumada e maquiada pra você.
- Umh, pena… Estou indo pra casa da Vick.
- Que triste… Vou ali no banheiro cortar os pulsos e já volto. - Disse sorrindo cínica
- Você está tentando se teletransportar pra lá? - Perguntou quando viu que não me mexia
- Estou.

A campainha tocou e John foi atendê-la.
- Olá.
- E ai…
- Sua irmã está ai?
- Tá sim… JADE!
- Eu estou aqui no sofá seu idiota, não grita.
- Você sabe que é pra você, então não me faça atender a porta.
Me sentei e fechei a cara pra ele - Você está saindo seu idiota, não faz diferença pra você atender a porta ou não.
- Mesmo assim.
- Que bom que você não é a única estranha da sua família Vampira.
- O jantar já acabou Fernanda, o que quer aqui?
- Vim pegar carona com o Zacky também.
Rolei os olhos e ela sorriu.
- Estou saindo Vampira. Não faça nada estúpido. - John disse saindo pela porta
- Está com o seu juízo? - Perguntei cínica
- Estou, de morango.
Eu ri e ele também, saiu e fechou a porta.
- Juízo de morango? - Ela perguntou confusa
- Você não quer saber.
- Umh… Você sabe se o Matt vai hoje?
- Deve ir… Mas não te garanto que a Valary não vá.
- Se o Syn ta com a Michelle ela deve ir.
- Ainda não tenho certeza se ele está só pegando ou se eles estão juntos.
- Deixa eu te corrigir, se ele está só comendo… Deus como ela é irritante.
Gargalhei enquanto Fernanda fazia caras e bocas.
- Você não gosta mesmo dela…
- Não. Principalmente quando ela está pegando o Syn… Eu quero tanto que ela morra… Tanto!
- O que ela fez de tão horrível pra você? - Perguntei curiosa
- Ela é uma puta. E fica me enchendo o saco, porque aparentemente o Syn “dela” não pode ter amigas.
- Então ela implica com vocês serem amigos?
- Ô! Agora ainda mais, porque ela fala que eu influencio ele a ficar com você.
- Ah, claro.

A campainha tocou de novo e eu fui atender, eram Zacky e Jimmy e nós fomos pro carro.
A conversa era alegre e idiota, mas eu não estava participando, até porque eu não sou alegre, estava pensando em todo o lance de Gates estar tão estranho.
Chegamos no bar e entramos, descobri que aquilo não era um bar, era um lugar com uma música muito alta, muitas pessoas aglomeradas e bêbadas e algumas mesas espalhadas… Talvez até fosse um bar…

Andamos até uma das mesas, e descobri que Michelle e Valary estavam aqui.
Matt estava sentado ao lado dela, estavam juntos de novo?
Johnny estava chegando na mesa com duas garrafas, uma de vodka e uma de coca.
Todos nos cumprimentamos e bla bla bla, sentei entre Jimmy e Fernanda, ela parecia que ia ter um AVC a cada segundo, tinha sentado entre eu e Gates e estava ouvindo toda a baboseira da clone velha.

Matt e Val sumiram, depois os encontrei brigando num canto, Jimmy encontrou a menina pequena da festa do Halloween e saiu da mesa, Johnny já estava pra lá de bêbado e nós estávamos fazendo coisas más com ele… Como por exemplo convencê-lo de que se ele não colocasse cerveja na cabeça ia vomitar.

Quando Fernanda teve um calafrio e fez uma cara de nojo maior, me virei pra ela rindo.
- Que foi? - Perguntei aos sussurros
- Oh, eu acho que vomito se repetir as palavras dela… Pelo amor de Deus Vampira, troca de lugar comigo, pelo menos dez minutos.
- Qual é Fer…
- Por favooor!
Bufei e assenti com a cabeça e ela pulou da cadeira, dando a volta e me empurrando para sentar onde ela estava.
- Calma sua bruxa! Eu já vou. - Disse pulando de cadeira
- Você é um anjo! - Ela disse e me abraçou
- Hey, hey, hey! Contato físico de mais! - Disse irritada e ela me largou.
- Só porque é meu.
- Não exatamente…
Ela me deu a língua e se virou para olhar Johnny.
- Mas amor… - A voz era melosa e irritante e eu rolei os olhos, como podem existir pessoas tão nojentas assim?
- Já falei pra parar de me chamar assim. - Ele disse irritado e empurrou-a de leve
- Syn…
- Cansei de você por hoje Michelle. - Brian disse e levantou da mesa, deixando a clone velha com cara de ofendida na mesa.

Voltei minha atenção pra Johnny e fiquei rindo dele por um tempo, até sentir alguém segurar meus ombros, olhei pra ver quem erra e nem me irritei muito.
- O que quer grandão? - Perguntei sorrindo
- Vem comigo? - Ele perguntou apertando meus ombros
Franzi a testa confusa - Ok.
Levantei da mesa e fui andando atrás de Matt que, francamente, parecia ter matado alguém de tão nervoso que estava, esse pensamento me fez sorrir esperançosa, será que ele matou a clone grisalha?

Fomos para um canto com menos pessoas e ele encostou no balcão ficando de frente pra mim.
- Que foi?
Ele coçou a cabeça e se mexeu parecendo desconfortável.
- Escuta Vampira, a gente tem passado muito tempo junto e…
Arregalei os olhos e levantei as mãos espalmadas em sua direção - Ou, ou, ou… Vai com calma grandão… Que isso não acabe de um jeito estranho.
Ele riu e pareceu menos tenso. - Relaxa, não vou fazer uma declaração de amor pra você.
- Ótimo. - Disse e peguei um banquinho, sentei de frente pra ele e cruzei os braços - Diga lá, o que te aflige?
Ele riu de novo e sentou também. - Então, como eu ia dizendo… Com o tempo que tem, acho que somos amigos, certo?
- Essa é uma perspectiva pela qual você pode olhar.
Ele sorriu - Ok, eu te considero minha amiga.
- Pode ser um grande erro…
- Cala a boca ok? - Pediu rindo - Escuta, eu não sou muito bom em ser amigo de mulheres…
- Está indo pro lado errado de novo Sanders.
- Não porque eu acabo querendo pegar elas, mas porque… Não sou muito bom em coisas de mulher.
- Que bom.
- Enfim, eu sei que você e a Val não se dão muito bem, mas…
- Quer ajuda com o lance das brigas?
- Se puder.
Suspirei e rolei os olhos - Sobre o que vocês tem brigado?
- Tudo.
Baixei a cabeça e depois voltei a olhá-lo - Você não está ajudando Matthew.
- Deixa eu pensar um pouco ok?
- Vocês não tinham terminado?
- Muitas vezes.
Levantei do banco e fiquei de frente pra ele - E você acha que vale a pena? - Perguntei colocando uma mão em seu ombro e a outra apoiada na sua perna.

Ele ia começar, mas ouvi uma risada irritante atrás de mim e me virei.
- Sério Matt? A Val tá ali atrás.
- Escuta aqui seu idiota… - Eu comecei, mas ele me ignorou, pegando sua cerveja e me olhando com um sorriso sacana, depois se dirigindo ao amigo.
- E com a Vampira? - O tom era sarcástico, mas tinha algo por baixo, como eu não pude identificar, estou assumindo que foi uma ofensa.
- Se eu fosse tão ruim assim você não tinha passado uma noite inteira e uma manhã tentando ter alguma coisa comigo Brian. - Eu disse sorrindo cínica.
Ele voltou os olhos pra mim, desencostando do balcão e se aproximando de nós, colocou a mão sobre o banco onde eu estava antes e se inclinou pra frente.
- Acredite em mim, se eu quisesse de verdade Vampira, eu teria conseguido tudo de você.
- Claro, acredite nisso.
- Finja que não é verdade se quiser.
- E você finja que é… Quem sabe se você repetir muito acredite nisso.
- É um ótimo concelho, deu certo pra você uh?
- Deu, quando eu me convenci que não devia vomitar em você.

Ele ia retrucar, quando a voz nojenta da garota chegou aos meus ouvidos e eu rolei os olhos tendo uma ânsia de vomito.
- Não basta dar em cima do meu homem, tem que se atirar pro da minha irmã?
- Oh. - Eu disse sacudindo a cabeça - Como Deus te castigou assim? Burra, com cara de velha e com a voz mais irritante do planeta.
- Escuta aqui… - Ela começou e eu sacudi a cabeça de novo
- Por favor não! - Pedi tampando os ouvidos - Antes que a sua voz e cheiro extremamente doce, combinados com a irritação e nojo que eu sinto do seu namorado me façam vomitar.
- Enojo tanto que dormiu comigo. - Disse sorrindo cínico
- Bêbada, e caso não se lembre, você se recusou a sair e eu não sou forte o bastante pra te tirar da minha cama.
- Sem contar que você não queria.
- Foi definitivamente tão bom dormir na mesma cama que você que eu até esqueci.
- Você se acha muito boa não é garota? - Michelle interveio e eu tive um calafrio
- E eles ainda acham que pena de morte é a pior coisa que pode acontecer… Deviam te contratar pra torturar os prisioneiros, falando com eles até implorarem pela morte.

Acho que atingi o nível máximo de irritação da garota que, além de bêbada tinha sido rejeitada pelo namorado, fiquei realmente surpresa quando ela pegou o copo e jogou o conteúdo contra mim, acertando minha blusa e um pedaço do braço de Brian, que se virou olhando feio pra ela.
- Se.Prepare.Para.Morrer.Vadia. - Eu disse entre dentes, dei dois passos e ela já correu pra longe, porém antes de eu ir atrás e fazer com que ela engolisse os cacos daquele copo, Brian me segurou com força por trás.
- Calma Vampira.
- Me segure o tempo que quiser Brian, mas quando eu sair daqui vou matar essa vadia da forma mais sangrenta que puder pensar na hora.
Ele me segurou com mais força e encostou seu rosto no meu, de lado. - Relaxa.
- Você não vai me acalmar idiota.
- Porque eu te deixo nervoso. - Concluiu risonho
- Não, porque eu também te mataria de forma sangrenta.
Ele soltou o aperto das suas mãos nos meus braços e eu avancei pra frente, não que tenha dado certo, ele agarrou minha cintura e me puxou de volta.
- Não te deixei ir.
- Como se eu me importasse.
Lembrei da existência de Matt e me dei conta que, primeiro, ele estava muito mais que bêbado, segundo, ele estava desmaiado.
- Me solta. - Eu disse me debatendo e ele me segurou mais forte
- Fica calma que eu solto.
- É sério Gates! O Matt!
Assim que ele viu o amigo caído sobre o balcão, me soltou e foi ajudá-lo.
Se eu não gostasse de Matt, há essa hora já estava atrás da vadia, mas como ele era meu amigo, ou algo assim, fui até ele também.

- Matt! Acorda cara! - Gates disse sacudindo-o
- Merda, garoto alcoólatra dos infernos. - Eu disse agarrando seu braço - Matthew, acorda!
- Será que ele entrou em coma alcoólico? - Gates perguntou um pouco assustado
- Não… Acho que não… Deve ser só a bebida e sono… Sei lá… ACORDA! - Eu disse desesperada e bati no rosto dele de leve.
- Fica com ele, vou achar o Jimmy e levamos ele pra casa.
- Assim? Os pais dele vão surtar!
- E pra onde você sugere que levemos ele? - Perguntou nervoso e irritado
- Sei lá! - Disse passando as mãos pro cabelo - Hey! Espera, meus pais estão viajando e só voltam quarta, ele pode dormir lá.
- E você vai cuidar de um homem desse tamanho como?
- Você tem uma ideia melhor?
Ele bufou - Eu vou buscar o Jimmy. - Disse e saiu andando.

Eu continuei tentando acordar Matt de seu sono profundo, uma hora deu certo, mas ele parecia muito grogue.
- Hey! Hey você acordou! - Eu disse sorrindo involuntariamente e abraçando-o
- Oi Vamps… - Ele disse e piscou demoradamente - Aonde a gente tá?
- No bar. Você está bem?
- Claro! - Disse sorrindo meio débil - Por que não estaria?
- Você desmaiou Matt.
- Quem? Eu? Claro que não! Só tirei um cochilo. - Disse e tentou se levantar, coisa que ele não foi bem sucedido e caiu sentado no banco, eu amparei-o com a mão e ele riu - Ops, talvez eu deva acordar mais antes de andar.
- Fica quieto ok? Jimmy e Gates estão vindo, nós vamos ver o que fazer com você.
- Eu tô ótimo!
- Beleza, mas fica aqui quieto tá?

O barman veio até nós pela milionésima vez.
- Ele acordou? Tudo bem ai?
- Tudo sim… Obrigada.
Brian e Jimmy chegaram e foram falar com Matt.
- Você e se amigo pareciam mais… Amigos, na sexta feira. - O barman disse se apoiando nos cotovelos e no balcão
O olhei confusa - Sexta feira?
- Na festa.
Pisquei algumas vezes e o reconheci - Jason!
- Isso aí gata.
- Você pode parar de ser fácil pro barman e vir ajudar Vampira? Ou isso é muito difícil pra você? - Gates perguntou entredentes atrás de mim
Me virei pra ele e sorri cínica - Não que eu esteja dando bola ou muito menos sendo fácil pra alguém, mas seria bem ruim pra você assistir uh? Depois de tanto tempo dando em cima de mim e só conseguindo algo porque eu queria curtir com a cara da sua namorada. - Ele fechou mais ainda a cara e deu um passo pra frente, ficando muito mais do que perto de mim. - Não que você saiba direito o que é isso, mas você está invadindo meu espaço pessoal.
- Não reclamou na sua cama.
- Por que você sempre fala isso? E por que sempre soa como se tivesse realmente rolado alguma coisa? É só por que você quer, ou também tem o lance de parecer pras pessoas que rolou?
- Hey! Vocês podem discutir o relacionamento de vocês depois que o Matt estiver em um lugar menos pior pra desmaiar? - Jimmy perguntou e puxou Brian pra trás - Ótimo.

Passei por eles e me abaixei olhando Matt.
- Você ta bem grandão?
- Tô sim, só que to precisando dormir.
- Você acha que pode fingir pros seus pais que tá sóbrio e bem?
- Não.
Torci os lábios - Quer dormir lá em casa? Tem o quarto de hóspedes e ninguém vai te incomodar lá.
- Pode ser.
Sorri e baguncei seu cabelo ralo - Vem então.
Matt se levantou cambaleante e foi amparado pelos dois garotos, fomos até o carro de Gates e eles o colocaram no banco de trás junto comigo.
Paramos na minha casa e eles o ajudaram a descer, guiei-os até o quarto de hóspedes, onde Matt caiu na cama e não levantou mais.

Fomos pra sala e Jimmy se sentou no sofá. - Vamos ficar aqui até ele melhorar.
- Ok.
- Se quiser ir dormir ou algo assim…
- Estou bem, e vocês?
- Posso sobreviver. - Jimmy disse colocando as pernas no encosto do sofá e se deitando.
Eu peguei uma almofada e deitei no tapete, algum tempo depois acordei e olhei em volta, Jimmy estava dormindo no sofá e Gates… Sumiu.


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Notas finais do capítulo

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Beeijo gente! Bom carnaval p/ vocês!



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