Give It Up escrita por Niin


Capítulo 14
Social Skills


Notas iniciais do capítulo

Heey gente!
Postando cedo, me dêem um beijo. Néh, não...
Enfim, estou postando hje porque amanhã começa o bentito colégio... 3 ano, desejem me sorte e força de vontade para estudar esse ano...
Anyway, o cap não ta muito grande, mas ta fofo.. OOOWN
Vocês não sabem o quanto foi difícil escrever esse negócio... Fofura não é comigo, muito menos com a Vamps.
Boa leitura!



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Ele riu e encostou a cabeça no tronco do coqueiro, peguei o celular de suas mãos e rejeitei a chamada de Matt, depois desliguei o telefone e coloquei-o ao lado do meu na areia.

- Então, quer conversar ou só ficar aqui gastando tempo? - Perguntei imitando-o e fitando o céu.
- Não sei.
- Você é uma moça.
Ele riu e socou minha pena de leve.
- Nunca pensei que você pudesse ser legal.
- Eu tenho meus momentos.

Ficamos em silêncio por um tempo até ele quebrá-lo
- Você sabia que conseguimos marcar com um produtor pra ouvir nossas músicas?
- Não. Que legal.
- Pois é.
- Eu gosto das músicas, acho bem escritas, bem cantadas e bem tocadas.
- Agradeço pelo “bem tocadas”.
- Você é muito bom, embora eu não vá repetir isso quando tiverem mais pessoas perto de mim.
Ele riu de novo, mas o sorriso morreu e ele suspirou.
- Eu posso ser péssima em social, mas você consegue ser ainda pior em fingir que está tudo bem.
- Consigo não é? Que bom que não pretendo ser ator.
Sorri e tentei ser amigável de novo, tocando seu braço de leve - Certeza que não quer conversar? Porque estou me sentindo inútil e chata, tentando te forçar a falar e vendo que é o que você precisa.
- Talvez você não seja assim tão ruim no social no fim das contas. - Ele disse se virando pra mim e sorrindo, eu correspondi e lhe dei um soco de leve no braço.
- Você fica estragando meus momentos de sabedoria.
Ele me encarou por um tempo e depois voltou-se pro mar.
- Você não é o tipo de pessoa que parece se preocupar com a vida alheia.
- Mas eu sou legal as vezes, já disse que tenho meus momentos. Aproveite.

Gates suspirou e mastigou a própria bochecha, ele parecia querer falar, mas não conseguia.
- Quer uma ajuda pra começar? - Perguntei tentando ser o mais gentil e legal possível
- E o que você vai fazer? Me ameaçar até eu contar?
Ri e sacudi a cabeça, virei meu corpo pra ele e apoiei meu braço em seu ombro, me encostando pra frente.
- É sobre a Michelle? - Perguntei e ele sorriu
- Vai tentar adivinhar?
- É! Responde!
- Não, você acha que eu ia ficar mal por ela?
- Sei lá, você pode gostar da garota.
- Não é sobre ela.
- Umh, é sobre sua banda?
- Não.
- Seus amigos?
- Não.
Fiz careta e chutei a última coisa que eu podia pensar e a última que eu queria que fosse.
- Sua família? - Ele ficou quieto e olhou pro mar de forma perdida. - É, não é? - Ele assentiu e eu coloquei a testa no meu braço. - Ó droga, meu curso ainda não chegou nessa parte. - Disse e ele riu.
- Pelo menos você me faz rir.
- Eu sou um poço de risadas. Mas só nos meus momentos.
- Eu estou aproveitando o máximo que posso, juro.
Sorri - Bom. Mas então… - Comecei e engoli seco - O que tem sua família?
Ele suspirou e dobrou uma perna apoiando o braço nela. - Eu tenho uma família complicada.
- Famílias são complicadas, bom, eu talvez não seja a melhor pra te dizer coisas relacionadas a isso, seu pai é muito mais legal e pai que o meu… Não sou boa com social e nem com coisas de família. Talvez eu devesse ter te deixado lá pra conversar com os caras.
Gates virou o rosto pra mim sorrindo. - Se seu pai não é muito bom então não está tão longe de saber o meu problema.
- Seu pai parece ótimo.
- Ele é, mas é a única parte ótima.
- Sua mãe?

Ele assentiu e eu sorri forçado em algo que, eu tenho certeza, pareceu meio triste.
- Ela foi embora quando eu era pequeno.
Torci os lábios e apertei seu braço de leve - Sinto muito. Mas, com todo o respeito, por que pensar nisso agora?
Ele sorriu meio triste. - Faz dezesseis anos hoje.

Mordi meus lábios, sentindo um arrepio nada legal descer pela minha espinha e uma vontade totalmente anormal de abraçá-lo tomou conta de mim. Claro que não o fiz, mas mesmo assim tive o impulso.
- Sinto muito. - Disse passando a mão de leve por seu braço
- Valeu.
Ficamos um tempo em silêncio, até eu ouvir um grito estridente.

- BRIAAAAAAAAAAAAAAAN! - O grito era de Jimmy e nós nos viramos pra vê-lo correr pela rua, ainda não tinha nos visto.
- Que gazela. - Eu comentei e ele riu
- Vem. - Ele disse se levantando e catando os celulares na areia
- Pra onde?
- Vamos pegar o carro. - Ele disse me puxando, andamos abaixados atrás dos coqueiros que costeavam a rua, vimos Matt e Fernanda passarem, ambos com telefones, Zacky passou de carro umas três vezes.

Chegamos a lanchonete e Gates praguejou.
- Que foi?
- O anão ficou pra ver se a gente voltava.
Ele disse olhando através do vidro.
- Tive uma ideia, vem.
Puxei Syn e liguei seu celular, que pouco depois chamou.
- Atenda e diga que você está preso no banheiro da lanchonete. Eles vão ligar pro Johnny te tirar.
Ele concordou e atendeu, fez o que eu disse e, não muito depois, Johnny correu pro banheiro e nós pro carro.

Entramos no veículo rindo, ele deu a partida e acelerou pra longe do lugar.
- Que merda! - Eu disse rindo. - Matt só pode ser idiota de acreditar nisso.
- Com certeza. Quem fica preso no banheiro?
- Hey! Você ficou, pare de se zoar.
- Achei que ver eu me zoando fosse um sonho seu.
- Ah, não hoje.
Ele sorriu de canto e reduziu a velocidade, estávamos numa parte bem afastada, mas ainda perto da praia.
- Você corre muito.
- Não lembro de você reclamar antes.
- Não reclamei agora, só comentei.
Ele estacionou o carro quase na areia e desceu, reconheci o lugar como o mesmo do dia em que ele tinha ficado estressado depois de deixar as clones em casa.

Gates foi no porta mala e abriu-o, tirando uma caixa de lá e levando até a praia, desci do carro e andei devagar até ele.
Ele tirou uma cerveja da tal caixa e abriu-a bebendo um longo gole.
Nunca pensei que fosse sentir esse impulso de abraçar alguém, me sentia totalmente envenenada e pensava seriamente em me bater.
Minha falha habilidade social me disse pra ir até lá e eu obedeci, sentei de seu lado e ele se virou sorrindo pra mim.
- Quer? - Perguntou estendendo a garrafa que acabara de abrir
- Obrigada. - Disse pegando-a dele, mais pra ter algo em que me concentrar, comecei a arranhar o rótulo da garrafa e ouvi ele abrir outra. - Você é mesmo um alcoólatra, anda com caixa de cerveja no carro.
- Só nos meus piores dias.
Sorri fraco e mordi o lábio inferior, acho que vou mesmo procurar um curso pra ficar melhor no social.

Ficamos em silêncio, os únicos sons eram o do mar, da bebida dele se mexendo enquanto virava a garrafa e minhas unhas batendo no vidro da minha própria garrafa.
- Acho… - Comecei e ele se virou pra me olhar - Acho que vou te deixar sozinho. - Disse e ele sorriu meio triste e eu franzi a testa. - Não é o que você quer?
Gates sacudiu a cabeça em negativa e eu fiquei ainda mais confusa do que já estava.
Ele virou mais cerveja na boca e depois de engolir suspirou.

Já estava escuro, a lua já era visível no céu e eu a encarava pensativa.
Em geral, pessoas gostavam de ter apoio nos problemas, mas meu apoio?
Quero dizer, estou tentando ser amigável, mas duvido que esteja conseguindo, e outra, estamos “fugidos” dos outros. Jimmy deve saber disso, eles são melhores amigos afinal.

Olhei pra Gates quando o ouvi tirar outra garrafa da caixa, me levantei e olhei pra lá. Tinham muitas garrafas cheias e algumas vazias. Respirei fundo e tomei a garrafa antes que ele abrisse.
- Toma, não desperdiça essa. - Disse lhe entregando a minha garrafa
- Não vai beber?
- Não quero.
Ele sorriu e pegou minha garrafa, voltando a dele pra caixa, tirou a camisa e fez um bolinho com a mesma, deitou na areia e colocou o bolinho sob a cabeça, apoiou a cerveja no peito e ficou olhando pra cima, não era uma cena que eu gostava de ver, era, na verdade, a pior cena que tinha visto nos últimos tempos.

Numa tentativa mais ousada das minhas habilidade sociais, cheguei mais perto dele e me sentei atrás de sua cabeça, colocando as mãos por trás de sua nuca, ele me olhou estranho enquanto eu o fazia levantar, tirei sua camisa da frente e me sentei onde ela estava, ele se deitou de novo, no meu colo, e me olhou ainda mais confuso.
- Estou tentando ok? Se fizer algo muito idiota ou irritante é só me dizer.
Ele sorriu e fechou os olhos, continuando nas minhas tentativas, acariciei seu cabelo por um tempo.

Naquele momento, Gates parecia muito uma criança, pelo menos pra mim, estava deitado no meu colo e quase dormindo, tinha um sorriso triste nos lábios e apertava a garrafa.
Me senti mal por ser tão idiota com ele o tempo todo, mas por outro lado, eu não gostava da ideia de ser tão legal assim com alguém, da última vez tinha acabado começando a namorar Knox, e a última coisa que preciso é ter uma paixonite adolescente por um cara como Gates.

Brian abriu os olhos devagar e me fitou profundamente, senti uma vontade grande de fazer careta e sair dali, repulso a ideia de ser amável por qualquer motivo.
- Obrigado. - Disse baixo
Eu sorri automaticamente, merda de parte humana que fica me contrariando. - De nada.
Ele ergueu a mão em minha direção e tocou meu rosto, eu quis olhar pra ele como se ele fosse um lunático, mas antes de eu socar seu nariz, pensei no que aquele dia significava pra ele e acabei só o encarando confusa e sem nenhuma agressão física.

Gates não fez nada, só tocou meu rosto de leve e depois de um tempo baixou a mão, fiquei sem saber se aquele era realmente o objetivo ou ele não teve coragem para fazer o que queria.
Mas isso não importa, certo?
Ele se sentou e virou o resto da cerveja, colocou-a na caixa e não pegou mais.

Tirei as botas, me levantei e andei até a beira d’água, molhei os pés olhando pra baixo, cavei a areia com eles e fiquei assim por um tempo, me distraindo com água e areia.
Ele parou do meu lado olhando pra frente, prestando atenção no mar.
- Hey? - Chamei dando ouvidos à minha habilidade social quase exaurida.
Ele se virou um pouco pra mim - Sim?
- Você não está sozinho ok? - Disse e, lutando contra todos os meus pensamentos racionais e comportamento normal, passei os braços por seus ombros e ficando na ponta dos pés para abraçá-lo.
Ele me abraçou de volta, enterrando o rosto no meu pescoço, fiz carinho em seus cabelos enquanto ele me apertava forte contra seu corpo.
Talvez eu não fosse assim tão ruim no fim das contas, sou legal o suficiente para ajudá-lo.

Gates me soltou, o que foi ótimo já que minhas pernas doíam, e sorriu pra mim. - Obrigado Jade, de verdade.
- Que isso, tamos aí. - Disse sorrindo amarelo e socando seu ombro.
Ele riu e jogou sua cabeça pra trás - Acho que você já usou toda a habilidade social de hoje.
- De hoje? Do mês! Acho bom ninguém precisar de mim por um bom tempo. - Disse rindo, mas então me lembrei do que tinha dito - Quer dizer, a partir de amanhã.
Ele riu mais e tirou o cabelo do meu rosto - Eu já usei toda a sua capacidade de ser legal com alguém, não tente arranjar mais.
Sorri e olhei pra baixo chutando areia, mas areia molhada arranha, então fiz careta e ele riu mais.

- Acho que a gente devia voltar, já está escuro.
Ele olhou pro céu e ficou parado por um tempo.
- Tem que ir?
- Não, só… - Disse, mas não tinha palavras, dei de ombros e arrastei meu pé pela areia.
- Pode parar de ter pena de mim Vampira. - Disse sério.
Ergui os olhos pra ele - Não é assim.
- É sim, claro que é. Agradeço pela sua compaixão, mas é melhor esquecer o que eu te disse.
Pisquei confusa e abri a boca, mas nada saiu dela, fechei-a e continuei encarando-o.
- Obrigado, de verdade. Mas não quero que você me trate como um coitado só por causa disso. A verdade é que eu gosto de você implicando comigo.
- Não te tratei como um coitado.
- Então só resolveu que eu sou um cara legal?
- Não… Te tratei como um amigo que está com um problema, estou só tentando ser legal com você quando está num dia ruim.
Ele pareceu surpreso - Amigo?
Sorri - Você só pode ser muito idiota mesmo.
- A culpa não é minha. Minha mãe me abandonou lembra? - Perguntou divertido
- Porque é burra, você é um chato, mas é até agradável as vezes. Calado então...
Ele jogou a cabeça pra trás e gargalhou. - Vou considerar isso como você dizendo que eu sou bonito.
Dei de ombros - Só porque está num dia ruim.

Faróis surgiram e nós olhamos para a rua, o carro parou e Jimmy desceu dele carrancudo.
- Sequestrar o Gates assim, não é a sua cara Vampira.
- Hey! Quem disse que eu o sequestrei?
- Foi você que pagou o garçom.
- E?
- O que vocês estão fazendo aqui? - Perguntou me ignorando.
- Eu estava afim de pensar.
Jimmy sorriu e apertou seu ombro, eu estava certa, ele sabia.
- Acho que devia ir embora Gates. - Eles me olharam e eu dei de ombros - Está ficando tarde e você sumiu, eles devem ter falado pro seu pai.
- Ela tem razão, Shadz ligou pra ele há umas duas horas.
- Duas horas? Que horas são?
- Nove.
Arregalei os olhos surpresa, ótimo, estou atrasada pro maldito jantar de família.
- Merda.
- Tem que ir?
- Tenho.
Gates andou até a caixa e levou-a pro carro. - Entra ai.
- Você acha que deve dirigir?
- Estou bem Vampira.
Entrei no banco do carona depois de abraçar Jimmy e pegar minhas botas, ele foi pro próprio carro e foi embora rápido.

Ficamos em silêncio enquanto ele dirigia pra minha casa, quando ele parou lá, gemi de frustração, tinham pelo menos três carros parados ali.
- Festa?
- De família.
- Umh, nada legal.
- Só fica melhor, vou chegar suja e atrasada.
- Eu tenho uma camisa ali atrás, se você quiser… É só arrumar um jeito de caber em você…
Sorri e sacudi a cabeça. - Tudo bem Syn, valeu.
Ele sorriu estranho e eu franzi a testa. - Syn?
- Ah, de novo com isso?
- Você me abraçou, disse que sou seu amigo, que sou bonito e ainda me chamou de Syn, acho que ganhei meu dia.
- Esqueceu que eu sequestrei você e paguei sua cerveja.
- Ah sim, isso também.
Sorri e usei o final das minhas habilidades sociais, matando-as por pelo menos um ano, me inclinei no acento e beijei sua bochecha. - E agora você ganhou um beijo. Melhor que a mega sena uh?
Ele sorriu e sacudiu a cabeça em negativa - Você não existe.
- Então você tem uma imaginação muito fértil e masoquista. - Eu disse descendo do carro - Valeu pela carona e… Sua mãe é uma idiota ok? Você é ótimo Syn, merece muito mais que isso.

Assim que pisei em casa, senti todos pararem pra me olhar, levantei as mãos acima da cabeça e fiz careta.
- To atrasada, eu sei. To suja, eu sei. Mas estava ajudando um amigo.
- Suba e se troque. - A voz dele foi dura, rolei os olhos e subi os degraus rápido, tomei um banho e desci as escadas sem nenhum ânimo, sentei no sofá e vi as pessoas conversarem. Bando de inúteis.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Decepcionei todo mundo porque eles não se pegaram, eu sei... Mas calma lá galera, ela foi legal, ser legal e ainda pegar ele ia ser outra pessoa, não a Vampira.
Beijo beijo e boa volta as aulas pra quem tem aula amanhã como eu



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