Senti algo quente percorrer sobre meu corpo, e logo em seguida um barulho familiar, meu relógio mais uma vez, despertando ás 06h00min, e a luz do sol esquentava minha pele. Tentei levantar, mas meu corpo não atendia aos meus comandos.

Quando finalmente acordei, já passava das 10h00min, levantei-me e segui direto para debaixo do chuveiro. Enrolei a toalha no corpo, e ouvi meu avô bater na porta do meu quarto.

-          Anikka querida, você tem visita. – disse meu avô do outro lado da porta.

Visita? Quem poderia ser? Eu não conheço ninguém nessa parte da cidade, e meus amigos todos moram ao leste de Belize, e eu estava no sul, é uma distância consideravelmente longa.

-          Anikka, você já acordou? –Insistia meu avô, já que não teve uma resposta.

-          Sim vô, eu vou me trocar e já vou descer.

Quem poderia ser? Perguntava a mim mesma enquanto colocava uma blusa branca, com estampas de flores colorida, uma saia preta de cintura alta, e sapatilhas. Desci as escadas, e no meio do caminho meu coração parou de bater, ou pelo menos eu não o sentia mais de tão rápido que batia.

Ele estava ali, na sala, sentado ao lado de meu avô.

Eu estava ali, parada fitando Tom com raiva, até que meu vô se levantou:

-          Anikka, esse rapaz estava me dizendo que vocês se conheceram ontem no elevador. – sorriu esperando alguma reação minha.

Não movimentei o corpo, e apenas disse fria, sem expressão.

-          Foi sim vô. –colei meus olhos em Tom, a fim de decifrar sua expressão, mas ele assim com eu, mantinha seu semblante duro, e sem qualquer tipo de expressão ou emoção. Enchi os pulmões de ar, tomei coragem e perguntei:

-          O que te trás aqui Tom? – eu o fitava.

-          Vim para conversarmos. – ele respondeu ainda muito sério.

-          Posso saber sobre o que quer conversar? – perguntei.

Antes que Tom pudesse responder, meu avô nos interrompeu.

-          Então Tom, você aceita um café, ou alguma coisa?

-          Não vô, ele não quer. – respondi por Tom.

-          Mas que modos são esses Anikka? – Ele me olhou com um dos piores olhares de repreensão.

-          Na verdade senhor- Tom desviou seu olhar de mim e sorriu para meu avô- Anikka está certa, já estou satisfeito, obrigado.

-          Sendo assim... Vou deixa-los sozinhos. – disse meu avô subindo as escadas e olhando pra mim ainda com repreensão. Abaixei a cabeça. Erguia-a novamente para descer as escadas encarando Tom.

-          O que você quer? – perguntei num tom desafiador.

Ele simplesmente sorriu e abaixou a cabeça.

-          Gosto do seu jeito.

-          Ah esse papo de novo? Agora você vai querer se aproveitar de mim dentro da minha própria casa?

-          Ele sorriu de novo, dessa vez, um pouco mais tímido. – podemos conversar em outro lugar?

-          Você acha mesmo que eu vou para algum lugar com você?

-          Não precisa ser longe, afinal quero conhecer esse lugar todo, e até por que seria mais conveniente já que temos tanto para falar.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Tom apontou o dedo em direção ás escadas, e eu pude ver que alguém nos observava alguém chamado Klara. Já que ela não quis me ajudar na noite passada, ela também não precisava saber o que ele tinha para falar comigo.

-          Ok, vamos. – disse caminhando em sua direção.

   Passei por Tom, e o cheiro de seu perfume me fez espirrar. Era um cheiro delicioso, porém desconhecido, acho que foi por esse motivo o meu espirro. Continuei a andar. Esperava caminhar na frente, mas Tom estava do meu lado o tempo todo.