Fui caminhando em passos longos, afim de que Tom não pudesse me alcançar. Ah, como sou ingênua, ele jamais me seguiria, pra que? Ele não se importa.

Caminhei até chegar na casa de meus avós. Eu ainda não conseguia acreditar no ocorrido, não acreditava que aquele que eu admirava fosse só mais um homem e que tudo o que eu imaginei a respeito dele não passava de um sonho.

 Resolvi observar aquele enorme lago pelo qual sempre fui apaixonada, ele estava totalmente escuro, não se via nem mesmo o reflexo da lua. Eu estava me sentindo péssima. Contra minha vontades lágrimas escorreram pelo meu rosto, eu fazia de tudo para que elas não caíssem, mas minha tentativa foi em vão. Eu não estava acreditando na minha estupidez, não acreditava que eu estava chorando por alguém que nem se quer vai se lembrar da minha existência amanhã, alguém que nem se quer vai se preocupar em como eu estou, ou como me senti. Não valia apena, não mesmo.

Decidi que aquela imagem do lago estava me deixando ainda mais cabisbaixo, então continuei meu caminho até a porta da frente. Pausei nos degraus da varanda antes de virar a maçaneta dourada e adentrar em meu aconchego, sequei as lágrimas que ainda rolavam pelo meu rosto, lembrando-me de cada segundo naquele elevador.

Respirei fundo e entrei.

Como o imaginado: Meu avô sentado no sofá assistindo ao jogo de basquete de um time americano, e minha avó na cozinha preparando o jantar.

Tentei fazer o mínimo de barulho possível para que pudesse seguir direto para de baixo do chuveiro e não correr o risco de que meus avós olhassem em meus olhos vermelhos devido as lágrimas e se preocuparem. Tentativa inutil.

-          Anikka minha filha, que bom que chegou, mas onde está Klara?

-          Ela disse que viria depois vó, ela tem muito mais disposição que eu. – disse  sentando-me no quarto degrau da escada afim de não ter que olhar nos olhos de minha avó.

-          Mas o shopping já vai fechar...

-          Ela disse que ia passar na casa de uma amiga, para mostrar as roupas. – Você deve estar se perguntando por que eu não disse que Klara estava com seu namorado certo? Eu não disse pois não sei qual seria a reação de minha avó ao saber o verdadeiro paradeiro de Klara, e eu não queria colocar minha prima em maus lençóis.

-          Vó, se importa se eu subir para tomar um banho? Estou me sentindo cansada, depois eu prometo vir te ajudar no jantar.

-          Ah claro minha filha, fique a vontade. Já que você quer me ajudar, vou te esperar para pôr a mesa.

-          Ok, vai ser rápido. – subi as escadas correndo.