17 de Novembro, Tokio- Japão - Tom não estava mais na Alemanha. Talvez estivesse em alguma viagem de trabalho.

OiKlara. Estou aqui no Japão novamente, aqui é bem legal, é grande... Magnifico. Sabe, essa semana eu achei que tinha conseguido esquecer Anikka... - Não Tom, por que? - Por alguns dias eu senti como se ela não existisse mais... Como se tudo que vivemos não passasse de um sonho, como se ela nunca fosse se quer real. Eu não sei por que isso aconteceu, e nem mesmo como. Eu não sabia se eu gostava ou não, eu não queria sofrer mais, porém viver como se ela não existisse era o mesmo que ter uma parte de mim arrancada de forma brutal. E se quer saber, eu prefiro sofrer do que me sentir incompleto. Eu sei que nós não estamos juntos, e que talvez nunca estaremos de novo, mas de qualquer forma eu me sinto completo quando me lembro de Anikka, quando me lembro de seus beijos, seu sorriso, seu jeito de ser. Eu queria poder esquece-la, mas como não posso vou me lembrar dela a cada segundo da minha vida. 

Se ele ao menos pudesse saber que eu sinto o mesmo. A mesma dor, a mesma solidão, a mesma angustia... 

23 de Novembro, São Paulo - Brasil
Klara, estou no Brasil. Nossa, você não imagina como eu estou ansioso para tocar aqui e conhecer nossas fãs. É a primeira vez que vamos tocar aqui. O país é bem bonito, mas eu gostaria de poder conhecer o famoso Rio de Janeiro de que todos falam, infelizmente não teremos tempo, mas de qualquer forma estou feliz. lembra-se da Chantelle? mencionei ela em alguma carta anterior... Então, ela sempre me liga e me deixa mensagens animadoras. Com ela eu não me sinto tão sozinho... Eu até me esqueço um pouco de toda essa dor... Mas ai eu olho dentro dos olhos dela e vejo meu reflexo triste atravésdeles, e me lembro de toda a dor. - Bom, pelo visto Tom arrumou uma ótimaamiguinha... Não posso mentir e dizer que estou bem com essa situação, mas eu tenho que entender que nós não estamos mais juntos, e que tem todo o direito de conhecer alguém e tentar ser feliz com essa pessoa. E a única coisa que eu deixei para ele foi a dor e a culpa, que ele não deixa de mencionar em nenhuma carta. É como se ele quisesse que eu me sentisse um pouco culpada. E pelo visto, essa Chantelle está fazendo muito bem para ele. 

Estou te escrevendoalgumas horas antes que o show  comece, eu não consigo conter tamanha ansiedade então resolvi tentar me distrairescrevendo. Sabe o que eu estava me lembrando? Do dia em que eu fui na sua casa conversar com Anikka, lembro-me que você estava na escada tentando nos ouvir. Lembro também de como Anikkaestava brava comigo. É incrívelcomo vocês mulheres conseguem ficar ainda mais bonitas quando estão bravas. Ah, esqueci de te contar... Lembra quando eu disse que Bill estava apaixonado por uma balconista? Então, ele tomou coragem e foi falar com ela, eles conversaram e ela revelou que tem um namorado. Depois disso, foram dias tentando tirar Bill daquele quarto. Ele disse que o destino dele é ficar sozinho, sem ninguém... E disse que eu tenho sorte por amar. Mas eu me pergunto, que sorte é essa? Se a única coisa que eu faço é sofrer? Mas tudo bem... Talvez esse seja o preço que eu tenha que pagar por ter feito tantas pessoas sofrerem por mim... Bom Klara, o chato do Gustavme achou e está pedindo para que eu repasse o som com ele, é melhor eu ir antes que ele comece a chorar. 

Beijos, Tom. 
Bom, dessa vez a única coisa que Tom fez foi reclamar da solidão. Talvez ele esteja mesmo se esquecendo de mim, pois não disse nessa carta que me amava. Talvez aChantelle realmente fizesse ele esquecer de tudo. Talvez ela fosse o melhor para ele. E eu não entendi por que no mês do Outubro Tom não enviou nenhuma carta para Klara... Talvez o motivo fosse a Chantelle, já que agora eles estão tão próximos. 

2 de Dezembro, Belize City - Belize -Meu Deus, Tom estava em Belize, mas o que ele veio fazer aqui, e por que veio? 

Klara, estou no seu pais, mas não vou ficar por muito tempo. Na estou no aeroporto esperando o voo para PuntaGorda, não estou aguentando de saudades de Anikka, preciso vê-la de longe. O Voo é daqui a 2 hrs, e como estou ansioso não posso deixar de te escrever.

Hoje você vai receber duas cartas minhas e eu farei questão de entrega-las quase pessoalmente. Deixarei na caixa de correio assim que eu for embora. Não quero que Anikkame veja, não quero causar problemas a ela. - Que tipo de problemas você me causaria Tom? Eu não entendo... A única coisa que aconteceria era que minha saudade diminuiria um pouco, não saberia qual seria minha reação, eu confesso, mas com certeza eu me sentiria bem melhor, por saber que você não me esqueceu. - Bom, os portões para embarque já se abriram, nos falamos depois. - Será que Tom e Klara se encontraram? Pois se eles tivesse se visto eu ficaria louca, e jamais perdoaria Klara por não ter me dito que ele estava lá. -

Beijos, Tom Kaulitz. - É a primeira vez que Tom assina seu nome completo. Antes ele assinava como Tom. 

2 de Dezembro, PuntaGorda - Belize, mais precisamente, em frente sua casa. - Meu coração gelou por saber que Tom estava lá. Ou melhor, Aqui. 

Klaraaqui estou eu, de frente para a janela do quarto de Anikka, ela está tão linda. Eu poderia dizer que está até diferente. Não sei por que mais ela está encarando a Lua, do mesmo jeito que eu costumo fazer quando estou sozinho. - Eu encarava a lua, por que dessa forma sentia Tom um pouco mais perto de mim. Pois a lua era a minha única forma de senti-lo. - 

Os olhos dela parecem triste. A alguma coisa diferente no brilho deles. E não é somente o reflexo da lua, é algo mais, angustia talvez...           Ela é tão linda Klara, linda em todos os sentidos. Eu me sinto tão atraído, tão hipnotizado... Permaneço assim, e ela parece não ter sono, e nem mesmo pressa de voltar para a cama. Já estou começando a sentir ciumes desse olhar que ela lança para a lua. É idioticeeu sei, mas não posso controlar. Por um momento eu achei que ela tivesse me visto. Ela olhou na direçãocerta de onde eu estou, e manteuos olhos. Achei que ela tinha me visto, provavelmente ela não me reconheceria devido a escuridão, mas ela pode pensar que é um ladrão talvez. - Agora eu me lembro... Eu olhei para perto das árvores, e vi alguma movimentação, mas achei que fosse um guaxinim. Droga, como eu me odeio. Por que eu não fui até lá. Eu poderia ter abraçado Tom, e pedir para ele não partir nunca mais. Droga.