Fui ao banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Eu não era do tipo de garota que vivia com maquiagem, como se isso já fizesse parte de seu corpo, eu só a usava em ocasiões especiais. Fui para a porta da frente e sentei-me no degrau a espera de Tom. Uns cinco minutos depois, ele apareceu.

-          Podemos continuar nosso passeio? – ele me olhava.

-          Claro. – levantei-me e caminhei a sua frente.

-          Tom, - ainda caminhando uns passos à frente. – eu quero saber mais sobre você. – fechei os olhos com força temendo sua resposta.

-          E o que quer saber? – ouvi a voz de Tom atrás de mim.

-           Por que você disse aquelas coisas sobre não ter alguém... E por que você diz tanto que gosta do meu jeito?

-          Anikka. – Tom segurou meu abraço, fazendo com que ficássemos frente a frente. – a minha vida não é tão incrível como todos pensam, pode parecer meio clichê, mas a fama tirou muito de mim, é claro que também me deu, e hoje eu não consigo me ver sem ela, mas por um sonho, eu tive que abrir mão de outras coisas, coisas que podem não parecer, mas são realmente importantes. – Tom caminhou um pouco e eu o acompanhei, fomos passando pelo jardim que minha avó cultivava, e o sol que agora estava um pouco mais fraco batia sobre nossas peles.

-          Como o que, por exemplo? – perguntei.

-          Como por exemplo, você é a única pessoa para quem eu disse isso, você pode não acreditar, mas eu nunca me abri dessa forma com ninguém. – Tom abaixou a cabeça.

-          Mas e se eu for uma fã maluca, que amanhã mesmo vai procurar os jornais para contar o que você está me dizendo?

-          Você não é assim, e eu sei.

-          Como sabe?

-          Eu sinto, se fosse desse tipo, teria me deixado beija-la. – Tom sorriu.

-          Então aquilo foi um teste?

-          Não exatamente, eu quis te beijar. Quis na mesma hora em que o elevador se abriu.

Senti medo, e ao mesmo tempo uma sensação boa percorrer sobre meu corpo.

-          Mas por que você quis? – perguntei com vergonha, olhando para o chão.

-          Eu não sei, não sei o que deu em mim. – Tom estava envergonhado? Era isso mesmo? – talvez quisesse beija-la por saber que você não é como as outras.

-          Você pode me explicar isso? O que tenho de diferente?

-          Tudo. – Tom olhou dentro dos meus olhos. Eu não pude evitar que um sorriso se abrisse no canto de minha boca.

-          Mas tudo o que?

-          Você não me trata como Tom Kaulitz, o pop star, ou o Deus do Sexo. – você só me trata como o Tom, talvez o seu ídolo que destruiu suas expectativas – ele sorriu.

-          Sim, você as destruiu. – acompanhei o riso de Tom.

-          E como você esperava que fosse me conhecer?

-          Num show talvez, eu nunca pensei que seria daquele jeito. –confesso.

-          E como esperava que eu te tratasse?

-          Com indiferença. Tinha medo de que você me tratasse mal ou coisa parecida. – rimos mais uma vez.

-          Sabe, eu gosto de conversar com você, e gosto de como sua boca me hipnotiza, com todo o respeito.

-          Você é um canalha mesmo não é Tom Kaulitz – disse semicerrando os olhos, mas com a intenção de brincar com ele.

-          Confesso que posso ser sim, mas só um pouco. – rimos mais uma vez.

Eu estava gostando muito da companhia de Tom, conversamos sobre muitas outras coisas sem sentido, e como sempre ele fazia com que eu sentisse sensações opostas.

A tarde seguia dizendo a deus, e a noite estava pronta para trazer o seu olá, quando Tom anunciou a sua partida.

-          Bom, já está tarde. Já estou indo.

Meu coração contorceu-se em meu peito, eu não queria dizer a deus.

-          Tudo bem então, vejo você novamente em alguma foto de uma futura turnê. – disse a fim de saber se voltaríamos a nos ver pessoalmente.

-          Olha, eu já combinei com seus avós, e eles permitiram que déssemos uma volta amanhã.

-          O que? Você pediu com meus avós? – eu ri.

-          Sim. – Tom retribuiu o sorriso.

-          Vou pensar se aceito sair com você Tom Kaulitz. – rimos.

-          De qualquer forma, eu virei saber minha resposta. Te pego ás 13h00min.

-          Haha pode ser.

-          Diga a seus avós que eu deixei um abraço.

-          Tudo bem, eu direi.

-          Tchau Anikka, até amanhã.

-          Tchau, até. - Tom seguiu até seu carro, aquele mesmo Audi de ultima geração que eu havia visto em fotos, agora estava ali, um pouco afastado de minha casa.