Just A Smile escrita por Robertaa_R


Capítulo 1
Just a smile


Notas iniciais do capítulo

Aawn queria agradecer MUITO à BIGODINHO que ajudou pra caramba nessa fic (:
E a andressa por me emprestar sua história ((:



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Eu não conseguia me concentrar. Não conseguia me distrair.

Não conseguia sorrir. Apesar de saber que sorrir é a base de tudo, eu não conseguia de modo algum fazer aquele movimento com o rosto que no fim esboçava os dentes e emanava alegria ao redor.

Isto era o que me deixava triste, não conseguir sorrir. Não saber sorrir. Há um tempo as pessoas me procuravam para ajudá-las sorrir. Hoje era eu quem precisava de ajuda.

O espelho reflete uma garota morena de cabelos extremamente lisos com um sorriso deformado, um tanto forçado no rosto, e vendo as lágrimas que deslizam em cascata pelas bochechas. Ele era o meu pai! Ele não era muito presente, mas ainda era meu pai.

Há um ano ele descobriu que tem câncer. O médico havia dito que ele teria apenas meses de vida. Ele não contou para ninguém. E há dois dias recebi o telefonema de minha madrasta dizendo que ele estava mal. Que estava no hospital. Já havia vencido seis meses. Ela pediu para eu ir vê-lo.

Eu não estava pronta, apesar de a gente achar que o tempo curar tudo, no final não cura, apenas fica diferente. Foram anos e mais anos procurando, foram anos me culpando por ele ter largado eu e minha mãe. E agora assim, de repente ter que ir visitá-lo no hospital. Não era justo comigo.

Decidi parar de pensar nisso e sai do banheiro do restaurante em que estava indo para trás de um cara com um estilo repper e de trancinhas na fila da recepção, eu era a ultima da fila e tinha muita gente na minha frente. No meu normal eu estaria com pressa, querendo fazer tudo rápido para volta pra casa. Agora o tédio era meu amigo.

O rapaz a minha frente parecia inconformado de alguma forma, sussurrava coisas a todo instante, tirava e colocava as mãos no bolso. Apesar de tudo, eu ainda tinha o espírito de solidariedade.

– Algum problema moço? – Arqueei a sobrancelha, tocando de leve seu ombro.

Ele se virou bruscamente para me encarar, como se tivesse levado um choque com meu toque.

– A fila – Apontou. Quando foi abrir a boca para falar novamente, parou. Deu-me uma leve analisada e sorriu. Eu ainda fazia as pessoas sorrirem. Devo ficar feliz? – Quer se sentar comigo?

Já tínhamos algo em comum. Estávamos sozinhos. Mais porque uma pessoa desconhecida vai querer se sentar junto a mim?

– Porque quer que eu se sente com você? – Não era desconfiança. Só interesse.

– Nada de mais – Respondeu.

E antes que eu pudesse responder, ele me puxou pela cintura procurando rapidamente um lugar mais afastado. Eu não importei em retrucar, já fazia tempo que eu era levada por qualquer pessoa, qualquer vento.

– O que você quer comigo? - perguntei assustada, estávamos em um lugar escuro, eu presumia ser o beco entre o restaurante e um outro prédio.

– Nada que você não vá querer. - e seus lábios encontraram o meu de forma brusca e dolorida, separei-nos rapidamente.

– Hey, hey, não faça isso. Não estou boa pra isso. Não hoje. - murmurei me afastando um pouco.

Se fosse outro dia eu, provavelmente, era quem o teria atacado, só que eu não estava conseguindo nem beijá-lo direito quanto mais fazer o que, eu tinha certeza, que ele queria.

– Qual o problema?

– Não vou contar meus problemas para um estranho.

– Prazer, Matheus Vieira. – estendeu a mão para me cumprimentar.

– Eu sou Andressa Lima – ele ficou segurando minha mão por um tempo depois a soltou e ficou olhando para mim, esperando que eu começasse a falar, tentando desviar o assunto reclamei sobre algo que estava mesmo me incomodando – Aqui está escuro e frio, está me dando medo.

Ele me abraçou mais forte pela cintura e sussurrou perto de meu ouvido, deixando-me arrepiada.

– Eu te protejo.

Desta vez quem o puxou para um beijo fui eu, Foi incontrolável, sua boca tão próxima de mim me deixou fascinada, extasiada e ansiosa por mais um pouco de seu gosto. Fiamos nos beijando por incontáveis minutos quando nos separamos a procura de ar.

– Vamos sair daqui. – Fui puxada delicadamente pela mão e andamos sem rumo por um tempo quando, novamente ele perguntou qual era o problema.

Eu expliquei rapidamente o que estava acontecendo com meu pai.

– Bom isso certamente é algo com que ficar triste. – ele parecia sem saber o que falar, como me consolar. – Mas você mesmo disse que você não o conhece ou se importa muito com ele, não quero parecer insensível, mas não entendo por que você está tão abalada assim.

– Você tem razão, mas o meu principal e mais preocupante problema é que eu não estou conseguindo sorrir, não espontaneamente, pelo menos,

– Eu consigo te fazer sorrir.

– Duvido. – desafiei-o

Letamente, parecendo mais um carinho, senti suas mãos na minha cintura, depois foram seus dedos que pressionaram a lateral do meu corpo e instantaneamente soltei uma risada alta. Cosquinha não vale! Uns minutos depois ele parou,

– Você tem razão de estar preocupada com seu sorriso, é lindo de mais para ficar escondido,

Eu ri novamente e pude sentir seus lábios tocando o meu. Nós ficamos juntos por muito tempo depois deste dia. Matheus passou a ser mais que necessário em minha vida. Eu precisava de Matheus. Eu precisava ser feliz.

Precisava sorrir.

Fim.



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Notas finais do capítulo

Eai gostou?? é a minha primeira one, entao...