Outra coisa que eu Tinha de fazer era falar com Thiago e perguntar se ele se lembrou de alguma coisa (tomara que sim) e também pra ele me ajudar no interrogatório que eu iria fazer com os funcionários da livraria, me concentrei bastante chamando mentalmente o espirito de Thiago e em alguns segundos eles estava lá me encarando (sim, esse é mais um dos meus talentos, quando eu quero que um fantasma venha até mim é só eu chama-lo mentalmente e rapidinho ele aparece. Descobri essa sozinho).

— Oi, garoto você já conseguiu descobri quem foi que me matou? – Perguntou ele todo animado

— Infelizmente não – respondi, percebendo que o sorriso dele foi sumindo ­– Porém eu andei pesquisando sobre sua morte, bom não descobri muita coisa além daquilo que você me disse, a não ser o fato de que tem uma funcionaria da livraria onde você trabalhava que estava do outro lado da rua quando você morreu, dai eu te chamei pra perguntar se você tem alguma ideia sobre quem era essa moça?

— Pior que não. A única coisa que eu consegui me lembrar. Foi que quando eu estava... Bem “a caminho da minha morte” – ele fez aspas com as mãos quando disse isso ­– eu estava com raiva e muito frustrado com algo que havia acontecido antes de sair da livraria, eu só não me lembro do por quê.

— Bom, já é um começo – disse – mas não pare de se esforçar, tente se lembrar mais de algumas coisas.

- Vou tentar – respondeu ele – E por acaso você já sabe como descobrir mais algumas coisas?

-Bom eu estava pensando em ir lá na livraria onde você trabalhava conversar com os funcionários, mas eles estão de luto pela sua morte e por isso lá só  vai abrir na segunda-feira, dai não vai dar para eu ir amanhã - disse – Então eu pensei em ir até a rua onde você morreu ver se encontro alguma coisa, provavelmente não vai ter nada, mas sei lá, as vezes tem alguma coisa que a policia não tenha visto

— Ir até a livraria é uma ótima ideia, mas até onde eu sei todos que trabalham lá são pessoas honestas acho que nenhum deles está envolvido com a minha morte, nenhum deles faria mal a ninguém, tenho certeza – Thiago respondeu com uma grande convicção­ na voz, mas com um olhar de confuso  ­– Mesmo assim acho que você deva falar com o Sergio, ele era um grande amigo meu e também era o subgerente da livraria ele pode ajudar em algo, tem também a Renata que sempre gostou de uma fofoca então com certeza ela deve ter pelo menos uns cinco suspeitos. Bom, acho que se alguém sabe de alguma coisa na livraria acho que esse alguém devem ser eles, se eu não me engano tem umas dez ou doze pessoas trabalhando lá, talvez mais alguém saiba de algo.

— Valeu cara, já foi de grande ajuda – disse pra ele sorrindo – agora pode ir lá e vê se lembra de mais alguma coisa, qualquer coisa aparece, ou eu te chamo. O.K.?

 - Acabei de me lembrar que eu ainda não sei seu nome – Putz! é verdade eu ainda nem tinha falado meu nome pra ele, que cabeça a minha!

            - Ah sim é Carlos, mas pode me chamar de Cadu – respondi sorrindo.

            -Beleza Cadu.

Ele acenou com a cabeça e sumiu me deixando sozinho no quarto.