As Sailors Lunares (lunar Senshi) escrita por Janus


Capítulo 6
Capítulo 6




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Joynah chegou na hora de sempre na escola naquele dia – dez minutos antes da hora de entrar. Enquanto suas irmãs guardavam as bicicletas, viu Serena brincando com a sua irmã e os filhos de Amy, na porta da escolinha. Até que ela se dava bem na função de irmã mais velha. Sua sorte era que suas irmãs não eram tão pequenas assim.
- Bom dia para todos vocês – disse ela.
- Oi Joynah, bom dia.
- Joynah! – Sereninha pulou no seu colo – me joga para cima de novo?
- Só uma vez, tá?
- Tá bom.
Joynah jogou a pequena Serena para cima, fazendo-a atingir uma altura de uns dois metros. Sua irmã, como sempre, ficou com o coração na mão, mas já estava acostumada com isso – em termos. Joynah a pegou na volta e a colocou no chão.
- Eu também quero!
- Eu primeiro.
- Um de cada vez – disse ela para os gêmeos – primeiro, o Sume, depois o Nathan.
Um da cada vez, eles foram jogados para o alto. E, com aquela vontade de “mais um pouquinho” voltaram a ficar juntos e a brincar de novo com as cadernetas, fazendo desenhos com os dedos.
- Anne e Suzette te deixaram de babá?
- Anne está limpando a classe, e Suzette estava apertada para usar o banheiro. Como vamos entrar logo, eu disse que vigiava as pestes até começar a aula deles. Por falar nisso, vocês três! É hora de entrarem
- Há... só mais um pouquinho – chorou sua irmã – a gente não pode fazer isso lá dentro.
- Sem essa! Eu também vou ter de entrar. Acabou a diversão.
Resmungando, os três guardaram as cadernetas nas mochilas e entraram na escolinha. Apesar de sempre haver um adulto na porta observando as crianças, nem Serena, nem ninguém da turma confiava em deixar qualquer um deles sozinho, a não ser quando não tinham escolha.
- Mana! – chamou Allete – toma o cartão.
Joynah pegou o cartão e viu Allete correr para alcançar Marina, que já estava entrando.
- Vamos entrar?
- Temos escolha?
Foram andando com calma até a entrada da escola. Serena parecia muito mais normal naquele dia do que na véspera.
- Você parece bem melhor!
- E estou – disse ela com um sorriso – ontem, tive uma loooonga conversa com minha mãe, e consegui dar um presentão para uma amiga minha.
- Qual amiga?
- Você logo vai saber – disse ela com ar misteriosa – se bem que acho que Marina vai saber primeiro...
Colocaram suas mochilas no armário – Joynah pegou uma parte de seu lanche e começou a comer, antes de guarda-la - e foram para a classe. O sinal de três minutos tinha acabado de tocar. Puderam ouvir o som de passos rápidos dos outros alunos, que foram pegos de surpresa. Quando entraram na sala, viram Yokuto e Herochi, sentados em seus lugares.
- No almoço a gente prensa eles – disse Joynah.
- Sabe que eu tinha me esquecido?
- É... você realmente está normal.
Serena riu. Elas se sentaram em seus lugares – Serena conseguiu mandar um beijo meio escondido para Yokuto - e aguardaram o início da aula.
Aula de matemática... Quando Einstein criou sua teoria da relatividade, devia estar pensando nisto. O tempo simplesmente não passava durante esta aula. Toda a manhã fora apenas isso. Todos os alunos queriam saber quem tinha sido o responsável por achar que eles precisavam de um reforço naquela matéria. Para enforca-lo!
- Tenho certeza de que estou com olheiras – disse Serena quando saiu para o pátio na hora do almoço. Parecia que eu estava varando a noite durante a aula.
- Sabe o que é pior? – disse Joynah rindo – você tem razão.
- O que?
Serena disparou para o bebedouro e lavou o rosto. Joynah ficou ao seu lado, com o seu lanche na mão enquanto ela fazia isso.
- Olá vocês duas.
Joynah se virou e viu Anne, carregando o seu lanche.
- Oi Anne. Teve a tortura “matemágica” hoje?
- Não. Fui dispensada. Aproveitei e adiantei mais um pouco a matéria do ano que vem.
- Ela vai mesmo nos alcançar – disse Serena enxugando o rosto com o seu guardanapo – e provavelmente nos passar.
- Não – disse Anne – só posso pular dois anos. Isso quer dizer que, no ano que vem, vou ter muito mais tempo livre. E bem na idade de começar a caçar garotos – ela terminou a frase com um brilho nos olhos.
As duas olharam para ela. Nunca tinham imaginado que o computador ambulante ali tivesse emoções normais.
- O que foi?
- Nada, não.. é que neste âmbito, você não tem nada de suas mães. De nenhuma das três!
- Felizmente... – disse ela sorrindo – hum... Serena, se prepare que sua gata vai te pegar...
- Como? – Serena se virou para olhar ao redor e, surpresa, foi abraçada por uma menina, que, como estava correndo, a jogou no chão.
- Obrigada! Obrigada, obrigadaaaaaa! Ai, que felicidade – dizia a jovem desconhecida agarrada na Serena e a apertando com força. Ela parecia ter por volta de treze anos, e usava um lenço no cabelo negro que parecia cobrir dois odangos que tinha neste. Usava a roupa do mesmo ano que Marina.
- Errr... Menina? – disse Joynah a cutucando – MENINA! DEIXA ELA RESPIRAR!
- Ops! Desculpa...
Anne olhava atônita para aquela criança. Não conseguia entender. Onde estava a gata da Serena?
- cof ai.. Calma Diana, eu sei que está feliz, mas me deixe viver para apreciar sua felicidade.
- DIANA? – perguntaram Joynah e Anne ao mesmo tempo.
- É, você não estava brincando quando disse que Serena era a sua melhor amiga – disse Marina se aproximando com um sorriso.
- Marina, conhece esta menina?
- Ela entrou na minha classe hoje, transferida de outro país, em um programa de intercâmbio. Ficamos amigas quase que de imediato. Parece que ela já me conhecia faz tempo. Sabe do que gosto, do que não gosto, que trabalho no restaurante da mamãe, o dia do meu aniversário... Ela parece até uma telepata!
- Gente – disse Serena se levantando ajudada por Diana – esta aqui é Diana, chegou ontem a noite e vai morar na minha casa. Pedi para mamãe mexer os pauzinhos para que ela estudasse aqui, e já pudesse fazer um montão de amigos.
- Já tenho uma – disse Diana sorrindo. E abraçou Marina com força.
- Ai... ai... mais calma ai!
- Desculpa – disse ela a soltando – é que estou muito acostumada a ser apertada com força. Pensei que todo mundo gostava disso.
Serena sabia que a culpa disto era da sua irmã, que sempre apertava demais Diana quando a carregava no colo. Mas não podia dizer isso.
- Tudo bem... acho que a gente pode se acostumar também.
- Ai que bom!
- ungh mas vamos devagar – chorou Marina quando ela a agarrou de novo.
- Vamos – disse Diana pegando na mão de Marina e a arrastando – me apresente para as suas outras amigas...
- Tchau geeeeeeente! – disse ela sendo arrastada por Diana.
- Puxa! – comentou Joynah – ela vive intensamente, não?
- Pode-se dizer que ela esta vivendo pela primeira vez – disse Serena.
- Anne – Joynah voltou-se para ela – você não disse que a gata da Serena é que ia pega-la?
- Foi... – ela ainda estava impressionada – eu... não entendo. Eu senti... quer dizer, imaginei que era ela.
As vezes Anne demonstrava saber onde estavam suas amigas. Quando alguém perguntava onde estava tal pessoa, ela sempre indicava a direção certa. Conseguia fazer isso para as suas mães, para a mãe de Joynah, a rainha, Mina e Amy, e também para os seus maridos. Isso também se aplicava as sailors – embora ela confundisse elas com as mães de suas amigas. Isso só não funcionava com Joynah. Mas nunca tinha se enganado com Diana até então.
- Pelo menos acertou no nome. Que bom ver que você não é infalível – disse Joynah – especialmente agora, que vamos precisar de um pouquinho de privacidade – piscou o olho para Serena.
- É. Falando nisso , olha eles lá. Vamos aperta-los agora e resolver isso.
- Do que estão falando?
- Já vai saber Anne, e contamos com a sua discrição.
- Gente! Deixa eu comer um pouco antes.
- Há sua glutona. Estava demorando. Tá bom. EI VOCÊS DOIS! – acenou para eles – VENHAM COMER COM A GENTE!
As três se sentaram em uma mesa próxima e esperaram os rapazes chegarem. Mais distante, Serena viu Diana conversando com alegria com Suzette. Talvez um dia ela soubesse que aquele menina era a gata que ela gostava tanto de afagar no colo.


Na cerca, uma gata negra com uma meia lua na testa olhava para Diana conversando com as meninas. Uma lágrima saiu de seus olhos. Mas não era de tristeza. Ela estava feliz. Nunca tinha visto sua filha tão contente assim.
- Lita tinha razão, não importa quanto tempo demore, sempre acharemos que os filhos crescem rápido.
Luna se virou e viu seu marido, Artemis.
- É verdade – disse ela com a voz tremendo – agora sei o que a rainha sentiu, quando a princesa começou a ir para a escola. Eu não queria que ela ficasse longe de mim. Mas fui eu quem se afastou, e não percebeu como ela ficou sozinha.
- Ela não está sozinha agora – disse ele encostando a cabeça na sua – vai fazer muitos amigos. E já começou bem.
- Pena que ela não tinha idade e educação para ficar na sala da princesa.
- Acho que foi melhor assim. Marina estava sozinha em sua sala. E elas já se deram muito bem. Anne provavelmente vai estar junto com Joynah e Serena no próximo ano letivo, de forma que nenhum dos filhos das sailors vai ficar totalmente separado de sua roda de amigos.
- Vamos Artemis, temos tarefas a cumprir.
Os dois gatos lunares se afastaram, deixando uma feliz Diana para traz, fazendo novas amizades e vivendo o primeiro dia do resto de sua vida. A única dúvida era se ela agüentaria ficar muito tempo em sua forma humana, e, por quanto tempo poderia guardar o seu segredo. Não que fosse realmente algo preocupante. Logo as crianças teriam idade para saber que suas mães eram sailors, e, por tabela, que os gatos de estimação da família real eram um pouquinho mais do que mera companhia...


- Eu juro! Eu não sabia que ele estava gostando de Joynah, e ele não sabia que eu tinha te pedido em namoro. Até ontem a noite.
- Tá bom. Eu acredito em você – disse Serena olhando desconfiada.
- Acredita?
- Bem, para provar... - Serena se levantou e ficou do seu lado. Olhou ao redor para ter certeza de que ninguém estava prestando atenção, e lhe deu um beijo simples nos lábios – eu aceito.
Yokuto ficou com um sorriso de orelha a orelha. Joynah ficou olhando para Herochi. Ela estava pensando na sua proposta de namorar escondido, por enquanto.
- Joynah? – chamou ele, esperançoso.
- Deixa eu falar com o meu pai.
- Mas.. ele vai contar...
- Não, não vai.
- Não? Ele é meu padrinho, lembra?
- Não vou falar que é você, seu bobo. Vou apenas pedir um conselho para ele. Com jeitinho.
- Ele não vai desconfiar?
- É um risco, mas, o que se pode fazer?
O sinal tocou, indicando o fim do intervalo do almoço.
- Amanhã te dou a resposta – disse ela se levantando junto com os outros.
Serena e Yokuto trocaram um rápido beijo. Eles, ao menos, já tinham se acertado.
- Anne! – gritou Suzette chegando correndo.
- Eu! O que foi?
- Perguntou para ela?
- O que? Há é! Serena, tem algum jeito de irmos ao Milênio de Prata?
- Nós já não estamos nele? – perguntou Joynah.
- O outro! Aquele que ficava na Lua.
- Para que?
- Eu queria ir. Ver aquelas ruínas de perto. Estuda-las, ver os registros que podem estar por lá...
- Não sei não Anne. Faz séculos que ninguém vai para lá. Mesmo com as naves espaciais, não acho que alguém tenha ido lá não. Mas... até que seria interessante uma visitinha por lá. Acho que a bolha de ar ainda está funcionando. Só não sei como é que faremos para ir. Não deixam gente de nossa idade embarcar em espaçonaves.
- Não precisa ser assim. Não tem nenhum portal funcionando ainda?
- Se tem, mamãe deve saber. Mas não acho que ela deixaria a gente ir lá não.
- Não é para a gente ir sozinha, sua boba. Se ela quiser vir junto, ou mandar uma das sailors ficar de olho, tudo bem. É que eu gostaria muito de ir até lá.
- Vou falar com ela a noite, tá bom?
- Tá. Não esquece, heim?
- Vamos – disse Suzette – já estamos atrasadas.

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