As Sailors Lunares (lunar Senshi) escrita por Janus


Capítulo 11
Capítulo 11




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- Mas que coisa Serena. Eu nunca iria imaginar isso de você...
Tudo o que ela podia fazer era ficar emburrada. Pegou o bolinho e o comeu, nos mais absoluto silêncio. Sua mãe apenas sorria divertida. Devia estar adorando aquilo.
- ... você! A princesa do reino! A herdeira do trono de Cristal Tókio...
Aquela tortura era demais. Ela sabia que teria de ouvir um sermão por ter participado daquela espionagem de ontem, mas não esperava que fosse assim.
- ... como pode fazer uma coisa dessas? Estou muito decepcionada com você...
Ela fez questão de se levantar da mesa e já ir para a escola, mas a sua mãe apontou com o dedo para a cadeira e a mandou se sentar de novo.
- ... muito decepcionada mesmo. O que meus amigos vão pensar quando souberem? Que você foi ficar espionando a Setsuna sair com o primeiro namorado dela e...
Ela olhou para a mãe, com súplica nos olhos. Não imaginava que seria tão terrível assim. Será que ela tinha sentido coisa parecida quando, no passado, era ela quem ficava falando coisas assim?
- ... por pura incompetência, foi pega ANTES de ver o primeiro beijo deles. E, o pior de tudo! Foi ate lá e não me...
- Tá bom! – gritou ela – chega! Desisto! Da próxima vez eu levo você comigo... – disse para a sua irmã.
Sereninha parou com o sermão e deu um abraço nela.
- Que bom, que bom, que bom, que bom...
- Mãe... eu era mesmo assim no passado?
- Era pior – disse ela sorrindo – muito pior... Que pena que não viram eles se beijando...
- Eles não deixaram... – disse ela tentando afastar a irmã – chegaram na hora exata. Eu devia ter feito como a Rita, sair correndo de lá rapidinho.
- Não ia adiantar nada... vocês não podem se esconder de Sohar. Pelo que a Mina me falou ontem, ela deu uma enorme bronca na filha por ela ter ficado junto com vocês. Se tivessem ficado separados, não teriam pego todos.
- Vocês também não se separavam quando iam atrás de Lita...
- Por isso que sempre nos pegavam – riu ela – então? Como se sente em sua primeira investida para saber da vida amorosa de suas amigas?
- Com vergonha – respondeu ela finalmente se livrando da irmã – e o pior que foi a Joynah quem começou!
- Bom, então aprenda a não ficar indo atrás dos outros.
- Não é isso que me deixa chateada...
- E o que é?
- EU É QUE DEVIA TER PENSADO NISTO PRIMEIRO!
A rainha sorriu. Sabia que devia, na verdade, dar uma bronca nela pelo que tinha feito, mas como poderia fazer isso se ela própria teria feito o mesmo?
- Vai para a escola filha, antes que fique muito tarde.
- Tá bom mãe, tchau. Vamos baixinha, vamos pegar Diana...
- EU JÁ DISSE QUE NÃO SOU BAIXINHA!
Viu as duas saírem e ficou pensando se iria ou não fazer uma visita a Órion, para saber como tinha sido a noite de ontem. Bastaria apenas olhar para a cara dele para saber isso...


O dia tinha sido bem normal naquela segunda feira. No almoço, as crianças se reuniram e comentaram sobre como tinham sido flagrados na véspera, tentando entender de que forma tinham descoberto onde estavam escondidos. Só Serena sabia a resposta, mas não podia dizer. Pelo menos, seus pais disseram que aquilo não iria interferir em nada em sua possível ida a Lua, pois, no fundo, todos gostariam de estar lá também, vendo Setsuna e Órion.
Sohar e Mina foram até onde ficava o antigo fliperama onde se reuniram por tantas vezes no passado. Hoje era uma praça, mas, embaixo da escultura central desta, a parte secreta do fliperama – onde ficava o portal para a Lua – ainda estava lá. Já tinham ido até lá no sábado, e constataram que o portal ainda funcionava. Faltava ver se era seguro. Setsuna estava junto com eles.
Ela não comentou nada com eles, sobre como quase teve seu momento mais sublime de sua vida invadido por aquelas pestes – era estranho, mas esta era a primeira vez que começava a tratar as crianças assim – principalmente porque sabia, em seu íntimo, que todos estavam muito interessados em sua vida amorosa, por um motivo ou por outro.
Na verdade, já estava pensando no que iria ouvir quando Haruka e Michiru chegassem.
- Bom – disse Sohar – ai está ele.
Mina olhou ao redor e ficou satisfeita de ver que tudo estava como tinham deixado. Lógico que havia poeira e algumas pedras soltas ao redor, mas esta poeira não tinha marca de pegadas. Ela temia que a princesa tivesse ido até ali, para dar uma olhada de antemão.
- Perfeito – disse ela – quem vai primeiro?
- Mina, já acertamos isso. Sohar irá primeiro, e, alias, é só por isso que a rainha pediu para que ele fosse um dos que iriam verificar se estava tudo seguro.
- Só que ninguém ainda me disse o porque...
- Eu posso sobreviver por algum tempo no espaço – disse ele – pelo menos, enquanto puder prender a respiração. Não sabemos se aquela bolha de ar ainda está funcionando. Órion fez os comunicadores?
- Sim – disse Setsuna os pegando em sua bolsa – aqui estão.
Sohar e Mina colocaram os visores e fizeram um rápido teste. Eram visores especiais, capazes de transmitir a longas distâncias. Sohar iria primeiro e se comunicaria com Mina informando se estava tudo bem. Se, por um acaso não houvesse ar para respirar lá, ele voltaria imediatamente.
- Bom, vamos ligar isso.
Ele pressionou alguns botões na base do portal e este se iluminou. Olhou para as duas e Mina fez um sinal de positivo com a mão. Ele apenas sorriu e atravessou o portal.
- Sohar? – perguntou Mina usando o visor – tudo bem ai?
Teve de esperar coisa de alguns segundos pela resposta – devido a grande distância que agora os separavam – foi um eternidade.
“- Bom, tirando o primeiro degrau, está tudo bem”
- Ótimo, eu estou indo.
Ela pegou o seu pendente e se transformou.
- Pelo poder do cristal de Vênus, transformação!
“- Mina... acho que não é uma boa idéia você vir aqui não...”
- Por que? Espere ai! Você me diz pessoalmente.
Ela atravessou o portal e Setsuna ficou atenta ao comunicador que ficou com ela. Alguns momentos depois, ouviu o grito assustado de Sailor Vênus.
- Sohar, Vênus... o que aconteceu?
“- Apenas o primeiro degrau” - disse Vênus pelo comunicador – “nada grave. Mas acho que a viagem das crianças acaba de ser cancelada. Como vamos alcançar aquilo?”
“- Fácil, eu corro para pegar impulso e salto” – respondeu Sohar pelo comunicador.
- O que está havendo ai? – perguntou Setsuna – liguem as câmaras de seus visores para eu dar uma olhada.
“- Você disse... correr? Eu acabei de comer!”
“- Você sabe que passa rápido. Lá vamos nós”
“- Espere...”
Setsuna ouviu Vênus gritando e um som como de um silvo de vento. Logo depois, Sohar, carregando sailor Vênus no colo, saltavam violentamente pelo portal.
- Pronto – disse ele sorrindo - já passou.
Vênus saiu de seu colo e ficou de joelhos, com a mão na boca, se esforçando para vencer o enjôo. Quando Sohar corria naquela velocidade carregando alguém, esta pessoa sempre sentia enjôos.
- O que aconteceu? – perguntou Setsuna preocupada.
- Nada grave – respondeu Sohar – apenas que o portal fica fora do alcance para se retornar. Tive de pegar impulso para passar por ele de volta. Mas o resto está bem. A bolha está funcionando e o local continua totalmente deserto.
- Então, as pestes não podem ir – disse Setsuna.
- Não – respondeu ele – pelo menos, não amanhã... espere um pouco! Você os chamou de pestes?
- Exatamente – disse ela com o olhar duro – o que eles quase fizeram comigo ontem não tem perdão! Quero ter o prazer de contar a eles que a viagem foi adiada.
Setsuna deu-lhe as costas – sorrindo – e foi andando em direção a saída.
- Que bom que você agora está menos passiva... – disse Sohar com os braços cruzados - Mina? Está tudo bem com você?
- Ai... eu quero morrer...
Sailor Vênus caiu de costas, não agüentando o enjôo.
No fim do dia, a classe da Serena, Joynah e dos filhos de Ray foi a primeira a sair, e estes ficaram esperando do lado de fora os outros. Queriam estar todos juntos para saber se tudo tinha dado certo. Logo os outros se uniram a eles. Diana vinha saltitante arrastando Marina pela mão – Marina alias, já estava ficando um pouco encabulada com aquilo.
- E então? – perguntou Rita – já deram alguma resposta?
- Ainda não, e, mesmo que tivessem me dado, eu não diria nada a você, sua fugitiva!
- Ora... o que queria que eu fizesse? Ficasse lá para receber uma bronca? Já basta o que tive de ouvir em casa.
- Garanto que o que você ouviu não foi nada comparado ao que eu tive de passar hoje – disse a princesa ainda se lembrando do sermão que teve de ouvir da própria irmã.
- Maninha!
E, por falar em irmã...
- O que? Ai!
Sereninha tinha pulado no colo dela.
- Nós vamos poder ir? – perguntou ela sorridente.
- Eu ainda não sei - respondeu ela – cadê os outros dois?
- Ali – ela apontou com a mão.
Amy estava lá pegando os filhos pequenos, junto com outras mães. Anne e Suzette ficaram encabuladas e não tiveram coragem de encara-la. Elas também tinham ouvido um bom sermão ontem. Amy olhou para elas e levantou o dedo, indicando que era para não se esquecerem do que tinham conversado na véspera.
- Bom baixinha, vamos para a casa descobrir se vamos para lá amanhã ou não.
- Eu... não sou... BAIXINHA!
Serena apenas sorriu pela raiva da irmã. Deu meia volta para ir ao palácio quando viu que os outros estavam parados, olhando para nada mais, nada menos, que Setsuna. Ela gelou na hora. A cara dela estava séria, bem mais do que de costume.
Foi devagar até eles e a olhou, encabulada.
- Princesa – disse ela sem emoção na voz – sinto muito, mas não será possível você irem até a Lua.
- O Portal não funciona? – perguntou Anne.
- Ele funciona, mas não é seguro irem. Não no momento.
- Por que? – perguntou Joynah.
- Sailor Vênus e seu pai decidiram isso – respondeu ela – podem ter maiores detalhes com eles. Se me derem licença, tenho outros deveres a cumprir.
Ela afastou-se deles lentamente.
- Setsuna – chamou a princesa – desculpe-nos por ontem.
Ela se virou e sorriu.
- Já estou bem mais calma agora – e continuou a se afastar.
- Vai... diga que tinha me avisado! – disse Allete para Herochi.
- Desculpe-me – disse ele com a cabeça baixa – mas eu me acostumei a não ficar criando ilusões futuras sem um mínimo de certeza.
- Sonhos não são baseados em certezas – disse Serena também chateada.
Yokuto a abraçou na cintura, tentando conforta-la.
- Bom gente – disse Suzette - vamos embora. Acho que vou afogar as mágoas em um super suco.
- Eu vou junto! – disse Marina.
- E logo hoje que não temos serviço – comentou Joynah para si mesma – e eu nem sei como é o portal.
- Podemos ir lá ver – disse Diana para ela.
- Como?
- É – confirmou ela – podemos ir ver como é o portal. Eu sei onde fica.
Todos fizeram uma roda sobre ela.
- Você sabe?
- Sim. Fica na praça das sailors. Vamos lá que eu mostro.
E disparou a correr, sem esperar que ninguém falasse nada. Logo, todos foram atrás dela, meio curiosos, meio tentando evitar que ela arrumasse mais encrenca para eles. Sereninha também foi junto e sua bola puu – que ela herdou da irmã – começou a segui-la, como parte de sua programação. Ela sempre ia atrás da pequena princesa quando esta se afastava demais do palácio.
Chegaram a praça cerca de quinze minutos depois, a maioria ofegante. Aquela menina tinha um fôlego e tanto. No centro desta praça, estava a estátua de Ethernal Sailor Moon – só que esta era da rainha, da época em que ela era a sailor moon, e a atual sailor moon ainda não tinha assumido suas funções. Diana parou em frente a estátua e esperou que as outros a alcançassem.
- Diana... você... é uma atleta... e tanto – disse Yokuto.
Todos estavam arfando, menos Diana e Joynah, que olhava ao redor, procurando alguma coisa.
- O que foi? – perguntou Suzette para ela.
- Estou com fome – respondeu – onde tem uma... ali!
Joynah saiu correndo em direção a uma barraquinha de salgados.
- Mas essa ai sempre tem fome – disse Serena.
- Sempre?
- Sim Herochi, sempre. Se for tentar conquista-la com doces, vai gastar uma fortuna...
- E agora? – perguntou Anne para Diana.
- Estou tentando me lembrar...
- Que lindo. Deixa eu sentar um pouco.
Todos sentaram-se ao redor da estátua, enquanto Diana tentava lembrar do que tinha de fazer.
- Onde está o portal?
- Aqui, embaixo da estátua.
- E como você sabe disto?
- Já estive aqui antes com minha mãe. Ela veio fazer uma manutenção há alguns anos.
- Serena... – disse Rita para ela, numa pergunta muda.
- É possível... – respondeu ela sentada ao lado de Yokuto – a mãe dela é muito amiga da minha.
- Bom, vamos esperar.
Joynah estava voltando, com os braços cheios de salgadinhos e os devorando com grande velocidade.
- Mas que glutona – disse Serena balançando a cabeça – como você não engorda?
- Esh soh espschial... – disse de boca cheia.
- Faz de conta que eu entendi...
Apesar de haver pelo menos uns quinze salgados nas suas mãos, eles desapareceram rapidamente, sem que ninguém tivesse chance sequer de afanar um. Não que estivessem com fome, mas vendo-a comer, qualquer um tinha o seu apetite aberto.
- Lembrei! – disse Diana, dando um susto neles - é só apertar aqui...
Ela apertou um entalhe da plataforma da estátua e uma porta secreta se abriu. A princesa olhou ao redor, temerosa de que alguém visse aquilo. Mas a praça ainda estava praticamente deserta, e mesmo a barraquinha onde Joynah tinha ido estava em uma posição em que não daria para ver a porta. Começou a ficar arrependida de não ter dissuadido Diana antes. Mas ela também estava curiosa para ver o portal.
- Eu primeiro – disse Sereninha entrando correndo pela porta aberta, logo seguida por sua bola Puu.
- Ei! Espere ai! – gritou sua irmã, indo atrás dela.
Os outros as seguiram, e, depois de descer alguns degraus, olharam espantados para a sala secreta.
Era circular, no centro havia algo como se fosse uma porta brilhando. Devia ser o portal. Havia alguma coisa abaixo desta, que deveriam ser controles do mesmo. E mais nada. Apenas pedras e poeira. As paredes, iluminadas pelo brilho pulsante apresentavam diversas rachaduras pequenas. Era meio tétrico aquele lugar, e parecia que tinha muita umidade também.
- Bom, é isso ai – disse Diana apontando para a porta brilhante.
- Nossa – sussurrou Anne – é bem parecido com a imagem que me lembro de ter visto naquele filme que nos mostraram o ano passado. Mas, ver assim, ao vivo... é... tão diferente. Eu devia ter trazido uma holo câmara.
- E agora? – perguntou Rita – o que a gente faz?
- Bom, depois de nos cansarmos de ficar vendo isso, vamos embora cuidar de nossas vidas. Não podemos ir até a Lua, lembram?
- Por que será que não? – questionou Rita – não me parece que tenha nada de errado por aqui...
- Talvez a bolha de ar não exista mais – respondeu Anne – ou então, o portal já não tenha energia para alcançar a Lua, ficando na metade do caminho. Quem sabe?
- É só perguntarmos ao meu pai – disse Joynah, que tinha sido a causadora de Diana terem levado eles até ali – alguém tem mais alguma coisa a dizer?
- Não – disse Suzette – acho que, por enquanto, vamos ter de nos contentar com isso. SERENINHA! FIQUE AFASTADA!
- Anne foi rápida em pegar a pequena princesa, que tinha se aproximado demais do portal.
- Eu só queria ver mais de perto...
- Aqui já está perto o bastante – disse Anne sorrindo.
Sem que percebessem, a bola Puu de Sereninha tentava ficar perto dela. Como tinha muita gente ali, e o teto era baixo, ela decidiu dar a volta por uma área que seus sensores indicavam como vazia. Só que esta área era exatamente onde estava o portal. Seus sensores não podiam capta-lo.
- Bola Puu! – gritou Sereninha quando percebeu – PARE!
Foi muito tarde. Ela tinha acabado de atravessar o portal. Se movendo rapidamente, Sereninha foi atrás. Anne não foi rápida o bastante para segura-la.
- Essa não – disse ela apavorada.
Anne correu também para o portal, desaparecendo neste. Serena entrou logo atrás, seguida por Yokuto.
- Vocês ai! – disse Joynah – chamem alguém, rápido! – e também foi atrás dos amigos, seguida por Herochi.
- Mana! – Disse Allete, que também entrou atrás, junto com Suzette e Rita.
- Diana, avise nossos pais – disse Marina, que também atravessou o portal.
- O que? – perguntou ela não entendendo.
Assim que Marina passou pelo portal, viu uma paisagem incrível. Podia ver o horizonte branco com o céu negro e com estrelas logo acima. Logo depois, começou a gritar ao perceber que estava há cerca de dez metros de altura do chão.
Ela caiu em cima de Rita, que gritou de dor, juntamente com todos os outros embaixo desta. Logo em seguida, alguém caiu em cima de sua cabeça, era Diana.
- Diana! Eu não pedi para você chamar nossos pais? – reclamou ela.
- Há, foi isso? Eu não tinha entendido, por isso vim atrás para que repetisse.
- Ai.. – chorava Anne embaixo de todo mundo – tem mais alguém para cair?
- Acho que não – disse Serena – Diana era a última.
- Ótimo! Então... SAIAM DE CIMA DE MIM!
- Esperem um pouco – disse Joynah que estava no meio da estranha torre do corpos que se formara na Lua – um... dois... TRÊS!
Ela ergueu o corpo, e todos os que estravam acima dela foram lançados para trás, incluindo Herochi. Logo em seguida, ela saiu de cima de Yokuto, facilitando para eles se levantarem. Anne, que tinha ficado embaixo de todos, estava com o rosto coberto de pó branco e fuligem.
- Onde está minha irmã? – perguntou Serena assustada, não a vendo em parte alguma.
- Ali! – apontou Diana para cima.
Ela estava descendo mansamente agarrada em um guarda chuva. Devia ter conseguido agarrar a bola Puu e esta se transformou, ajudando-a a descer suavemente.
- E eu que fiquei preocupada a toa – comentou Serena balançando a cabeça.
- A toa não – disse Anne – olhe lá!
Todos olharam na direção em que Anne tinha apontado e lá estava o portal, flutuando no céu escuro e cheio de estrelas. Era estranho ver as estrelas e o Sol ao mesmo tempo, mas tinham que lembrar que estavam na Lua.
- Por isso que não podíamos vir – disse Suzette – o portal está muito alto. Tivemos sorte de não quebrar nada. Alias – olhou para Joynah – como é que você conseguiu jogar todo mundo para cima daquele jeito?
- A Lua tem menos gravidade que a Terra – disse Anne – todos nós somos seis vezes mais forte aqui... embora eu não esteja sentindo nenhuma diferença...
- E não há diferença – exclamou Rita – estou sentindo o mesmo peso.
- Parece que não é só uma bolha de ar que é gerada aqui, deve ter também um gerador de gravidade – comentou Anne, surpresa – incrível! Nenhum registro mencionava isso.
- Deixe a pesquisa científica para depois – disse Allete – como vamos sair daqui? E porque o portal está lá em cima?
Anne olhou ao redor e pensou um pouco. Parecia que estavam no meio de uma construção que tinha desabado.
- Acho que portal devia aparecer dentro de uma construção. Olhem ao redor. Estamos em cima de uma laje destroçada, e ali dá para ver algumas paredes ainda de pé. Acho que a construção daqui desabou, mas não afetou o local em que o portal surge.
- Bom, já sabemos porque o portal está lá – disse Herochi – e agora, como vamos alcança-lo?
- Estou aceitando sugestões... – respondeu ela sem jeito.
Joynah ficou pensativa. Ela sabia que podia voar até lá. Mas não podia fazer isso na frente dos outros. Tinha prometido aos seus pais guardar segredo de seus poderes, incluindo até das irmãs. Mas era uma situação extrema. Ninguém sabia onde estavam. Embora ainda fosse cedo para entrar em desespero. Podia simplesmente esperar que se afastassem e, sem ninguém ver, voaria de volta e pediria ajuda.
Serena, por sua vez, tinha pensado na mesma coisa. Só precisava afasta-los daquela área para então se transformar e pedir ajuda.
- Use o comunicador – disse sua irmã.
- O que?
- O seu comunicador – disse ela sorrindo – o de sailor – sussurrou.
- É mesmo!
Ela pegou seu comunicador e o acionou. Pegou apenas estática.
- Não funciona!
- Estamos muito longe da Terra ou dos seus satélites – disse Anne – e estamos em um vale. Vai ser difícil pegar um bom sinal aqui.
- Então, o que fazemos agora?
- Bem, já que estamos aqui... vamos explorar um pouco, para passar o tempo – sugeriu Joynah – pelo menos podemos achar um lugar para ficarmos, pois acho que vai demorar para saberem onde estamos.
- ELE SUMIU! – gritou Yokuto.
Todos olharam para cima e viram que o portal tinha desaparecido.
- Agora ele só vai aparecer de volta amanhã – disse Suzette assustada.
- Realmente... vai demorar para saberem onde estamos – repetiu Joynah.

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