''05:59, droga! Não quero acordar! Vinte segundos, merda! Tudo o que quero é sono! Vinte milhas até a escola. Só de pensar eu já quero morrer. Dez. Nove. Oito... ''

Um despertador barulhento começa a tremer.

- Sete segundos adiantados. - Sara falou levantando-se e bocejando.

O café estava tão frio quanto o clima no andar de baixo. A mãe estava abalada com a recente morte do irmão de Sara, Andy. Fora atropelado por um caminhão enquanto ia pegar a bola do outro lado da rua. Nem três anos tinha. 

O pai saia sempre cedo para não ver a mãe de Sara chorar pelos cantos. E Sara era quem aguentava; choro, torrada queimada e café super frio. Sempre, das 06:00 às 06:30 quando ela ia tomar banho e passava mais meia hora sentada no carro para não aguentar mais choro. 

Sempre, sempre, sempre.

Sara chegou na escola às exatas 07:40 e entrou rapidamente pelo longo corredor e foi direto para a sala de aula. Literatura. Ela sentou-se ao lado de duas carteiras vazias.

- Onde estão Bredon e Jack? - Ela perguntou para um menino ao lado.

- Provavelmente tirando a virgindade um do outro. - Ele respondeu sorrindo.

Sara retribuiu com um sorriso e abriu seu livro.

A primeira aula fluiu lentamente até entrar o professor de química acompanhado de Brendon e Jack.

- Chegou Salsicha e Scooby pessoal! - Berrou uma menina do fundo.

Jack segurava algo aparentemente grande de baixo da camisa. 

- Droga. - Sara falou olhando lentamente para o lado.

A porta fechou-se rapidamente numa batida enorme e então vários barulhos metálicos e luzes fortes explodiam na sala. 

Sara levantou-se num berro e correu para a porta agarrando a maçaneta com força e tentando puxá-la.

Uma dor atingiu seu corpo inteiro e ela caiu no chão, seus olhos expressavam medo e sangue saia pelo seu estômago.

Sara começou a se arrastar enquanto um banho de sangue era derramado pela sala, o professor, o aluno que falara com ela na primeira aula, a menina que chamava os algozes de Scooby e Salsicha.

Sangue voou para o rosto de Sara que deu um urro e então um tiro atingiu sua testa.

As balas haviam acabado, o pessoal que salvara-se começou a correr para a saida pisando nos corpos. 

Sara estava do lado de mais 19 sem sorte que nem ela. 

Sorte, tudo depende dela.