Olívia: A História escrita por Anonymous, Just Mithaly


Capítulo 29
O Barranco


Notas iniciais do capítulo

Último Capítulo. Aqui a nossa história se encerra, gente. Obrigado a todos que leram e acompanharam Olívia do início ao fim, nessa minha grande e divertida jornada.



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Guilherme e Ofélia desciam rapidamente as escadas, desesperados ao escutarem a voz da presidiária mais temida por todos. Vitória apontava a arma para Ofélia, propositalmente. Olívia se jogou na frente da arma, conseguindo tomá-la de Vitória. As duas berraram, puxaram o cabelo uma da outra, e a arma mudava de posse a cada segundo. Até que se escutou um baque. Um tiro.

Um tiro que, por sorte ou ironia do destino, não havia acertado em nenhum dos quatro ali presentes, mas sim em uma janela de vidro, destroçando-a por completo. Ofélia correu para a cozinha com o telefone sem fio, discando rapidamente uma pequena sequência de números.

– Delegado, tem uma bandida aqui tentando nos matar. Venha, por favor, é urgente.

A briga entre as duas continuava na sala de estar. Olívia conseguia tomar posse da arma, assim apontando-a na direção de Vitória.

– Guilherme, fica atento. Eu vou sair, e você vai continuar segurando essa arma. Vitória, se você se mexer, sua vida já era. – Guilherme e Olívia, juntos, caminhavam na direção da porta. Olívia saiu da mansão rapidamente e Guilherme ficou na posse da arma.

– Melhor você ficar quietinha. Tenho o sangue da minha mãe nas veias e não vou ter pena de atirar em você. – ameaçava Guilherme, fitando Vitória com ódio. Em alguns longos minutos a polícia chegou.

– É ela! Ela tentou matar a gente, mas eu consegui tomar a arma dela e me defender.

Vitória olhava para Guilherme e os três policiais com ódio, pois sua vingança não havia dado certo, ela havia falhado no último minuto. Os dois caminharam até esta e a seguraram fortemente nos dois braços desta, erguendo-a no ar, encaminhando para o veículo policial. A mulher berrava e se contorcia, fazia de tudo para conseguir fugir, porém, era inútil, pois sua força não era absolutamente nada comparada com a dos policiais. Estava toda descabelada devido aos surtos. Foi encaminhada diretamente ao presídio.

A diretora do presídio, que ficou sabendo de toda a história das carcereiras devido ao mexerico causado pelas detentas, demitiu parte das funcionárias, admitindo carcereiras mais justas ao cargo, que não fariam o que estas fazem.


Olívia, dirigindo em alta velocidade, tentava chegar rapidamente ao aeroporto, retirando uma peruca preta (pois seus cabelos agora eram grisalhos) e pondo um óculos escuro, para conseguir se disfarçar e poder deixar Estranhópolis para sempre. Sentia muito em abandonar a mansão e os filhos, porém, eles poderiam visitá-la sempre que quisessem, e eles mesmo haviam apoiado Olívia para que esta fugisse e fosse feliz, porém, Olívia não mediu a velocidade do carro, dirigindo cada vez mais rápido. Subia um grande e desértico barranco em uma velocidade que não era comparável com nada que havia feito em toda a sua vida, tão rápido, que perdeu o controle da direção do mesmo, e o carro rolou barranco abaixo, com Olívia gritando desesperada. Após rolar e rolar, o carro finalmente havia parado. Olívia conseguiu sair deste, se arrastando pelo chão, com seu celular no bolso, pois precisaria telefonar para os filhos para receber apoio, devido ao fato de não ter o controle dos pés. Em questão de segundos, um baque estrondoso surgiu de uma grande explosão no veículo de Olívia, que, assustada, arreganhou os olhos e a boca, telefonando rapidamente para a mansão.

– Ofélia, Guilherme, por favor, venham até aqui. Eu caí do barranco no final da enorme Rodovia Lugar Nenhum, acho que vocês sabem onde fica. Exatamente no fim da cidade.

Os dois jovens se dirigiram ao barranco usando o carro de Guilherme, o mesmo que havia sido útil para tirar Olívia da prisão e salvá-la. Ambos estavam desesperados, pois Olívia não sentia o movimento das pernas. Encaminhando-a para o hospital mais próximo dali, naquela mesma rodovia, cujo nome era Hospital SIM de Estranhópolis. Em algumas horas, o médico havia chegado à sala de visitas, onde se situavam Ofélia e Guilherme, aflitos, porém preparados para tudo que pudesse acontecer, pois tiveram uma emocionante conversa com Olívia no carro, em que esta confessava que amava os dois e que eram as pessoas mais importantes em sua vida e que precisavam estar preparados caso esse fosse o momento. O médico chegava com uma triste expressão, que assombrou Ofélia e Guilherme.

– O que houve, doutor?

– Ela está... paraplégica. – afirmava o doutor, tristonho. – Fiz de tudo para mudar a situação da mãe de vocês, mas não tem jeito... Mas fora isso, a saúde dela vai bem e ela poderá ir para casa hoje mesmo. – Ofélia e Guilherme se chatearam, logicamente, porém, o alívio foi tão grande que correram para o quarto de Olívia, abraçando-a fortemente. Muitas lágrimas escorreram dos rostos dos três, que a partir dali, começaram a viver como uma família feliz, para sempre feliz, até que a morte separasse os três.

Uma semana havia se passado e novamente o dia de visitas de Vitória tinha chegado. Sem saber o que a aguardava, a mulher prendia seus longos cabelos louros em um coque e se encaminhava indiferentemente para a sala de visitas do presídio, porém, soltou um alegre grito ao saber de quem se tratava as visitas. Eram eles, seus dois filhos, que agora já eram dois adultos encaminhados e formados na vida. Ambos tinham os cabelos loiros de Vitória e os olhos castanhos de Sérgio, o homem que havia abandonado os três

– LANA, PEDRO, VOCÊS VIERAM! Meus amores! – gritava Vitória, correndo, abraçando as duas figuras, os três também tiveram seu momento de emoção e se estouraram em lágrimas.

– Mamãe, junto com a gente, temos uma notícia também. – afirmava Lana, chorando alegremente. Pedro assentia.

– O que é? O que vocês tem de tão bom para me contar? E por que os mocinhos demoraram a vir, ora essa? – perguntava a mãe, sorrindo. Não havia motivos para sentir mais raiva de ninguém.

– Ah, esquecemos de te contar. O orfanato mudou de cidade, estamos em Vale Desiderata agora, uma cidade muito longe daqui, e estávamos preparando tudo para sua chegada, sabíamos que a senhora ia ser forte e aguentar todo esse tempo. E, a boa notícia, é que você vai sair daqui em um ano! E poderemos voltar a ser aquela família feliz lá em Desiderata, longe de tudo e de todos aqui.

Interrompendo os três, uma carcereira que era amiga de Vitória, porém, de alguma maneira não esteve envolvida no plano de fuga, chegava à sala de visitas.

– O que foi, Samara? – perguntava Vitória, sem conseguir estampar o grande sorriso em sua face.

– É sobre a... Olívia. Parece que ela sofreu um acidente e ficou paraplégica. – afirmava a carcereira, indiferentemente, pois jamais havia gostado e muito menos se importado com Olívia.

Vitória somente fitou a carcereira, retirando o sorriso do rosto.

– Sabe, eu acho que essa é a punição ideal para ela. Ela, como eu, tem filhos, e pelo visto os ama de verdade. Ela matou a minha irmãzinha, mas eu não vou ser igual a ela nesse requisito. Apesar de ter tirado com gosto a vida daquele mané do marido dela e daquela empregada desgraçada, eu no fundo me arrependo por um dia ter me tornado essa assassina terrível. E, como ela, estou arrependida dos crimes que cometi. Ela teve a punição dela e eu tive a minha.

E esse foi o fim de Vitória Grandson que, após um ano, deixou a prisão e passou a residir em Vale Desiderata, iniciando uma nova vida ao lado dos dois filhos.


Olívia, devido ao acidente e ter ficado paraplégica, pôde cumprir a pena em liberdade, durante os vinte anos, logicamente, porém, aquilo havia sido como um sonho realizado, pois poderia ficar ao lado de seus filhos até o último dia de sua vida.

Olívia, Guilherme e Ofélia haviam marcado um piquenique na Praça de Estranhópolis, que de dia não era tão cheia quanto à noite. Havia tempos em que não compartilhavam esse belo momento juntos. Ambos foram interrompidos pelo celular de Guilherme, que vibrava e tocava sem parar.

– Oi, técnico. Nossa, teve tanta coisa essa semana que eu tinha quase esquecido. Vou aí agora buscar isso. – desligou o aparelho. – Gente, é preciso, eu já volto. E Ofélia, chama o João pra vir pra cá também, vai ser maravilhoso. – Olívia assentiu e Ofélia sorriu, alegre, retirando seu celular cor de rosa, telefonando para o namorado, que chegou em alguns minutos. Logo em seguida, chegava Guilherme, acompanhados de uma jovem. Esta jovem tinha os cabelos pretos lisos que desciam até perto da cintura, pele morena e olhos castanhos. Utilizava um belo e exuberante vestido vermelho, com saltos da mesma cor. Andava de um jeito diferente, um jeito meio robótico.

– Gente, essa é a Laura! Laura, esses são a minha... família! – dizia o jovem, guiando-a levemente para próxima à toalha, sentando-se em uma sombra. – Ela não pode pegar muito sol. Vocês lembram que eu tive uma paixão há um tempo, paixão à primeira vista, por uma mulher mais velha chamada Laura? Pois bem, aqui está a réplica desta. A androide Laura, que sempre será essa jovem e bela mulher, e poderemos compartilhar um longo e intenso amor por muito tempo, e ela será só minha.

Olívia, João e Ofélia se entreolharam, dando de ombros. Os dois casais de jovens se beijavam alegremente, enquanto Olívia mergulhava em seus sonhos.

– Amadeu, que pena que você não está aqui conosco... – pensava, sorrindo para o céu.

A partir daí, a vida dos quatro foi imensamente feliz para sempre. E assim a história se encerra.



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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos, pelo carinho, leitura, compreensão e acompanhamento. Um último review só pra fazer esse autor 100% feliz? *-*



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