Olívia: A História escrita por Anonymous, Just Mithaly


Capítulo 17
O Nascimento e a Vingança


Notas iniciais do capítulo

Último assassinato de Olívia neste capítulo. Confiram.



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Meses se passaram e Olívia já não aguentava a inconveniente presença de Inglório naquela mansão. Ele estava sobrando, pelo fato de maltratar muito Olívia e Guilherme, e não respeitar nenhum dos empregados da residência.

O idoso jazia deitado no sofá preto que decorava o seu grande quarto, que dividia com Olívia. O quarto possuía as paredes pintadas de preto, o chão possuía um grande carpete de coloração vinho e velas decoravam o local, que era absolutamente gótico. A cabeceira da cama possuía um formato triangular. Segurava o celular com a mão direita, posto na orelha. Conversava com alguém.

– Então hoje você faz o serviço completo? Ótimo. – confirmava Inglório, desligando o celular, pondo-o no bolso, deitando em uma das almofadas. Logo, em poucos segundos, cochilou.

Aiyana, estava encarregada de passear com o bebê Guilherme enquanto Olívia faria uma rápida viagem a trabalho para outra cidade. Acreditou que a fiel empregada fosse a pessoa ideal para cuidar do seu filho durante os dois dias que passaria fora.

Aiyana, no segundo dia, segurando o pequeno Gui no colo, caminhava pela pequena e desértica praça da cidade de Estranhópolis. Sentou-se em um dos bancos. O clima estava frio. Os dois trajavam enormes agasalhos. O casaco de Aiyana possuía a coloração rosa choque, enquanto o de Guilherme era azul-bebê.

Várias pessoas passavam pela praça e sorriam ao ver a simpatia do bebê, que era extremamente carinhoso com a mulher. Uma moça passou e cumprimentou Aiyana.

– Que bebê lindo. É seu? – perguntava a mulher, esboçando um sorriso ao ver que o bebê havia sorrido para ela.

– Não, não. Sou a babá dele. – afirmava Aiyana, rindo. Achou que todos que passassem imaginariam que o bebê fosse dela.

No fim da tarde, Aiyana retornava para a casa de Olívia, que não se situava muito distante da praça.

– Tá vazia essa rua hoje... Geralmente tem muita gente aqui.

Caminhava calmamente e o bebê dormia tranquilamente em seu ombro esquerdo. Quando havia chegado à rua onde se situava a mansão, um homem de preto se aproximou. Aiyana pressentiu passos vindo atrás desta. Outro homem, também vestido de preto, se aproximava ligeiramente desta. Ambos apontavam uma arma para a mulher. O homem de trás mirou a arma na cabeça de Aiyana, golpeando-a. Aiyana caiu desmaiada no chão.

– O bebê. Temos que levar o bebê antes que alguém nos veja.

O relógio marcava oito horas da noite e Olívia, dirigindo em seu novo carro, havia acabado de chegar à rua. Ao reconhecer o corpo da empregada, estacionou o carro ligeiramente.

– Aiyana! Aiyana! O que aconteceu? – Olívia, desesperada, corria na direção de Aiyana, sacudindo o corpo da mulher, que, depois de segundos, abriu os olhos.

– O Guilherme. Cadê o Guilherme? Eu só me lembro de dois homens se aproximando e... Ai, como dói. – Aiyana pronunciava tristemente as palavras, enquanto passava a mão pela cabeça, onde havia levado o golpe.

– Ai Meu Deus! Vamos para casa.

Olívia, aflita, chegava rapidamente à mansão e telefonava para todas as pessoas à procura de Guilherme. A todos os moradores da rua, aos funcionários dos estabelecimentos e à polícia. Ninguém sabia onde havia parado o filho de Olívia.

Desesperada, retornou para a mansão. Aiyana estava em pânico e não conseguiu dormir durante aquela noite inteira. Caminhando até seu quarto, escutou vozes do marido e, sorrateiramente, aproximou-se da fechada porta de seu quarto.

– Deu certo mesmo? Maravilha. Tenho que desligar porque a chata já deve tar chegando. – era a voz de Inglório. Olívia, explodindo em lágrimas, correu para o lado externo da casa e se jogou no chão.

– Esse infeliz vai ter o que merece. O meu filhinho não merecia isso.

Um casal caminhava lentamente pelas ruas de uma desértica cidade, provavelmente Estranhópolis, porém, não era nada parecido com o local onde Olívia morava. Parecia mais uma metrópole. O homem tinha sua pele extremamente branca e era loiro, já, a mulher, tinha seus longos cabelos ruivos e a pele parda. Ambos possuíam olhos pretos. Atravessavam a longa estrada, caminhando em direção a outro homem, situado na calçada da frente. Este carregava algo entre os braços.

– Aqui está, senhora. Efetuou o pagamento direitinho? – perguntava o homem, entregando calmamente o suposto objeto envolvido pelos panos.

– Já está tudo em seu devido lugar. Agora vamos, Loki. Não podemos ser vistos juntos.

– Então vamos, Circe. Obrigado por tudo.

O casal novamente atravessou a rua e adentraram uma enorme casa.

Olívia caminhava pela sala, pensativa. O marido não podia ter feito o que fez com ela. Isso foi a gota d’água. Ele merecia algo. Merecia. Não podia ter feito tudo isso e ficar sem ter um castigo.

– Ele vai ter o que ele merece. Ele vai pagar.

Caminhou sorrateiramente em direção ao quarto, onde o homem ainda estava.

– Desgraçado... Não posso demonstrar nada além do necessário. – pensou.

Adentrou o quarto, aos prantos. Chorava desesperadamente.

– Querida, o que houve? – encenou Inglório, levantando-se, fingindo surpresa.

– O meu filhinho... Dois homens vieram e... – Olívia simbolizou um desmaio, caindo no chão. Foi levantada rapidamente por Inglório e acordou.

Olívia, fingindo estar consolada, abraçou o marido com força.

– É muito hipócrita mesmo. – pensou, soltando o marido.

Na manhã seguinte, Aiyana já havia se levantado cedo, como de costume. Estava na cozinha, quando foi surpreendida pela chegada de Olívia.

– Aiyana, preciso da sua ajuda. Dessa vez definitivamente você terá que provar que é minha amiga.

– Claro, Dona Olívia. O que for preciso.

Olívia adentrava novamente o quarto e caminhava lentamente na direção de Inglório, que ainda dormia. Olhava com desprezo para o marido. Sorrindo maliciosamente, cutucou o homem, que acordou surpreso. Olívia sacou uma faca e apontou para Inglório.

– Levanta. Agora. Não fala mais nada senão eu te furo.

Inglório, naquele momento realmente surpreso, levantou-se, com as mãos para cima e foi guiado por Olívia até a porta do quarto. Da porta, surgiu Aiyana, que tinha um enorme vaso de plantas na mão. Lançou o objeto na cabeça de Inglório, que caiu desmaiado. Aiyana, ao certificar-se do que tinha feito, entrou em pânico.

– Aiyana, querida. A gente precisa fazer isso. Eu já te contei o que ele foi capaz de fazer com você e com o Gui.

A jovem, trêmula, assentiu.

Olívia caminhou na direção da cama e puxou o travesseiro que Inglório utilizava.

– Vai ser o seu porque não tô afim de sujar o meu. – da mesma maneira que havia feito com Melissa e como Vitória fez com Manuel, Olívia sufocava o marido. Pressionava com força o travesseiro no rosto deste.

Em uma horrenda cela de prisão, Vitória Grandson jazia ajoelhada no chão, de olhos fechados. O pequeno local era inteiramente escuro e possuía um horrível cheiro, insuportável para as detentas.

– Ela vai pagar por tudo o que fez. Eu juro. – de olhos fechados, deitou no chão, debulhando-se em lágrimas.

Alguns meses depois, Villona estava em trabalho de parto. Havia sido levada em emergência para o hospital e estava pronta para dar à luz ao seu tão esperado e amado filho.

– Vai nascer, Creonte. Ele ou ela vai nascer. Eu quero que seja um menininho parecido com você.

– Que nada. Tem que ser uma menina. Uma bonequinha linda, igual à mãe.

Foi realizado um parto normal. Após alguns minutos de longos e desesperados esforços, um longo e imenso choro de bebê surgia, ecoando por todo o corredor.

– É uma menina! Uma menininha! – Creonte, ao ver o rosto da bebezinha, se emocionou e debulhou-se em lágrimas.

– O nome dela vai ser Ofélia, em homenagem ao nome da minha amada vovozinha. – Villona, apesar de preferir um menino, já amava a filhinha Ofélia e se sentia realizada. Estava casada com o amor de sua vida e acabara de trazer uma vida ao mundo.

Enquanto o dia de Villona estava sendo o melhor de toda a sua vida, Olívia, desesperada, caminhava em alta velocidade dirigindo no seu carro, com o corpo de Inglório no porta-malas. O corpo do homem que vendeu o filho da milionária estava envolto de um grande tapete antigo e empoeirado, que estava há anos guardado.

Chegou a um enorme precipício. Estacionou próximo ao lugar mais alto. Arrastou o tapete e o lançou do alto. O corpo de Inglório Espectro havia sido jogado do lugar mais alto da cidade de Estranhópolis.



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Notas finais do capítulo

Merecido o fim de Inglório? Expectativas pro retorno de Vitória e para o próximo capítulo?
Se a reta final dos capítulos estiver chata e/ou incoerente, por favor, reviews! u.u'