- É isso. - Falei com a voz embargada. - Eu sou Isabella Swan.

Todos olharam para mim surpresos. As imagens eram tão nítidas em minha cabeça, Edward, que olhava para mim com adoração, era o amor da minha vida, para sempre. Desde a primeira vez que o tinha visto, sabia que alguma coisa iria acontecer com nós.

- Bella... - Edward falou. - Você sabe?

- Sim, isso é tão desorientador, toda essa história, Bella Swan. Ela sou eu?

- Olha querida, eu imagino como isso deve ser confuso para você, nós vamos tentar esclarecer toda essa história, tudo bem? - Falou Esme.

- É o que eu espero. - Falei.

- Você disse que tinha sonhos não é? - Perguntou Alice.

Resolvi falar de meu último “sonho”. O qual descobri que todos os sonhos que tive até agora, era da minha possível última vida.

- Sim, desde que me lembro, mas eles eram confusos, sem foco. Sonhava na maioria das vezes com um bebê, mas não sabia nada sobre o bebê. Sonhei também com Edward e Jacob, sabia que era Jacob, não sei como, mais ele era um lobo marrom-avermelhado.

- Você sonhou comigo? - Perguntou Renesmee.

- Sim. - falei a ela sorrindo.

- Agora a pouco quando desmaiei, toda a vida da Bella Swan passou na minha mente. Ao menos os principais fatos. Os outros sonhos que eu tinha ficaram claros também, isso é tão estranho. Cara, sério, nem to conseguindo acreditar. Isso é sobrenatural demais.

- Toda a vida da Bella passou na sua mente? É isso: - Perguntou Carlisle.

- Sim, logo depois que eu vi a Renesmee, a outra Bella é sua mãe mesmo?

- Sim, e você é ela. - Falou Esme, sem mais nem menos. Não conseguia ainda acreditar nisso tudo direito, era tudo tão estranho.

Nunca acreditei nisso, reencarnação.

- Não consigo acreditar nisso tudo. - Falei olhando para baixo.

- Vou provar a você que é verdade essa história. - Falou Alice, nem deu tempo para responder, muito menos piscar e Alice tinha desaparecido da sala. Dei um gritinho de susto. Acho que ainda estava dormindo.

- Ela... ela... evaporou ou se teletransportou daqui? - Perguntei a eles.

Todos se entreolharam antes de Carlisle me perguntar.

- Em seus sonhos. Nós parecemos normais? - Eu esperando uma resposta e ele me faz uma pergunta. Ponderei um pouco.

Em meus sonhos, em um deles, Alice e Jasper desceram escadas similares a essas em uma velocidade surpreendente. Em outro, Edward brilhava no Sol. Tinha também a cena onde a minha “antiga eu” e Edward tinham relações sexuais pra lá de... selvagem? Talvez, poderia ser também sobrenatural o jeito que ele tocava ela.

- Não. - Respondi saindo de meus devaneios. - Na realidade, nenhum de vocês pareciam lá muito normais. Edward brilhava no Sol, Jasper e Alice desciam uma escada em uma velocidade pra lá de esquisita. E, bom.. er.. em outro sonho o Edward e a minha 1ª Bella faiam sexo onde qualquer outro nunca poderia imaginar. - Corei no mesmo instante. Emmett gargalhou alto. Edward deu um leve sorriso. Baixei minha cabeça envergonhada, afinal se ela era mesmo eu, então eu tinha feito aquilo.

- Aqui Bella. - Falou Alice, aparecendo do nada do meu lado. Me assustei novamente.

- Alice! Bella não sabe de tudo ainda, vá com calma. - Falou Esme.

- Tudo bem- resmungou Alice. Ela tinha um álbum ao que parecia era de fotografias. Ela colocou sobre meu colo e abriu. - Olhe Bella.

Na primeira página apenas tinha letras: “ 13 de agosto de 2004” (N/A: eu acho que era em 2004 que eles se casaram, não tenho certeza). Mas embaixo: “ Você é minha vida agora”, essa frase já tinha escutado antes. Virei a página e arfei em choque. Ela era eu, tinha os cabelos presos, pelo branca, olhos cor de chocolate quente como os meus. Era ela. Isabella Swan. Minha antiga vida estava em minhas mãos agora. Olhei para todos ali presentes, todos me observavam, voltei meus olhos pra o álbum novamente. Virei a página. Minha boca se escancarou novamente. Agora era “ela” e Edward, eles estavam lindos. Edward, como Meggy iria dizer, um verdadeiro Deus e “ela”, não conseguia assimilar que ela era eu, estava divina, perfeita. Fechei o álbum no mesmo instante. Já tinha entendido, o difícil era assimilar toda essa história.

- Eu acredito, não preciso mais de provas. Eu só não consegui assimilar toda essa história direito ainda, é tudo tão confuso, tão... estranho.

- Claro querida, todos nós estamos assim. Toda essa história levará um tempo para ser entendida bem.

- Melhor ir para casa, estou com dor de cabeça, também estou querendo pensar um pouco sobre isso.

-Claro, te levo. - Falou Edward.

Me despedi de todos. Alice tinha um sorriso radiante no rosto.

Já no carro, logo Edward não tinha falado nada. Minha cabeça estava confuso, cheia de perguntas, elas não cessariam tão cedo.

- Olha Edward, essa história é mais grande do que eu to vendo ou ouvindo, eu sei, sei lá, talvez intuição. Não sei. Mas pra mim não surta de vez, eu queria saber das coisas aos poucos. - Vi que ele assentiu e continuei: - Essas coisas estranhas de vocês brilhando no Sol, mega velocidade e sei lá mais o que, isso também quero saber direitinho.

-Você vai saber de tudo Bella, não se preocupe. - Acreditei nele.

-Renesmee. - Falei em certa altura, mesmo não a conhecendo direito, senti um afeto tão grande por ela. Um instinto que achava que não existia em mim nasceu ou renasceu. O amor de uma mãe por uma filha. Um instinto de proteção que nunca imaginei sentir. - O mais estranho de tudo isso, é que não importa o que você ou ela são. Pode parecer piegas. Mais desde a primeira vez que os vi, senti algo inexplicável. Por ela parece ser um amor de uma mãe para uma filha. Já você eu sei que eu amo. Mas não sei se é da mesma forma que a Swan lhe amava.

- Bella, você não sabe como eu sonhei em ver seu rosto novamente, sentir seu cheiro, seu calor, tudo em você. Mesmo você pensando que não é igual a “primeira Bella”, você, tudo em você é igual a ela. Até seu jeito de falar, de andar, tudo. Você é ela. E eu amo você, porque meu amor por você nunca vai acabar. Vou esperar o tempo que for para você entender tudo isso. Mas quero que saiba que antes de tudo, eu te amo Bella.

Meus olhos já estavam marejados, nunca alguém tinha se declarado dessa forma para mim. O máximo que Jhonny fez foi dizer que me amava da boca pra fora. Nem meus pais que me amavam muito foram tão intensos em palavras.

- Edward... isso, preciso de um tempo. - Disse e saí correndo do carro. Só parei de correr quando cheguei a meu quarto e trancar a porta. Me joguei na cama do jeito que estava, sem trocar de roupa.

A luz de outro dia nebuloso eventualmente me acordou. Eu deitei com o braço na
frente dos olhos, grogue e ofuscada. Alguma coisa, um sonho tentando ser lembrado,
estava lutando pra alcançar minha consciência. Eu bocejei e rolei pra o lado,
esperando que mais sono viesse. E então o dia anterior flutuou na minha consciência.
“Oh!”, eu levantei tão rápido que minha cabeça ficou rodando.
“O seu cabelo parece um monte de palha... mas eu gosto”. Sua voz tranqüila veio da
cadeira de balanço no canto do quarto.
“Edward! Você ficou”, eu vibrei, e sem pensar atravessei o quarto me jogando no colo
dele. No instante que minha mente se deu conta das minhas ações, eu congelei,
chocada com o meu entusiasmo descontrolado. Eu olhei pra ele, com medo de ter
ultrapassado os limites.
Mas ele riu.
“É claro”, ele respondeu, assustado, mas feliz com a minha reação. Suas mãos
esfregaram minhas costas.
Eu coloquei minha cabeça cuidadosamente no ombro dele, sentindo o cheiro da sua
pele.
“Eu tinha certeza de que tinha sido um sonho”.
“Você não é tão criativa”, ele zombou.
“Charlie!”, eu dei um pulo sem pensar, correndo para a porta.
“Ele foi embora há uma hora - depois de reconectar os cabos da sua bateria, eu devo
dizer. Eu tenho que admitir que fiquei decepcionado. Será que só isso seria necessário
pra te parar, se você quisesse sair?”
Eu fiquei onde estava, querendo responder de forma mal-educada, mas eu estava com
medo de ter mal hálito matinal.
“Você geralmente não fica tão confusa de manhã”, ele reparou. Ele abriu seus braços
pra me receber de novo. Um convite quase irresistível.
“Eu preciso de outro minuto humano”, eu admiti.
“Eu vou esperar”
Eu fui para o banheiro, minhas emoções eram irreconhecíveis. Eu não me reconhecia,
por dentro ou por fora. O rosto no espelho era praticamente irreconhecível - olhos
brilhantes demais, pontinhos vermelhos nas maçãs do meu rosto. Depois de escovar
meus dentes, eu tentei dar um jeito no caos emaranhado que estava o meu cabelo. Eu
joguei água gelada no meu rosto e tentei respirar normalmente, mas sem muito
sucesso. Eu dei uma corridinha de volta para o meu quarto.
Parecia um milagre que ele estava lá, com os braços abertos ainda esperando por
mim. Ele veio me pegar, meu coração batendo erraticamente.
“Bem vinda de volta”, ele cochichou, me pegando nos braços.
Ele me embalou por algum tempo, até que eu reparei que as suas roupas estavam
trocadas, seu cabelo estava macio.
“Você foi embora?”, eu acusei, tocando o colarinho da sua camisa nova.
“Eu não podia sair daqui com as mesmas roupas que cheguei- o que os vizinhos iam
pensar?”
Eu fiz biquinho.
“Você estava profundamente adormecida; eu não perdi nenhum detalhe”, seus olhos
me vislumbraram. “Você só começou a falar hoje cedo”.
Eu gemi. “O que você ouviu?”
Seus olhos dourados ficaram suaves. “Você disse que me amava”.
“Você já sabia disso”, eu abaixei a cabeça.
“Foi bom ouvir, do mesmo jeito”.
Eu escondi minha cabeça no ombro dele.
“Eu amo você”, eu sussurrei.
“Você é minha vida agora”, ele respondeu simplesmente.
Não havia mais nada a dizer no momento. Ele nos balançou pra frente e pra trás
enquanto o quarto ficava mais claro.

Acordei com um pulo. A frase. Do álbum. Ele tinha dito para mim. Era tão simples e tão mágica e tão... verdadeira. O que eu tinha dito no sonho também era a mais pura verdade, eu o amava. As palavras de Edward no carro antes só reforçaram o que já sentia. O amava. Não importava o que tinha que ser esclarecido ainda. Não importava mais nada. Só sabia de uma coisa. Amava Edward. Amava ele de uma forma tão intensa que seria capaz de morrer por esse amor. Edward era minha vida agora.