Bella POV

Todos me olharam assustados, até um cara loiro se pronunciar:

- Bella, da onde você tirou essa ideia?

- Da onde? - Minha paciência tinha ido pro ralo mesmo, estava pouco me lixando. - Escuta aqui, não são vocês que tem esses sonhos esquisitos desde que nasceram, não são vocês que sentem o que eu sinto quando olho pra cada um de vocês. Sei lá, é como se eu conhecesse vocês. Mais não de agora, de muito tempo.

- Não achei que isso fosse mesmo verdade. Mas agora, eu to começando a acreditar. - Falou o moreno.

- Olha aqui Jacob, não sei do que você tá falando, mais que é muito estranho isso tá acontecendo, isso é.

- Espera um pouquinho Bella, como você sabe que ele é o Jacob, vocês nunca se falaram? - Falou uma baixinha de cabelos expetados.

Mais que doideira era essa que tava a minha cabeça?

- Não sei, sei lá, é isso que eu to tentando falar. Isso é totalmente fora da realidade, soa até piegas. Mas desde que me lembro, quase toda a noite eu tenho esses sonhos.

-Como são seus sonhos? - Perguntou Edward.

- Não deem risada de mim tá bem???!! - Quando todos assentiram, falei. - O sonho mais frequente é de um recém-nascido, não consigo me lembrar de seu rosto, nem de seu nome. Só me lembro de de que era o bebê mais lindo que já tinha visto, assim como o sorriso. E isso que é estranho, recém- nascidos não sorriem, muito menos tem a boca cheia de dentes.

Olhei para todos, todos tinham a expressão pasma. Menos a menina que era meio parecida comigo. Ela estava radiante, e com certa expectativa no olhar.

- Você sonhou isso mesmo? - Perguntou a loira.

- Eu sei, eu sei, é louco não é? Olha, esses é o sonho mais frequente, mais o menos nítido. Os outros são mais reais. Bom, todos os sonhos que tenho com vocês parecem reais.

- Você teve outros sonhos além desses?- Perguntou o loiro.

Como já tava falando tudo, que mal tinha em falar dos sonhos que tinha com Jacob e Edward?

- Já sonhei com você. - apontei para Jacob. - Sabe, na real, to achando mesmo que to ficando louquinha, mas no meu sonho eu só conseguia ver um enorme lobo marrom avermelhado, mas eu sabia que era você, não me pergunta por que, que eu não sei.

Todos me olhavam de boca aberta. Com certeza imaginando da onde tirei essas loucuras.

- Bella, acho melhor conversarmos em um lugar apropriado. - Falou Edward, me olhando com.... amor. Cara, to ficando louca de verdade.

- Hey, Bella. - Chamou uma voz que vinha em minha direção. Olhei para trás e vi Jhonny, correndo até mim, mas estava encarando todos os outros. Aff, ele ainda não tinha esquecido da história da popularidade, isso estava começando a me encher.

- Oi Jhonny. - Falei com certa raiva na voz, ele tinha atrapalhado a conversa.

- Uau amor, mas você chegou cedo hoje hein. - Falou, mas ainda encarava Edward com raiva no olhar.

- Er... eu precisava resolver umas coisas. - Falei, odiando o jeito como Jhonny me abraçou, de uma forma possessiva. Odiei mais ainda mais quando me beijou. O afastei rapidamente.

- Melhor eu ir para minha sal de aula. - Falei, puxando minha mão.

- Tem aula de que Bella? - Perguntou a menina de cabelos espetados.

- De literatura.

-Ah, que ótimo, também tenho, vamos juntas?

- Claro. - Falei e comecei a me afastar, nem olhei para Jhonny. - Tchau. - Falei para Edward, ele me respondeu com um sorriso de tirar o fôlego.

No caminho até a sala, a garota se apresentou, seu nome era Alice. Ela era muito espontânea, não parava de falar.

Nos sentamos juntas, ela começou a tagarelar novamente.

- Então Bella, me fala mais sobre esses seus sonhos.

- Olha Alice, vocês devem em achar uma louca...

Ela não deixou eu terminar de falar e falou:

- Não achamos você louca Bella. - Ela falou olhando para mim, seu olhar era tão sincero que acreditei.

- Bom, como eu tinha falado, desde que me recordo de meus sonhos, sempre sonho com o Edward, o bebê e o lobo, que eu acho que é o Jacob.

- Espera, você sonha com o Edward também?

- Sim, os sonhos não tem foco, só me lembro dos olhos dele, do cabelo e do sorriso dele, mais eu sei que é ele.

- Isso é tão incrível, nunca acreditei muito nisso, mais agora acredito.

- Acredita em que Alice?

Mas não deu tempo dela me responder, a professora entrou na sala e o resto da aula não tive oportunidade de lhe perguntar.

- Almoça com nós depois? - Alice me perguntou quando saíamos da sala.

- Não sei Alice, tenho que falar...

-Ah por favor, vai ser divertido. - Ela tinha que parar com essa mania de ficar me interrompendo.

- Tudo bem.

- Uhuuul, aaa eu te amo Bella. - Falou me abraçando. - Ah, quase ia me esquecendo, gostei que nessa sua nova versão você tem mais consciência de moda. - Falou e saiu apressada.

Mais o que ela queria dizer com isso. Essa gente tava me deixando cada vez mais zonza.

Fui andando até minha próxima aula, teria aula agora com Meggy, ela me esperava impaciente na nossa mesa.

- Bella, será que poderia me falar o que é que está acontecendo?

- Acontecendo o que?

- Acorda mulher!!! Você está prestes a perder seu namorado, e sabe por quê?? - Ela não me deu chance de responder. - Porque você está preferindo os alunos novos do que ele. Eu sei, eu sei, é doideira da cabeça dele, mais sabe, eu até estou dando um pouco de razão a ele. Você nem fala mais com ele direito, nem comigo, digamos de passagem, até a vadia da Suzan já está tentando ficar com ele de novo. Ele, claro, não se deu conta disso. E hoje de manhã, o namoro de vocês foi pro escambau, ele saiu de la arrasado, e adivinha quem foi consolá-lo: Suzan. Sério amiga, se você não quer mais ele, é melhor acabar logo com esse namoro, porque se continuar assim, você vai levar fama de corna.

- Meggy, respira, calma. O Jhonny tá com a Suzan? Mas como...

- O Will viu você ontem abraçada com o Edward, aí já sabe, foi logo indo falar para o Jhonny, e tapado do jeito que ele é, já pensou que você estivesse mesmo com ele. Como ele não quer levar fama de corno, já foi logo se enrabichando com a vadiazinha.

Eu não estava conseguindo assimilar tudo isso. Jhonny, estava com a garota que mais me odiava na escola? Suzan sempre tentou acabar com o namoro deles, mas nunca conseguiu, e não tinha sido diferente dessa vez, foi ele quem traiu, affe, mais eu juro que mato ele.

- Estou pouco me lixando para ele, ia terminar com ele de qualquer jeito. Não gosto da possessividade dele, isso me sufoca.

- Você vai levar isso numa boa. Bella, acorda, é a Suzan!!

- Eu sei que é a Suzan, estou pouco me importando porque eles se merecem. Quero ir para casa, não suporto mais todos me olhando assim. - Só agora tinha percebido como todos olhavam para mim. Alguns com pena, outros com superioridade, já imaginando que eu e Jhonny não estávamos mais juntos não seria mais a garota mais popular da escola. Ou seja, não seria mais venerada como antes. Sorri com isso, não gostei muito de ser o centro das atenções, se bem que gostava, mais nem tanto.

Saí da sala antes que o professor chegasse. Entrei no meu carro e saí em disparada para casa. Toda essa história tinha me cansado, estava com uma dor de cabeça dos infernos e olha que nem resolvi meus outros problemas com os sonhos estranhos.

Cheguei em casa, tomei um banho demorado e caí no sono.

Um passo de cada vez, eu disse a mim mesma enquanto começava a descer ao
lento som da marcha. Eu não ergui meus olhos até que os meus pés estavam
seguros no chão, apesar de conseguir ouvir os murmúrios e ruídos da platéia
enquanto eu aparecia. O sangue subiu pro meu rosto por causa do som; é claro
que já se esperava que eu fosse uma noiva corada.
Assim que os meus pés tinham vencido as escadas traiçoeiras, eu estava
procurando por ele. Por um breve segundo, eu fiquei distraída com a profusão
de botões de flores brancas que pendiam de guirlandas em qualquer parte da
sala que não estivesse viva, caindo em longas filas de leves laços brancos.
Mas eu separei meus olhos dos arcos das portas e procurei pelas fileiras de
cadeiras cobertas de cetim – ficando ainda mais vermelha quando vi a
multidão de rostos olhando pra mim – até que eu finalmente o encontrei, de pé
perto de um vaso com mais flores ainda, e mais laços.
Eu mal tinha consciência de Carlisle de pé ao lado dele, e do pai de Angela
atrás deles dois. Eu não vi minha mãe de onde ela devia estar sentada na
primeira fileira, nem a minha família nova, ou nenhum dos meus convidados –
eles teriam que esperar até mais tarde.
Tudo o que eu realmente via era o rosto de Edward; ele encheu minha visão e
dominou minha mente. Os olhos dele estavam claros, ouro em chamas; seu
rosto perfeito estava quase parecendo severo com a profundidade de suas
emoções. E aí, quando ele encontrou meu olhar abismado, ele se quebrou em
um sorriso feliz de tirar o fôlego.
De repente, a única coisa me impedindo de correr pelo corredor era a mão de
Charlie apertando a minha.
A marcha era lenta demais enquanto eu tentava fazer meus pés acompanharem
o ritmo. Por sorte, o corredor era bem curto. E finalmente, finalmente, eu
estava lá. Edward estendeu sua mão. Charlie pegou minha mão e, num
símbolo tão velho quanto o mundo, colocou-a sobre a mão de Edward. Eu
toquei o frio milagre de sua pele, e eu estava em casa.
Nossos votos foram simples, palavras tradicionais que já foram ditas milhões
de vezes, apesar de nunca por um casal como nós. Nós só pedimos ao Sr.
Weber pra fazer uma pequena mudança. Ele concordou em trocar a frase “até
que a morte nos separe” por uma mais apropriada “enquanto nós dois
vivermos”.
Naquele momento, enquanto o juiz de paz dizia sua parte, meu mundo, que
tinha estado de cabeça pra baixo por tanto tempo, agora parecia ficar na
posição correta. Eu me dei conta do quanto eu estava sendo ao sentir medo
disso – como se isso fosse um presente de aniversário que eu não queria ou
uma exibição vergonhosa, como um baile. Eu olhei para os olhos brilhantes,
triunfantes de Edward, e eu soube que eu também estava vencendo. Porque
nada mais importava além do fato de que eu poderia ficar com ele. Eu não me
dei conta de que estava chorando até a hora de dizer as palavras tão esperadas.
“Eu aceito”, eu consegui botar pra fora num sussurro quase inaudível,
piscando pra conseguir ver o rosto dele.
Quando foi a vez dele de falar, as palavras soaram claras e vitoriosas.
“Eu aceito”, ele jurou.
O Sr. Weber nos declarou marido e mulher, e aí as mãos de Edward se
ergueram pra segurar o meu rosto, cuidadosamente, como se ele fosse
delicado como as pétalas brancas balançando sobre nossas cabeças. Eu tentei
compreender, apesar da quantidade de lágrimas me cegando, o fato surreal de
que essa pessoa incrível era minha. Seus olhos dourados estavam como se
pudessem estar cheios de lágrimas também, se isso não fosse uma coisa tão
impossível. Ele abaixou sua cabeça em direção à minha, e eu fiquei na ponta
dos pés, jogando meus braços – com buquê e tudo – ao redor do pescoço dele.
Ele me beijou ternamente, me adorando; eu esqueci a multidão, o lugar, o
tempo, a razão... lembrando apenas que ele me amava, que ele me queria, que
eu era dele.

Acordei sobressaltada. Tinha sonhado que estava casando com Edward Cullen. Mas esse sonho não parecia que fosse acontecer, era quase como se já tivesse acontecido. Levantei da minha cama rapidamente, olhei as horas, 11:35AM, ótimo, iria até a escola e resolveria logo esse assunto, estava cansada disso. Lavei meu rosto, vesti uma roupa decente e saí em disparada. Cheguei a tempo de ver eles saindo da escola e se encaminhando para seus carros.

Parei na frente de Edward e perguntei sem rodeios:

 - Por que eu sonhei que estava me casando com você?