Traga - Me À Vida escrita por Fallen Angel


Capítulo 5
Capítulo 5 - de novo não...




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              - Fale o que você quer falar comigo? – eu perguntei com uma pitada de medo.

             - Nada, só queria conversar com você, saber se está bem... – falou com aquele tom carinhoso que sempre usara comigo.

              - Bom, - eu disse encostando – me à parede ao lado dele, e assim, conseguindo ver seus lindos olhos. – eu estou bem, tirando os meus irmãos e meus pais, está tudo bem... E você como está?

              - Venha, vamos a um lugar mais calmo, ela vai abrir a porta daqui a pouco. – ele puxou meu braço e me levou até um corredor que parecia um corredor de quartos

              - Entre, fique a vontade – disse abrindo a porta. Era um quarto típico dele, paredes pretas, guarda – roupa branco com uns símbolos em preto, alguns pôster de banda que ele gostava, e uma cama de casal, apenas uma, com um cobertor preto avermelhado.

             - Você não tem companheiro de quarto?

             - Não, como meus pais me emanciparam, e foram morar no exterior, eles me dão um “salário” e eu pago pra escola me deixar morar sozinho. – Ele foi emancipado? Ele paga pra o deixaremele morar sozinho?  - Sente – se na minha cama – disse ele apontando para a sua cama, eu corri até ela, como nos velhos tempos, sentei de “indiozinho” na cama e peguei o travesseiro de Gloomy Bear que eu tinha dado pra ele de dia dos namorados e o coloquei no colo.

              - Você ainda guarda isso? – falei dando uma risadinha.

              - Claro, eu adoro ele! - ele riu e se sentou ao meu lado na cama. Ele me encarou da mesma forma que me encarava quando ainda estávamos juntos, e aquela olhada me deixava completamente estremecida.

              - Então - falei desviando o olhar – como está sua família? Sua Mãe, seu Pai?

             - Nossa família teve uma briga feia, e foi por isso que eles me emanciparam, então eu vim pra cá, e eles, dizem que estão na Alemanha, mais eu só falo com eles por e – mail, e nunca mais vi eles desde então.

             - Nossa, que triste... Então quer dizer que você não tem mais ninguém?

             - Não, - deu pra ver seus olhos se enchendo de lágrimas – eu não tenho mais ninguém comigo.  - ele abaixou a cabeça, e pela primeira vez em muito tempo, eu não estava vendo Daniel como um homem forte e independente, mais sim, como um menininho, que sente falta da família e que é extremamente carente. Então como se fosse um extinto de quando ainda estávamos juntos, eu o abracei e fechei os olhos, pude sentir seus braços envolvendo minha cintura e sua cabeça se encostando em meus ombros, lágrimas caindo.

              - Você não está sozinho, - eu disse quase chorando junto com ele – você ainda tem a mim, meu vampirinho. – Ok, eu sabia que tinha pegado bem no fundo do fígado dele quando disse “vampirinho” (era assim que eu chavama ele), então pude sentir seus braços me envolvendo ainda mais, lágrimas caindo. Sim, eu fiquei muito triste por ele.

              - Brigada Lucy, muito bom saber que eu ainda tenho você comigo. – ta bom, lembra quando eu falei que eu nunca mais iria me apaixonar, e que eu nunca mais iria voltar a gostar de Daniel? Então ignorem o que eu disse. – Você não imagina o quanto eu senti sua falta todo esse tempo. – Ok, agora eu estava começando a me sentir incomodada, fazia tempo que nós, ou pelo menos eu, não me envolvia com alguém dessa forma, e não estava tão afim de acabar com isso tão cedo.

             - Bom, - eu disse me tirando daquele abraço delicioso que ele tinha, fazendo muita força, para ir contra meu extinto – eu tenho que ir! – já levantando da cama.

             - Por favor, Lucy, - ele falou com aquela cara de “cachorro que caiu da mudança” – não vá, eu preciso de você.

            - Não dá – eu senti as lágrimas começarem a cair – toda vez que eu chego perto de você, que eu sinto seu cheiro, - eu já estava começando a gritar e chorando aquele rio preto por causa da maquiagem – eu não consigo me controlar, meu extinto fala mais alto! Me desculpe, mais tenho que ir. – eu ouvi minha voz extremamente chorosa, e simplesmente abri a porta do quarto e sai correndo pro meu quarto.

 Mesmo chorando e correndo o risco de alguém me ver chorando, eu continuei correndo, até avistar a enorme placa que dizia “Ala Sul”, então passei pela porta e fui correndo até meu quarto, onde entrei e tranquei a porta por dentro, nem acendi as luzes, queria ficar no escuro absoluto e sozinha. Então me peguei chorando igual a uma condenada, coisa que eu não fazia a muito tempo, principalmente chorar por ele, e como eu fazia toda vez que chorava descontroladamente, eu comecei a descontar minha raiva em todos os móveis e coisas insignificantes que eu encontrava pela frente, chutei e esmurrei o armário, chutei a cama, bati na parede, gritei de mais, chorei demais.  Me sentei na cama,  com os pés na cama, e chorei com os braços debruçados sobre as pernas e minha cabeça apoiada no braço, ali,chorei durante, mais ou menos, uns 15 minutos.

            Ainda estava na cama chorando, quando ouvi batidas na porta.

               - Quem é? – perguntei tentando disfarçar minha voz de choro, sem sucesso.

               - Lucy, sou eu, Gui! Por favor, abre essa porta! Aphrodite esta comigo... – Ok, Guilherme iria ter a visão do inferno e Aphrodite iria me ver chorando, que legal. Com relutância, fui até a porta e a abri, fiquei bem nas sombras, meu rosto estava bem escondido, a não ser pela idiota da Aphrodite que foi lá e acendeu a luz.

Assim que ela me viu, ela gritou, ela viu uma menina toda descabelada, com fios de maquiagem preta até nas bochechas e olhos extremamente inchados, então ela foi em bora gritando. Guilherme não falou nada, simplesmente apagou as luzes do quarto e fechou a porta.

                - Eu te entendo. – disse ele me reconfortando com um abraço muito bom e cheio de carinho, o que me fez lembrar o abraço de Daniel, o que me fez chorar ainda mais nos ombros dele.


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