Traga - Me À Vida escrita por Fallen Angel


Capítulo 3
Capítulo 3 - E a coisa muda de figura




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Depois de Norma ter me entregado a folha, eu e Gui saímos da sala sem ao menos dar uma olhadinha sequer na folha. Quando já estávamos no corredor, ele falou:

                      - E ai, o que está escrito na folha? Onde é seu quarto? Quem vai ser sua nova companheira de quarto? – disse ele com uma pitada de entusiasmo. Eu olhei a folha e fui falando pra ele o que eu lia:

                      - Bom, meu quarto é o numero 64 da ala sul, e minha companheira de quarto é uma de tal de Aphrodite... Conhece? – ele fez uma cara de espanto quando eu disse aquele nome.

                      - Conheço, mais acho que você não vai gostar muito de conhecer – falou já começando a andar – Aphrodite é a menina mais fofoqueira, patricinha, e arrogante que esse colégio já teve, ela não tem absolutamente nada a ver com você... Por favor, não bata nela, por que dizem por ai, que ela é protegida por lei e você pode ser preza na mesma hora.

                       - Ah! Isso é muito legal! Eu vou ter que dividir um quarto junto com uma patricinha e não vou poder nem bater nela quando ela me irritar? Fala sério!

                      - Ah, mas tem uma boa noticia, bom, pelo menos eu acho que é, meu quarto é do lado do seu!

                     - Eles deixam meninos e meninas dormirem em uma mesma ala?!

                     - Sim, mais não no mesmo quarto...

                    - Entra aqui... – disse ele apontando para uma porta aberta com uma faixa grande em cima que dizia: “Ala Sul”. Depois de passar pela porta, andamos um pouco mais, e logo chegamos a uma porta preta, com uma plaquinha de metal meio envelhecido, com o Numero 64, quase não dava pra ler, pois estava bem apagada.

                   - Aphrodite? Você ta ai? – falou batendo na porta

                   - Estou sim – disse uma voz fina e aveludada que parecia estar bem longe da porta – Já vou abrir!

De repente uma menina de cabelos loiros até a cintura, olhos verdes, uma saia Pink bem curta, uma blusa tomara que caia branca e um bolero rosa bebe por cima da blusa, e estava com uma tiara de laçinho vermelho, e sapatos vermelhos apareceu na porta, com uma pose elegante.

                   - Olá Gui – falou a menina dando um beijo em cada bochecha do garoto – como foi de férias? Quem é essa sua amiga?  - ela me olhou com um desprezo impressionante, e isso me irritou de mais.

                    - Oi, Aphrodite. Fui muito bem de férias, e essa aqui é a... – eu simplesmente interrompi ele no meio da frase.

                     - A amiga aqui sabe falar meu anjo, prazer dona patricinha, eu sou a Lucy!

                     - Ah, muito prazer, querida Lucy – falou me esnobando – eu sou a Aphrodite.

                    - Imaginei que você fosse a Aphrodite quando Guilherme chamou por você na porta. Ah, sinto lhe informar que eu sou a sua nova companheira de quarto. – ela me olhou com uma cara de “quem a abriu a porta do inferno e deixou esse monstro sair.” – Com licença meu amor, por que a partir de agora esse quarto é tanto meu quanto seu.

Então eu entrei, e coloquei as minhas coisas em cima da cama “normal” que havia no quarto, e o Guilherme na porta me olhando com uma cara de “menina, o que você ta fazendo?” depois de me empoleirar na cama, eu gritei de lá para o Guilherme

                  - Minha próxima aula é daqui a mais ou menos uns 30 minutos, e é de Geografia, será que você pode vir aqui, e me mostrar o caminho para essa sala?

                  - Claro – ele fez uma cara de interrogação pra mim – minha próxima aula também é de geografia, daqui a pouco eu passo aqui ta.

                  - Brigada, até daqui a pouco!

                  - Até... hãn... Tchau Aphrodite... – ele disse meio sem confiança em si mesmo.

Depois de minha bela encenação, Aphrodite bateu a porta, e passou direto por mim e foi até sua cama, e ligou seu notebook, e começou a mexer, e eu tirei meu Tablet e meu Black Berry da bolsa e comecei a mexer neles, então tomei coragem e resolvi falar alguma coisa, afinal, agente iria morar juntas por uma no inteiro, não podíamos viver no pé de guerra por um ano todo.

                   - Nas aulas, - ela me encarou – eu posso levar meu Tablet e meu Black Berry? Por que a idiota da minha mãe esqueceu-se de comprar cadernos pra mim...

                   - Pode, mais não deixe que eles emitam o menor ruído que seja, se não o professor toma eles de você. – ela se virou para encarar o computador.

               Então, eu, simplesmente me virei pro Tablet, e comecei a verificar todas as minhas redes sociais e aproveitei pra postar um pouco no Twitter e falar sobre o que eu estava achando sobre o meu “colégio/prisão”.

                Depois de já ter postado muitas coisas, alguém bateu na porta e chamou meu nome, Aphrodite olhou pra mim com cara de interrogação.

                 - Não vai atender?

                 - Vou né.... – eu disse me levantando da cama e indo até a porta.

                 - Oi gui! Vou só ajeitar minhas coisas ai agente já vai. Entra ai. – eu disse fazendo sinal pra ele entrar. Ele entrou e nem falou com Aphrodite e se sentou na minha cama.

                - Pelo jeito, você nem tocou na sua mala não é?!

                - Nem cheguei perto, fiquei mexendo no Tablet e no Black Berry – eu disse enfiando umas canetas e lápis na bolsa, e colocando – a nas costas.

                - Relaxa que seus livros, você recebe quando entrar na sala de aula.

                - Ah, legal. – enfiei o Black Berry em um dos bolsos do Sobre tudo, e levei o Tablet na mão – ainda não estava psicologicamente preparada pra abandonar o mundo exterior.

               - Vamo?

               - Partiu!

    Então eu me despedi de Aphrodite, que falou que não precisava fechar a porta, pois ela também já estava de saída. Lá fomos nós em direção a sala de geografia, e enquanto Twittava, eu via que o fluxo de alunos naquele lugar era bastante intenso. Nossa quantos pais achando que os filhos são marginais. Guilherme ficava tagarelando coisas sobre a escola que eu nem ouvi, eu só estava concentrada no meu tablet.

                 - É aqui. – abaixei meu tablet e entramos em uma sala com muitas carteiras e uma lousa enorme, pelo jeito, muitas pessoas estudam aqui. Então fomos ate a carteira dele.

                 - Onde eu sento?

                 - Onde você quiser aqui ninguém liga pra essa coisa de lugar. – Me sentei na carteira atrás dele, e enquanto ele tagarelava mais coisas sobre a aula de geografia, uma coisa me chamou atenção naquela sala: Uma carteira, onde, aparentemente, havia um menino sentado, ele tinha cabelos dourados, olhos castanhos e uma pele bem branquinha...

             - Puta que pariu! – eu soltei um grito e quase pulei da cadeira quando vi aquele ser humano, na verdade, ele não era bem um ser humano, era meu ex namorado, Daniel, um vampiro puro sangue.

             - Nossa, o que foi? – falou com uma cara evidentemente espantada.

             - Tá vendo aquele menino, na carteira, rodeado de meninas? – ele fez que sim com a cabeça – então, ele é meu ex namorado, e, você pode achar que eu estou louca, mais ele é um Vampiro puro – sangue... – por mais incrível que pareça ele não fez aquela cara pra achar que eu estava louca.

              - Você fala como se isso fosse uma coisa de outro mundo, aqui, isso é meio que super normal – ok, agora eu tinha ficado espantada – eu, por exemplo, sou um anjo caído, e lembra aquela hora que você parou na porta e ficou olhando pra mim e pra minha gangue? – ta bom, como ele percebeu isso? – eles também são anjos caídos, Aphrodite, é uma elfa, que incorporou seu lado totalmente humano...

                - Tá bom, será que eu sou a única normal nessa porra?? – eu falei meio gritando

                - Sinceramente? Com certeza sim, você é único “ser humano” nessa escola. – foi ai que comecei a entender as coisas, esse negócio de escola para delinqüentes, e pah, era tudo uma farsa, aquilo era uma escola de “monstros” que na verdade não foram aceitos pelos pais, e foram mandados pra um internato, onde, provavelmente, passaram o resto de suas vidas, eu estava pasma, e não consegui dizer uma só palavra depois que eu realmente fui entender toda aquela bagunça.


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Notas finais do capítulo

Lucy diz: Caralho, que crueldade a sua fazer com que essas pessoas fossem rejeitadas pelos pais e passarem a vida toda em uma merda de um internato. VOCÊ É CRUEL!
Fallen Angel diz: sou mesmo, mais tem que dar um toque de tristeza na história né querida...



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