Nossa como eu odiava essa sensação de família perfeita e certinha. Eu estava trancafiada dentro de um carro apertado, (é, eu tenho irmãos, 3 por digas se de passagem, e eles eram certinhos, e estava indo lá, só pra ver a minha desgraça), sem contar meus irmãos eu estava junto com o Sr. Idiota, (meu pai) e a Sra. Retardada, (minha mãe), eles, como sempre, estavam vestindo suas roupas cafonas que eles diziam ser “aristocráticas”, mais eu duvido muito disso, eu, por outro lado, estava vestindo uma saia de babados preta, meia – calça preta rasgada, coturnos pretos e uma blusa preta com uma estampa da banda Bring Me The Horizon e um sobre – tudo de couro preto muito foda.

                   E lá estava eu, sentada no banco de traz daquele carro apertado, (junto com 3 irmãos babacas), ouvindo Black Veil Brides no fone de ouvido, em pleno domingo à tarde, esperando a hora em que meus pais iriam me deixar numa prisão para adolescentes, (na verdade era um internato pra pessoas rebeldes, mais pra mim era uma prisão, por que eu ia ter aula de fim de semana, e só poderia ir pra casa nas férias de meio de ano, e do fim do ano, pros meus pais, isso era a glória, por que eles me odeiam, e vão poder ficar longe de mim a maior parte do ano). O caminho foi longo e como estava um sol do capeta lá fora, eu decidi retocar meu protetor solar no rosto, para prevenir que minha pele branquinha não pegue nenhum sinal de bronzeado.

            - Chegamos querida! – disse o Sr. Idiota.

Então eu sai do carro e me deparei com um sol muito forte, que chegou a arder meus lindos olhos azul piscina, e simplesmente coloquei a touca do sobre – tudo bem na minha cara, enquanto ia até o porta – malas do carro, onde meu pai estava tirando minhas malas mais entusiasmado do que eu esperava.

               - Pronto, essas são todas as suas tralhas, - ele falou enquanto colocava minha mala da Louis Vuiton, que ganhei da minha tia há uns dois anos atráz. – Despesa – se de sua mãe – ele colocou a mão sobre meu ombro – Você vai melhorar, eu garanto. – Estranho, eu senti um pouco de sarcasmo na voz dele...

Peguei minha mochila, coloquei nas costas e peguei minhas duas malas pretas e fui levando – as em borá, passei direto pela janela onde minha mãe estava sentada e fui direto pra porta da prisão para adolescentes.

Na porta do inferno, havia uma placa enorme em cima de um portão de quase 4 metros de altura, que dizia: “Internato Para Adolescentes Com Problemas De Comportamento”, legal, muito animadora essa placa. Ao fundo eu pude ouvir o som do carro velho dos meus pais, dando partida, meus irmãos abriram a janela do carro e gritaram:

                  - Adeus sua retardada, vai tirar o demônio de você!

Eu simplesmente virei e mostrei o “dedo do meio” pra eles e mandei eles irem se fuder, então eu virei para a porta, e deu pra ouvir o som do escapamento do carro da família se afastando. É agora, pensei. Dei um suspiro bem fundo e entrei...