Green Eyes escrita por ArwenNemesis


Capítulo 1
Capitulo I - Novos Vizinhos, Phill e Lisa e Vazio


Notas iniciais do capítulo

Todos os personagens são meus.



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São 6:30 da manhã de uma segunda-feira. Estou atrasada para o trabalho. Olho para a casa da frente, que outrora estava desocupada, gente nova, novos vizinhos. Seis filhos. Como alguém, que não seja Angelina Jolie e Brad Pitt, pode ter SEIS filhos? Seis crianças melequentas pra fazer bagunça na rua, como se já não bastassem todas as outras. Acendo meu cigarro. Olho novamente para aquela casa. Uma mocinha ruiva sai correndo com seu uniforme escolar. Cabelos cacheados presos num rabo de cavalo, uniforme impecavelmente passado. Nos meus tempos escolares eu ia de qualquer jeito pra escola. Nunca fui de me cuidar muito. Sorri com essa lembrança.

Chego no ponto, “Merda!”, meu ônibus já tá virando a esquina. “Vou chegar muito atrasada hoje”.

- Oi Lucy! - falo com a secretária e corro para o meu departamento.

- Srta. Swan, está atrasada. De novo – Christian Reynolds, meu chefe. O cara mais chato e o delegado mais durão da cidade, mas é um bom amigo.

- Desculpe, Delegado Reynolds! Não irá se repetir.

- Minha sala. Agora.

Droga”, penso.

- Caroline, você não pode levar seu emprego um pouco mais a sério?

- Eu levo a sério. Mas...

- Mas, mas... sempre tem um mas. Você passou a noite no bar outra vez não foi?

Faço que sim com a cabeça.

- Você tem que parar com isso. Vai acabar com a sua vida. Você precisa superar aquilo.

- Não é tão fácil.

- Caroline, faz cinco anos.

Não gosto quando ele toca nesse assunto. As pessoas deveriam aprender a cuidar de suas próprias vidas.

Saio da sala do meu chefe, encontro Michael Smith, meu parceiro.

- Ei, Swan, quando você vai aprender a ficar fora de encrencas, hein? - riu. Moleque bobo.

- Cala a boca, Smith. - dirijo-me a Laura, uma das atendentes do departamento – O que temos hoje?

- Assalto na Main Street. Homem branco, 1,75. Vestia camiseta dos Rangers – Laura me entrega a papelada.

- Tava armado? - Michael adora assaltantes armados. Como disse, moleque bobo.

- Com uma faca. Mas não feriu ninguém.

Chegamos a Main Street. Aquela cena de filme policial, estilo CSI, com as faixas amarelas escritas “Não ultrapasse – Policia de New York”. Desço da viatura, coloco meus óculos escuros. Depois de fazer algumas perguntas, voltamos ao departamento e fomos a “caça” do cara. Não foi difícil encontrá-lo.

- Haha, nosso homem – falo.

- Nossa, o cara tá em New Rochelle.

- É.

Prendemos o cara. Daí todas aquelas coisas chatas: interrogatório, impressões digitais, relatório, etc, etc... Foi um dia bem cheio, assaltos, traficantes, assassinatos, então recebemos o chamado de sempre: Phill, um cara bem alto, gordo e bêbado que está sempre batendo na sua esposa, Lisa. Geralmente, ela liga gritando pedindo socorro, quando nós chegamos lá, ela não deixa a gente fazer nada que o machuque: “Não machuca ele! Não prende ele! Eu amo você Phill!” “Eu também te amo, Lisa!” Pronto!

A gente vai embora e no dia seguinte a mesma coisa. Dessa vez o que aconteceu foi o seguinte:

- Swan, é o Phill. - Michael chega, desanimado pois já sabe o enredo da história.

- Ah! Tudo bem, vamos lá ver a “ceninha” da Lisa.

Quando nós chegamos lá, quem nos atende é o Phill, ele não está bêbado pela primeira vez.

- O que houve, Phill?

- É a Lisa. Ela me deixou.

- Já estava na hora - Michael realmente não sabe a hora de calar a boca.

- Você chamou a gente aqui pra quê?

- Eu preciso que vocês tragam ela de volta.

- O quê? Phill, olha, nós somos policiais. Nossa missão é acabar com os crimes da cidade, não resolver relacionamentos destruídos.

- Eu sei, policial Swan, mas, eu não vou viver por muito tempo sem ela.

- Devia ter pensado nisso antes de começar a dar uns sopapos na cara dela.

- Smith?

- O quê?

- Cala a merda da boca e me espera no carro.

- Mas...

- Me espera no carro.

- Ok, ok - Michael sai.

- Olha, Phill. Eu sei que isso é difícil, mas você sabe que ela vai voltar. Enquanto isso não acontece, por que você não começa a frequentar as reuniões do A.A? Depois você pode procurá-la e mostrar que você mudou. Podia fazer um jantar romântico, comprar flores. Fazer o que você costumava fazer antes do casamento, antes de você começar a beber.

- Você está certa, policial Swan. Vou fazer isso. Eu a amo demais pra perdê-la assim. Sabe, quando nós éramos adolescentes eu sempre a levava pra passear perto do lago. Nós morávamos numa cidadezinha rural, meu pai tinha uma fazenda e o pai dela trabalhava pro meu. Ela adorava andar de bicicleta comigo. Eu sempre dava uma flor do campo azul pra ela. Ficava tão bonita com a flor no cabelo.

Deixei Phill com suas lembranças e um cartão do A.A. Eu sei que mesmo que ele não faça nada disso ela vai voltar. Lisa já fez isso antes.

A noite volto pra minha casa. Sento no sofá, na minha sala escura, vazia e fria. Memórias de um tempo que não era assim vêm a minha mente. Seus lindos cabelos vermelhos, seus olhos verdes, seu sorriso de menina. Tão inocente. Tão linda. Helena. Ela enchia essa casa de vida. Vou na minha prateleira de bebidas e encho um copo com whiskey. Helena. Resolvo não beber mais que um copo essa noite. Subo as escadas, tomo um banho demorado. Helena. Saio do banheiro, deito na minha cama. Olho o travesseiro dela, odeio o lado direito da cama. Tão frio, tão cheio de nada. Viro para o outro lado. “Helena, me deixe em paz só essa noite, está bem? Eu amo você ainda. Não vou te esquecer, mas, me deixa dormir só essa noite.” Olho o relógio: 2:30.

Creio que isso tenha resolvido pois eu consegui dormir. De repente escuto um barulho muito alto. Música.

- Mas o quê?

Olho para a casa da frente. Que gente mais louca é essa que escuta música alta a essa hora? Olho o relógio: 2:35.

- Ah, não...

Vou até a janela. Eu sei que o som vem do quarto, pois é a única janela com a luz acesa. Rock muito pesado. Me troco. Vou até aquela casa onde mora a família grande, com seis pirralhos melequentos. Toco a campainha. Quem atende é a garota ruiva. Levo um susto.

- Pois não? - Ela diz. - Veio reclamar da música alta?

- Éh... éh... sim. - gaguejo.

- Desculpe. Meu irmão é revoltado. Logo ele desliga. É só meu pai ameaçar deixar ele de castigo. Ele só quer chamar atenção.

- Certo. Peça pro seu pai fazer isso logo, está bem? Não posso me atrasar pro trabalho outra vez amanhã.

- Ok. Eu também costumo me atrasar pra aula, então, eu acho que te entendo – sorriu. Que sorriso mais... perfeito. Ela parece uma boneca de tão linda.

- Tá. Hum, boa noite.

- Boa noite. Desculpe de novo.

- Certo.

Volto pra minha casa. Me troco, deito novamente. Enfim o silêncio. Pesadelos me atordoam a noite toda. Na minha cabeça só vem um rosto: Helena. De novo.


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Notas finais do capítulo

Gentiis, é minha primeira fic, então, pleas, please, please... be gentle sejam bonzinhos comigo. Reviews? *-*



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