Remember Me escrita por Jeh_Nah_Manda


Capítulo 2
Mad


Notas iniciais do capítulo

Apreciem o capítulo !!
Leiam, POR FAVOR, as notas finais.
Leiam ouvindo "Mad - Ne-Yo" e vejam a tradução que se encaixa muito com a fic



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Comecei a caminhar até aquela multidão, esperando encontrar o Justin ou alguém que pudesse simplesmente me explicar o que estava acontecendo, se bem que nem eu mesma estava conseguindo achar uma explicação lógica para tudo isso: dormi nos braços do Justin, após ser atropelada e acordei sozinha, ainda deitada no asfalto, agora percebi, sem qualquer machucado.

Sabia que o acidente tinha sido bem real, mas após ser atropelada daquele jeito brutal era de se esperar que eu não pudesse nem respirar, quanto mais andar.

-Senhora, senhora! O que aconteceu?- perguntei enquanto me aproximava de uma mulher, que assim como várias outras pessoas, se agrupava em volta de algo, invisível de onde eu estava- Por favor! O que está acontecendo?- perguntei mais uma vez, já que ela parecia não ter me escutado da primeira vez. -Hey! O que está havendo?- nada de resposta. Qual é? Todos resolveram me ignorar? Isso era para me irritar? Porque era óbvio que ele havia me escutado, já que meu tom de voz era suficientemente alto.

Andei entre o aglomerado, buscando algum rosto familiar, mas minhas tentativas foram tão bem sucedidas como as de conseguir informação.

-Senhor, o que está havendo? Alguém pode por favor me responder?- gritei exaltada. Eu precisava de informações, queria saber como o Justin estava e onde estava, precisava me entender com ele e explicar tudo.

Eu estava começando a me desesperar, pensando sempre nas piores coisas que talvez pudessem explicar o que havia acontecido e o que estava acontecendo: o Justin havia sumido e as pessoas que nem sequer viravam para me encarar, quando eu perguntava alguma coisa para elas. Parecia que elas não me viam ou escutavam, como se eu fosse invisível ou … estava morta.

A realidade se chocou em mim com tal brutalidade, que me vi sem ar e caindo no chão, sem que as minhas pernas conseguissem me sustentar.

-Não, não, não... eu não poderia... claro que não! Isso... não é verdade- disse me levantando e correndo para o centro do aglomerado, torcendo para que minhas suspeitas não se concretizassem.

As lágrimas começaram a transbordar dos meus olhos, se misturando as gotas de chuva, que caia, que agora eu percebia não caia sobre mim. Olhei desolada para o meu próprio corpo estendido no chão, enquanto os para-médicos trabalhavam nele, tentando me reanimar, mal sabiam eles que eu estav olhando tudo, do lado de foras e que suas tentativas eram inválidas.

-Justin! Justin! Amor, por favor, me escuta!- gritei com todas as minhas forças, me negando a acreditar que eu estava morta e que eu nunca mais poderia sentir o gosto dos seus lábios.

Me joguei ao seu lado, de joelhos, e tentei me segurar nele, mas minhas mãos passaram reto, como se fossem feitas de fumaça. Meu choro aumentou e sem forças me vi sendo jogada no chão, pelo cansaço e desespero. Como eu poderia ter morrido? Eu era nova de mais para isso. Eu tinha que ter a chance de viver, casar, ter filhos... morrer numa cama quentinha ao lado do Justin... Ele prometeu que tudo ficaria bem, mas como as coisas poderiam ficar bem sendo que estou morta?

Os sonhos que um dia eu já tive, passavam por minha mente, deixando bem clara a prova de que eu não poderia ter morrido agora... eu passeando pelo campus de uma universidade... eu recebendo meu diploma... eu entrando no altar, com um vestido lindo, branco, véu e grinalda... eu mais velha ao lado do Justin, barriguda, com um filho nosso, no ventre... eu na festa de 1 ano do nosso primeiro filho, com toda família reunida... eu naquele almoço de família, rodeada pelos meus netos e bisnetos...

Tudo jogado fora, tudo escorrendo pelo ralo, junto com toda a felicidade que eu já senti algum dia, numa vida que perecia bem distante e com muita mais cor.

Olhei para o lado, vendo minha mão entrelaçada com a do Justin e os para-médicos prontos para me dar o primeiro choque com o desfibrilador...

O choque que atingiu o meu corpo, foi como uma mão que que me puxava para dentro novamente, do meu corpo. Por um momento senti a mão dele junta da minha, mas logo eu estava de volta ao chão duro, vendo a cena de fora.

Mais um choque e o processo voltou a repetir, pude ver a luz da lanterna que um dos para-médico apontava para o meu olho, mas logo após estava fora de novo.

Mais um choque e quando finalmente achei que viveria, a mão que me puxava para dentro do meu corpo, desistiu e me soltou, para realidade fria, onde eu estava morta. 

-Hora da morte, uma hora e dezenove minutos

Levantei rapidamente e comecei a gritar e chorar, pedindo desesperadamente, mesmo sabendo que nada mais adiantaria, que eles não desistissem de mim. Deitei sobre o meu corpo, na esperança de que eu entrasse nele novamente, mas como eu já previa nada aconteceu, eu continuei assistindo de fora do meu corpo todas aquela cena horrível, que eu duvidava que um dia se apagaria da minha mente: meu corpo jogado, sem vida, enquanto o Justin, desesperado juntava seus gritos ao meu, pedindo para que eles não desistissem da minha vida tão facilmente, como estavam fazendo.

Mas a única coisa que eles fizeram, foi falar aquelas malditas palavras ,que não demonstrava nem um pouco de compaixão e não dava nenhuma sensação de conforto que eles achavam que dava:

-Sinto muito! Fizemos tudo que foi possível.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto e meu coração doía ao ver aquela cena, o que mais me machucava era ver Justin chorando, já não aguentava mais aquilo, aquela sensação ruim pairando no ar. Me virei, e ainda chorando corri, deixando o Justin e por estranho que pareça, meu próprio corpo, no meio daquela confusão que a rua havia se transformado...

Eu não queria pensar em nada, concentrei toda minha mente na corrida. Fiquei correndo sem direção, sem destino, indeterminada. Exatamente como minha vida, ou não-vida, estava naquele momento, apenas continuei correndo.

Então essa era a sensação de estar morta? Sentir um vazio no peito e essa tristeza presente em cada passo que se dava?

Eu corria pelas ruas de Nova York, onde não deveria ser nem três horas da manhã, sem rumo e sem motivo para ter medo de ser assaltada ou assassinada por algum bandido, afinal eu já estava morta. Temer a morte, estando morta, seria algo totalmente sem cabimento.

Minha respiração estava irregular pelo choro, mas não estava minimamente cansada. Olhei para os lados e vi uma loja com algumas pessoas dentro, o que me chamou atenção eram que essas pessoas estavam chorando.

Fiquei parada e tentei escutar a televisão que estava ligada, me surpreendi novamente ao constatar que, mesmo com os soluços e lamentos de algumas pessoas, eu conseguia ouvir perfeitamente a televisão.

"Morreu hoje a mundialmente famosa cantora e namorada de Justin Bieber, Cammile Miller, vítima de um atropelamento, na rua Brooklyn Heights. Fontes afirmam que o casal havia saído de uma festa e discutiam por motivos desconhecidos, quando ao tentar atravessar a rua Cammie foi atropelada e o motorista, provavelmente temendo as consequências, fugiu do local. Seu corpo foi levado ao Necrotério de Atlanta, onde será realizada perícia, para acusar a causa da morte...”

Não conseguia continuar ouvindo o reto da reportagem e olhando para aquelas pessoas. Era assustador pensar aonde estaria o meu corpo, assustador pensar qual seria a reação das pessoas que eu amava descobrindo que eu estava morta, assustador pensar em como o Justin estaria nesse momento...

Imagens do seu rosto manchado pelas lágrimas e dor passavam por minha mente e nada que eu fizesse poderia deixá-las menos terríveis e agonizantes para mim. Tudo que eu mais queria era estar ao seu lado, dizendo que tudo ficaria bem e que eu nunca o abandonaria, o que eu sei que mesmo depois de morta eu faria. Eu precisava estar ao seu lado... precisava estar ao seu lado... eu tinha que estar.

Sai correndo para minha casa, com uma certeza, que eu não sei de onde vinha, que o Justin estaria lá, me esperando...

Cheguei e parei diante da porta. Como poderia abri-la? Eu era apenas um fantasma e como eu mesma já havia confirmado mais cedo, não conseguia tocar em nada. Me lembrei que quando fui tentar tocar no ombro do Jus eu transpassei-o, será que isso também aconteceria com a maçaneta da porta? E com a porta? Fui em direção a ela e consegui entrar. O primeiro patamar estava todo apagado, sinal de que meus pais não estavam em casa.

O cheiro de tudo era tão familiar e tão aconchegante, que se eu não lembrasse do acidente, poderia jurar que nada havia mudado. A mobília permanecia igual da última vez, no mesmo lugar e posição, que eu me lembrava. Tanto tempo que eu não vinha aqui, mataria a saudade essa semana, no meu dia livre, mas parece que os planos haviam mudado um pouco de rumo...

Subi as escadas e vi uma luz saindo por baixo da porta do meu quarto, que estava fechada, fui até lá e entrei no quarto e vi Justin deitado na cama com os olhos fechados e escorrendo lágrimas pelas suas bochechas, cercado de fotos minhas com ele ou sozinha. Fui até o lado da cama e me ajoelhei.

-O seu perfume é tão bom, até parece que você está aqui - Jus sussurrou com a voz baixa e chorosa, enquanto mais lágrimas escorriam pela sua bochecha.Senti uma aflição me tomando.Ele não devia estar chorando.

-Por favor não chore - Disse em seu ouvido, mesmo sabendo que ele não poderia me ouvir, a pouca esperança que tinha foi-se quando ele não demonstrou nada as minhas palavras.

Me sentei no chão e fiquei observando Justin, mesmo que me partisse o coração o ver chorar e não poder fazer nada, não iria deixá-lo.

Me pareceram milésimos de segundos passado quando percebi que o Justin havia dormido, mas ao olhar para fora percebi que o Sol já estava quase no ponto mais alto do céu, sendo que eu havia chegando lá, antes dele nascer, o que significava que eu estava com proporção de tempo totalmente confusa.

E foi de repente que tudo aconteceu, em um segundo estava no quarto e no outro me senti sendo sugada e arremessada ao chão. Levantei completamente atordoada com tudo e olhei em volta, era praticamente impossível distinguir onde me encontrava, tudo estava borrado. Me esforcei para ver melhor e vi que estava em um salão, tinham várias pessoas dançando e luzes piscando, olhei em volta e meus olhos pararam quando vi uma coisa que me surpreendeu. Uma coisa não, um casal entrando no salão. Estava vendo ao Justin e a mim mesma, entendi que estava na festa que fomos antes do incidente.

O casal se aproximou e ouvi a mim mesma dizer "Vou ao banheiro", depois de um tempo conversando .Eu sai e Justin ficou e cumprimentou alguns amigos que tinha visto .Havia passado bastante tempo e eu ainda não havia voltado , quando o ele foi atrás de mim.

Apenas o acompanhei sabendo o que eu estava prestes a ver: ele vendo eu beijando um cara desconhecido. Queria poder dizer que estava pronta para ver tudo acontecer de novo, mas a verdade é que eu não estava. Eu queria poder me intrometer e gritar para ninguém ir para fora, onde eu seria morta, mas as coisas aconteceram como haviam acontecido. O Justin saiu correndo e eu fui atrás dele. Segui os dois e fui parar na rua, tudo estava confuso e era difícil enxergar as coisas com clareza, minha cabeça doía pelo esforço que eu fazia para conseguir acompanhar tudo que estava acontecendo.

A cena mudou, nós três estávamos embaixo da chuva, Justin estava andando em direção do carro quando vi uma luz e gritei "NÃO".

Voltei de supetão para o quarto e olhei para onde Justin estava. Vi ele se levantando ofegante da cama e foi quando percebi que estava dentro de um sonho, ou um pesadelo, que ele estava tendo


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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações?
Digam o que quiseram, nos empenhamos muito em fazer o capítulo para vocês.
E quem não estiver gostando do contexto, da ideia de Cammie estar morta: Continuem lendo, vocês terão muitas surpresas.
Beijos...