A Filha Do Lord, Mariana Black Riddle escrita por Bell_Castro


Capítulo 2
Capítulo 2 - O melhor dos primos, a vida pode ser


Notas iniciais do capítulo

A vida dela começa...
Péssima com notas rs'



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Eu abri os olhos para um dia bem ensolarado, estava contente, não tinha tido pesadelos esta noite, não precisei machucar ninguém que tentasse me fazer mal, eu não era estranha só completamente diferente, o orfanato não era o melhor lugar do mundo, mas era o que eu tinha e isso já me bastava. Os dias passavam todos iguais já que eu previa muitas coisas, o pessoal falava que eu fazia macumba, outros que eu tinha pacto com o Diabo, mas os adultos diziam que eu era vidente, acho que não devemos pensar em coisas que nos aborrecem de manhã.

Eu comecei a caminhar para o pátio, estava com fome, com vontade de chocolate quente, eu era uma das mais velhas aqui e a única com 14 anos, a maioria foram todos adotados e eu não sei porque do motivo de eu não ter sido, mas isso nunca me importou muito. A tia da cantina (ela me chamava de sobrinha), me olhou e sorriu, era a única pessoa que eu gostava e que gostava de mim, me aceitava como eu era, retribui o sorriso e fui para perto dela:

- Bom dia, o que temos hoje tia?

- Bom dia, Mariana. Chocolate quente, especialidade da casa, pão com manteiga e seu presente de aniversário.

Eu não esperava por isso, bom eu estava de castigo por colocar um garoto pendurado de ponta cabeça por uma das janelas mais altas, eu adoreiiiiiiii o presente, então não tinha como prestar atenção no que se passava do lado de fora.

- Obrigada tia, não precisa de presente, eu adoro a senhora e a senhora cuida de mim isso já basta.

- Não, não. Esse será o seu presente acho que vai te ajudar com aquele seu problema, ficará mais fácil.

Eu corei de vergonha, nunca tinha tocado nela, não gostaria de saber da vida dela e de quando ela terminaria, mas se o presente me ajudasse a ser “normal”, eu adoraria desde já.

- Ok, mas primeiro vamos a comida, está bem? Estou com muita fome.

Ela me serviu e comi em silencio. Quando eu terminei, ela me levou para um quarto, bem pequeno, muito sem graça, se sentou na cama e me puxou com ela, pegou um pacote e entregou na minha mão.

- Mariana, essa é uma bola do tempo, não é como as de adivinhações comuns, com ela você pode colocar tudo o que “pegar” dos outros e olhá-los depois, como uma penseira, ou a partir daí ver outras cenas, futuros prováveis ou o passado de alguém.

Eu não tinha nem idéia do que ela estava falando, eu deveria estar com uma cara muito ruim também por que ela me olhava de um jeito divertido, ela parecia ser de outro mundo.

- O que seria uma penseira? Como eu armazenaria e o que eu armazenaria? Como você sabe tudo isso?

- Bom, eu sou uma bruxa, bruxa abortada na verdade, fui criada pelos meus pais bruxos até eles morrerem lutando contra os traidores do sangue, então me refugiei aqui e te conheci, uma bruxa com um potencial enorme, que deveria ter ido para uma escola de Magia e Bruxaria, mas não deixaram então você sair daqui, e estudar em uma escola brasileira de seu nível, eu permaneci aqui para cuidar de você, minha mãe me ensinou todo o possível, então acho que merece esse presente.

Sentia meus olhos cheio de lágrimas, alguém me amava, eu a abracei, entrando em contato com ela vi todo o seu passado e uma parte do seu futuro, ela não mentirá para mim, mas me negou uma verdade, a de que traidores do sangue eram só nascidos normais, assim como eu?

Sai de lá com meu presente, ia guardá-lo em segurança, caminhava sem prestar atenção até que tropecei em algo e cai de cara no chão, meu presente rolou pelo pátio, quando olhei era a Amanda (a pessoa mais detestável da terra), rindo de mim junto com o seu grupinho, colocou o pé no meu presente e disse:

- Nossa, agora a macumbeira aqui pode falar com quem quiser, até com o Diabo já que tem sua bola de cristal.

Eu me levantei e fui em direção ao meu presente, com tanta raiva da Amanda, que ela começou a ficar vermelha, roxa e meio verde, tudo ao mesmo tempo, mesmo assim, ainda tocou no meu presente, na hora em que colocou o dedo no presente deu um grito, como se tivesse enfiado o dedo na tomada, eu comecei a rir descontrolada, mas ela não estava bem, se contorcia, ficando meio sem reação, meio morta, até que eu peguei minha bola do tempo, ela parou e continuou lá no chão, isso me levaria a ficar de castigo por um mês mais ou menos, a tia me olhava com censura, como se a culpa fosse minha, até parece que eu teria deixado isso acontecer.

A diretora me chamou a sua sala, eu estava com medo, já que desta vez eu realmente não tinha feito nada, ao entrar do lado dela estava um homem alto e bonito, com cabelos grandes e não muito bem arrumados, olhos verdes brilhantes como os meus, me parecia familiar mas não sabia de onde.

- Se aproxime Mariana. – Eu fui até lá com um pouco de medo mas nada que não pudesse esconder.

- Me desculpa, eu não fiz...

- Não te chamei aqui pra falar sobre isso – Ótimo agora eu não entendia mais nada mesmo, acho que esse cara tinha algo a ver, precisava tocá-lo. – Gostaria de entregar os pertences que vieram com você, esse brasão com o nome dos Black e um cobertor.

Notei logo que tinha as inicias N.B., mas meu nome não era assim, será que poderia ser da minha mãe?

- Ok, só isso ?

- Não, o Senhor Black quer falar com você.

Creio que meu coração tenha perdido uma batida, ele deveria ser da família da minha mãe, será que eles lembraram que eu existia, como poderia ter me deixado aqui, eu sentia um misto de felicidade e ódio.

- Não creio que tenha nada para falar com ele. – Disse sem pensar – Sei que não veio aqui por que me ama ou porque quer me levar embora, então se me permite, preciso retirar a minha insignificância.

Eu falava com tanto desprezo e vi que por algum motivo ele pareceu se lembrar de algo, me olhava num misto de desprezo e curiosidade.

- Calma, Mariana. Só vim conversar, e como poderia ter vindo te buscar se não sabia da sua existência. Mas se você é uma Black, sinto que tenho que fazer algo por você, vamos conversar depois falaremos do resto.

Nós caminhamos um ao lado do outro mas sem falar nada, eu estava com mais curiosidade do que raiva (sempre fui curiosa), estava só esperando ele falar, chegamos a um banco e nos acomodamos. Fiquei em silêncio, ele parecia não saber o que dizer, e me esperou falar, o que eu não faria com certeza.

- Me apresentarei agora, eu sou Sirius Black, seu primo. Tudo bem ?

Minha boca estava bem aberta agora, eu tinha uma família em algum lugar e não era só sonho, e um primo bonito, o que já fazia toda a diferença. Comecei a rir, ele me olhava como se eu fosse louca.

- Olá, sou Mariana Black Riddle, creio que seja sua prima. Estou bem sim e você ? Hum, tenho 14 anos, levo a culpa por tudo o que aconteceu, e dizem que sou a pessoa mais estranha daqui.

Eu comecei a ri quando vi a cara dele de assustado, mas logo depois ele riu, olhei para meus pertences ao lado quando ele pegou o Brasão, oh isso é meu.

- Posso te chamar de Sirius néh, então porque está pegando nas minhas coisas ?

- Por que isso era meu, até que minha prima Bellatrix roubou, porque disse que eu era traidor do sangue e deveria ser dela, e eu sou o ultimo Black.

Oh isso era um problema, ele era traidor do sangue, então ele era bruxo, mas apoiava o lado errado, estava contra a família da tia do orfanato, então não sei se deveria confiar nele, estiquei a mão para pegar o Brasão, quando o toquei vi tudo sobre o homem que segurou o brasão momentos atrás, vi toda a sua adolescência, e como ele sempre foi bonito e todas as garotas o desejavam, o mapa do maroto, sair de casa, lutar para salvar a vida de seus amigos, uma mulher roubando o brasão que deduzi que fosse minha mãe, e um espaço enorme de tempo nas mãos da diretora e até mesmo guardado até chegar novamente as mãos de Sirius e consegui ver, seus últimos anos, sua vida em Azkaban pelo crime não cometido, sua revolta, sua prima e o marido ao lado, deveriam ser minha mãe e meu pai, ele como um cachorro (super estranho e engraçado), abraçando um garoto meio estranho, um tal de Harry, a sua fuga da cadeia, o hipogrifo e algumas coisas rápidas numa sala, escura, e sua morte num véu, senti lágrimas vindo ao meu rosto, não seria possível que logo o perderia.

Ele se levantou assustado e veio pra perto de mim, me abraçou, eu chorei por um tempo, a única coisa que nunca vi mudar foi o dia da morte da pessoa e ela já se aproximava. Meu coração se apertou, ele me abraçou mais forte, até que eu me acalmei, ele me perguntou:

 - Você pareceu alheia por alguns segundo e logo que riu, começou a chorar. O que houve?

Eu não respondi e peguei a minha bola do tempo, sem saber como transmiti tudo o que eu vi, mas ele simplesmente respondeu, pegando tudo o que eu virá me deixando calma e com lembranças vagas sobre isso, nossa isso era demais, muito louco.

Ele ficou pensativo, eu não entendia porque.

- Sirius, podemos ser amigos?

- Com certeza, você é uma garota muito especial, terá uma grande missão, eu creio que seja isso que Dumbledore disse.

- Do que você está falando?

- Pediram para eu vir aqui, atrás de Mariana Black, minha prima, e orientá-la até começarem as aulas.

Oh Deus, aulas onde? Não era muito boa em matérias, tirando o inglês que eu era quase fluente .

- Oh Sirius, eu não sei bem onde é essa escola, e o que vou fazer lá mas não sou boa com magia.

Estava se aproximando uma garota de nós dois, era a Flávia, garotinha loira insuportável.

- Ah aberração achou alguém que não a chute, alias quem vai te querer, vai ver que você fala sobre o passado dos outros e do futuro. Você não é nada além de aberração.

- Ah é, você verá quem é a aberração aqui, cara de sapo boi.

Dá pra perceber que nunca fui muito boa para xingar alguém, então era melhor nos tapas e nas azarações que por incrível que pareçam aconteciam.

Parei olhando pra ela, desejando todo o mal, de repente ela parou e começou a se contorcer, ela gritava e pedia para parar e eu sorri de um modo angelical, continuei até que o Sirius colocou a mão no meu ombro e eu parei, tinha me esquecido dele.

- Calma, Mariana.

Ele me arrastou pra longe dela, e ficou em silencio, até que disse.

- Você é vidente, não é?

Oh não, por Deus agora ele não me olharia mais, iria embora e acharia que eu sou uma aberração, só porque sou diferente.

- Sim – Disse sem mentir, preferi assim, já tinha sido sozinha por tanto tempo agora seria só mais uma vez, meus olhos estavam cheio de lágrimas.

- Isso é ótimo pequena, mas é uma vidente diferente, isso com certeza é uma coisa dos Black, você puxou a mim.

Eu comecei a rir, e o assunto fluiu muito bem, depois disso nos veríamos sempre.

Um dia a tia do orfanato, logo depois que Sirius foi embora veio falar comigo.

- Mari, não gosto desse homem, ele quer te levar embora pra longe de mim.

- Não é nada tia, ele é meu primo e só quer me fazer bem

- Se ele te quisesse bem, teria te criado não te largado aqui.

Isso me machucou, eu senti ódio transbordar dos meus poros (se é que isso é possível), mesmo se ele soubesse, ele não poderia, ela não entendia nada.

- Você não sabe nada sobre ele, então não o julgue, ele é um dos Black, meu primo, minha família, se quer me ver feliz como sempre disse, retire a sua insignificância da minha frente que eu pretendo estar onde for preciso para ser feliz.

Eu estava indo embora quando me virei só pra completar.

- É uma pena saber que você, não deseje a mesma felicidade que eu desejo pra você. Eu te amo, por ter me criado, mas isso não te dá o direito de interferir na minha vida.

Fui em direção do meu quarto sem olhar para trás.


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