Demi on

Fiquei sabendo da notícia que a garota “especial” iria sair com a Taylor. Considerei a ideia de que elas eram apenas amigas, e assim espero. Sel me contou que Miley era do tipo doidinha e Taylor do tipo romântica. Ao mesmo tempo como sou doida, também posso ser doce, mas isso só se for ao lado da Selena! Tem sido assim a semana inteira, a companhia dela era a coisa mais importante pra mim. Não entendo o que se passa comigo, não entendo o porquê disso tudo!

Á noite, meus sonhos se resumem, basicamente, em Selena. O mais recente foi que eu estava para saltar de um penhasco quando ouvi-a gritar meu nome. Eu tinha duas alternativas, ou pulava, ou voltava pra ela. Fiquei minutos parada, olhando o mar que me circundava lá em baixo, até sentir um toque. Me virei e vi-a. Vii Selly me abraçando, e completou com um beijo no pescoço. Minha reação, na hora do sonho, foi sentir meu corpo estremecer estranhamente, e acordei!

-Ei, Demetria! –Sel me chamou.

-Hum? –Perguntei saindo dos meus pensamentos.

-Você quer vir ao cinema comigo e a Tay?

-Ah, não seria legal, Sel! A noite é sua e da Taylor, vá se divertir.

-Você sabe que nós somos apenas amigas, não é?

-Claro!

-Hum bem. –Disse ela com ar de aliviada–Quer fazer algo essa noite? Ver algum filme, passear pelo internato...

-Qualquer coisa. –Dei de ombros. –Se você estiver comigo...-Completei, notando as bochechas da Selly ficando avermelhadas. Ela ficava linda envergonhada.

-Agente podia ir ao restaurante daqui, passear, e ver um filme! –Sugeriu. –O que você acha?

-Ótima ideia! –Exclamei sorrindo.

(...)

Eu fui tomar banho assim que a Selena havia acabado o seu. Já levara a minha roupa ao banheiro, bem como as maquiagens necessárias. Não gostava de superproduções, meu lance eram roupas mais confortáveis e simples. Vesti uma calça jeans justa, uma regata branca com uma caveira se destacando, por cima, uma jaqueta de couro preta. Calcei um tênis preto e comecei a me maquiar. Apenas um lápis e delineador, de forma que ficasse bem preto. Um gloss nude apenas para dar um brilho.

Saí do banheiro me deparando com uma princesa a minha frente. Selly estava magnífica. Seu vestido verde deixava a mostra suas coxas. Calçava uma sandália com um saltinho baixo. Gostaria de ser feminina como ela, mas meu estilo pessoal não tinha semelhança alguma com aquilo. Se bem que deixei de ser grossa e insensível desde o momento que conheci Selena. Ela abalou meu mundo de uma maneira até estranha! Ninguém nunca me deixou assim!

-Uau! –Foi a única coisa que saiu. Droga!

-Que foi? –Perguntou olhando para sua roupa.

-Nada, você está linda. –Falei observando-a dos pés a cabeça.

-Imagina, você também. –Sorriu. –Desculpa isso tudo, é a força do hábito. –Riu.

-Como assim?

-É que eu saio muito para encontros e costumo me produzir toda.

-Isso é um encontro?

-E-eu n-não sei. –Balbuciou. –Talvez, se você quiser que seja. –Sorriu.

-Ah! Por mim tudo bem. –Eu disse, o sorriso estampado no rosto como uma boba. O que tinha de errado comigo, hein?

(...)

A comida oferecida pela lanchonete do internato era boa, não ótima. Logo após, Sel e eu fomos caminhar, conforme planejado. Andávamos e conversávamos. Ela era tão incrível, sorria lindamente quando eu dizia algo engraçado, e suas bochechas coravam ao elogia-la. Uma graça!

-Dem’s, vem deitar. –Me chamou. Ela estava se deitando na grama delicadamente. Me deitei ao seu lado e ficamos observando as estrelas que tinham um brilho incrivelmente forte na imensidão do céu escuro. –Posso te fazer uma pergunta? –Assenti. –Quero que seja sincera.

-Ok. –Concordei.

-Por que está aqui, além dos seus problemas com drogas? –Selly me olhou nos olhos, seria impossível mentir pra ela.

-Acho que tudo bem eu dizer, suas amigas são...como eu...-Comecei, meia receosa.

-Como você? Ah, doidas? Sim, elas são. –Deu risada.

-Não, Selly. De outro jeito. É meio esquisito dizer assim, na cara.

-Pode confiar em mim. –Seus olhos inspiravam tanta confiança.

-A um tempo meus pais viviam brigando, direto. Eu queria poder esquecer o inferno que era minha vida lá em casa, começando então a  me envolver com as porcarias das drogas. –Lamentei. –A situação fugiu do controle dos meus pais, eles não conseguiram mais me impedir, quando eu fugi... E um dia, bêbada eu... Acabei ficando com uma garota, e nem preciso entrar em detalhes sobre o resto da história!

-Nossa! Quer dizer que seus pais não te aceitam por se envolver com garotas? –Confirmei com a cabeça. –Mas eles sabiam que você estava bêbada.

-Sabiam, mas, não era só quando eu estava bêbada, Sel. Eu tinha minhas dúvidas, só que eu sentia que minha sexualidade era... diferente.

-Ah sim! E você se condena por isso? –Ela parecia incrédula.

-Não é bem assim, eu poderia ter evitado tudo.

-Poderia, mas não evitou. Tudo tem um motivo. Acredita em destino?

-E você?

-Sim! Meu destino, é estar aqui, agora, com você.

-É... É bom saber que o destino preparou esse momento aqui com você. –Sorri.

Nossos olhos se encontraram. Os seus ficavam belíssimos a luz do luar. Lentamente ela foi se aproximando, e não me contive, como da mesma maneira fui chegando mais perto. Sua respiração batia suavemente na superfície do meu rosto. Fechara os olhos e estava envolvendo seus braços em minha nuca. Eu segurei sua cintura firmemente, puxando-a para mais próxima de mim, e me deitei cuidadosamente sobre ela. Enfim, seus lábios roçaram nos meus me causando uma sensação nunca sentida anteriormente. Passei minha língua por seu lábio inferior, pedindo passagem. Sel logo concedeu, de forma que eu explorasse cada região da sua boca. Ela parecia gostar, dançando sua língua pela minha boca, e depois fazendo movimentos carinhosos no meu cabelo. Desci minha mão até logo abaixo da sua bunda, apertando a região com desejo. Hesitei um pouco, pensando se deveria continuar ou não, mas decidi que aquela demonstração fosse apenas afeto, nada mais, não iria fazer coisa alguma além daquilo.

Selena não deixou barato e pôs sua mão por dentro da minha blusa, acariciando minhas costas e cintura. Ela talvez não estivesse acostumada com aqueles movimentos, porém quisesse aprofundar tudo mais. O fôlego já começara a faltar, então terminamos o beijo com breves selinhos. Sorrimos uma para a outra, eu ainda estava sobre Selly.

-Sendo sincera, você beija muito bem. –Eu disse, fazendo carinho no cabelo dela.

-Mesmo? –Ela corou. –Obrigada, você também.

-Então...

-Então... –Fez-se um silêncio constrangedor. –Dem’s, você poderia sair de cima de mim?

-Ow, claro, perdão. –Levantei da grama e a ajudei a levantar também.

-Você tinha namorada?

-Tinha, mas agradeço por ter terminado a tempo. –Respondi aliviada.

-A tempo?

-É... Eu conheci você e... –Não completei.

-Pensei que não gostasse de relacionamentos sérios. –Franziu a testa, confusa.

-Eu também pensei. –Confessei. –Antes de te conhecer, claro.

-Quer dizer que...

-Não, não estamos namorando... Estamos? –Cocei a cabeça.

-Sei lá. –Riu. –Depende de você.

-De mim? Ah sua malvada, depende de nós duas.

-Okay. –Disse ela, fitando o céu tomado pela escuridão da noite. Olhei o relógio, quase meia-noite!