Nos meus últimos momentos de vida pude me lembrar de algo que jamais poderia esquecer uma lembrança romântica, porém triste, antes de ele me deixar para sempre naquele acidente horrível.

Foi em uma manhã, quando os raios do sol irritaram meus olhos percebi que o dia já estava novamente nascendo, levei preguiçosamente a mão no radio relógio e levantei-me lentamente para olhar o Ulquiorra na cômoda onde sempre ficava todas as noites, mas, o que mais me surpreendeu foi que não o vi ali e sim um pedaço de papel obviamente rasgado do meu caderno a baixo de uma rosa branca, eu a levei próxima ao meu rosto imaginando qual seria seu cheiro, lembrava muito o cheiro dele, corei imaginando, logo depois olhei o bilhete.

- “Bom Dia”... - Li

No começo não entendi nada, quando olhei pro chão vi outro papel como este sai em direção a ele que dizia “Sabia que...”, meus olhos olharam para outro papel no chão desta vês próximo a porta, comecei a seguir-los cada um dizia uma coisa, duas palavras cada uma com uma letra caprichada e perfeita de caneta preta.

Sai no corredor dos quarto atrás dos bilhetes a fim de saber que frase eles dariam, do começo ao fim do corredor havia cinco papeis, na escada três, na sala três e quando cheguei na cozinha vi a mesa cheia, meu estomago roncou ao ver aquilo. Subitamente peguei os papeis e comecei a ler eles um por um.

- “Bom dia, sabia que todas as vezes que o sol nasce sinto-me cada vez mais vivo? Obrigado por me amar tanto.” – li em som baixo.

Senti seus braços envolver-me a cintura e puxar-me para trás, corei horrores, não tínhamos tanta intimidade assim, então senti sua respiração próxima ao meu ouvido, o ar quente que sai de seu nariz fazia-me arrepiar, mas o seu cheiro era que eu respirava.

- PS: te amo   - sussurra ele em meu ouvido

- Ulqui... – sussurro me virando para olhar para ele

Mas quando me virei fiquei totalmente sem ação, aqueles olhos esmeraldas me desarmaram completamente, sempre me desarmava, ele sorriu para mim em sua forma humana e passou a mão em meu rosto lentamente, um beijo... Foi isso que senti um beijo tímido no começo embora começasse a ficar cada vez mais profundo, levei minhas mãos em seu ombro enquanto ele me segurava pela cintura, esta foi minha primeira vez.

Primeira vez que jamais irei esquecer, quando nos separamos estava corada não conseguia olhar ele nos olhos, senti sua mão puxar o meu rosto carinhosamente enquanto ele dava um pequeno sorriso para mim.

- Se não comer o café agora irá se atrasar pra escola... – Ulquiorra comenta.

- Ahh, é mesmo! – exclamo saindo de perto dele sentando-me na mesa, logo comendo aquele café delicioso, enquanto ele me olhava observava.

Seus olhos olhavam minha boca mastigando a comida como se ansiasse em poder fazer o mesmo, provar daquilo que ele mesmo fazia, mas se fizesse, com certeza quando virasse boneco ficaria sujo por dentro. Levantei da mesa e dei um beijo na testa dele com um sorriso no rosto ele sussurrou.

- Vou te esperar... Sempre irei esperá-la voltar para mim... Todos os dias da minha vida!

- E eu sempre voltarei para você... – respondi correndo para a sala e logo depois para porta, antes de abri-la, olhei para trás e escutei-o lavando os pratos e os copos, sorri indo embora.