Capítulo 12.

“A AMIZADE DESENVOLVE A FELICIDADE E REDUZ O SOFRIMENTO, DUPLICANDO A NOSSA ALEGRIA E DIVIDINDO A NOSSA DOR.” – Joseph Addison

PDV Bella Swan

Nós já andávamos de carro há alguns minutos e ainda não havíamos chegado à casa dos parentes de Edward. À medida que o tempo passava e a paisagem corria por meus olhos fixos em algum ponto qualquer, eu sentia meu coração bater mais rápido. Não sei dizer bem que emoção eu sentia no momento. Era tanta coisa, tantos sentimentos. Por um lado, a alegria imensa de saber que Edward também me amava, me pediu em namoro e me convidou para morar com ele. Por outro lado, o medo do que ainda iríamos enfrentar; ele já avisou que a família não aceitara muito bem o fato de ter deixado a noiva, como reagiriam então ao saber que eu era uma prostituta?!

- No que tanto pensa? – ele pediu assim que sua mão tocou meu rosto.

- Em tudo e em nada ao mesmo tempo. – sorri e coloquei minha mão sobre a dele.

- Não se preocupe, estamos juntos e prontos para o que vier.

- Assim espero. – sussurrei.

Antes que ele falasse qualquer coisa, seu celular tocou. Eu o olhei interrogativamente e ele apenas deu de ombros.

- Atende, por favor. – disse tranquilamente.

- O que?

- Atende o celular. Estou dirigindo, não posso atender.

- Mas e se...

- Bella, atende. – sua voz era firme e decidida, achei melhor fazer o que me pediu.

Peguei o telefone que estava no console do carro e observei por alguns segundos o visor dele. ‘Emmett e Rosalie’ eram os nomes que apareciam identificando assim a chamada. Brevemente rezei para que tudo desse certo e apertei a tecla verde para iniciar a conversa.

- Alô? – eu meio que perguntei ainda em dúvida quanto a atender a chamada.

- Quem fala? – uma voz doce e extremamente bonita perguntou.

- É o celular de Edward Cullen. – respondi evasiva – Ele está dirigindo, não pode atender agora. É urgente ou prefere ligar depois?

- Converse com ela. – Edward sussurrou e eu bati em seu braço. Como eu poderia ‘conversar’ com a cunhada dele se nem a conhecia? E se ela pedisse quem eu era, o que eu diria? Ele só podia ser maluco!

- Você deve ser a mulher de quem ele me falou. – a mulher disse e sua voz parecia indicar que ela estava feliz.

- Hã... não sei exatamente o que ele disse sobre mim, mas acho que sou essa mulher, sim. – eu disse meio confusa e surpresa por constatar que Edward falou de mim para sua família – Então, você quer que eu passe algum recado para ele ou liga daqui a pouco?

- Não precisa, querida. Só quero saber se vocês virão almoçar aqui em casa. Pergunte isso pra ele e peça em quanto tempo vocês chegarão.

- Ok. – afastei o telefone e o encarei – Sua cunhada quer saber se vamos almoçar lá e daqui quanto tempo chegamos.

- Diga que estamos indo, chegaremos daqui dez minutos.

Ele estava sorridente, talvez achando graça do meu nervosismo e falta de palavras para falar com ela. Voltei ao telefone e repeti as mesmas palavras que ele me disse.

- Obrigada. – ela me respondeu – Estou ansiosa por conhecê-la. Como você se chama?

- Isabella, mas todos me chamam de Bella.

- Foi um prazer falar com você, Bella. – continuei visualizando a mulher sorrindo – Eu me chamo Rosalie, sou cunhada desse homem aí ao seu lado. Nos vemos daqui alguns minutos então.

- Ok. Até logo.

Assim que finalizei a chamada, percebi que eu estava respirando muito pouco e em intervalos de tempo muito longos. Edward me olhou de canto de olho e reprimiu um sorriso.

- Ah, meu Deus! – eu exclamei mais do que apavorada. Eu acabei de falar com a cunhada dele!

- O que foi, amor?

- Eu não acredito que falei com sua cunhada.

- Mas falou, sim. – ele pegou minha mão esquerda e entrelaçou em seus dedos – O que achou dela?

- Bom, levando em conta que eu praticamente nem falei por causa do choque que levei, ela me pareceu muito simpática.

- E é. Rosalie é uma mulher incrível, você vai gostar dela. Ela estava muito ansiosa pra te conhecer.

- Ela disse isso também.

- Não se preocupe com ela ou com Emmett, os dois são incríveis e serão nossos aliados.

- Não quero nem pensar no que isso tudo poderá causar a você e sua família. Meu Deus, eu não devia ter deixado James me apresentar a você naquela noite.

- Não diga isso. Te conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo. Devo isso a James, se ele não tivesse insistido eu não teria ido até lá e não teria te conhecido.

- Agora já está feito. – eu disse – O jeito é encarar o que vier.

- É assim que se fala.

Ele diminuiu a velocidade do carro e paramos em frente a um imenso portão de ferro cinza. Edward apenas buzinou e o segurança acenou e abriu o portão. Entramos e seguimos até a entrada da casa. Assim que Edward desceu e abriu a porta pra mim, uma mulher loira irrompeu pela porta da casa e desceu as escadas vindo em nossa direção com um sorriso imenso nos lábios.

- Dez minutos! – esbravejou, sua cara se fechou numa careta irritada – Edward Cullen, eu já disse que não deve correr tanto! Falou que chegaria em dez minutos e chegou aqui em três!

- Oi, Rose. – ele revirou os olhos e a abraçou – Como você está?

- Estou bem, apesar de estar furiosa por saber que continua correndo por aí com esse carro.

- Eu nem corri tanto assim.

- Deixe isso pra lá, depois conversamos sobre isso. – ela o largou e olhou para mim, seu rosto se suavizou novamente e ela sorriu, corei no mesmo instante – Você é a Bella, que linda você é. Muito prazer, sou Rosalie.

- Olá.

Ergui a mão timidamente acenando, mas ela me puxou para um abraço carinhoso. Ela cheirava e se vestia bem, típico de alguém rica, mas era uma pessoa boa pelo que pude perceber, nada de superficial.

- Vamos entrar, lá dentro nos conhecemos melhor. – ela disse e se adiantou pelas escadas.

Edward pegou-me pela cintura e beijou levemente meus lábios. Senti-me segura em seus braços, não havia o que temer se ele estivesse comigo.

- O que achou dela?

- É muito bonita.

- Sim, ela é.

- E extremamente simpática.

- Rosalie é ótima, você vai gostar dela quando a conhecer melhor.

- Já gostei de início. – eu disse e sorri para ele.

Subimos seguindo Rosalie e entramos na imensa casa branca e decorada em tons de cinza e azul. Tudo estava perfeitamente organizado, era simplesmente incrível. A decoração da casa parecia aquelas que você vê em revistas de arquitetura e decoração. E antes que eu pudesse expressar minha admiração pela casa, um homem grande de cabelos quase pretos e olhos verdes apareceu da direção onde deveria ser a cozinha, já que ele vinha com um avental amarrado na cintura e um pano nas mãos.

- E aí, vagabundo. – ele disse e seu sorriso cresceu.

- Oi, Emmett. – Edward o cumprimentou com um abraço – Rose te colocou para cozinhar hoje?

- Estava ajudando ela na cozinha antes de ouvir uma buzina e ela sair correndo de lá. – ele olhou para a esposa e piscou pra ela, pareciam apaixonados, então seus olhos pousaram em mim e ele se aproximou – E você deve ser a Bella? Rosalie que me disse seu nome porque esse vagabundo que tenho como irmão não me disse nada sobre você.

- Muito prazer. – estiquei a mão para cumprimentá-lo, mas ele me puxou para um abraço caloroso.

- Seja bem vinda à nossa casa. Sou Emmett, marido dessa loira linda e o irmão mais bonito que Edward tem.

- Só tenho um irmão, Emmett. – Edward disse e eu ri.

Percebi que Rosalie sorria e assim que ela viu que eu a observava, ela revirou os olhos. Emmett me soltou e foi para o lado dela, abraçando-a.

- Mesmo que eu seja o único irmão homem que você tem, continuo sendo o mais bonito. – Emmett disse fingindo estar bravo.

- Ok, ok. – Edward ergueu as mãos e se rendeu.

- Bom, vamos para a cozinha porque já está tudo pronto. – Rosalie disse e nós a seguimos.

A mesa estava perfeitamente arrumada, tudo no seu devido lugar. Emmett ajudou-a a tirar a bandeja do forno e nos colocaram sentados de frente para eles, assim poderíamos conversar melhor.

...

O almoço estava ótimo e a conversa perfeita. Emmett era muito engraçado e fazia inúmeras piadinhas; Rosalie era mais centrada que ele, mas muito querida e extrovertida. Edward parecia relaxado ali com eles e eu estava me sentindo em casa, gostei deles.

Assim que acabamos de almoçar, Emmett retirou tudo da mesa e Rosalie disse que lavaria a louça. Então eles foram para a sala conversar e eu fiquei ali para ajudar Rosalie.

- Vocês parecem dividir todas as tarefas. – comentei.

- Temos uma empregada, mas ela vem somente durante a semana, então ela cozinha, lava, passa... Ela é ótima, uma senhora muito querida e competente. Nos fins de semana, nós fazemos tudo juntos. Emmett gosta de ajudar em casa e eu adoro dividir tudo com ele. – ela deu de ombros – Isso faz parte da forma como foram criados, Edward e Alice também são assim.

-Alice?

- Sim, a irmã deles. É uma boa pessoa embora, como quase toda a família, tenha conceitos meio extremistas e errados.

- Imagino o que queira dizer.

- Eles são ótimos. Meu sogro é um ótimo homem e muito querido; minha sogra é gentil e amorosa com a família; Jasper, meu outro cunhado, é calado, mas inteligente e um ótimo amigo. – ela respirou fundo e me olhou - Mesmo assim, são influenciados pela posição financeira que eles têm e se deixam levar pelo que os outros dizem ou pensam. Por muitas vezes esquecem que todos são humanos e que todos viram pó quando morrem. Edward é o que mais sofre com todo esse preconceito deles, são muito exigentes com ele.

- Ele comentou algo assim comigo.

- Mas fico feliz por ver que você o faz feliz.

- Como pode afirmar isso com tanta certeza? – perguntei – Acabou de me conhecer.

- Mas conheço Edward há anos, - disse carinhosa – e eu sei dos sentimentos dele com relação às atitudes da família; sei dos motivos que o levaram a noivar com Tanya e a deixá-la depois. E sei do que ele sente por você só de olhar nos olhos dele ou ouvi-lo falar de você.

- Nossa!

- Pois é, eu o conheço bem e estou feliz por saber que ele encontrou a mulher certa pra ele.

- Se me conhecesse bem, talvez não diria isso.

- Por que não? – ela franziu a testa – Você é uma alienígena, por acaso?

- Talvez seria mais aceitável se eu fosse uma alienígena. – sussurrei – Edward te contou como nos conhecemos ou no que trabalho?

- Não, mas isso não importa.

- Pra mim importa. Edward me conheceu numa casa de prostituição. – baixei meus olhos envergonhada ao admitir isso – Eu trabalhava lá como prostituta.

- E daí?

- E daí?! – me surpreendi com sua pergunta – A questão é que ele é rico, bonito, de boa família. Aliás, é de uma família que não tolera erros e escândalos. Não sou a mulher certa pra ele.

- Não importa se você era prostituta ou médica. Eu disse, todos viram pó quando morrem, todos são iguais. – ela deu de ombros – Se vocês se conheceram lá, é porque era pra ser assim. Além disso, ele estava consciente do que você fazia quando se apaixonou por você.

- Mas eu já larguei aquela vida. Apesar disso não minimizar meus erros, não trabalho mais lá.

- Isso é bom. Poderão construir uma vida juntos agora. Podem contar com meu apoio e do Emmett. Gosto muito do Edward e já gostei de você também. Terão nosso apoio se quiserem lutar pelo sentimento que surgiu entre vocês.

- Obrigada. – sorri e tentei conter as lágrimas que ameaçavam banhar meu rosto – Obrigada mesmo.

Ela apenas me abraçou e voltou sua atenção para a louça. Continuamos conversando sobre amenidades até nos juntarmos aos homens na sala. Essa talvez fosse minha nova família...